sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Cinismo no Brasil é diferente do mundo! Faltam tocos de bananeira para se agarrar!



O cinismo como a maioria entende vem  da errônea interpretação do Cínicos da Grécia. Os Cínicos Gregos abriam mão das exigências sociais e do status que isso poderia gera ou virar moeda de troca. O desdém pela propriedade, pelo ego, pela imagem e pelo modo como se deve portar socialmente intrigava tanto, que ao verem um Cínico entrar e comer num banquete de ricos foi condenado a esse termo pejorativo Pessoa Cínica. Não irei delongar nessa depreciação!

No Brasil o cinismo na política é diferente segundo o grau de instrução e de renda ou faixa de interação social. Entre os pobres é famosa a frase “rouba, mas faz!” que é cinicamente utilizada pela direita por décadas se aproveitando do desamparo da classe trabalhadora, que acreditou que se alguém rouba, mas faz gestão pública que este é o menos pior.

O cinismo dos ricos não ousa nem precisa falar de nada disso, já que os meios de produção e replicação de renda são suficientemente garantidos pela ordem das coisas e seria inadequado dizer que gosta de quem rouba e faz, mais do que o que rouba e não faz, já que ganha de qualquer modo nas duas situações e não precisa revelar sua decrepitude moral.

A hipótese de honestidade é descartada! Não há político honesto! Logo, contente-se com  um desses que fez um viaduto, pois outros não o fizera!

Já o cinismo da classe rica é o que se chama hoje de Cinismo Moderno qual explica a frase famosa e anedótica trágica sobre o questionamento da nobreza sobre a falta de pão e que responde: Se não há pão, que comprem brioches! Verdade ou não, bem é assim que percebemos o desdém da classe rica pelas necessidades do povo.

Exemplos não faltam! Vejam:

  • Eles estão sendo soterrados por que construíram casas em áreas de riscos!
  • Nordeste é pobre por que há a industria da seca que vive da ignorância do povo!
  • Se houvesse educação no Brasil, não haveria violência nem fome!
  • Tudo seria melhor se os pobres cuidassem melhor da saúde e de seus filhos!
  • O Estado gasta demais com políticas sociais!
  • Há um déficit na previdência!

                As frases que são refletidas da classe rica em sentido às classes médias e pobres tem efeito que as igrejas comerciais utilizam para preservar a família e destilar o pior e mais doloroso discurso conservador.

                Tudo será superado pela aceitação de deus no coração, pelo trabalho e pelo dizimo que se concretizarão no crescimento das igrejas. Esse cinismo religioso extrai o povo da política e agora o reinsere com seus candidatos pastores ou políticos que disseram aceitar deus no coração.

                O cinismo aprova o roubo “qualificado pelo divino”, no sentido que se aceita um roubo por ser mulher ou homem de deus ou aceita a injustiça se o juiz ou juíza, promotor ou promotora aceitam deus no coração.

                Esse diálogo dos cinismos se completa com a tipificação do cinismo da classe média, que repudia o “rouba, mas faz!” pelo “São todos corruptos!” Essa frase tem um poder de ilustração e de honradez, que é cínica por eliminar qualquer culpa da expropriação e corrupção de empresas ou qualquer capitalista que de fato detenha capital, ainda que seja de um pequenino empreendimento.

                Desse processo se generaliza no cinismo que diz “O povo tem o político que merece!” Assim, a vítima é culpada de ser sua própria algoz. A ignorância do povo é o que faz ele sofrer! Se o povo votasse corretamente não haveria corrupção e só se elege corrupto por que o povo admite a corrupção.

                A classe média engole a fita de corrupção generalizada, não revela a própria e sadicamente diz que tudo é culpa da índole de nosso povo que não sabe votar!

                A junção desses tipos de cinismos que se comunicam intensamente provocou nas eleições de 2018 o ápice do cinismo moderno brasileiro.

                Ai surgem cinismos rebuscados:
  1. O PT que elegeu a extrema direita!
  2. A esquerda não se une!
  3.   Se o PT não tivesse sido corrupto!
  4.  O PT não fez autocrítica!


