Em 2008 eu vi e falei rapidamente com Colin Ward numa feira de livros anarquistas em Londres que me levou Judith Suissa.
Dali em diante eu fiquei atento ao seu trabalho, de arquiteto, educador e anarquista.
Ele escreveu vários livros sobre mobilidade urbana e è educação:
Anarchy in Action, 2008
Talking Schools, 1995
Freedom to Go: after de motor age, 1991
Child in the Country, 1988.
Child in the City é bastante oportuno e em tese central ele, urbanista, pensa em uma cidade que educa, que as crianças possam percorrer todo seu espaço em totalidade.
Infelizmente uma parte dos arquitetos brasileiros são poucos tomados por essa corrente de pensamento, mas ao menos eles tem referências mais corajosas do que a geografia.
toda a preocupação com a educação que tem Colin Ward é o que fulgura mais curioso e questionador.
O conteúdo aqui exposto é desapegado de esmero acadêmico e sem filiação a movimentos.
sábado, 23 de novembro de 2013
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Élisée Reclus: um geógrafo de exceção
Realizei uma tradução informal do artigo abaixo e se alguém desejar, posso enviar na íntegra.
só pedir ao meu e.mail
"sobregeo@ig.com.br"
Élisée
Reclus: um geógrafo de exceção1
por Béatrice
Giblin
Na
imensa obra de Reclus não é impossível desassociar o geógrafo do
libertário2.
Seu projeto não é o de inventar uma sociedade ideal, mas de mudar
verdadeiramente o mundo, elucidar as múltiplas formas de opressão
que impedem o desabrochar de uma sociedade justa. Portanto, é
necessário compreender e explicar o mundo tal como ele se apresenta.
O que traz interesse, ainda hoje, na leitura da obra de Reclus, são
as passagens em que ele se dedica às relações de poder e ou
dominação3.
Reclus acreditava que só seria possível uma sociedade universal,
justa, onde cada indivíduo seria respeitado e será respeitado por
outros uma vez que os homens se desembaraçassem dos opressores, dos
monopolistas e entre outros do Estado, fonte de autoridade e de
poder, logo, de dominação4.
Esta posição política, a priori é totalmente distinta da que se
aproxima a Hérodote, já que a nação e em certa medida o Estado
são conceitos que estimamos fundamentais para a análise
geopolítica.5
Mas
o que nos aproxima de Elisée Reclus, é a vontade de decifrar o
mundo com honestidade, de não mascarar,
na medida em que somos conscientes daquilo que nos incomoda.6
« Eu percorri o mundo
como um homem livre....»
1Este
resumo é informal e não se preocupa com a fidedignidade por mero
prazer de parecer mentira. Haverá comentários do tradutor
pessoalíssimo apenas para chatear pesquisadores bonzinhos. Os erros
não são propositais e as omissões são conscientes e para depois
algum bobo refazer a tradução e dizer a famosa frase “embora
tenha tido o esforço.....
2No
Brasil essa maneira de tratar cirurgicamente a vida política dos
teóricos ainda perdura. Fatiando Reclus, geógrafo, do educador e
do anarquista. Inclusive o artigo omite todas as obras que eles
escreveu e toda sua militância junto ao movimento de pedagogos
anarquistas (Fauvre, Ferrer y Guardia e outros). Não se sabe por
sadismo, burrice ou falso moralismo. Ranço que o delineamento que
Francis Bacon deu para a ciência e até hoje perdura na cabeça de
mamão de pesquisadores “sérios” e inodoramente imparciais.
Famosos fede nem cheira!
3Justamente
essa parte que menos interessa aos estudiosos do pensamento
geográfico, dada a delicadeza marxista de excluir o anarquismo como
algo definitivamente distinto na história da esquerda mundial
4Do
ponto de visa filosófico e dos realistas confortáveis isso é um
pensamento infantil e que não faz sentido nenhum no que tange à
sociedade.
5Não
se pode espera muito de uma revista marxista. E de que nos serve uma
análise geopolítica? Sem dúvida que acreditam abrigados no
Estado, democrático, é possível ter salário de professor
universitário e ficar falando como o espaço e a sociedade
sobrevivem na graça da expropriação do trabalho humano. Ainda é
mais impressionante que todo discurso de globalização falava
contraditoriamente do fim de “um” Estado, pró-social em
detrimento de “outro” Estado que se destina as relações de
câmbio, troca e proteção das corporações. Boa diversão!
