quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

O que aprendi após receber o título de doutor!?


Tambaba - PB



De Geógrafo medíocre a um palhaço suportável

Completa em 2019 10 anos que tive a oportunidade de escrever uma tese sobre ensino de Geografia e pedagogia anarquista. Não falo que é minha tese, pois é uma obra totalmente pertencente a outros. De qualquer modo eu entrei no doutorado para mudar os outros e eu é que acabei sendo mudando.

Eu seria um professor medíocre em alguma universidade do Brasil, afinal, esse era meu objetivo. O processo de doutoramento foi o mais feliz da minha vida. Eliseu Sposito aceitou-me, mas não havia nada de proeminente em mim que o desse alguma certeza. O mestrado foi um mal enjambrado de Geografia da Saúde com Geografia do Trabalho que não teve repercussão na Geografia em geral do Brasil.

Hj fico feliz de que geógrafos fiquem atentos aos agrotóxicos, pois fiz muitas comunicações nos congressos de geografia para duas pessoas e houve uma que nenhuma, embora esse trabalho de anos de pesquisa tenha sido utilizado para a ANVISA realizar capacitações de riscos. Este reconhecimento da ANVISA no governo FHC é o  que me deixa mais aliviado sobre a pertinência de meu empenho no mestrado orientado por Edvânia Torres na UFPE e Paulo Adissi da UFPB.

http://www2.fct.unesp.br/pos/geo/dis_teses/09/antoniosobreira.pdf

Já este doutoramento era inicialmente sobre pensamento geográfico e educação geográfica com intuito de me formar professor formador de professores. Também eu sabia do status do pensamento geográfico e achava que a geografia radical precisava de algum dizer meu a partir de práticas educacionais pífias que achei serem como boas.

Minha prática educacional só me ensinou uma coisa aproveitável: “os estudantes querem mais de vc amizade do que conhecimento, querem mais respeito do que notas”! Bem, ao menos para aquelas pessoas que sabem que notas e conhecimento não mudam nem suas práticas nem o caráter e não exclusivamente através educação formal se fariam essas mudanças!



Ultima Caminhada pela democracia com Haddad - João Pessoa


Eu não sabia de nada disso, quando me despertei para a pedagogia anarquista o primeiro pensamento que eu quis desse doutoramento era que esta não servisse para nenhum plano educacional. Ela tinha que ser intragável para geógrafos, educadores e planejadores educacionais. Eu mal sabia o que eu ia escrever, mas já desejava que não prestasse serviço ao Estado e a pensadores corretos.

Quando se escreve uma tese por amor aos professores com o pressuposto de que eles devem ser mais felizes do que educadores e só assim serão educadores de fato, não pelo conhecimento, mas pela emoção e que ao final, ensinar Geografia ou qualquer outro conteúdo escolar era um erro, dava-se a entender que eu era a favor do fim da Geografia nos currículos e ao desemprego em massa de professores de Geografia e outros. Temer acabou cuidando um pouco disso, mas por razões bem diferentes das minhas.

Não era isso, mas era isso sim! Passado 10 anos tenho certeza que a tese só se convalidou por que eu mudei de um potencial professor medíocre, pouco dado a formalidades, para um produtor cultural de sucesso e um palhaço suportável.

Desde 2009, quando migrei para ser co-gestor do Ponto de Cultura Prudente em Cena até os dias atuais, somando todos os projetos que escrevi e co-gestei a maioria entre associações, setor privado e público consegui participar diretamente da viabilização de aproximadamente 2 milhões de Reais destinados à economia da cultura.

Video Circo Da Vinci e Festival 11 anos Rosa dos Ventos: http://vimeo.com/23723104

Não gosto mais de sala de aula, pesquisa educacional, fazer a mim intelectual e figurar na academia como um clero e seus relatórios de bolsa, de Lattes e quaisquer das obrigações da fábrica de papers que se tornou a pesquisa mundial.

1a apresentação do Palhaço Aperreio em João Pessoa no Castelo de História 



Como acadêmico em geografia eu era até escutado, havia até que achasse que eu ia ser alguma coisa. O anti-intelectualismo e aversão à vaidade acadêmica para sobreviver neste ambiente era muito insincero. Palhaço Fezes ou Palhaço Aperreio é quando me sinto mais sincero e efetivo de mim. Posso ser todos meus defeitos.