E a melhor dita nesses dias por bolsonaro (minúsculo p sempre):

A ideologia é maior inimiga que a corrupção, se não combatermos a ideologia irá faltar toco de bananeira para irmos para África ou EUA!

Perguntas:
1)      Combater qual ideologia!?
2)      Por que a corrupção é menos inimiga que a ideologia?
3)      Por que toco de bananeira?
4)      Por que África?
5)      Por que EUA?

Esta frase sintetiza o Cinismo Moderno Brasileiro que soma todos os níveis de cinismo que se produziu no país com essa borra vitoriosa que surgiu da pior das intenções em todos os níveis imaginados em nossa sociedade.

Se somos vítimas de nós mesmos por quê nunca somos herois de nossa própria sorte!
               

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Vaticinações sobre o autoritarismo! Sofrer regozijante!



Há vezes que somos solidários, mas fomos autoritários!

Há vezes que somos percebidos autoritários, mas fomos solidários!

Espera-se o autoritário na agressividade, mas ele vem tão perto da passividade e da mansidão que nem é percebido!

O autoritarismo está quando você quer ser o autor do outro, do coletivo e há vezes que se impõem através da hierarquia.

Demorei a perceber que hierarquia é a menor das manifestações do autoritarismo, embora seja a mais notável após a humilhação!

Anular o outro é tão autoritário quanto se auto anular!

O grito é tão autoritário, quanto é o silêncio!

Ter ideias é tão autoritário, quanto não te-las!

Ajudar demais é tão ruim, quanto é abandonar!

Solicitar pode ser tão nefasto quanto recusar! A recusa pode ser libertadora!

Conservar pode ser libertador! Inovar pode ser castrador!

Ser autor dos outros ou deixar de ser autor de si é autoritário!

Ser autor do outro na escuta, na fala, no silêncio, no sentir, no sofrer e até na felicidade do outros são autoritarismo tão sutis que até agradam! Esses sensorial desapropriado, embarcam muitos!

É, no entanto, sempre difícil ser autor de si mesmo, quanto não ser dos outros!

A reflexão permanente é o único território aonde se pode localizar a integridade de se manter autor sem desautorizar o outro.

Para esse exercício evoluir, todos devem saber até onde, quando, como e por causa de que  razão ou razões se deixa de ser autor de si mesmo!

Nosso cotidiano deveria ser sempre pautado pela Legitima Defesa ao perceber que querer matar tua autoria!

Finalmente, como nos presenteia Wagner Sapgnull: "Tua liberdade irá até onde ampliar a do outro!"

Ou Tua autoria vai até onde a autoria do outro floresce, mas isso pode doer como regozijar!

domingo, 22 de julho de 2018

E tudo começa com a creche privada!



A matéria antiga de 2016, mas serve para refletir como o Brasil é laboratório de um modelo particular de capitalismo predatório. 

Nossos péssimos exemplos servem para o mundo de que a educação é um território imenso de crescimento do capitalismo. Das 8 maiores empresas educacionais de ensino superior 4 são sediadas no Brasil e a primeira é Brasileira em parte.



http://www.sabe.com.br/blog/detalhe/ser-educacional-8a-no-ranking-global-com-valor-de-mercado-de-us483-milhoes

Os dados das creches até o ensino médio do que concerne à educação privada não devem haver paralelo no mundo. Aqui se estabeleceu o maior modelo de mercado educacional do mundo em valores, quantidades e legislativo.

O capitalismo mundial sabe que em países de profundas desigualdades sociais, a classe média quer garantir seu lugar ao sol, sem compreender que abandonar a educação pública está atrasando todo um país.

A educação é obrigatória e é vendida da esquerda para a direita como motor da sociedade. Há um crença tão gigante de que a educação faz pessoas melhores que até esquecem que todas as regras que tamponam o crescimento de países como o Brasil vem de ideias, Leis, regras feitas nos países de melhor educação Mundial.

Não é desprezo aos efeitos da educação escolarizada, mas desprezo à deseducação escolararizada que cria predadores locais e globais.

A esquerda deseja a educação para transformar o mundo e a direita quer para também transformar o mundo. Ocorre que o mundo está sendo transformado num grande poço de merda, bélico e desumano!