6Giblin
é uma pesquisadora honesta. Mas que introdução mais cretina!
Confortável, desapaixonada e fatalista! Sem Estado não há
geografia!? No final ela retoma essa bobajaiada medrosa e sem
sentido.
sábado, 16 de novembro de 2013
Perguntas que enchem o saco de anarquistas! O que fazer sobre os crimes????
Ei!? Vocês anarquistas vão resolver a criminalidade como????
Se uma sociedade anarquista "ce n'est pas question" para que nos debruçar sobre isso?!?!
Mas os fatos são os fatos. A matéria abaixo extraída da Carta Capital dá uma resposta capitalista para a questão!
Vá encher o saco do teu Governo autoritário, capitalista e reformista!
Depois venha me falar do que te serve uma sociedade acrata!
Sociedade
Bom exemplo
Suécia fecha 4 prisões e prova: a questão é social
Penas alternativas e investimento na ressocialização
de detentos derrubaram a população carcerária e levaram ao fechamento de
4 prisões no país nórdico
Marcelo César Augusto Romeo / Flickr / Creative Commons
O jornal inglês The Guardian informou em sua edição de ontem que 4 prisões e um centro de detenção foram fechados na Suécia, pela Justiça daquele país, por falta de prisioneiros. O diretor de serviços penitenciários local, Nils Oberg, afirmou que o número de detentos estava caindo 1% ao ano desde 2004 e, de 2011 para 2012, caiu 6%.
Oberg e outras fontes ouvidas pelo jornal inglês acreditam que a queda do número de presos tem os seguintes motivos: 1) investimentos na reabilitação de presos, ajudando-os a ser reinseridos na sociedade; 2) penas mais leves para delitos relacionados às drogas e 3) adoção de penas alternativas (como liberdade vigiada) em alguns casos.
Com uma política semelhante, a superpopulação carcerária no Brasil e em outros países poderia ser bastante atenuada. O exemplo sueco deixa claro, mais uma vez, que a questão da criminalidade é, sim, social. Ninguém nasce malvado, não existe o que popularmente é chamado de sangue ruim.
Na Suécia, 112º país do mundo em população carcerária, são 4.852 presidiários para 9,5 milhões de habitantes –51 para cada 100 mil habitantes. No Brasil, que tem a 4ª maior população carcerária do mundo, são 584.003 detentos, ou 274 por 100 mil habitantes.
E olha que a reportagem nem entra no mérito de que naquele país nórdico toda população têm acesso a serviços públicos de qualidade (educação, saúde, cultura etc) e que lá os direitos humanos são levados a sério pelos governantes.
Acreditar que não há ligação entre a questão social e o número de presos em um país é acreditar que há pessoas mais propensas para o mal. Ou que quem nasce abaixo da linha do Equador é mais malandro ou algo que o valha.
Isso sem falar na questão moral. Insuflada pelos Datenas da vida, boa parte da população acha que mesmo quem cometeu um crime leve tem de amargar longos períodos encarcerados em condições sub-humanas. E grita contra qualquer investimento na ressocialização de detentos –“pra quê gastar dinheiro com bandido?”.
O que o autoproclamado “cidadão de bem” precisa entender é que a melhor opção para a segurança de sua família –e para um mundo melhor— é o modelo sueco, e não a manutenção das prisões brasileiras tais como estão hoje.
Arquitetura e Anarquismo
Paul Goodman e Percival
Goodman, arquitetos e anarquistas, são estadunidenses que merecem
atenção para todos que tentam outro modo.
No livro "Communitas" que escreveram em 1947 há coisa incríveis e que são salutares para o pensamento.
Vários arquitetos se
lançaram no anarquismo. Esses dois irmãos e seu livro Communitas
são muito importantes para a história do anarquismo.
Há outros!
Contemporâneo ainda vivo é Colin Ward, que é inglês e se ocupa da
educação.
E Paul Goodman escreveu
sobre a educação! Por que esses arquitetos são inquietos,
anarquistas e voltaram seu tempo para a educação?
Nesses próximos tempos
me ocuparei de informar, traduzir e falar desses arquitetos.
