domingo, 18 de outubro de 2015

Educação Obrigatória e Educação Proibida




E de causar espanto que se diga que a tão defendida democratização da educação pública no Brasil mereça ser atacada como um educação que proíbe a educação.

Tantos educadores incríveis lutaram pela educação em massa, pela escola integral, pela progressão continuada, bem como o Bolsa Erradicação do trabalho Infantil e alimentação nas escolas.

Por muito tempo se defendeu ou se quis insinuar, as vezes em desinformada opinião, outras por preconceito que as crianças pobres no Brasil iam para a escola exclusivamente pela merenda oferecida. Nunca se fez uma pesquisa de fato que provasse isso!

Este vídeo "A Educação Proibida" é extenso, mas pode ser visto picotado, já que o discurso é repetitivo em um sentido de dizer que essa escola, ainda com todas as reformas e esforços docentes, é um sistema autoritário.


Não adianta no entanto falar para os professores, educadores formais, gestores de que nada disso que se pensou ser pela democratização da educação não fez nada além de agravar a falta de liberdade intelectual e política de seus componentes.

A nova reforma educacional agora se pauta no elogiado exemplo da Finlândia. Isso, no que tange ao ensino médio tem sido posto como a solução para a perda de tempo com o que se fez até hoje, preparando as pessoas para serem senhores de todos os conhecimentos esquecíveis que durem até o vestibular.

O vídeo abaixo explica um pouco o que se passa de positivo na Finlândia, principalmente no que tange ao cuidado na formação do professor.


O tal do "qual a utilidade de aprender isso??" muito falado por todos estudantes mais críticos no Brasil é uma piada perto disso. E querem pegar um reclamação legítima com o intuito de acelerar as pessoas par ao mercado de trabalho.

Esquecem sempre de dizer que a Finlândia começou esse processo na década de 1970 e não foi sem um questionamento político severo, quer dizer, não caiu do céu. Esquecem o capital cultural que essa população finlandesa possui, da qual o que os estudante brasileiros acham muito, para eles é assimilado sem esse mesmo desdém.

Este vídeo abaixo fala de um morador de rua de Recife que morava debaixo de um pé de manga e passou num concurso do Banco do Brasil, isso, apenas para dizer como a tarefa de quem descobre que pode e merece estudar não depende de um chicote para  avançar.


Oferecemos pouco e mal feito, como tortura é tortura em qualquer parte, sofrem com o "muito" e inútil que não é nada perto de um estudante que decide e possui autonomia intelectual para decidir seus estudos.

Assim, a parte cretina da crítica à educação obrigatória no Brasil é que ela é despolitizante. Você cria um cenário de que nada presta, de que tudo que se ensina é inútil para dizer que o caminho é focar na profissionalização. Estudo self service...dizendo que é o modelo finlandês, quando se sabe que é uma caricatura.

Concluo que copiar mal copiado qualquer proposta de educação positiva faz parte de um plano para mudar não mudando nada.

Sem democracia radical a escola é um paiol de loucos!

sábado, 8 de agosto de 2015

Alckmin Anarquista ou campeão de burn-out do mundo? A deforma do Ensino Médio de SP


Alckmin Anarquista ou campeão de burn-out do mundo? A deforma do Ensino Médio de SP

 Esta reforma do ensino médio self-service que está sendo encaminhada pelo Governador Geraldo Alckmin cheira a falida progressão automática da qual sempre concordei e da qual nunca vi ser tão deformada de seu original...leia a matéria da Folha indicada no final deste texto.

Uma frase da responsável pela ONG Todos pela Educação deve ser avaliada que sempre serve de justificativa nula ao afirmar que: em todos os países o estudante pode escolher as disciplinas mais próximas de seu objetivo na universidade e outra se diz que mais de 70 entidades apoiam essa discussão. Será quem? Alguém ouviu falar de algum fórum de reforma educacional de São Paulo? Informem a mim, por favor!!!!

Esses exemplos que dizem que em todo mudo já faz...deveria servir para reforma agrária e distribuição de renda, controle de monopólio da mídia e outras benesses....que todo mundo faz, menos o Brasil!

Ano passado e neste ano ainda saíram muitas matérias de jornal falando de como esse sistema funciona na Finlândia. A questão mal se esgotou e já querem reformar ou deformar a proposta original.

Por princípio anarquista não há currículo formal e disciplina, portanto, anarquista não é! Parece, mas não é!