Pessoas muito honestas estão insistindo em educação privada no Brasil, fundando um dos maiores e mais nefastos mercados de vidas, consciências e esperanças.

O próximo passo deve ser acabar com ensino médio e o Estado começar a oferecer bolsas como FIES, Prouni e outros modelos para garantir o funcionamento dessas escolas como o SUS sustenta clinicas e hospitais privados do país.

Depois os demais segmentos de uma sociedade de castas, indo contra todo modelo de educação pública de países como Japão, Dinamarca, EUA, França, Inglaterra, Coreia do Sul, Finlândia e etc.

Nossa tragédia é que temos muita gente boa e honesta fortalecendo esse modelo!






terça-feira, 10 de julho de 2018

Reforma do ensino médio foi cortina de fumaça!



Em 2015 e 2016 fomos vítimas de um bombardeio de leis, projetos de Lei e decretos que mudaram ou tentaram mudar marcos legais em todas as áreas de nossa sociedade.

Golpistas foram efetivamente e o Congresso chancelando e dando corpo a esses ataques e guerra de choque, conhecido como Doutrina do Choque!

Um desses choques mexeu com as licenciaturas, tomou tempo e atenção de muita gente, quando a maioria já estava atordoada com outros ataques.

Eu era professor substituto na época e muitos estudantes chegaram a peguntar se valia a pena terminar a graduação. Eu disse que permanecessem, mas que o quadro era desalentador!

Houve debates, fóruns, jornadas e atos, assim como foram produzido artigos favoráveis e desfavoráveis e o modelo furreca se espelhava ou gostava de estar sombreado pela educação da Finlândia, exemplo total de liberdade de aprendizado focado no estudante.

Logo ou paralelamente houve o decreto da PEC do fim do mundo e finalmente sua aprovação.

Desde o início achei os 5 percursos ou linguagens seriam fracassos e não por discordar do princípio de liberdade e autonomia do sujeito, depois desconfiei do prazo de que tudo ocorresse em 2018 e finalmente ficou claro que com a 7 horas diárias obrigatórias que o ensino médio noturno ia desaparecer. E o estudante trabalhador Part Time de baixa renda não ingressaria no ensino médio.

As previsões que fiz era redução de quase 50% matriculados em ensino médio, fuga para escolas privadas e definitiva privatização do Ensino Médio!

A falta de grana para laboratórios, para refeitórios, para adequar as escolas era escassa, embora tivesse dito criarem um crédito específico para isso. Daria certo para cidade acima de 100 mil habitantes, mas para a maioria das cidades pequenas do Brasil iria virar um inferno de inconsistências, exigindo deslocamento ou fracassando os percursos curriculares.

Enfim cortaram os recursos do Pré-Sal e do orçamento vinculado para a educação!

Uma farsa aplaudida por estudantes que detestam a escolarização obrigatória e seus pais preocupados com mercado de trabalho e nada afeitos a entender a formação cidadã como ponto de partida.

Qual a utilidade de aprender raiz quadrada se vou ser historiador? 

Por quê aprender coisa inúteis que nunca vou usar!? 

Essas cantilenas que ouvem por ai há décadas e perduram como tradição de uma leitura da formação utilitária. Assim, criam advogados que não sabem direito, médicos que cuidam de doenças e não da saúde, gente que aprende informática por que não gosta de ler e outras bizarrices de viralatisse e indigência subdesenvolvida!

Bem, como eu imaginei em outros textos aqui, isso era a Doutrina do Choque sem qualquer compromisso!

E não vai avançar nunca com a PEC do teto ou do piso!







sexta-feira, 13 de abril de 2018

Padrão de Subsistência Mínima: Minha Liberdade começa quando amplia a tua! (Wagner Spagnul, 2016)




Este trecho de um livro dos irmão Goodmans nos provoca pensar sobre o que seria a necessidade de cada pessoa mínima para a sua vida.
Esta questão é colocada tanto para os comunistas, socialistas como anarquistas por produzir reflexões do que realmente se deve abrir mão para garantir a liberdade que notadamente vai obrigar a dizer se há um liberdade padrão mínima para todos. Se utilizamos a Frase de Wagner Spagnul: Minha Liberdade começa quando amplia a tua! Que é um revolução copernicana no pensamento moderno hedonista que restringe a minha liberdade onde começa a do outro! Ampliar a liberdade do outro é dolorosamente gratificante! Principalmente por não sabermos o que é sentir livre do outro!