Neste momento histórico
há que reunir esforços e ampliar nossas riqueza, pessoas e quem se
preocupa menos atrelado à esquerda tradicional.
Quem se interessar pelo texto:
escreva no google Communitas full text Goodman e irão poder baixar o texto original em ingrês!
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Pressupotos anarquistas para a educação e faladores de uma escola melhor!
Os faladores de uma escola melhor, destaco, marxistoides, bonzinhos doces, tecnológicos e fascistas possuem uma coisa em comum:
Desconhecimento planejado! Ou seja, não desconhecem! sabem de suas tiranias!
A proposta da pedagogia anarquista, ainda que no passado remoto delineava as seguintes inquietações que ainda perduram e são inovadoras:
Co-educação, intergeracional, por ritmos e interesses, ser antes de ter, auto aprendizado, laicismo, anti-sexista, coletiva, assembleismo, auto determinação pelo conhecimento, sem mestres, amadurecer e anti fascista.
Por tudo que se diga! Por toda teoria do conhecimento! Por toda a autonomia do sujeito!
O fato é que a inquietação dos inquietos por uma educação banal, devem saber que estamos alertas para rir das babozeiras que dizem inovar.
Não inovam, mas sim, copiam e pasteurizam o que qualquer pedagogo sério e ético sabe!
Qualquer processo educativo que não tenha a pessoa com sua inquietação é sacanagem disfarçada de preocupação.
Nenhum desses caras, intelectuais ou serviçais do capital é capaz de dizer algo crível.
Vale e valerá por muito tempo a máxima: a propriedade é um roubo!
inclui-se ai a propriedade intelectual.
Desconhecimento planejado! Ou seja, não desconhecem! sabem de suas tiranias!
A proposta da pedagogia anarquista, ainda que no passado remoto delineava as seguintes inquietações que ainda perduram e são inovadoras:
Co-educação, intergeracional, por ritmos e interesses, ser antes de ter, auto aprendizado, laicismo, anti-sexista, coletiva, assembleismo, auto determinação pelo conhecimento, sem mestres, amadurecer e anti fascista.
Por tudo que se diga! Por toda teoria do conhecimento! Por toda a autonomia do sujeito!
O fato é que a inquietação dos inquietos por uma educação banal, devem saber que estamos alertas para rir das babozeiras que dizem inovar.
Não inovam, mas sim, copiam e pasteurizam o que qualquer pedagogo sério e ético sabe!
Qualquer processo educativo que não tenha a pessoa com sua inquietação é sacanagem disfarçada de preocupação.
Nenhum desses caras, intelectuais ou serviçais do capital é capaz de dizer algo crível.
Vale e valerá por muito tempo a máxima: a propriedade é um roubo!
inclui-se ai a propriedade intelectual.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
voto ou consenso no anarquismo coletivista
Tenho lá tentado ser anarquista, mas como a maioria já sabe é mais facil falar do que se-lo.
Por muito tempo eu achei que o consenso seria o modo mais justo de decidir algo coletivo, de certo modo é!
O Consenso pode no entanto ser autoritário em ambiente em que nem todos são sujeitos autonomos e ativos de suas ações.
Antes achava que o consenso era a prova cabal que a dialética tinha sido um instrumento de clareza para as questões e que a votação só teria sentido em lugares de disputas mesquinhas.
Pois se para decidir algo sério a votação seria um cala boca da maioria, o consenso não seria?
Notei que o consenso, ainda que com bastante debate antecedendo uma decisão, pode na verdade fazer a retórica e a experiência aquietar opiniões menos consistentes, mas tão ou igualmente respeitadas.
No consenso a auto censura pode eliminar a riqueza de entendimento ou de incompreensão da questão.
No voto ou no consenso uma opinião intuitiva tem muita dificuldade de se colocar, mas no consenso ela é simplesmente eliminada.
No voto ela pode ser um voto contra ou uma abstenção e isso é mais correto do que ser comido pela consensualidade.
Nunca pensei que um dia ia achar isso. Sempre achei que o consenso é o esgotamento do debate, mas ele não é!
Talvez metodologicamente devêssemos eleger de tempos em tempos por voto e alternar com votações e consensualidades, sobretudo, nunca deixar de debater o quanto cada um está realmente se colocando e se sentindo dentro das decisões e que a maioria e que a consensualidade não é capaz de incluir a intuição.