O problema de toda reforma encaminhada pelo PSDB no que tange à educação é sempre foi pela proposta self-service. Bom! Que rebate terá essa reforma para o ENEM?

Minha compreensão é de que sem um debate extenuado e aprofundado o que se quer fazer é eliminar parte do corpo docente de todas as áreas. É diminuir o quadro docente e não tem nada a ver com modernizar a educação.

Eu se fosse um adolescente iria escapar das matemáticas, físicas, biologias, químicas...para me dedicar no último ano ao que me interessa. Nada mal, mas quando você sabe que são essas disciplinas as que mais tem evasão da educação e que os estudantes pobres tem mais carência, se verificará que entre esses, as opções que são poucas podem bem reduzir mais. Esquecem que antes disso, todos que já se desviam dessas disciplinas, como sabem que não irão escolher elas, se desinteressarão mais ainda tornando o trabalho do professor mais árdua ainda. O tal e famoso "já que não vou usar, para que estudar??" Ou não..quem saberá?

Mas como em São Paulo a democracia não vigora, o maior problema da reforma ou deforma não são seus princípios, mas essa prática de não servir da democracia, do conselho estadual de educação e dos demais meios para descobrir a pertinência e impactos práticos disso.

 


Enquanto não tem debate aprofundando....entenda....isso é uma fábrica de desemprego, tudo bem, isso vai reduzir o número de professores adoecidos pelo regime enlouquecedor que o PSDB acomete a profissão docente de São Paulo o campeão de Burn-out do mundo. Saibam!!!!!!



Novo currículo do ensino médio será debatido em SP sob pressão de docente
ADRIANO QUEIROZ

http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/08/1666251-novo-curriculo-do-ensino-medio-sera-debatido-em-sp-sob-pressao-de-docente.shtml


domingo, 17 de maio de 2015

A subjetividade é a navalha que corta com anestésico que não elimina a dor!



É comum que as pessoas imperativas, objetivas e que expressam em vigor suas posições sejam consideradas objetivas, logo, autoritárias.

Tenho refletido que se por um lado as pessoas objetivas e que expressam isso de forma contundente, podem sim serem consideradas autoritárias, por isso contestáveis, as pessoas subjetivas, não imperativas e não contundentes, acabam por desfrutar da irrefutabilidade pétrea.

A irrefutabilidade e a incontestabilidade que se traveste a subjetividade tem sua crueldade implacável, inclusive por não ser compreendida como autoritária.

A passividade é autoritária!

O quietismo é autoritário!

A subjetividade é autoritária!

A indiscutibilidade e a incontestabilidade da subjetividade são autoritárias!

Em nome da fé da intangibilidade do que cada um define como "subjetivo" do sujeito, se faz atroz o autoritarismo por levar a dialética para um nível do diálogo que não há diálogo.

A subjetividade é acachapante!

A objetividade tem autor e a subjetividade é a-autoral.

A subjetividade é um crime por tabela, assim, é mentora do crime das consequências que produz em silêncio.

Entrar para dialogar no campo da subjetividade é como tentar fazer uma Vitória Régia progredir no sertão e um cactus Coroa de Frade viver submerso no pantanal.

O subjetivo é intangível, não delimitado por nada objetivo e claro, por nada palpável....logo incomensurável....

Se você for levado para o reino da subjetividade de alguém, estará fadado ao fracasso.

Lá não há tese, antítese e síntese....o postulado é definitivo...não há defesa..só acusação ou punição automática.

A subjetividade pune absolutamente por sua relatividade.

O ser que te pedirá para que não o entenda, depois te punirá porque você não o entende...

A subjetividade vaga, portanto, nas guildas do bem entender hedonista por um lado..e sádico de todos os lados.

Uma vez comecei a mentir sobre meu signo, já que as pessoas muito subjetivas, tendem a classificar alguém pela objetividade do horóscopo. E me interpretavam qual igual o signo que eu indicasse. Essa é a parte mais cômica das pessoas subjetivas....elas te classificam por uma tabela zodiacal....
- Aaaah! vc é de Touros? bem notei isso isso e aquilo....
- Aaaah! vc é de Libra? bem notei isso isso e aquilo....

Se a objetividade é autoritária...perceptível, condenável e sujeita ao contraditório e até à dialética....a subjetividade é navalha que corta com anestésico que não elimina a dor!

