Durante meu estudo sobre pedagogia anarquista em 2007 eu
tinha dificuldades de saber se os professores eram transgressores ou
anarquistas.
Um dia Aninha me disse “que chutou o balde”. Dai minha pergunta a
outros professores para entender a transgressão foi:
Desde então eu consegui exatamente a resposta que eu queria
dos professores.
Aninha havia preparado uma aula para uma turma de ensino
médio que até as meninas eram arredias e até agressivas. As aulas não
progrediam. O tema era população e ela decidiu começar com a canção Mamãe
África de Chico Cesar.
Contou-me que após ouvirem a primeira vez a canção as estudantes pediram
para ouvirem novamente, depois outra vez e finalmente ela chutou o balde e a aula
terminou com todos cantando a canção até então desconhecida. A aula foi uma audição.
Na semana seguinte a relação fria e até distante tornou-se
boa e aprazível. As meninas se tornaram mais gentis e amigas.
O dia em que Aninha chutou o balde foi a chave da libertação do
plano de aula em nome daquelas pessoas e naquele instante abriu-se um caminho
pedagógico.
Numa era que o autoritarismo da educação recrudesce, escola sem partido, metas, empregabilidade, mercado de trabalho, criacionismo.....Aninhas estarão encarceradas.
Usar batom será crime!!!!