segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Professor em formação ou criancinha babona!?




Estou estudando para um conscurso. Neste estudo eu leio a legislação e pareceres sobre a formação docente, a junção de uma teoria com a prática. Algo que considere a cultura dos estudantes, que inclua a realidade da sociedade numa praxis, seja por pesquisa, seja por projetos ou vivências na sociedade.

Todos esses pareceres são meritórios e a legislação deu um escopo para que se mude a formação muito teórica isolada da prática, para que seja mais teórica e inseparavelmente engajada na práxis.

Porém, meu tempo de estudo nos últimos anos é a pedagogia anarquista, que como outras pedagogias libertárias e a pedagogia original tratam da autonomia sem esses adjetivos redundantes.

Veja, precisamos de uma legislação, que ciente da falta de democracia, de autonomia e liberdade educacional nas escolas, universidades e outras comunidades educativas são autoritárias ao ponto em que se tem que fazer um documento Estatal que crie a palavra cidadania e cultura.

Eu respeito todos esses teóricos, são sinceros, desesperados como eu sou, com profusão no que lutam e horas de estudo. Entretanto, quando nós éramos vítimas de professores desligados das suas tarefas fomos atrás de formar grupos de estudo independentes do currículo, produzíamos textos para publicar num jornal, fomos para militância estudantil e social, íamos para congressos debatíamos nas plenárias e assembleias gerais, fazíamos festas e provocações culturais, caminhadas e participávamos de outros grupos e debates que existiam na universidade e ainda oferecíamos oficinas e cursos para quem quisesse. Parávamos num congresso e abríamos discussões para quem passasse nos corredores, sem certificado, sem lista de presença. 

Fazíamos tudo que era formal, estudávamos tudo que era exigido e fazíamos tudo o mais que surgisse que nos provocasse ação e pensar. Quando vejo essa provocação na legislação eu tenho vontade de mandar todos à merda!

Muito mais do que essa legislação sobre formação docente e estágio pede hoje eu vi e fazíamos mais!

Tudo bem, essa autonomia não nasceu de graça em mim e meus pares, mas quando vejo uma legislação e pensamento teórico tentar criar isso, fica nítido que a questão do exercício da democracia qualitativa nos obriga a formalizar todas angustia.

As normas podem ajudar o que fariam do mesmo jeito sem elas e serve para quem não faria nada disso ser pressionado a fazer, mas não fazem porque a sociedade é autoritária e toda essa crítica consistente da formação acaba em si sendo autoritária.

Continuamos a tratar professores em formação e em serviço como criancinhas babonas!

E vamos nós com o ensino obrigatório disso e daquilo sobrecarregando a escola de tarefas, desviando de sua luta por autonomia do sujeito

.......e a universidade formadora de professores? Usa de documentos formais e legislativo que são letras mortas para maioria dos cursos.

Quer ter uma formação autêntica e não ser tratado como criança babona!? 

Mexa esse rabo e pare de esperar dessas leis, currículos e espasmos docentes..assuma tua autonomia intelectual!

Na teoria e na prática intensa....você é teu responsável intelectual!