Circo Teatro Rosa dos Ventos - Palhaço Espigão, Dez p Sete,
Beterraba, Fezes e Custipiu del Pinote

Circo Teatro Rosa dos Ventos - Palhaço Espigão,
Beterraba, Fezes e Custipiu del Pinote


O nome de palhaço Aperreio veio em substituição ao palhaço Fezes. Fiz esse rebatizado em 2014, pois combinava com meu perfil e era menos agressivo.

Não faço rir, não agrado crianças, não pago de Clow, sou tão anti-escola quanto anti-clow bonzinho e poético. Portanto, sou um palhaço invendável para festas e animações. Em verdade, sou um esforço de insuportabilidade continua.

Não xingo clow, mas prefiro distância dessa bondadezinha.

Há alguém ainda que me respeite como proto intelectual, mas queira me ver irascível quando um douto começa a receitar livros úteis como bulas de remédio e achando fazer o maior bem do mundo.

Não consigo ler mais nada de Geografia, não por que deixou de prestar, mas porque minha integridade de pensamento não cabe mais. Creio que há pessoas mais sinceras e qualificadas para fazê-lo sem sentir que se está auto torturando como me sentia.

Esses 10 anos de titulação fez a minha mudança, que até foi percebida com desagrado por alguns pares acadêmicos como se eu desdenhasse a grana pública que a mim foi destinada para me tornar uma pessoa titulada.

Hoje quando vejo as pessoas apavoradas com os estudos de mestrado e doutorado e acho engraçado, santifica-se a pós graduação antes de entrar e depois a sataniza-se quando se exige o óbvio desse ambiente.

Durante o doutorado eu fui buscar a arte e a cultura, a dança, a boemia, a juventude, liberdade e crescimento diferente do acadêmico. Amei mais, ou achei que amei.

Eliseu quando teve a primeira conversa comigo disse que meu projeto deveria ser também de vida e não somente intelectual. Ele respeitou a todas decisões com certo prazer de ver a minha loucura transparente.

Tive recaídas acadêmicas quando resolvi fazer concurso para a UEPB, qual passei por ter título de doutor, mas o terceiro candidato iria fazer melhor trabalho. Eu precisava viver isso novamente para saber que não há o que fazer para graduações por título. Sou mais adequado aos desgraduados de coração.

Apenas lembrando, todos amigos de militância estudantil mais aguerridos tão repudiada na época e hoje, são professores, diretores de escola, doutores, mestres e alguns reitores, coordenadores e com atuação que seus professores coxinhas e hiper acadêmicos se envergonhariam tê-los prejudicados.

Voltando a essa comemoração de 10 anos de liberdade da vida acadêmica e da produção intelectual. Eu sei vez por outra que alguém se interessa por essa tese que escrevi. Há até quem ache que sou anarquista. A prática da tese ocorreu no Ponto de Cultura Prudente em Cena, na Escola Viva Olho do Tempo.
Capa de Informativo com atividades do Ponto de Cultura Prudente em Cena da
Federação Prudentina de Teatro atual Galpão Cultural da Lua

Aula de campo Rio Gramame com crianças
 da Escola Viva Olho do Tempo

Aula de campo Rio Gramame com crianças
fazendo stop motion da Escola Viva Olho do Tempo

Educação por Projeto Feira de Trocas
de Guarabira da UEPB


Sinto-me feliz tocando flauta, clarinete ou dançando em algum canto. Sinto feliz de palhaçar e aperrear as crianças! Sinto-me feliz de escrever projetos e quando são aprovados, fico feliz em ver os recursos serem utilizados e depois as contas fecharem e seguir em frente.

A nova fase é esta da empresa que criei Forme Cultura Cursos que é mais uma projeções de sonhos que foram construídos desde 2009.

