quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Envelhecimento, anarquismo e experiências de asilo intergeracional.




Nem todos os socialistas se preocupam com a velhice no sentido coletivo. Na medida que essas pessoas envelhecem se recolhem, quando podem, aos lares de seus parentes ou asilos.

Na Europa muitos socialistas, sindicalistas e sujeitos revolucionários, após anos de luta anti-fascistas morrem isolados, como ocorre com os demais idosos nesses países.

Quando estive em Barcelona conheci anarquista alemão que criou o Proyecto A em uma cidade de 70 mil habitantes.

Compraram uma antiga fábrica nazista abandonada e nesse local foram realizando obras para abrigar pessoas que eram militantes, mas aos poucos se abriu para quem quisesse viver na autogestão.

Eles criaram casas para idosos ficarem sozinhos e casas para convívio coletivo. Isso se deu por que nem sempre o idoso que ficar vivendo coletivamente e nem sempre quer ficar isolado, assim, mudavam segundo a época.

A velhice impõe aos anarquistas, socialistas as mesmas questões que são postas aos demais idosos, porém, esses quando vão para asilos, terminam por viver o autoritarismo da instituição e as práticas pela qual lutaram a vida toda acabam sendo distanciadas.

Na segunda fase desse projeto, seus mentores começaram a receber jovens que queriam ter a experiência intergeracional orgânica. E assim, recebem idosos e jovens para a contruções, cuidados e atividades políticas, culturais e sociais.

Posteriomente eu irei localizar essas informações e oferecer endereços e saber em que pé está esse projeto.

Cito apenas que esse projeto não recebe apenas ex-militantes, na verdade eles nem utilizam a palavra anarquista, preferem que as pessoas vivam as relações, as práticas, se insiram e aos poucos percebam que estão convivendo com anarquistas.

O rótulo, anarquista, autonomista, libertário, socialista...essas palavras não são capazes de dar a dimensão de projetos intergeracionais coletivos. A velhice retira de maneira mais feroz a autonomia do sujeito do que se imagina. Hora mais premente para se unir e acabamos não vivendo nem uma pequena parte de nossas lutas.

Que seja ao menos em um momento de nossa velhice!


O Filme de Graldine Chaplin !" E se vivessemos todos juntos" serviria bem a esse debate:

Sinopse e detalhes

Annie (Geraldine Chaplin), Jean (Guy Bedos), Claude (Claude Rich), Albert (Pierre Richard) e Jeanne (Jane Fonda) são melhores amigos há mais de quatro décadas. Enquanto os dois primeiros e os dois últimos são casados, o do meio é um tremendo solteirão convicto, que não se cansa de aproveitar a vida. Quando a saúde deles começa a piorar e o asilo se apresenta como solução para um deles, surge a ideia de todos morarem juntos. Mas a novidade acaba trazendo a reboque algumas antigas experiências, que irão provocar novas consequências na vida de cada um.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Porque a Geografia Crítica deve se tornar Anarquista!



Se todos caminhamos na mesma direção, como saberemos se há outra??

Porque a Geografia Crítica deve se tornar anarquista!