Por muito tempo eu achei que o consenso seria o modo mais justo de decidir algo coletivo, de certo modo é!
O Consenso pode no entanto ser autoritário em ambiente em que nem todos são sujeitos autonomos e ativos de suas ações.
Antes achava que o consenso era a prova cabal que a dialética tinha sido um instrumento de clareza para as questões e que a votação só teria sentido em lugares de disputas mesquinhas.
Pois se para decidir algo sério a votação seria um cala boca da maioria, o consenso não seria?
Notei que o consenso, ainda que com bastante debate antecedendo uma decisão, pode na verdade fazer a retórica e a experiência aquietar opiniões menos consistentes, mas tão ou igualmente respeitadas.
No consenso a auto censura pode eliminar a riqueza de entendimento ou de incompreensão da questão.
No voto ou no consenso uma opinião intuitiva tem muita dificuldade de se colocar, mas no consenso ela é simplesmente eliminada.
No voto ela pode ser um voto contra ou uma abstenção e isso é mais correto do que ser comido pela consensualidade.
Nunca pensei que um dia ia achar isso. Sempre achei que o consenso é o esgotamento do debate, mas ele não é!
Talvez metodologicamente devêssemos eleger de tempos em tempos por voto e alternar com votações e consensualidades, sobretudo, nunca deixar de debater o quanto cada um está realmente se colocando e se sentindo dentro das decisões e que a maioria e que a consensualidade não é capaz de incluir a intuição.
domingo, 8 de setembro de 2013
Escola da Ponte e mídia anarquista VII
William Godwin foi uma das literaturas de A.S Neillda que fundou as escola da felicidade Escola Summer Hill ou escola sem portas.
Estive lá em 2008 e é maravilhosa. Todas essas escolas de liberdade, tal como Summer Hill e Escola da Ponte em Portugal tem traços marcantes do pressuposto de Godwin.
Esse pressupostos foram mais ardorosamente assumidos pelos anarquistas que se inquietam com a educação.
O que tenho atentado vezes por outra identificar nos sites é uma preocupação com a educação.
Os dizeres são profundamente anarquistas, mas o sentido deles estarem e sites e portais conservadores me chama muito a atenção, em baixo deixo as marcas en negrito vermelho de onde me ponho refletir.
Mas ainda que politicamente forte e interessante, percebam que os problemas que poderão eleger para se inquietar remeterão diretamente ao problema de desigualdade social em realidade de violência e concorrência na cidade de Cotia. Pais bonzinhos e confortáveis críticos da escola pública vão adorar! Boa Sorte!
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-09-08/nao-e-preciso-estar-dentro-da-escola-para-aprender-diz-educador-portugues.html
Estive lá em 2008 e é maravilhosa. Todas essas escolas de liberdade, tal como Summer Hill e Escola da Ponte em Portugal tem traços marcantes do pressuposto de Godwin.
"Ninguém pode se dar o direito a achar que deve ensionar algo a alguém"
Esse pressupostos foram mais ardorosamente assumidos pelos anarquistas que se inquietam com a educação.
O que tenho atentado vezes por outra identificar nos sites é uma preocupação com a educação.
Os dizeres são profundamente anarquistas, mas o sentido deles estarem e sites e portais conservadores me chama muito a atenção, em baixo deixo as marcas en negrito vermelho de onde me ponho refletir.
Mas ainda que politicamente forte e interessante, percebam que os problemas que poderão eleger para se inquietar remeterão diretamente ao problema de desigualdade social em realidade de violência e concorrência na cidade de Cotia. Pais bonzinhos e confortáveis críticos da escola pública vão adorar! Boa Sorte!
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-09-08/nao-e-preciso-estar-dentro-da-escola-para-aprender-diz-educador-portugues.html
Ao iG, idealizador da inovadora Escola da Ponte, em Portugal, adianta planos de implantar uma comunidade de aprendizagem em rede no Brasil, a partir de setembro
Há 40 anos, uma escola em Portugal rompeu com as metodologias de ensino impostas a alunos e professores. Aboliu séries, provas, salas de aulas, disciplinas para garantir autonomia de aprendizado e fazer o estudo ter sentido para as crianças e os jovens. A Escola da Ponte fez sucesso, inspirou outros projetos em território português e aqui no Brasil.