Com este texto comemoro 10 anos passados de uma nova aventura que não parou de acontecer em minha vida, com amores, dissabores, amizade e luta.
Manelão e Aperreio recebendo Lula em Monteiro

Aperreio recebendo Lula em Monteiro

Grato



segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Fui avaliador de livros didáticos de Geografia em 2005 e 2006


Fui avaliador de livros didáticos de Geografia
Todos estamos passando por um momento absurdo com atrofias no sistema educacional vindas com esse troço chamado bolsonaro e o atraso que o segue. Irei recuar um pouco em 2005 e 2006 quando eu estava no início do doutorado e fui convidado por Carminha e Eliseu Spósito para ser avaliador do Plano Nacional dos Livros Didáticos, conhecido PNLD e falado como PeNeLeDê.

O PeNeLeDê foi uma conquista do Governo Lula e Dilma, mas que já era gestado no governo FHC em decorrência de haver uma industria bélica de produção de livros e distribuição que domina o mercado editorial do Brasil e equiparável a poucos países.

Eu achava estranho se pagar para alguém fazer análise prévia de livros, já que para mim a autonomia do sujeito e intelectual como professor não permitiria alguém fazer uma prévia apreciação para mim. Confesso aqui que quando fiz minhas primeiras aulas, não fosse um amigo experiente eu quase comprava um almanaque Abril para dar aulas de coisas.

A dificuldade de um professor recém formado ou já na ativa escolher um livro didático é difícil e muitos acabavam seduzidos pelas editoras. Aprendi nesse processo que o PeNeLeDê era razoável e nem era um ranqueamento ou pré-digestão intelectual.

Eu avaliei uma coleção muito popular no Brasil de 5ª a 8ª série. Foi fornecido formulários, orientações e que outro especialista estaria fazendo o mesmo trabalho. Não me lembro de todos os critérios, mas era assim:
Excluir imagens e textos com erro de português, identificar termos, textos e imagens com preconceitos contra mulheres, negros, índios, minorias e classe trabalhadora. Também preocupar com estereótipos regionais, geografia estritamente descritiva, aspectos ambientais, se mais rural ou urbano, criatividade e pertinência das atividades propostas e suas ênfases e a apresentação visual, se inovadora e se  poluída, quer dizer, bem dividido entre imagens textos, cartogramas e mapas e respeito às convenções e conceitos geográficos. Havia muitos critérios e ao anotar qualquer rejeição se exigia justificativa com corroboração bibliográfica consistente para realizar um parecer final. Este parecer final seria confrontado com outro avaliador e um mediador regularia se houvesse discrepância em questões comuns um dizendo péssimo e outro excelente. Óbvio que os avaliadores eram de especialidades diferentes no que se chama física e humana.

Tudo devia ser sigiloso, afinal ocorreram experiências passadas de assédio das editoras a alguns pareceristas que lhes faziam um inferno para que a análise não condenasse ou que a pontuação favorecesse as suas coleções, embora nunca ocorresse rank.

Vc já imaginou quanto custa um edição de uma grande editora e o contrato de compra para todo o Brasil!?

Não podia haver ranqueamento. Uma obra pode ter muitas atividades e não tratar profundamente de meio ambiente. Assim, o professor que lesse o catálogo escolheria os livros que se adequassem às necessidades e habilidades suas e de suas classes. Infelizmente, muitos diretores e professores escolhiam o primeiro livro da lista achando que era ranqueamento ou fatigados pela vida docente.

Este mercado envolve milhões de reais de compras com dinheiro público e é justificável que o governo saiba o que vai se comprar e avaliar a qualidade, a legalidade, o respeito à língua formal e à ciência em geral com ênfase na Geografia.

Todos os livros que se pretendem ser comprados para o ensino público precisavam de um aferimento, pois erros conceituais, preconceitos e erros de protugues eram comuns antes do PeNeLeDê. O anedotário das primeiras avaliações era de envergonhas Damares.

A polêmica atual sobre o decreto que afrouxava essas inquietações, que permitia até publicidade e erros tem um custo gigantesco. O controle de qualidade tão alardeado pela reengenharia, ISOs e tantas medidas de qualificação de produto muito postas pelos governos Neo Liberais e das gestões empresariais devia ser aplicados na coisa pública.

Nem uma empresa privada de educação compraria milhões em livros sem saber o que  adquiria e com qual finalidade, então, por que a coisa pública teria que ser frouxa!?

