domingo, 7 de setembro de 2014

Escola Integral ou Crechão: Mais Cultura na Escola (Dilma), anarquistas e eleições.



A primeira leva de educadores anti-autoritários, entre eles os anarquistas à frente, propuseram a Escola Integral. Leon Tosltoi já havia anunciado e praticado esse caminho na década de 1850 na Rússia em sua escola Yasnaia Poliana (1859-1862).

Esse princípio foi defendido pelos anarquistas como Francesc Ferrer i Guardia (1859-1909) na Escuela Moderna (1901-1906), Paul Robin (1837-1912) - Orfanato Cempuis (1880-1894); ; Sébastien Faure (1858-1942) - La Ruche (1904-1917), ambos na França. 

Como se vê, esses pensadores, entusiastas e anarquistas levaram essa prática dentro de seus projetos e alguns historiadores da educação tratam esses fatos como meninices anarquistas.

A proposta de escola Integral, anti-autoritários, anti-sexista, laica e anticlerical teve seu apogeu durante a Guera Civil Espanhola (1936 e 1939), quando existiram 89 escolas dessa tendência só em Barcelona e 55 fora da capital catalã, mas poucas funcionaram depois de 1939, com o fim de Guerra Civil Espanhola. 

Em paralelo, A.S. Neil na Inglaterra criou Summerhil que era um sistema de internato, sem divisão de sexo e aulas obrigatórias. Incluindo terapias individuais e com afastamento total dos pais para evitar o desenvolvimento do complexo de Édipo.

Em vários lugares do mundo os sistema de escola integral foi adotado, porém, numa perspectiva de educação obrigatória. No Brasil, ocorreu o sistema integral (Escola Classe e Escola Parque) com Anísio Teixeira na década de 1940, inicialmente na Bahia e posteriormente em outra partes do país. Nas décadas de 1960 foram criados os Ginásios Vocacionais e que foram extirpados pela Ditadura Militar no final da mesma década e início da década de 1970, pelos caráter subversivo que continham aos olhos dos apoiadores da ditadura.

Na década de 1980 foram criados por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) e que perduram até hoje. Posteriormente Fernando Collor implantou em 1991 no Brasil vários Centros de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CIAC, com algum sucesso, mas nada notável.

A provocação dessa política pública educacional ficou marcada de fato pela defesa de Darcy Ribeiro e concretizada nos CIEPs, que foi seguido posteriormente, em tese, por alguns governadores e prefeitos, alguns com resultados interessantes e muitos foram um desastre repressivo duplicado na vida de crianças e jovens.

Essa ideia de que a escola integral em si é boa, pois Darcy Ribeiro defendia que quanto mais uma criança permanecia na escola, maior seria seu aproveitamento, foi mal interpretada por gestores que simplorizaram o projeto. A permanência na escola é uma derivação da frase preconceituosa dos que defendem o trabalho infantil dizendo: Mente vazia tenda de Satanás! Melhor criança na escola do que fazendo coisa errada na rua!

Hoje, com quase 100% de crianças e jovens frequentam a escola nesse país, algumas em sistema integral, políticos defendem a permanência em escolas por 8 horas em sistema obrigatório. Professores são sobrecarregados, bolsistas e oficineiros mal pagos ou voluntários bondosos que são chamados para acudir escolas entupidas de atividades, nenhuma adaptação e os mesmos restritos recursos.

Pais que trabalham preferem esse modelo crechão, que ocupam seus filhos em dois turnos e os liberam de viver com os filhos. A classe rica que não aceita bem a escola integral injetam seus filhos em cursos extra escola de balé, dança, inglês, karatê, música, terapia e outros mais ou menos caprichosos.

Os pedagogos anarquistas de hoje abominam esse sistema integral, já que é obrigatório e sistêmico com parcial decisão do corpo discente, dado ao caráter autoritário constante em escolas públicas. Sim, há experiências felizes, mas poucas! 

Nesse momento de eleições nenhuma das propostas de escola integral foge da compreensão crechão e por isso, escola autoritária em um turno será duplamente autoritária em dois turnos. 

A Escola Integral é vendida como Mágica! A educação integral é a Magia da escola pública. Só não revelam os políticos por qual razão os jovens de escolas privadas a um turno tendem a ocupar a maior parte das vagas de cursos da elite e outros, através dos vestibulares das universidades públicas!

O Programa Mais Cultura na Escola em parceria Ministério da Cultura e Ministério da Educação, no intuito de trazer uma perspectiva cultural e lúdica para escolas de ensino fundamental, buscou auxiliar as escolas municipais a receber projetos de grupos artísticos e artistas, no sentido de fazer oficinas, apresentações envolvendo escola, pais e comunidade.

São ações paliativas, criticáveis, mas realistas, pois há muitos prefeitos e governadores que em suas mentes a ideia de Crechão é a única coisa que existe ou: UM GRANDE DEPÓSITO DE GENTE FILHA DE TRABALHADORES!