O texto abaixo, retirado do Portal IG Delas, trata de como deve deixar de criar pequenos tiranos. Não alerta por outro lado que os pais sentem-se muito culpados pela educação que tiveram e tratam seus filhos como cãozinhos de luxo que aprendem a falar.
Confere o fato que na educação democrática e libertária que o principal é a criança ter liberdade, mas também uma liberdade pelo amor compulsivo e possessivo dos pais. Depois, os pais criam seus tiranos e não conseguem se libertar de adolescentes indolentes, hedonistas e auto centrados.
A culpa burguesa dos pais na educação dos filhos e na tentativa de pasteurizar-los de todas as dificuldades faz com que um dia eles temam seus filhos permanecerem na família, não com filhos, mas como sub-esposas ou sub-esposos. Alguns são expulsos, outros permanecem e valores burgueses implantados permanecem criando mutuas tiranias.
Embora todas a situações abaixo indicadas já existissem nos primórdios da educação anarquista. Temos agora que ler essa indumentária adestradora para pais infantilizados pelo sucesso econômico.
9 passos para impor limites
Terapeuta, autora, mãe e avó, Diane Levy separa as atitudes que valem a pena das que só gastam energia e compartilha sua fórmula para ter filhos disciplinados
Na incansável luta para impor limites, muitas vezes os pais desperdiçam
mais energia do que deviam. Para evitar isso, a psicóloga neozelandesa
Diane Levy, autora do livro “É Claro que Eu Amo Você... Agora Vá para o
Seu Quarto!” (Editora Fundamento) e especializada no aconselhamento de
pais, separa aquilo que apenas cansa daquilo que dá certo na hora de
educar os filhos.
“Há um bom punhado de coisas que fazemos ao tentar educar
as crianças e que simplesmente não ajudam”, ela comenta, em depoimento
ao iG Delas
. “Quando você evita explicar muito, avisar muito, adular, subornar,
ameaçar e punir, você poupa tempo e energia e mantém a sua dignidade
como pai ou mãe. Quando você pede, diz e deixa a distância emocional
fazer o trabalho, suas crianças rapidamente aprenderão que quando você
pede que eles façam algo – ou que parem de fazer algo – eles não tem
alternativa a não ser fazê-lo”.
Segundo Diane, reconhecer e evitar estratégias exaustivas
e inúteis torna os pais mais convincentes em suas ordens ou instruções.
Ela explicou, a pedido do iG Delas
, as atitudes menos efetivas na hora de impor limites – e, do outro lado, as que mais garantem êxito. Leia abaixo os conselhos.
1. Não se explique demais
“Quando pedimos para uma criança fazer algo ou para parar
de fazê-lo, nosso hábito é de seguir com uma grande explicação de
porquê tal ação é necessária. Se nossos filhos não respondem à primeira
explicação, pensamos que ela não teve apelo para eles (ou que eles
apenas não a entenderam) e, então, gastamos tempo e energia em tentar
convencê-los novamente”, explica Diane.
Se a criança não entendeu porque está sendo solicitada a
fazer ou deixar de fazer algo, dificilmente ela será convencida por mais
e mais explicações. O que ela precisa entender é que tudo o que você
pede é para o bem dela – e assim será até ela crescer.
2. Não dê mais de um aviso
“Ao dar várias chances e avisos, nós mostramos às
crianças que não acreditamos naquilo que dizemos e que não esperamos uma
ação efetiva até darmos muitos e muitos avisos”, diz Diane. “A maioria
das crianças entende que enquanto os pais estão nesse ‘modo de aviso’,
nada irá acontecer com elas”. Portanto, seja firme.
3. Não adule
Você se pega usando frases como “se você arrumar seu
quarto, ganha um chocolate” ou “faça toda a lição e te dou um brinquedo”
com frequência? Pense melhor. “Quando os adultos se esforçam adulando e
coagindo as crianças para que elas façam o que devem, isso significa
que só os pais estão fazendo o trabalho duro, enquanto os filhos esperam
uma recompensa convincente o bastante para encorajá-los a começar uma
tarefa que não é mais que obrigação deles”.
4. Não suborne
As crianças devem ser acostumada a agir dentro de um
senso de obrigação. “Se o único jeito de conseguirmos fazer com que as
crianças façam o que mandamos é oferecendo algo, nos deixamos
vulneráveis a ter que pensar em maiores e melhores ‘mimos’ com o tempo.