Logo mudaram de ideia, pois como a imprensa divulgou era menos uma incompetência e mais um negócio entre as editoras e esses homens da linha Temer|bolsonaro. Agora tentarão roubar de outro modo. Aguardemos!

Eu entendo a necessidade do livro didático. Sou como muitos educadores que sempre temos que fazer material adicional. Atualizar é esforço diário e a coleção só recebe atualização de 5 em 5 anos, quando toda a avaliação precisa ser feita. O Livro didático não é tudo, mas também não é perda de tempo e sim um instrumento que pode acabar virando o único, segundo as condições de trabalho dos professores.

Um fulano fanático nem adentrou nessas questões. Acredita que a educação é partidária e ideologicamente penetrada e blindadamente bem sucedida. Sabemos que a Geografia crítica é marxista, mas também sabemos que é científico e metodológico. O marxismo não nega a ciência. O método é sempre se colocar em dúvida, contradição e confronto de ideias. Os educadores marxistas sabem que seu esforço é a educação crítica e não a adoção ao marxismo que só se faz pela práxis.

Estamos vivenciando a era das patranhas maldosas, asquerosas e propositadas para o mercado. As questões de costumes são todas inerentes a mercados, primeiro o do voto conservador que embarca como criança com chupeta e segundo a um ultraliberalismo fascista servil e entreguista.

O Brasil está à venda!


sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Cinismo no Brasil é diferente do mundo! Faltam tocos de bananeira para se agarrar!



O cinismo como a maioria entende vem  da errônea interpretação do Cínicos da Grécia. Os Cínicos Gregos abriam mão das exigências sociais e do status que isso poderia gera ou virar moeda de troca. O desdém pela propriedade, pelo ego, pela imagem e pelo modo como se deve portar socialmente intrigava tanto, que ao verem um Cínico entrar e comer num banquete de ricos foi condenado a esse termo pejorativo Pessoa Cínica. Não irei delongar nessa depreciação!

No Brasil o cinismo na política é diferente segundo o grau de instrução e de renda ou faixa de interação social. Entre os pobres é famosa a frase “rouba, mas faz!” que é cinicamente utilizada pela direita por décadas se aproveitando do desamparo da classe trabalhadora, que acreditou que se alguém rouba, mas faz gestão pública que este é o menos pior.

O cinismo dos ricos não ousa nem precisa falar de nada disso, já que os meios de produção e replicação de renda são suficientemente garantidos pela ordem das coisas e seria inadequado dizer que gosta de quem rouba e faz, mais do que o que rouba e não faz, já que ganha de qualquer modo nas duas situações e não precisa revelar sua decrepitude moral.

A hipótese de honestidade é descartada! Não há político honesto! Logo, contente-se com  um desses que fez um viaduto, pois outros não o fizera!

Já o cinismo da classe rica é o que se chama hoje de Cinismo Moderno qual explica a frase famosa e anedótica trágica sobre o questionamento da nobreza sobre a falta de pão e que responde: Se não há pão, que comprem brioches! Verdade ou não, bem é assim que percebemos o desdém da classe rica pelas necessidades do povo.

Exemplos não faltam! Vejam:

  • Eles estão sendo soterrados por que construíram casas em áreas de riscos!
  • Nordeste é pobre por que há a industria da seca que vive da ignorância do povo!
  • Se houvesse educação no Brasil, não haveria violência nem fome!
  • Tudo seria melhor se os pobres cuidassem melhor da saúde e de seus filhos!
  • O Estado gasta demais com políticas sociais!
  • Há um déficit na previdência!

                As frases que são refletidas da classe rica em sentido às classes médias e pobres tem efeito que as igrejas comerciais utilizam para preservar a família e destilar o pior e mais doloroso discurso conservador.

                Tudo será superado pela aceitação de deus no coração, pelo trabalho e pelo dizimo que se concretizarão no crescimento das igrejas. Esse cinismo religioso extrai o povo da política e agora o reinsere com seus candidatos pastores ou políticos que disseram aceitar deus no coração.

                O cinismo aprova o roubo “qualificado pelo divino”, no sentido que se aceita um roubo por ser mulher ou homem de deus ou aceita a injustiça se o juiz ou juíza, promotor ou promotora aceitam deus no coração.