Why A Radical Geography Must Be Anarchist
Simon Springer
Department of Geography, University of Victoria
simonspringer@gmail.com
OBS: Encontrei esse texto completo por acaso. Faz algum tempo que me intriga a falta de geógrafos brasileiros que assumem o anarquismo como pressuposto. Depois de contactar prof. Simon Springer verifiquei ser interessante divulgar esse artigo de fácil acesso na internet. Há entre os estudiosos aqueles que lançam mão de ideias profundamente anarquistas, mas evitam se auto rotular. Simon Springer parece ser o mais ousado em forçar a barra com marxistas, autonomistas e geógrafos críticospara dizer que há um campo vasto no anarquismo que os abrigaria com maior vitalidade. Aqui eu incluo o resumo e a conclusão do artigo numa tradução repleta de precariedades, mas que sei que essas palavras ainda que mal compreendidas por mim e por isso ladronas de sentido, poderão alimentar em estudantes o desejo de estudarem e avaliarem suas práxis. Com essas ressalvas vou dando prosseguimento para entender por qual razão o anarquismo epistemologicamente é rejeitado na geografia ou meramente e pitorescamente utilizado como birra ou por serem engraçados tais pressupostos.
Mal traduzido por mau: Antonio Sobreira
Resumo:
Geógrafos radicais têm se preocupado com o marxismo por quatro décadas, em grande parte, ignorando uma tradição anarquista anteriormente que prosperou  um século antes de a geografia radical ter se reivindicado como marxista na década de 1970. Enquanto o anarquismo foi considerado e utilizado como sinônimo de violência ou ridicularizado como um projeto meramente utópico. No entanto, é incorreto assumir anarquismo como um projeto, ao contrário do que reflete o pensamento marxista. O anarquismo é mais apropriadamente considerado um processo multifacetado que perpetuamente se desenrola através das geografias insurrecionais do cotidiano e da política prefigurativa de ação direta, ajuda mútua, e associação voluntária.Ao contrário de estágios históricos do marxismo e imperativo revolucionário, o que implica um estado final, o anarquismo aprecia o dinamismo do mundo social. Ao reclamar um direito anarquista em renovar a geografia radical, parte se do fato que as divisões entre o marxismo e o anarquismo são como dois socialismos alternativos, em que a igualdade de posições anteriores, no primeiro torna-se um flerte permanente com autoritarismo, enquanto o último se maximiza igualitarismo e a liberdade individual, considerando-os como mutuamente complementares.

A maior descoberta da nossa geração é a de que os seres humanos podem através de seus pensamentos alterar suas atitudes. Como você pensa, tal você será. - William James (citado em Johnson e Boynton 2010: 19)
Se você construiu castelos no ar, seu trabalho não está perdido; estão onde deveriam. Agora coloque as fundações sob eles. - Henry David Thoreau (1854/2004: 248)