Padrão de Subsistência Mínima 



Por Paul Goodman e Percival Goodman: in Communitas (1947). tradução precária


Qual é o padrão mínimo para que uma pessoa se sinta-se segura e livre e que não precise lutar para obter mais? O problema é sutil e difícil, pois, embora seja um problema difícil como o da saúde, pode ter uma  solução definitiva, como um problema psicológico e moral que depende da superação, e de quem é superado, e as próprias coisas estão sujeitas a alterações boas ou ruins.

O que é mínimo para um mesmo um agricultor do sudeste pode ser desprezado para um índio de Yucatán  (quem, como? Sempre tem outras satisfações a realizar).

Estamos falando sempre de uma tecnologia excedente. Esta tecnologia que pode fornecer todo o tipo de  coisas para todos também podem, de maneira diferente, produzir algumas coisas de poucos tipos acompanhados de um regulamento mínimo de tempo, arranjos de vida e hábitos. Qauantas pessoas estão seriamente empenhadas a dispensar coisas para ter a liberdade que elas também pensam querer?

Quando combinado com liberdade, um padrão mínimo seria muito menor do que o mínimo estimado em  nossa sociedade atual. Vamos dar um único exemplo. Na estimativa de Padrões mínimos de decência e segurança, Stuart Chase, por exemplo, considera indispensável para cada casa ter um rádio, emraão d integração social, especialmente durante uma guerra total. Uma pessoa deve ter comunicações instantâneas (e como desejável ter um caminho!). Mas se o próprio ponto de nosso padrão mínimo é libertar pessoas através de "integração” a rádio é uma conveniência que uma pessoa pode pensar duas vezes sobre ela. 

Outros exemplos de redução ao mínimo "necessário" poderiam ser considerandos como esforço de ter uma aparência decente ou sobre quantos contatos são necessários para se viver numa sociedade caracterizada pela competição.

Por outro lado, quando combinado com liberdade, nosso mínimo é muito maior do que existe em 
uma economia de escassez, por exemplo, a China, onde uma pessoa subsiste em tempo dividido entre 
o serviço para campo ou comuna (e esse padrão também, uma vez que inevitável, é socialmente 
aceitável). Mas se o próprio ponto de nosso mínimo depende de liberar as pessoas para uma escolha 
seletiva de como eles regularizarão seu tempo, mobilidade e independência da localização 
é indispensável.





quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Merlí, Rita, 13 Razões para.... e o Extraordinário


Anarquismo x não anarquismo?* 

A Netflix traz produções de outros países e que ainda eivadas de americanismos  que podem oferecer ora uma visão local, ora uma visão universal.

Separei 4 produções que me fazem raciocinar que possuem uma coisa em comum, a escola, a educação, a sociologia da educação e os sujeitos desse processo, pais, mães, estudantes, entorno social, códigos sociais e doenças sociais.



Merlí é uma produção da Catalunha que possui ares de Sociedade dos Poetas mortos, mas ao fim e ao cabo é autoritário numa escola autoritária, com estudantes com valores morais confusos, narcisistas e pouco afeitos a qualquer colaboração cooperativa, também jovens autoritários. A libido de Merlí provoca uma mistura de asco e de admiração por oscilar entre a franqueza e a trapaça. Ao fim ocorrem superações como numa malhação ou filmes de sessão da tarde. As rupturas são conservadoras. O sistema educacional da Espanha é um misto publico e privado, mas o ambiente é de classe media com algumas pessoas de baixa renda, muito mais deslocados socialmente do que financeiramente. Merlí é considerado anarquista, mas não é!