                Esse diálogo dos cinismos se completa com a tipificação do cinismo da classe média, que repudia o “rouba, mas faz!” pelo “São todos corruptos!” Essa frase tem um poder de ilustração e de honradez, que é cínica por eliminar qualquer culpa da expropriação e corrupção de empresas ou qualquer capitalista que de fato detenha capital, ainda que seja de um pequenino empreendimento.

                Desse processo se generaliza no cinismo que diz “O povo tem o político que merece!” Assim, a vítima é culpada de ser sua própria algoz. A ignorância do povo é o que faz ele sofrer! Se o povo votasse corretamente não haveria corrupção e só se elege corrupto por que o povo admite a corrupção.

                A classe média engole a fita de corrupção generalizada, não revela a própria e sadicamente diz que tudo é culpa da índole de nosso povo que não sabe votar!

                A junção desses tipos de cinismos que se comunicam intensamente provocou nas eleições de 2018 o ápice do cinismo moderno brasileiro.

                Ai surgem cinismos rebuscados:
  1. O PT que elegeu a extrema direita!
  2. A esquerda não se une!
  3.   Se o PT não tivesse sido corrupto!
  4.  O PT não fez autocrítica!


E a melhor dita nesses dias por bolsonaro (minúsculo p sempre):

A ideologia é maior inimiga que a corrupção, se não combatermos a ideologia irá faltar toco de bananeira para irmos para África ou EUA!

Perguntas:
1)      Combater qual ideologia!?
2)      Por que a corrupção é menos inimiga que a ideologia?
3)      Por que toco de bananeira?
4)      Por que África?
5)      Por que EUA?

Esta frase sintetiza o Cinismo Moderno Brasileiro que soma todos os níveis de cinismo que se produziu no país com essa borra vitoriosa que surgiu da pior das intenções em todos os níveis imaginados em nossa sociedade.

Se somos vítimas de nós mesmos por quê nunca somos herois de nossa própria sorte!
               

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Vaticinações sobre o autoritarismo! Sofrer regozijante!



Há vezes que somos solidários, mas fomos autoritários!

Há vezes que somos percebidos autoritários, mas fomos solidários!

Espera-se o autoritário na agressividade, mas ele vem tão perto da passividade e da mansidão que nem é percebido!

O autoritarismo está quando você quer ser o autor do outro, do coletivo e há vezes que se impõem através da hierarquia.

Demorei a perceber que hierarquia é a menor das manifestações do autoritarismo, embora seja a mais notável após a humilhação!

Anular o outro é tão autoritário quanto se auto anular!

O grito é tão autoritário, quanto é o silêncio!

Ter ideias é tão autoritário, quanto não te-las!

Ajudar demais é tão ruim, quanto é abandonar!

Solicitar pode ser tão nefasto quanto recusar! A recusa pode ser libertadora!

Conservar pode ser libertador! Inovar pode ser castrador!

Ser autor dos outros ou deixar de ser autor de si é autoritário!

Ser autor do outro na escuta, na fala, no silêncio, no sentir, no sofrer e até na felicidade do outros são autoritarismo tão sutis que até agradam! Esses sensorial desapropriado, embarcam muitos!

É, no entanto, sempre difícil ser autor de si mesmo, quanto não ser dos outros!

A reflexão permanente é o único território aonde se pode localizar a integridade de se manter autor sem desautorizar o outro.

Para esse exercício evoluir, todos devem saber até onde, quando, como e por causa de que  razão ou razões se deixa de ser autor de si mesmo!

Nosso cotidiano deveria ser sempre pautado pela Legitima Defesa ao perceber que querer matar tua autoria!

Finalmente, como nos presenteia Wagner Sapgnull: "Tua liberdade irá até onde ampliar a do outro!"

Ou Tua autoria vai até onde a autoria do outro floresce, mas isso pode doer como regozijar!

domingo, 22 de julho de 2018

E tudo começa com a creche privada!



A matéria antiga de 2016, mas serve para refletir como o Brasil é laboratório de um modelo particular de capitalismo predatório. 