Geógrafos Radicais fariam bem em retomar o anarquismo por sua uma vitalidade e filosofia que está faltando nas análises marxistas, que continuam a alimentar  ideias-como vanguardismo e a ditadura proletária já de longa data.
Talvez, devido a textos como A Crítica da Vida Cotidiana (Lefebvre 1958/2008), que tiveram profunda influência sobre os situacionistas, Edward W. Soja perguntou certa vez a Henri Lefebvre se ele era um anarquista. "Não! Não agora!", respondeu ele, e quando perguntado sobre o que ele era naquele momento, Lefebvre respondeu: "Um marxista, é claro ... de modo que nós podemos nos tornar anarquistas em algum tempo no futuro "(citado por Soja, 1996: 33).
Assim, apesar do grande impacto que teve sobre a maior trajetória marxista autonomista, a resposta de Lefebvre exemplifica a política de espera que significa o marxismo tradicional. É uma atitude que reside no corpo em decomposição do vanguardismo e sustentar apenas o fruto murcho de uma ideia que tem sido, em numerosos ocasiões, comprovada completamente podre. A vanguarda é uma cifra para uma nova ditadura, um ardil que de tão poderoso cega os seus próprios defensores.
"Nosso vanguardismo será diferente ", eles dizem a si mesmos: 'Vamos fazer as coisas direito, desta vez, não somos como o Bolcheviques ou o Khmer Vermelho, e o eventual desaparecimento da nossa temporária autoridade será assegurado. Mas o problema não se localiza tanto na sinceridade ou na falta desse sentimento; o problema repousa na ideia em si. O marxismo não aceita a ideia de que nós não podemos libertar um ao outro, só podemos nos libertar, e por isso coloca sua fé em um proletariado liderada por uma vanguarda que reproduz inevitavelmente aquilo que era contra. Faz isso precisamente porque emprega a mesma metodologia distorcida do opressor, colhendo o que semeou através de sua dependência de autoridade. Stirner (apud Kalyvas 2010: 351), reconheceu a insensatez de um agente externo sendo responsável por libertação individual quando ele sugeriu: "Quem deseja a liberdade deve tentar se tornar livre. Liberdade não é um presente de fadas que cairá no colo de um homem [sic] ".
Assim, até que chegue o dia em que se possa encontrar individualmente a coragem de livrar a imaginação das prisões do vanguardismo e da hierarquia, o espectro do autoritarismo continuará a assombrar nossas organizações políticas e as relações sociais, infectando-as com sua violência. Nossa atuação, literalmente, constrói o mundo (Butler 1997). Os papéis que desempenhamos e os roteiros que seguimos definem os parâmetros de possibilidades. Mas quando nos aventuramos para o reino da improvisação, o marxismo tradicional recua com o mesmo sentimento de horror que o do capitalismo. Há uma ordem racional que deve ser seguida em ambas as ideologias, e aqueles que se recusam jogar pelas regras do jogo por ativamente rir na cara de autoridade são evitados por sua bravura, ou pior, silenciado através do ridículo, a prisão, ou mais hediondo de tudo, a execução.
A Geografia Crítica contemporânea precisa de estímulos corajosos, precisamente porque ela permanece indiferente, cética, e até mesmo hostil para com as não-convencionais imaginações geográficas que estão fora de uma análise marxista tradicional. Consequentemente anarquismo, como uma alternativa ao socialismo marxista, permanece praticamente ignorada pelos geógrafos humanos contemporâneos.
Quando o anarquismo é considerado ou é utilizado como sinônimo de violência e caos ou ridicularizado como um projeto irremediavelmente utópico, isso o faz ostensivamente incompatível com a "realidade" ou qualquer aplicação prática. No entanto, é incorreto assumir o anarquismo como um projeto, que isso reflete o domínio do pensamento marxista.
O anarquismo, como tentei demonstrar, é mais apropriadamente considerado um processo em contínuo desdobramento, um meio sempre mutável sem fim que é perpetuamente prefigurado por meio da ação direta, ajuda mútua, adesão voluntária e auto-organização. Ao contrário de estágios do marxismo da história e seu imperativo revolucionário, que implica uma política de estado final, o anarquismo é uma filosofia política que valoriza plenamente a dinamismo essencial do mundo social.
Como tal, o que explica a passagem da atual condição de miasma neoliberal para um futuro emancipado é o problema do pensamento utópico, não o de um "anarquismo sem fim” que descrevo sendo o que abandona qualquer pretexto de alcançar uma sociedade completamente livre e harmoniosa no futuro, mas que ao em vez disso se concentra em mediações de práxis anarquistas e de uma política prefigurativa de ação direta no presente.
A história tem demonstrado claramente que a revolução apenas introduz novas formas da tirania e, consequentemente, eu defendo uma distinção entre insurreição permanente, que apoio e me afasto do preceito da revolução final. Isso não é argumentar que os sonhos de um futuro melhor são um componente insignificante do pensamento anarquista, como de fato a política prefigurativo abraça a noção de um mundo alternativo melhorado. Em vez disso, eu quero sugerir que o anarquismo, como um processo e não um projeto, é capaz de conceber a utopia em termos que permitam a revisão perpétua através de sua atenção para prefiguração e o fato de que nós sempre e apenas viveremos nossas vidas no aqui e agora. Pode-se dizer que o meu argumento apresenta uma versão antiga do marxismo, e certamente é a variante tradicional do marxismo que é o foco da minha crítica, mas diante de Todas as revisões 'pós' que ainda estão sendo feitas, por que não fazer uma pausa e refletir sobre como esta o número de artigos recentes de geografia humana que assumem acriticamente anarquismo para afirmar que ele equivale à violência, caos e desordem, o que é desanimador.
Para uma pequena amostrai, a partir da última década atividade de adesão em apêndices e alterações que muitas vezes simplesmente traz o marxismo mais perto ao anarquismo, e seria este o caso com os autonomistas? Além disso, o que a história nos ensinou sobre a implementação das ideias marxistas em larga escala? "A tentativa de resgatar a Marxismo de pedigree, enfatizando o método sobre o sistema ou pela adição de 'neo' a um palavra sagrada ", Bookchin (1986/2004: 112) escreveu:" é pura mistificação se todo sistema de conclusões práticas contradizerem categoricamente esses esforços". E, no entanto este é o local exato onde a investigação geográfica marxista se encontra hoje.