Mas ao fim, a subjetividade é profundamente objetiva!


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Geografias Anarquistas - Revista Antipode -2012







Este número da Revista Antipode de 2012 é dedicado às Geografias Anarquistas. 

Interessante que os organizadores dessa coletânea utilizam Anarchist Geographies que dá para nós duas perspectivas plurais para a palavra geografia e anarquismo.

Fiz a tradução de alguns títulos para caso pesquisadores que desejam ver como os geógrafos anarquistas estadunidenses e britânicos estão refletindo a geografia e o anarquismo.

Quem sabe anime!??

E contem textos com as seguintes provocações:

Apresentação
Olhando o passado/agindo para o futuro
Escrito por Myrna Margulies Breitbart que escreveu na década de 1980 o livro Geografia e Anarquismo sem tradução para a língua portuguesa, mas há em espanhol.

Introdução
Reanimando as Geografias Anarquistas: uma nova explosão de cores.
Por Simon Springer, Anthony Ince Pickerill, Gavin Brow e Adam Baker que são geógrafos autonomistas, anarquistas e pós anarquistas estadunidenses

Artigos

Anarquismo! O que a geografia deve ser!
Simon Springer em alusão ao texto germinal de Kropotkin sobre as geografias

A disseminação da natureza heterodoxa dos Espaços economicos na era da Crise Neo-Liberal: Do Pós- Neo-Liberalismo ao Anarquismo futuro.
Richard j. White e Colin Willians

Presos no passado: Geografias Anarquistas e territorialização.
Anthony Ince

Emoção no Centro da Políticas Radicais: A afetiva estrutura da rebelião e controle.
Nathan L. Clough

Anarquia, Geografia e Movimento
Jeff Ferrell

Radicalizando as relações para e em comum sentido às Geografia: Porque os anarquistas necessitam entender as conexões indígenas da terra e do lugar.
Adam J, Baker e Jenny Pickerill

Pratique o que você ensina: Facilitando o anarquismo fora e dentro da sala de aula.
Farhang Roubani

Geografias Anarquistas e estratégias revolucionárias
Uri Gordon

quinta-feira, 26 de março de 2015

Educação Fordista e pós fordista na Finlândia (anarquistas no método, fascistas no objetivo)


O pós-fordismo precisa de trabalhadores capacitados e adaptados à acumulação flexível, seu saber, seu entendimento de mundo e ético acabam seguindo pela flexibilidade ética....elástica.

Assim, tudo de nobre que se faz na Finlândia, migrada para suas empresas filiais para o Brasil, África, Equador....acabam seguindo a regras do moedor de carne e não da flexibilidade.

Essa educação para o mundo do trabalho, descompartimentada (parecendo evolução) é de fato um argumento bom destinado à uma prática bem questionável.

Te libero da educação iluminista e te coloco na educação self-serviceTudo que antes não fazia sentido, se troca por tudo que faz sentido útil.

Sigo em baixo comentando em vermelho a matéria



http://shifter.pt/2015/03/finlandia-quer-abandonar-o-ensino-de-disciplinas-nas-escolas/

A Finlândia já tem um dos melhores sistemas de educação do mundo, que ocupa as posições de topo na matemática, nas línguas e na ciência dos prestigiados rankings PISA da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. Somente países do oriente, como a Singapura e a China conseguem superar o país nórdico.


Desde que surgiram testes internacionais comparando incomparáveis, essas relações sobre qualidade de ensino servem de faca afiada e auto justificadora de métodos e seus resultados, mas seus resultados se destinam à acumulação flexível  e cirurgicamente teleguiadas a objetivos de mercado Sob esse foco a educação vai bem para quem vai bem nesses testes.



Políticos e especialistas em educação de todo o mundo olham para o país como um exemplo e tentam replicar nos seus sistemas de ensino o sucesso que lhe reconhecem.

Óbvio que sem ter as mesmas condições sociais e econômicas, tudo que se faz ao transportar esses modelos serve para oprimir professores que não possuem as mesmas garantias nem apoio da pressão social. Também Cuba tem sido elogiada, mas nenhuma de suas práticas merece atenção..apenas elogios evasivos. Dizem ser boas, mas não propagam como a fazem ser boa. Por que?


