Em 2015 e 2016 fomos vítimas de um bombardeio de leis, projetos de Lei e decretos que mudaram ou tentaram mudar marcos legais em todas as áreas de nossa sociedade.
Golpistas foram efetivamente e o Congresso chancelando e dando corpo a esses ataques e guerra de choque, conhecido como Doutrina do Choque!
Um desses choques mexeu com as licenciaturas, tomou tempo e atenção de muita gente, quando a maioria já estava atordoada com outros ataques.
Eu era professor substituto na época e muitos estudantes chegaram a peguntar se valia a pena terminar a graduação. Eu disse que permanecessem, mas que o quadro era desalentador!
Houve debates, fóruns, jornadas e atos, assim como foram produzido artigos favoráveis e desfavoráveis e o modelo furreca se espelhava ou gostava de estar sombreado pela educação da Finlândia, exemplo total de liberdade de aprendizado focado no estudante.
Logo ou paralelamente houve o decreto da PEC do fim do mundo e finalmente sua aprovação.
Desde o início achei os 5 percursos ou linguagens seriam fracassos e não por discordar do princípio de liberdade e autonomia do sujeito, depois desconfiei do prazo de que tudo ocorresse em 2018 e finalmente ficou claro que com a 7 horas diárias obrigatórias que o ensino médio noturno ia desaparecer. E o estudante trabalhador Part Time de baixa renda não ingressaria no ensino médio.
As previsões que fiz era redução de quase 50% matriculados em ensino médio, fuga para escolas privadas e definitiva privatização do Ensino Médio!
A falta de grana para laboratórios, para refeitórios, para adequar as escolas era escassa, embora tivesse dito criarem um crédito específico para isso. Daria certo para cidade acima de 100 mil habitantes, mas para a maioria das cidades pequenas do Brasil iria virar um inferno de inconsistências, exigindo deslocamento ou fracassando os percursos curriculares.
Enfim cortaram os recursos do Pré-Sal e do orçamento vinculado para a educação!
Uma farsa aplaudida por estudantes que detestam a escolarização obrigatória e seus pais preocupados com mercado de trabalho e nada afeitos a entender a formação cidadã como ponto de partida.
Qual a utilidade de aprender raiz quadrada se vou ser historiador?
Por quê aprender coisa inúteis que nunca vou usar!?
Essas cantilenas que ouvem por ai há décadas e perduram como tradição de uma leitura da formação utilitária. Assim, criam advogados que não sabem direito, médicos que cuidam de doenças e não da saúde, gente que aprende informática por que não gosta de ler e outras bizarrices de viralatisse e indigência subdesenvolvida!
Bem, como eu imaginei em outros textos aqui, isso era a Doutrina do Choque sem qualquer compromisso!
E não vai avançar nunca com a PEC do teto ou do piso!