Os escritos de Marx sobre relações de commodities, alienação, e em particular a acumulação de capital ainda são exegeses brilhantes que inspiram um grande número de geógrafos radicais, inclusive eu. Não há dúvida de que o marxismo oferece uma interpretação luminosa do passado, mas o que ele tem para oferecer ao presente e ao futuro é enganador, dadas as políticas de identidade fragmentada que existem em nosso mundo contemporâneo, onde a noção de um proletariado universal é pura ilusão.
Protestos anticapitalistas e antibelicistas tornaram-se cada vez mais difusos nos recente anos, onde as afinidades e solidariedades que são indicativos de partida para o surgimento de novas formas de política emancipatória, rompem com a tradicional categoria de classe do marxismo da (Newman 2007). Enquanto a academia se apega ao marxismo, ele perdeu seu apelo na rua, após ter sido ofuscado dentro de momevimentos sociais contemporâneos, que são agora largamente inspirados nos princípios anarquistas de associação voluntária, igualitarismo, ação direta e democracia radical (Epstein, 2001). E geógrafos ainda radicais continuam a agarrar-se o marxismo, devido talvez a uma profunda afinidade dentro da academia que anarquismo nunca poderia reclamar.
Graeber (2007: 303) comenta que esta circunstância é um reflexo do espírito de vanguarda da própria academia, onde o marxismo era, afinal, inventado por um PhD, enquanto o anarquismo nunca foi realmente inventado por alguém como "nós somos de falar menos sobre um corpo de teoria do que de uma atitude". Não tenho grandes dúvidas com autonomistas marxistas, além do que é aparentemente um falta de coragem para simplesmente chamar sua ideias anarquistas, já que estas tem sido as mais autônomas no domínio socialista é o que tenho pensado esse tempo todo. No entanto, esse medo é algo compreensível, dado que a maioria dos acadêmicos continuam a não ter a menor ideia do que é o anarquismo.
Há centenas de geógrafos marxistas acadêmicos de várias formas, listras, tamanhos e tonalidades, mas quase ninguém está disposto a chamar-se abertamente um anarquista por medo do ridículo. O anarquismo é, mesmo dentro da academia, continuamente, desmentido pelo mais grosseiros estereótipos, onde a sua simples menção invoca uma imagem acrítica e reacionária de desordem e violência. Entre uma multidão de intelectuais que se orgulham dar atenção a detalhe isso é cansativo, e já era evidentemente cansativo mais de um século atrás, quando Reclus (1884: 627) escreveu: Oradores sobre temas sociais e políticos acham que o abuso de anarquistas é uma passaporte infalível para o favor público. Cada crime concebível é colocado para em nosso encargo, e opinião, demasiada indolente para saber a verdade, é facilmente convencível de que a anarquia é apenas outro modo de nomear a maldade e o caos. Oprimido com opróbrio se levantou com ódio, somos tratados pelo princípio de que a forma mais segura de enforcar um cão é dar-lhe um mau nome.
Geógrafos radicais pode fazer melhor. É mais do que tempo para coletivamente olhar novamente para o que nós pensamos e sabemos sobre o anarquismo para começar a explorar a horizontalidade, rizomática organização e descentralização do poder que o anarquismo oferece para que pudéssemos aí adquirir uma maior valorização para o que já está acontecendo ao nosso redor a partir de as ruas do Cairo para as demais comunidades em bloco. As geografias de ação direta, ajuda mútua e política prefigurativa exigem nossa atenção precisamente porque estamos olhando-as no rosto diariamente, mas quase sem reconhecê-las para que servem.
Toda vez que você tem convidado amigos para o jantar, cortou o gramado do vizinho, pulou um dia de trabalho, cuidava filhos de seu irmão, questionou o Professor, cedeu tua vez no trânsito desconsiderando a sinalização, ou retornou um favor, você, talvez inconscientemente, está envolvido em princípios anarquistas.
Infelizmente velhos hábitos custam a desaparecer, e em seu último livro Harvey (2012b: 69) despreza o que ele chama de 'ingênuo' e 'gesticular esperança' de pensar descentralizadamente, amentando a forma como o termo "hierarquia" é "virulentamente impopular com grande parte da esquerda estes dias".
Em ondas de mensagens altas e claras: como se atrevem anarquistas (e autonomistas) tentarem conceber algo diferente e novo, quando deveríamos estar pisando sobre as águas no mar de ideias gastas de ontem.
Em sua assertiva, o que Harvey (2012b: 80), talvez não reconheça é que ele não está apenas negando "alguma concordância mágica"; ele também nega as próprias possibilidades de espaço, com suas histórias indeterminadas tão longe e retrocedendo continuamente horizonte (Massey 2005), as possibilidades que uma vez ele argumentou de forma apaixonadamente em favor (Harvey, 2000).
Lefebvre (1991) demonstrou como as nossas produções sobre o espaço refletem diretamente de nossas visualizações, e que todas as materializações e administrações do espaço que pdoemos adquirir não pode ser separada da maneira como pensamos sobre geografia, precisamente porque o pensamento produz ação.
Para anarquistas, "não há diferença entre o que fazemos e o que pensamos, mas há uma contínua inversão da teoria em ação e ação em teoria "(Bonanno, 1996: 2). Como nós pensamos, como agimos, como se escreve, isso define o que somos para descrever a terra com a caneta de nossas esperanças e sonhos e não apenas para esboçar uma ilustração sem materialidade. É nossa constituição refratária contra o mundo em que vivemos que nos transforma nossa personalidade.
É por isso que a geografia radical deve ser anarquista, pois em sua anarquia não vem caos e destruição, nem hierarquia e vanguardismo, nem alienação e exploração, mas novas geografias de organização, a solidariedade, a comunidade, a afinidade e oportunidade.
Esta é uma "magia" que eu tenho que acreditar, porque ao recusar o seu encanto alimento a pira funerária da política emancipatória e cedemos à insanidade do governo. "Anarquismo não é uma fábula romântica", disse Edward Abbey (1989: 22), "mas o realização teimosa, baseada em cinco mil anos de experiência, de que não podemos confiar a gestão de nossas vidas aos reis, sacerdotes, políticos, generais, e ao conselho de comissários ". E assim eu sou um anarquista, é claro, de modo que, aqui e agora, outra mundo torna-se possível. Os fundamentos estão ai postos.