Mas a Finlândia não está a descansar nos seus louros. Está a preparar a maior reforma na educação de sempre, abandonando o tradicional ensino por disciplinas e implementando um ensino por tópicos. Algumas disciplinas principais, como Literatura Inglesa e Física, já estão a ser eliminadas das turmas de 16 anos em escolas da capital Helsínquia.
Em vez disso, os jovens finlandeses estão a aprender por tópicos, como a “União Europeia”, que engloba a aprendizagem de economia, história, línguas e geografia. Num ponto de vista mais profissional, um aluno que queira especializar-se em restauração opta por um curso que inclui matemática, línguas (para clientes estrangeiros), competências de escrita e habilidades de comunicação oral.

Ou seja, nada de uma hora de história, seguida de uma hora de química e de uma hora de matemática. A ideia é eliminar uma das maiores interrogações dos estudantes: “porque tenho de aprender isto?”. No novo modelo finlandês, todos os assuntos leccionados estão interligados e existem motivos práticos para os aprender.
“Aquilo de que precisamos agora é de um tipo de educação diferente que prepare as pessoas para o mercado de trabalho”, explicou Pasi Silander, responsável pelo desenvolvimento da cidade de Helsínquia, ao jornal The Independent, salientando que com os avanços tecnológicos algumas formas de ensino deixaram de fazer sentido. “Os jovens já usam computadores avançados.


Ensino que se faz por caixa sempre foi criticado. Currículos medidos por hora aula também é outra imbecilidade formal. Finalmente se esquece que acesso social à cultura, respeito à juventude e seus direitos formam a inteligência mais que um cabedal inútil de disciplinas. Outro erro é achar que o que se ensina de disciplina compartimentada na Finlândia equivale ao que se faz no Brasil. Finalmente, pegam algo legítimo da crítica e enfiam a ideia de mercado de trabalho. Argumento legítimo, conteúdo indiscutível e objetivo banal e neurótico.


No passado, os bancos tinham muitos funcionários a fazer cálculos, mas agora tudo mudou. Temos, portanto, de fazer as mudanças na educação necessárias para a indústria e sociedade modernas.”

No pós-fordimos há situações que o trabalhador nem precisa saber a língua de seus país ou ter estudado. O pós-fordismo e a sua característica de acumulação flexível só precisa de um executor banal. É a máxima de Ford que dizia o fordismo ser includente, pois, bastava a pessoa ter um braço que já entrava em alguma atividade da cadeia de produção. Agora, sabendo manipular um software qualquer já é um trabalhador.
 
A maioria dos professores sempre leccionou disciplinas individuais ao longo das suas carreias e por isso são muitos os que se opõem a estas mudanças. Não é difícil percebermos porquê: o novo sistema é muito mais colaborativo, forçando os profissionais de diferentes áreas a juntarem-se para definir o plano curricular. Marjo Kyllonen, responsável pela educação na capital finlandesa e um dos autores desta reforma, baptizou o novo modelo de “co-teaching” e assegura que os professores que concordarem com ele vão receber bónus salariais.

O anarquismo pregava a co-educação, educação através de mediadores e não diretiva, união por afinidades e objetivos, por projetos, intergeracional e sem compartimentação do conhecimento, isso na virada do século XIX-XX. Hoje, todas essas práticas inovadoras anarquistas são utilizadas de forma conservadora e dirigida, sob o pressuposto que o mercado de trabalho como sendo o sinonimo de felicidade e de realização pessoal. E dando certo na Finlândia..deverá dar certo em qualquer lugar do mundo, mesmo que lá não tenha as mesmas condições direitos sociais garantidos.

Cerca de 70% dos professores das escolas básicas de Helsínquia ja foram preparados para o novo modelo, de acordo com Silander. “Mudámos mesmo a mentalidade. É ligeiramente difícil convencer os professores a entrar na nova abordagem e a dar o primeiro passo… mas aqueles que o fizeram dizem que não conseguem voltar atrás.”
O novo sistema de ensino finlandês está a ser “testado” em Helsínquia, mas a intenção dos responsáveis da capital é que este seja aplicado em todo o país por volta de 2020.


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Paraíba! Por um território livre da Lei Rouanet! JÁ!



 



CAMPANHA ESTADONACIONAL

Paraíba! 
 
Por um território livre da Lei Rouanet!
 
JÁ!

A lei Rounet nº 8.313 foi criada em 1991, durante o Governo Collor na época que se inicia a redução do papel do Estado na economia e maior presença da regulação de competição de mercado sem intervenção política. A tese que inspirava os defensores dessa lei é que se criaria o interesse do empresários em investir em cultura, assim, partilhando com o Estado o investimento em cultura.

