Estive lá em 2008 e é maravilhosa. Todas essas escolas de liberdade, tal como Summer Hill e Escola da Ponte em Portugal tem traços marcantes do pressuposto de Godwin.
"Ninguém pode se dar o direito a achar que deve ensionar algo a alguém"
Esse pressupostos foram mais ardorosamente assumidos pelos anarquistas que se inquietam com a educação.
O que tenho atentado vezes por outra identificar nos sites é uma preocupação com a educação.
Os dizeres são profundamente anarquistas, mas o sentido deles estarem e sites e portais conservadores me chama muito a atenção, em baixo deixo as marcas en negrito vermelho de onde me ponho refletir.
Mas ainda que politicamente forte e interessante, percebam que os problemas que poderão eleger para se inquietar remeterão diretamente ao problema de desigualdade social em realidade de violência e concorrência na cidade de Cotia. Pais bonzinhos e confortáveis críticos da escola pública vão adorar! Boa Sorte!
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-09-08/nao-e-preciso-estar-dentro-da-escola-para-aprender-diz-educador-portugues.html
Ao iG, idealizador da inovadora Escola da Ponte, em Portugal, adianta planos de implantar uma comunidade de aprendizagem em rede no Brasil, a partir de setembro
Há 40 anos, uma escola em Portugal rompeu com as metodologias de ensino impostas a alunos e professores. Aboliu séries, provas, salas de aulas, disciplinas para garantir autonomia de aprendizado e fazer o estudo ter sentido para as crianças e os jovens. A Escola da Ponte fez sucesso, inspirou outros projetos em território português e aqui no Brasil.
A inspiração da Escola da Ponte levará à criação de estrutura mais ambiciosa no Brasil nos próximos meses. Segundo José Pacheco, idealizador do colégio português, no dia 23 setembro, a primeira Comunidade de Aprendizagem do Brasil será lançada. A experiência começará pela cidade de Cotia (SP), onde funciona o Projeto Âncora, já inspirado no modelo português.
Animado e empolgado, o educador português disse com exclusividade ao iG que professores e alunos da escola do Projeto Âncora vão ampliar o que já fazem pela vizinhança. Eles farão pesquisas pela comunidade sobre os problemas mais preocupantes que enfrentam, trabalharão em equipe para encontrar soluções e vão desenvolver os projetos de pesquisa que já desenvolvem longe da escola e na comunidade junto com as famílias e os vizinhos.
“Eles vão criar vizinhança e comunidade de fato. Queremos que essa experiência se transforme em um fórum para ser partilhada com outras comunidades”, afirma. Com isso, outros dois projetos serão lançados juntos: uma plataforma digital de aprendizagem e comunicação e um projeto de transformação vivencial.
Pacheco diz que as plataformas digitais atuais são de “ensinagem e não aprendizagem”. Seu plano é que educadores de todo o país possam utilizar filmes, peças teatrais, materiais, depoimentos e experiências disponíveis em nuvem para construir o próprio conhecimento. Com essa ferramenta, o projeto de transformação vivencial será a formação de professores de todo o país para esse novo modelo educacional.
Sem fórmulas
As discussões sobre a necessidade de mudar a escola tradicional – já numerosas na academia – chegaram aos gestores, que não têm encontrado soluções para tornar a escola mais interessante. Pacheco diz que falta coragem a eles para romper com os modelos tradicionais, apesar do diagnóstico quase consensual entre quem pesquisa educação.
“É preciso fazer algo diferente, insistir no que está errado é sinal de loucura. Mas alguns já tomaram consciência disso e, por isso, nos procuram pedindo ajuda. Há pessoas ligadas ao poder público que já percebem que há outros e melhores modos de fazer educação”, ressalta. Segundo ele, no Brasil, há mais de 100 projetos diferentes que têm a mesma inspiração.
O Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, por exemplo, sempre que pode, repete o bordão de que a escola atual segue as mesmas regras do século 19, atendendo a jovens do século 21 e com professores do século 20. Ideia que Pacheco também defende. Mercadante prometeu apresentar propostas para transformar o ensino médio, mas não as divulgou ainda.
O Projeto Âncora existe como organização sem fins lucrativos desde 1995 e foi criado para levar cidadania a crianças e adolescentes em situação de risco social por meio de atividades culturais, esportivas e lazer. Em 2011, a primeira escola do projeto nasceu. Inspirada pela Escola da Ponte, ela nasceu sem turmas, séries ou provas, atendendo crianças de 6 a 10 anos.
As crianças aprendem por meio de projetos de pesquisa, que elas mesmas propõem fazer. A autonomia e a democracia nas escolhas são essenciais na filosofia da escola. Professores são facilitadores e os trabalhos envolvem diferentes áreas do conhecimento. Todos leem e escrevem com facilidade, estão integrados com novas tecnologias e cuidam da escola.
O aprendizado ganha significado, já que as pesquisas partem de problemas vividos pelas famílias e vizinhos. “O resultado é produção do conhecimento e inclusão social”, afirma Pacheco. Ele lembra que não há “receitas prontas” para esse novo modelo. É preciso criar diferentes propostas que atendam cada comunidade.
“Não há fórmulas. Há uma gramática de elementos comuns em vários projetos existentes. É preciso ter consciência do que se está a fazer”, diz. Provocador, Pacheco pergunta e responde imediatamente: “por que é preciso estar dentro da escola para aprender? Não é preciso”. Para ele, a escola tem de ser “apoio comunitário”.
“Escolas são pessoas e não lugar. Onde houver gente, há escola”, afirma. Seu sonho é que os 300 mil habitantes de Cotia se transformem em atores de aprendizagem na comunidade. Ele ressalta que o custo de um aluno no projeto é menor (cerca de R$ 560 por ano), já que não há livros didáticos pra cada um, uniformes, transporte escolar. A escola é autossustentável (porque gera renda promovendo cursos, visitas, livros) e os professores são muito valorizados.