i Ver Watts 2004: 209; Dahlman e Ó Tuathail 2005: 578; Herodes e Aguiar 2006: 430; Johnston 2006: 287; Hooper 2008: 2563; Wilford 2008: 653; Byrne e Wolch 2009: 746; Hastings 2009: 214; Raeymaekers 2009: 57; dez Bos 2009: 85; Shirlow e Dowler 2010: 389; Mohaghegh e Golestaneh 2011: 490; Hagman e Korf 2012: 207; Lim 2012: 1352; Malm e Esmailian 2013: 486.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

REVISTA VEJA PAUTANDO A EDUCAÇÃO! Só por 52 milhões dos TUCANOS



Extraído do Blog VIOMUNDO



Nesse artigo publicado no blog VIOMUNDO será possível ver a intima relação das publicação da ABRIL e sua avidez por verbas públicas dos Governos TUCANOS para se manterem.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/namaria-2.html

NaMaria: Veja dirigiu a educação pública brasileira nos governos tucanos; a de São Paulo, até hoje. Descubra como


publicado em 1 de outubro de 2014 às 11:51

Para isso, as publicações da ABRIL começaram a pautar a educação do Brasil e infestar o país de um discurso que facilitou as principais reformas na educação.

Nem mesmo o Governo PT conseguiu se livrar desse domínio iniciado na década de 1990 para garantir lucros da ABRIL através da compra de suas revistas: Veja, Nova escola, Recreio..entre outras.

A raiva desse emprensa dos movimentos pela democratização do debate sobre a educação é tão intensa e tão voraz que a colocou como carro chefe da interrupção de muitas inciativas legítimas.

Nesse artigo do BLOG VIOMUNDO faço destaque para a dissertação de mestrado na UNESP de Araraquara, do Geraldo Sabino Ricardo Filho, chamado dissertação lcom o link: A boa escola no discurso da mídia – Um exame das representações sobre educação na revista ‘Veja’ (1995-2001)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Filme: Christiania - 40 Anos de Ocupação, 2014

[EUA | Dinamarca]
 
[Christiania - 40 Anos de Ocupação conta a história do “estado livre” de Christiania, uma comunidade ocupada com 40 anos de idade em uma base militar abandonada no coração da capital da Dinamarca, Copenhagen.]
 
A p r e s e n t a ç ã o:
 
Christiania nasceu em 1971, quando o idealismo jovem e uma severa escassez de moradia incitaram centenas de jovens a “invadir as portas” e reivindicar 85 acres de desertas construções de tijolo, madeira, muralhas e canais como seu lar. Considerando politicamente impopular despejar os jovens colonos, o governo dinamarquês declarou Christiania como uma “experiência social” de curto prazo.
 