ESTA CAMPANHA NÃO NECESSITA DE ADESÃO,
NEM DE DEBATE DEMOCRÁTICO
OU DE QUALQUER APROVAÇÃO PÚBLICA
ELA JÁ É VITORIOSA!!!
VIVA! VIVA!
VENCEMOS POR DESISTÊNCIA DE TODOS!!!!!!

A Lei Rouanet permite aos empresários ou pessoa física transferir uma parte (4%) do Imposto de Renda devido ao Estado para projetos culturais aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC). Ou seja, a empresa doadora não fica isenta de pagar impostos, mas se reapropria do capital que seria destinado ao pagamento à Receita Federal para servir-lhe à publicidade através do projeto cultural que lhe interessa e que alguns chamam eufemicamente Mecenato.
Na prática os artistas, grupos, produtoras culturais, fundações, associações e empresários encaminham muitos projetos de todos os valores e são avaliados, são solicitadas correções e adequações para sua definitiva aprovação que autorizará os responsáveis irem em busca da captação de recursos das empresas.
Neste momento começam a ocorrer as dificuldades dos artistas de serem recebidos em empresas.
O artista não sabe a quem procurar, quer dizer, se falará com gerente de marketing, setor de sustentabilidade, financeiro, relações públicas, gerente comercial, na matriz ou filial, com o presidente ou dono da empresa!?!?

Os custos de visitação, ligações telefônicas, tempo e impressão de documentos, viagens e até pagar para uma agência captadora ir a busca desses recursos não garantem a captação!

A busca por pessoas física é mais difícil, pois de algum modo se entrará na vida privada da pessoa e em suas contas, dependendo de solicitar aos amigos e mecenas que nunca são suficientes para cobrir as despesas totais do projeto.
A Paraíba não é um território Livre da Lei Rouanet, mas na prática já é livre!

Se se procura na imprensa ou mídia digital, sempre há algum projeto da Paraíba anunciando sua aprovação, mas nunca se anuncia que o projeto conseguiu a sua captação.


A comemoração é moral,
mas não é de fato comemorável!


O Senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) em 2009 fez um discurso no Senado falando da disparidade de investimento da Lei Rouanet e a cita como promotora de um “apartheid cultural, utilizando-se de dados da época que, enquanto o Sudeste recebia 2 bilhões de Reais (79%) em Cultura através da Lei Rouanet, o Nordeste Recebia 700 milhões de reais (8%)1.

Errrr! !!!!!
700 milhões aprovados para capitar!”
Mas não foi captado!
nnnnenhaaaaa!

Isso quer dizer que esses recursos foram captados, essa, é a parte mais importante a ser analisada, mas se sabe que o que é captado ainda é muito abaixo do 8% e concentradamente nas capitais e pontualmente em duas ruas dessas cidades como ocorre nos demais estados.

Na média nacional, se é aprovado um montante, segundo o segmento e proposta se faz captação de no máximo 50% ou bem menos.

A crítica do senador paraibano passa a ser destinada ao Governo Federal da época como sendo o responsável por acentuar essas desigualdades, sem analisar se os números de projetos são proporcionais e se só são reprovados por serem do Nordeste. Acusando o Governo Federal de xenofobia cultural contra todos do Brasil em prol dos sudestinos.
O erro de análise está em denunciar que é o Governo e a política de Estado que é separatista e preconceituosa, mas não as empresas instaladas no Nordeste e demais entes da federação “não-sudetinos” que não se abrem para os proponentes de projetos ou só para eventos de garantida mega visibilidade midiática.
Assim, do que é aprovado não se sabe o que é captado e para onde é captado, caso fosse conhecido, nos mostrará o apartheid empresarial, não o governamental e nem do Estado. O crivo final é das empresas sudestinas, nordestinas, nortistas, sulistas, centro-oestinas e não da política em si e das equipes de pareceristas que aprovam ou reprovam projetos.

A XENOFOBIA CULTURAL não é institucional-estatal, mas sim EMPRESARIAL
e isso inclui de certo modo o próprio senador dono de empresas que não dão exemplo positivo algum no assunto.