Além disso, essa ação dá às nossas crianças a permissão de perguntar ‘o
que você me dará se eu fizer isso?’ – e esse não é um bom hábito para se
encorajar”, resume Diane.
5. Não ameace
Ameaças funcionam com "se você não fizer isso.. então eu
irei…”. Diane explica que, assim, você abre um contrato e isso dá margem
para a criança negar a oferta. "Aprendi essa lição muito cedo com o meu
primeiro filho. Quando dizia 'Robert, se você não guardar seus
brinquedos agora, não iremos ao parque essa tarde', ele apenas respondia
'tudo bem'. E eu ficava sem saber para onde ir", relembra.
"Outro problema em ameaçar é que, se você fala que irá
fazer algo, é obrigado a cumprir isso. A maioria das ameaças que tem
como objetivo persuadir a criança a fazer o que foi pedido nos pune mais
do que a elas", explica Diane. E exemplifica: “Os pais ameaçam: 'Se
você não fizer isso imediatamente, não verá mais TV pelos próximos três
dias'. É mais provável que a vida de quem fique mais difícil com essa
ameaça?".
6. Não puna
Segundo Diane, algumas crianças aprendem através das
punições, mas muitas se tornam ressentidas, irritadas e se sentem
tratadas de forma desleal. “Também, se usarmos a punição, nossos filhos
podem simplesmente aprender como aguentá-las – e voltarem a fazer aquilo
que tentamos evitar”, afirma.
Mas se os pais deixarem de explicar, avisar, adular,
subornar, ameaçar e punir, o que eles podem fazer? Diane sugere uma
estratégia simples, com três passos: peça, diga e aja.
7. Peça uma vez só
Diane recomenda que os pais simplesmente peçam o que deve
ser feito e observem a resposta do filho. Isso dará a eles uma
informação importante. “Quando as crianças se negam a fazer o que foi
pedido, eles usualmente expressam uma das três formas a seguir:
tristeza, irritação ou distanciamento”, ensina ela.
A tristeza é simbolizada por chateação. “Eles parecem
ofendidos e dizem ‘por que eu?’”, descreve. A irritação se manifesta em
confronto: “eles discutem e acusam você de ser injusto com eles”. O
distanciamento é caracterizado por indiferença. “Eles ignoravam você,
olham para outro lado e continuam o que estão fazendo”, completa Diane.
“Tudo isso significa que a criança não fará aquilo que pediu”. Mas como
reagir?
8. Diga de maneira enérgica
“Vá até o seu filho – isso pode ser um pouco difícil para
os pais, pois significa que eles terão que parar aquilo que estavam
fazendo, levantar e ficar do lado da criança”, orienta Diane. Segundo
ela, a presença próxima vale a pena. “Uma vez que aparecemos perto da
criança, ela sabe que isso significa que ela terá que fazer o que foi
pedido”.
A autora recomenda que os pais falem baixo – isso mostra
que eles estão no controle tanto da própria voz quanto da criança – e
que olhem seu filho nos olhos.
9. Aja
Se seu filho não respondeu a nenhuma das ações
anteriores, você precisa fazer algo. “A coisa mais efetiva que você pode
fazer é usar a ‘distância emocional’ até que ele esteja pronto para
fazer o que foi pedido”, aconselha Diane. “Pegue-o no colo ou pela mão e
o leve para o quarto. Diga firmemente ‘você é bem-vindo para se juntar à
família assim que estiver pronto para fazer o que pedi’, e deixe-o
sozinho”, completa. Lembre-se: o seu filho tem o poder de se reunir à
família ao fazer o que lhe foi pedido.
Quando as crianças são maiores – e tirá-las do lugar é mais difícil –
Diane recomenda que os pais apenas determinem consigo mesmos: “eu não
farei nada até que ele esteja pronto para fazer aquilo que eu pedi”. E
continuem com o que estiverem fazendo, normalmente. “Quando a criança
aparecer com um pedido, você pode calmamente lembrá-la de que ficaria
feliz em atendê-la, assim que ela fizer aquilo que foi estabelecido (e
ignorado) anteriormente”, diz a autora. “Ele pode fazer duas ou três
tentativas para chamar sua atenção, mas vai acabar entendendo que
precisa fazer o que foi solicitado pelos pais”, finaliza.