Com liberdade para experimentar, construíram uma cultura distinta baseada em consenso e uma próspera economia de restaurantes, bares, indústrias caseiras e venda aberta de haxixe. Em todos os aspectos, Christiania se tornou uma alternativa que desafia, inspira e amedronta a sociedade do lado de fora.
 
Em 26 de Setembro de 2011, Christiania celebrou seu 40 aniversário, e lançou uma ambiciosa campanha para comprar parte das terras e prédios, e arrendar o resto do governo dinamarquês. Se conseguirem atingir sua meta de 76 milhões de coroas (aproximadamente 13 milhões de dólares), Christiania estará no rumo de ser uma legítima, embora alternativa e auto-organizada, comunidade.
 
Christiania - 40 Anos de Ocupação explora esta jornada de diversas perspectivas; de moradores de longa data, a oficiais de polícia e do governo que tem sustentado a legalidade da ocupação de Christiania.
 
Para ver o trailer do filme clique aqui: http://vimeo.com/98800342
 

sábado, 27 de setembro de 2014

Odeio todos meus ex-professores! Mas tem cura!




Desenho de Francesco Tonucci, FRATO - "La maquinaria escolar

Tenho alguns ex-estudantes que após 10 anos sem contato ainda me procuram para saber da vida e me falando como nossas conversas foram importantes.

O NJ me lembrou que um dia disse que se o curso universitário escolhido não fosse do agrado, que mudasse! NJ fez geografia e mudou para comunicação. Hoje trabalha com imagens e está seguindo a vida profissional e é entusiasta das religiões afro.

RD era hostil a sua classe, negativo em sua vida. Hoje estuda em país outro, fazendo mestrado e me contou que entre as conversas sobre estrangeiro que tivemos uma chamou sua atenção, a de que jovens na Europa tem acesso a entrar em operas e concertos, nem que seja para ficar de pé. Essas conversas não aulísticas serviram mais que eu imaginava.

RC construiu-se designer de interiores, sempre era radiante de felicidade e ainda é, mas chateia-se com as amigas que condenam a função do bolsa família.

PH da qual fui professor por curto tempo me busca e agradece eu puxar a orelha dela e de uma aula de campo nas ruas em volta da escola. Curte biologia, já começou trocentos cursos e adora as artes e finalmente será bióloga.

LN me disse que eu fui sua inspiração, está fazendo concursos para ser professor universitário e me falou da importância para ele desejar ser professor, embora as vezes sala de aula seja duríssima.

Poderia falar de mais uns tantos desses!

Sei que irei esbarrar com ex-estudante de direita, conservadores e estagnados. No entanto, quando fazia as aulas, só pensava em fazer as ideias serem maiores possíveis, principalmente por ter odiado todos os professores que tive no final da ditadura militar e que pouco tocavam na realidade do Brasil e com a inquietação juvenil que eu esboçava da maneira possível.

Então eu digo, quando você estiver emputecido com a sala de aula, escola, salário e com o aparente improgresso, involução, dureza das práticas docentes e hostilidades de todos tipos....a despeito de tudo....as vidas dessas pessoas são maiores que nossas expectativas!


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Ser primeiro para depois ter! Pilar da educação e autonomia!



Paulo Freire, Tolstoi e Gandhi  são tomados como anarquistas pacifista

Na Inglaterra e Espanha o livro  de Freire Pedagogia da Autonomia é muito respeitado por anarquistas e tem sido descoberto recentemente de um público europeu mais amplo de 10 anos para cá.

Numa escola de liberdade, de autonomia, de felicidade, filosóficas, misticas, socialistas e anarquistas é comum ouvir a frase:

"A criança e jovem tem que ser primeiro, para depois ter"

Isso, desde sempre e mais consistentemente a partir ods 7 anos de idade.

A autonomia radical começa com práticas assembleístas, com diálogos intensos e sem a inquietação com metas neuróticas de alfabetização e outras demandas diretivas..

Ser ou se entender como um ser em si, que embora em movimento, já é o trabalho mais precioso a se propiciar.

Em escolas formais, algumas crianças sobrevivem e já são por si mesmas. No entanto, a escola formal tenta criar um sujeito educando que precisa Ter., quer dizer: ter disciplina, organização, conhecimentos, informações, saberes e fazeres que a distancia de si mesmas.