Errou o senador ainda em avaliar a Lei Rouanet num recorte histórico sem folego crítico, pois os 8% de aprovação de projetos oriundos do Nordeste, ainda foi um mérito dos governos Lula e Dilma, pois antes a aprovação era substancialmente inferior aos 8%. Reclama, ainda, o senador de uma política de Estado equivocada como se fosse a de um governo que se esforçou para corrigir as discrepâncias e sofreu fortes pressões dos parlamentares para não mudar no que seria fundamental na Lei Rouanet, por isso não a criticou nos governos antecessores tal desvio, mas apenas o fez em 2009 e de lá nunca mas esboçou o mínimo esforço para mudar isso como porta-voz público, eleito e legitimado para faze-lo, caracterizando assim de um casuísmo pontual brutal.
Em outro texto informativo do site http://www.manchetepb.com.br/ em que alguns artistas da Paraíba são consultados sobre as suas dificuldades de elaborar projetos, aprovar e captar recursos recorta-se a seguinte declaração de um empresário do setor de captação afirmando que:

Ricardo Trento é presidente da organização não governamental paranaense Unicultura, que auxilia artistas na captação de recursos. Para ele, o que precisa mudar não é a lei, mas sim a forma de os artistas venderem seus projetos às empresas. Trento acredita que o artista precisa encarar seu projeto cultural como uma pequena empresa, para que possa obter os recursos e se preocupar apenas com sua arte2.

Neste ponto a dificuldade do artista, segundo Trento, é que o artista não sabe “vender” ao empresário seu projeto.

AS PERGUNTAS EFETIVAS SOBRE ISSO SÃO:

  1. O que um artista deve vender?
  2. O que é saber vender?
  3. O que significa um artista tornar seu projeto já aprovado por mérito no MinC e por uma concorrência nacional para captar??
  4. E, por que ele ainda teria e em que convencer um empresário?

Os artistas sabem que na hora desse “vender” pode ser pressionado a fazer coisas por fora do projeto para agraciar aos empresários. Trabalhar mais e expor a marca da empresa mais do que é previsto em Lei e pior ser coagido a dar notas frias a fazer com que parte do capital de “isenção” retorne à empresa, isso, nos casos mais acintosos e que nessas circunstâncias, todo segmento prefere calar-se. 
 
Na era em que todas empreiteiras são arroladas em questionamentos de corrupção, não se pode deixar de suspeitar do que acontece nesse “vender” seus projetos?!?

Como um projeto crítico da sociedade consumista vai ser aprovado por uma mesma empresa que gasta milhões em publicidade televisiva paras pessoas consumirem mais que deviam de coisas que pouco ou nada melhoram suas vidas!?
Cultura popular, de rua, críticas, filosóficas, inovadoras, experimentais, para bairros, para o interior, para comunidades rurais, indígenas, ribeirinhas, litorâneas, da floresta......como esses espaços irão concorrer com Projetos a serem apresentados na Av. Paulista ou zona Sul do Rio de Janeiro?
Um projeto de 1 milhão de reais pode ser mais facilmente captado do que um de 50 mil reais, porque nesse um milhão há perto de 200 mil reais para publicidade em 200 ônibus, vários outdoors, por exmplos de cidades como o Rio de Janeiro que mais de 3 milhões de pessoas irão ler ou passar os olhos, enquanto um projeto de 50 mil reais não fará um efeito publicitário maior do que passar na mídia local espontânea e se for uma empresa ou projeto oponente dessa mídia local, nem isso ocorrerá sem ser pago e ainda, para menos de 2 mil pessoas saberem que marca está por trás do projeto.

Conclusão de nossa vitória antecipada!!!

Esse relato explanatório não se propôs a identificar quantos projetos foram aprovados na Paraíba desde sua criação, nem quantos foram captados e se os artistas se sentiram bem ao executá-los (a palavra é triste, mas alguns projetos são efetivamente suicidados). Isso é um esforço de pesquisa oneroso e urgente. Nesse curto texto se pede atenção para que sejamos capazes de responder tecnicamente às seguintes questões:
  1. A Lei Rouanet é conhecida do empresariado paraibano?
  2. Os artistas tem dificuldade de elaborar projetos culturais para o modelo Rouanet?
  3. Os artistas e demais proponentes paraibanos desistiram de concorrer com projetos à Lei Rouanet?
  4. Quantos projetos foram aprovados e quantos conseguiram captar desde a criação da Lei por proponentes paraibanos?
  5. As leis e incentivos municipais e estaduais da Paraíba tem sido menos hostis e mais favoráveis à produção local do que a Lei Rouanet?
  6. Como sem a Lei Rouanet ou editais públicos, um artista Paraibano sairá do seu território cultural local e será conhecido no Interior, no Nordeste, Norte, Centro Oeste, Sul e Sudeste?