A inspiração da Escola da Ponte levará à criação de estrutura mais ambiciosa no Brasil nos próximos meses. Segundo José Pacheco, idealizador do colégio português, no dia 23 setembro, a primeira Comunidade de Aprendizagem do Brasil será lançada. A experiência começará pela cidade de Cotia (SP), onde funciona o Projeto Âncora, já inspirado no modelo português.
Animado e empolgado, o educador português disse com exclusividade ao iG que professores e alunos da escola do Projeto Âncora vão ampliar o que já fazem pela vizinhança. Eles farão pesquisas pela comunidade sobre os problemas mais preocupantes que enfrentam, trabalharão em equipe para encontrar soluções e vão desenvolver os projetos de pesquisa que já desenvolvem longe da escola e na comunidade junto com as famílias e os vizinhos.
“Eles vão criar vizinhança e comunidade de fato. Queremos que essa experiência se transforme em um fórum para ser partilhada com outras comunidades”, afirma. Com isso, outros dois projetos serão lançados juntos: uma plataforma digital de aprendizagem e comunicação e um projeto de transformação vivencial.
Pacheco diz que as plataformas digitais atuais são de “ensinagem e não aprendizagem”. Seu plano é que educadores de todo o país possam utilizar filmes, peças teatrais, materiais, depoimentos e experiências disponíveis em nuvem para construir o próprio conhecimento. Com essa ferramenta, o projeto de transformação vivencial será a formação de professores de todo o país para esse novo modelo educacional.
Sem fórmulas
As discussões sobre a necessidade de mudar a escola tradicional – já numerosas na academia – chegaram aos gestores, que não têm encontrado soluções para tornar a escola mais interessante. Pacheco diz que falta coragem a eles para romper com os modelos tradicionais, apesar do diagnóstico quase consensual entre quem pesquisa educação.
“É preciso fazer algo diferente, insistir no que está errado é sinal de loucura. Mas alguns já tomaram consciência disso e, por isso, nos procuram pedindo ajuda. Há pessoas ligadas ao poder público que já percebem que há outros e melhores modos de fazer educação”, ressalta. Segundo ele, no Brasil, há mais de 100 projetos diferentes que têm a mesma inspiração.
O Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, por exemplo, sempre que pode, repete o bordão de que a escola atual segue as mesmas regras do século 19, atendendo a jovens do século 21 e com professores do século 20. Ideia que Pacheco também defende. Mercadante prometeu apresentar propostas para transformar o ensino médio, mas não as divulgou ainda.
O Projeto Âncora existe como organização sem fins lucrativos desde 1995 e foi criado para levar cidadania a crianças e adolescentes em situação de risco social por meio de atividades culturais, esportivas e lazer. Em 2011, a primeira escola do projeto nasceu. Inspirada pela Escola da Ponte, ela nasceu sem turmas, séries ou provas, atendendo crianças de 6 a 10 anos.
As crianças aprendem por meio de projetos de pesquisa, que elas mesmas propõem fazer. A autonomia e a democracia nas escolhas são essenciais na filosofia da escola. Professores são facilitadores e os trabalhos envolvem diferentes áreas do conhecimento. Todos leem e escrevem com facilidade, estão integrados com novas tecnologias e cuidam da escola.
O aprendizado ganha significado, já que as pesquisas partem de problemas vividos pelas famílias e vizinhos. “O resultado é produção do conhecimento e inclusão social”, afirma Pacheco. Ele lembra que não há “receitas prontas” para esse novo modelo. É preciso criar diferentes propostas que atendam cada comunidade.
“Não há fórmulas. Há uma gramática de elementos comuns em vários projetos existentes. É preciso ter consciência do que se está a fazer”, diz. Provocador, Pacheco pergunta e responde imediatamente: “por que é preciso estar dentro da escola para aprender? Não é preciso”. Para ele, a escola tem de ser “apoio comunitário”.
“Escolas são pessoas e não lugar. Onde houver gente, há escola”, afirma. Seu sonho é que os 300 mil habitantes de Cotia se transformem em atores de aprendizagem na comunidade. Ele ressalta que o custo de um aluno no projeto é menor (cerca de R$ 560 por ano), já que não há livros didáticos pra cada um, uniformes, transporte escolar. A escola é autossustentável (porque gera renda promovendo cursos, visitas, livros) e os professores são muito valorizados.
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