Ela precisa TER primeiro para depois SER!

Quando esse jovem se confronta com a vida adulta e suas exigências, dos pais, mercado e do controle social....ele tem um monte de conhecimento...

MAS é um desconhecido de si mesmo!
E não sabe SER!
e às vezes....
Teme especular o que deverá e pode SER!?!?!!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

História do primeiro Japonês que eu conheci!



Dan foi a primeira pessoa de origem nipônica que vi na minha vida em Leopoldina-MG em 1970 além do UltraSeven e UltraMan (aqueles seriados japoneses de monstros gigantes mal feitos que sempre quase matam os heróis antes de morrerem). Sempre me preocupei com os japoneses mortos por aqueles monstros.
Na minha infância eu soube de um acidente com a família de Dan que ceifou a vida da esposa e de um dos filhos. Ficou ele e dois filhos.
Ao longo da vida eu soube que ele produzia legumes. Creio ele ter sido da leva dos japoneses que participaram da revolução verde no Brasil. Embora tenha migrado na década de 1960.
Com 18 anos eu tive contato com Dan para criar abelhas no sítio dele. Nessa época ele vivia com uma camponesa e criava rãs, que alimentava entre outras cosias com minhoca californiana e criava peixes de aquário. Em uma de nossas conversas disse que queria desde jovem vir ao Brasil e o pai dele disse que sim, desde que ele fizesse um curso superior. Tornou-se agrônomo e partiu para o Brasil.
Isso era 1989, um dia ele contou outra história: Antônio! O cavalo quando é novo pode quebrar o casco que ele se forma rapidamente, mas quando ele fica velho, o casco não se quebra mais, pois a recuperação é mais lenta. Eu nem sei se casco de cavalo racha?
Mas na época eu tive impressão de que ele me dizia que não estava mais na idade de refazer a vida e queria que ela se solidificasse.
No final de 2012 eu o reencontrei. Queria vê-lo e dizer dessa história que carreguei comigo por mais de 20 anos.
Inicialmente me contaram amigos que Dan tinha voltado para o Japão. Depois me disseram que ele já voltara para Leopoldina e participava da feira de produtores da Emater.
De fato o encontrei. Ele mudou-se para o Japão alguns anos depois de minha partida em 1991 para auxiliar o pai, que reza a lenda era um reitor de universidade no Japão, mas nunca perguntei se era verdade. Viveu por 16 anos no Japão, sendo 10 anos cuidando do pai até seu falecimento. No últimos seis anos antes do retorno em 2010 ele trabalhou numa escola pertencente aos brasileiros como motorista do ônibus escolar.
Ele me contou que os proprietários não sabiam japonês e ignoravam as documentações governamentais. Ele os auxiliou a organizar as papeladas, pois era o momento que a crise já expulsava brasileiros para o Brasil e muitas escolas se fechavam. Até ofereceram um cargo de mais responsabilidade para ele, mas Dan recusou, disse-me: Estou muito velho para ser líder, posso apoiar alguém, mas não tenho pulso duro para tomar as decisões mais difíceis! Continuou a ser motorista.
Dan contou-me que num certo dia comerciante e freguesa num lugar viram o ônibus dele com inscrições em português e começaram a falar que brasileiros éramos assassinos, ladrões e traidores, isso creio eu em decorrência de alguns fatos passado entre brasileiros nessa derrocada econômica de alguns migrantes!? Ele disse que os dois achavam que ele não entendia bem o japonês. Então ele retrucou falando que esses crimes ocorriam também entre japoneses. Nos defendeu!
Eu perguntei se lá, no Japão, era organizado?

- Japão muito né!? Respondeu-me.

Continuei: Dan, você não se incomoda com a bagunça do brasileiro?
- Bagunça brasileiro bom né!? e abriu sorrisão com os dentões dele!
Finalmente contei a história do casco do cavalo para ele!
E ele me disse que nem fazia ideia que tinha contado algo parecido a mim!
Pois, a vida dele deu três reviravoltas e após viver os últimos anos com seu pai, ser motorista de escola de brasileiros no Japão, voltou ao Brasil para vender verduras aos 72 anos em boa forma!
Pena não usar agrotóxico né?! Foram suas palavras ao vender um molho de couve a 0,40 centavos diante de mim!