As perguntas finais são inspiradas na fala do Senador Roberto Cavalcanti acima citada de 2009: Se é uma Lei e o Governo precisa executar legalmente uma política, como alterá-la se depende essencialmente do Poder Legislativo abrir, anular ou fazer a lei ser republicana e não depender de crivo e censura de empresas para que aconteçam os projetos?
 
Uma lei que fica restrita a beneficiar com 90% de seus recursos dois quarteirões,
de duas cidades brasileiras...
deve ser uma chacota republicana!!!!!!!!!!??????


Ainda inspirado ou desiludido com fala antiga do Senador: Ter uma festa de São João em Campina Grande como modelo e exemplo de cultura estadual significa entender cultura somente como mega eventos, poutuais, de volumoso público ou de massa?
Esta-se trabalhando através dessa longa argumentação a cultura de acessibilidade, republicana descentralizada sem crivos empresariais sobre o que é ou não financiável! E que essa Lei desapareça brevemente do cenário de incentivos públicos à cultura.
Os megaeventos tem maior capacidade de buscar sustentabilidade do que o “João Sem Nome do Pandeiro” que brinda uma festa de quintal por toda uma noite por R$200,00. Os megaeventos culturais sabem conversar a língua dos empresários e não precisam de uma Lei que se proponha pública para sobreviverem no mercado. Eles são os empreendedores e se entendem sem terem que deformar suas práticas como se exigem tanto que os artistas virem empreendedores capitalistas clássicos.
A Paraíba já é um território Livre da Lei Rouanet, pois o que deveria ser uma política de Estado republicana acaba sendo vítima e fracassada por depender dos gosto e desgosto dos empresários que possuem empresas ou comércio na Paraíba. Pior, se avalia que se essa lei começar acontecer na Paraíba ficará concentrada em João Pessoa e Campina Grande, apenas para mega eventos festivos de alta visibilidade na mídia e sem qualquer compromisso com o relevante acervo cultural do estado como os “ufanistas fingem defender”, discursando cretinamente em prol do “João Sem Nome do Pandeiro”, mas mirando em um palco para 20 mil espectadores por noite durante três dias.

A Paraíba é território livre da Lei Rouanet!

 Já!!!


VENCI NA ÚNICA CAMPANHA QUE ME

LANCEI ATÉ HOJE!

VENCI!

EU VENCI!

1Cf. Discurso Senador Roberto Cavalcanti (PRB), disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IexqxZHKDqA, Acesso 21 de dezembro de 2014

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Outra Educação, além da monotonia acadêmica In CARTA CAPITAL

Outra Educação, além da monotonia acadêmica

Jornadas de aprendizado. Viagens-projeto. Doutorados informais. Mentorias. Como se multiplicam e diversificam as formas de conhecer por meio da experiência elaborada

http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/outra-educacao-alem-da-monotonia-academica-7676.html

Nesse artigo acima há um provocação interessante. Coisa que acontecem há muito tempo.

Essa postura de não ensinar, mas aprender junto tem muito a ver com desescolarização. No caso, de adultos. E é justamente isso que o doutorado informal pode propiciar. Clara Bellar, diretora do filme, fez um desabafo após uma exibição em São Paulo: “quando eu conheci adultos que não foram escolarizados, eu fiquei com inveja, de tanta autoconfiança que eles demonstram! Chega até a agredir. Eles são tão fortalecidos, tão seguros de si”! A jornada do doutorado informal é, no limite, um trajeto de fortalecimento humano, e a heteronomia acarretada pela mentalidade escolar vai sendo pouco a pouco encurtada para dar lugar à autonomia do ser que quer vir a ser.

O que eu percebo importante nesse texto são os pilares da pedagogia anarquista. Sempre retomando! Sempre sendo expostos, mas sem qualquer menção de quem disse isso primeiro foram  os pedagogos anarquistas.

Nesse momento que vivemos sobre a égide das revistas Qualis, Lattes e outras linhas de carreira acadêmica. Um texto quse nulo de sentido apra a academia brasileira, mas é o que todos acabamos fazendo quando queremos aprender algo.