quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Envelhecimento, anarquismo e experiências de asilo intergeracional.




Nem todos os socialistas se preocupam com a velhice no sentido coletivo. Na medida que essas pessoas envelhecem se recolhem, quando podem, aos lares de seus parentes ou asilos.

Na Europa muitos socialistas, sindicalistas e sujeitos revolucionários, após anos de luta anti-fascistas morrem isolados, como ocorre com os demais idosos nesses países.

Quando estive em Barcelona conheci anarquista alemão que criou o Proyecto A em uma cidade de 70 mil habitantes.

Compraram uma antiga fábrica nazista abandonada e nesse local foram realizando obras para abrigar pessoas que eram militantes, mas aos poucos se abriu para quem quisesse viver na autogestão.

Eles criaram casas para idosos ficarem sozinhos e casas para convívio coletivo. Isso se deu por que nem sempre o idoso que ficar vivendo coletivamente e nem sempre quer ficar isolado, assim, mudavam segundo a época.

A velhice impõe aos anarquistas, socialistas as mesmas questões que são postas aos demais idosos, porém, esses quando vão para asilos, terminam por viver o autoritarismo da instituição e as práticas pela qual lutaram a vida toda acabam sendo distanciadas.

Na segunda fase desse projeto, seus mentores começaram a receber jovens que queriam ter a experiência intergeracional orgânica. E assim, recebem idosos e jovens para a contruções, cuidados e atividades políticas, culturais e sociais.

Posteriomente eu irei localizar essas informações e oferecer endereços e saber em que pé está esse projeto.

Cito apenas que esse projeto não recebe apenas ex-militantes, na verdade eles nem utilizam a palavra anarquista, preferem que as pessoas vivam as relações, as práticas, se insiram e aos poucos percebam que estão convivendo com anarquistas.

O rótulo, anarquista, autonomista, libertário, socialista...essas palavras não são capazes de dar a dimensão de projetos intergeracionais coletivos. A velhice retira de maneira mais feroz a autonomia do sujeito do que se imagina. Hora mais premente para se unir e acabamos não vivendo nem uma pequena parte de nossas lutas.

Que seja ao menos em um momento de nossa velhice!


O Filme de Graldine Chaplin !" E se vivessemos todos juntos" serviria bem a esse debate:

Sinopse e detalhes

Annie (Geraldine Chaplin), Jean (Guy Bedos), Claude (Claude Rich), Albert (Pierre Richard) e Jeanne (Jane Fonda) são melhores amigos há mais de quatro décadas. Enquanto os dois primeiros e os dois últimos são casados, o do meio é um tremendo solteirão convicto, que não se cansa de aproveitar a vida. Quando a saúde deles começa a piorar e o asilo se apresenta como solução para um deles, surge a ideia de todos morarem juntos. Mas a novidade acaba trazendo a reboque algumas antigas experiências, que irão provocar novas consequências na vida de cada um.