Rita é uma produção Dinamarquesa com ares mais reais, fracassos como filme de Building (formação/superação). Ela fracassa com os filhos, com a vida afetiva, com algumas situações, mas é sempre combativa num ambiente hipócrita como na Catalunha. Um sentido de justiça que se faz a partir das falhas dos outros e de regulamentos que não se encaixam com a realidade. Todo ato dela é heroico e anti-heróico. A presença constante de um cigarro na mão e uma libido muito liberal e sem culpa é algo notável. A escola é um paraíso no que se sugere ao conceito de disciplina. Parece uma grande comunidade pacífica. Parece uma série para uma classe média resolvida da Dinamarca em que os problemas escolares são quase pitorescos e pontuais. Tachada como anarquista faz o filho desistir de ser punk no exato momento que o pai divorciado o faz perceber que sua mãe é o retrato da maior rebeldia que ele poderá alcançar. Rita quer uma escola justa, melhor e superar as crises econômicas, as reformas educacionais, as formações e reciclagens inúteis que são desagradáveis para uma professora do Condado em Pernambuco ou de outra na Dinamarca. Aliás, dizem que na Finlândia esse papo de reciclagem morreu há 10 anos, pois a formação de base forte e robusta tornou desnecessária com a obrigação e todos os professores terem mestrado. Rita não é anarquista, embora tenha ar de progressista, tanto Rita quanto Merlí são auleiros estimulantes. O preconceito, fofoca, puxadas de tapetes com certe elegância na Dinamarca e mais escrachado na Catalunha dão o tom de sistemas de pouca liberdade.



A série  “13 Reason why....” (EUA) migrou de apologia ao suicídio à prevenção de vidas e cada um que escolha. Todas essas escolas possuem o padrão valentão, sabido de informática, o atleta, o desprezado e as tribos excludentes e auto excludentes. Neste sentido a sociologia narcisista da Catalunha é até amorosa perto da escola estadunidense. Igualmente a Rita Merlí e Why...filhos únicos, pais egoístas e profundamente centrados na superficialidades que esses filhos cultivam sobre a vida. O fato de aqui o bulling e o suicídio estarem diretamente associados, quando isso nem é regra geral para definir o drama e nem explicar que o suicida jovem precisaria de bulling para cometer suicídio. A sociologia dessas escolas é de uma imposição e sociabilidade sem compaixão, forçada, sem verdade, hedonismo em medida tamanha que só esconde uma baixa autoestima generalizada. Por que se matar é quase uma revelação de que na escola estadunidense todos são suicidas sobreviventes.




O extraordinário (EUA) difere de todos esses no enfrentamento da sociologia escolar. A família possui elos afetivos mais nítidos e o medo do bulling é quase preventivo decorrente da estética do protagonista mirim. Ele é uma superação num sentido de romance de building, mas contém um elemento político que os demais filmes de escolas e educação não possuem. A criança não supera o bulling por razão e professores heroicos, por superações e valentia pessoal. Neste filme sem propósito anarquista acaba sendo o mais anarquista quando o diretor é obrigado a penalizar os pais provocadores da situação de preconceito nos filho. O filho que gerou bulling é teleguiado por pais ardilosos. Esse aspecto é até revelado em alguns desses filmes e seriados. Há até arrependimentos tardios. No entanto, chama-me a atenção para o fato de que o diretor se respalda na Lei de proteção à infância, sem bravatas é a política pública que protege o indivíduo da agressão social. Não se pode ter uma sociedade pautada em heroísmos e esforços individuais, mas pautados em normas, regras e ações concretas que independe da moral do sujeito. Não se pode ter bulling por regra e não por demanda. A política pública contra a tirania e não o indivíduo se defendendo da sociedade tirana.


* É sempre bom lembrar que o anarquismo não rege sobre falta de regras, mas sobre regras que não fazem falta. Uma sociedade sem hierarquia é socialista e o socialismo não age na lógica de que a minha liberdade termina aonde começa a do outro (esse é um pressuposto liberal burguês), mas a minha liberdade começa quando eu ampliar a liberdade do outro. 
Trocando em miúdos nas sociedades socialistas a auto-repressão é um exercício de ampliar liberdades e não delimitá-las. E dai que se confunde que a anarquia é ausência de poder. Anarquia é ausência de chefes, intermediários, escravos e da submissão e de submeter outros. Por isso a autonomia do sujeito, antes da revolução, processo antes da ruptura.