Nossos péssimos exemplos servem para o mundo de que a educação é um território imenso de crescimento do capitalismo. Das 8 maiores empresas educacionais de ensino superior 4 são sediadas no Brasil e a primeira é Brasileira em parte.



http://www.sabe.com.br/blog/detalhe/ser-educacional-8a-no-ranking-global-com-valor-de-mercado-de-us483-milhoes

Os dados das creches até o ensino médio do que concerne à educação privada não devem haver paralelo no mundo. Aqui se estabeleceu o maior modelo de mercado educacional do mundo em valores, quantidades e legislativo.

O capitalismo mundial sabe que em países de profundas desigualdades sociais, a classe média quer garantir seu lugar ao sol, sem compreender que abandonar a educação pública está atrasando todo um país.

A educação é obrigatória e é vendida da esquerda para a direita como motor da sociedade. Há um crença tão gigante de que a educação faz pessoas melhores que até esquecem que todas as regras que tamponam o crescimento de países como o Brasil vem de ideias, Leis, regras feitas nos países de melhor educação Mundial.

Não é desprezo aos efeitos da educação escolarizada, mas desprezo à deseducação escolararizada que cria predadores locais e globais.

A esquerda deseja a educação para transformar o mundo e a direita quer para também transformar o mundo. Ocorre que o mundo está sendo transformado num grande poço de merda, bélico e desumano!

Pessoas muito honestas estão insistindo em educação privada no Brasil, fundando um dos maiores e mais nefastos mercados de vidas, consciências e esperanças.

O próximo passo deve ser acabar com ensino médio e o Estado começar a oferecer bolsas como FIES, Prouni e outros modelos para garantir o funcionamento dessas escolas como o SUS sustenta clinicas e hospitais privados do país.

Depois os demais segmentos de uma sociedade de castas, indo contra todo modelo de educação pública de países como Japão, Dinamarca, EUA, França, Inglaterra, Coreia do Sul, Finlândia e etc.

Nossa tragédia é que temos muita gente boa e honesta fortalecendo esse modelo!






terça-feira, 10 de julho de 2018

Reforma do ensino médio foi cortina de fumaça!



Em 2015 e 2016 fomos vítimas de um bombardeio de leis, projetos de Lei e decretos que mudaram ou tentaram mudar marcos legais em todas as áreas de nossa sociedade.

Golpistas foram efetivamente e o Congresso chancelando e dando corpo a esses ataques e guerra de choque, conhecido como Doutrina do Choque!

Um desses choques mexeu com as licenciaturas, tomou tempo e atenção de muita gente, quando a maioria já estava atordoada com outros ataques.

Eu era professor substituto na época e muitos estudantes chegaram a peguntar se valia a pena terminar a graduação. Eu disse que permanecessem, mas que o quadro era desalentador!

Houve debates, fóruns, jornadas e atos, assim como foram produzido artigos favoráveis e desfavoráveis e o modelo furreca se espelhava ou gostava de estar sombreado pela educação da Finlândia, exemplo total de liberdade de aprendizado focado no estudante.

Logo ou paralelamente houve o decreto da PEC do fim do mundo e finalmente sua aprovação.

Desde o início achei os 5 percursos ou linguagens seriam fracassos e não por discordar do princípio de liberdade e autonomia do sujeito, depois desconfiei do prazo de que tudo ocorresse em 2018 e finalmente ficou claro que com a 7 horas diárias obrigatórias que o ensino médio noturno ia desaparecer. E o estudante trabalhador Part Time de baixa renda não ingressaria no ensino médio.

As previsões que fiz era redução de quase 50% matriculados em ensino médio, fuga para escolas privadas e definitiva privatização do Ensino Médio!

A falta de grana para laboratórios, para refeitórios, para adequar as escolas era escassa, embora tivesse dito criarem um crédito específico para isso. Daria certo para cidade acima de 100 mil habitantes, mas para a maioria das cidades pequenas do Brasil iria virar um inferno de inconsistências, exigindo deslocamento ou fracassando os percursos curriculares.

Enfim cortaram os recursos do Pré-Sal e do orçamento vinculado para a educação!

Uma farsa aplaudida por estudantes que detestam a escolarização obrigatória e seus pais preocupados com mercado de trabalho e nada afeitos a entender a formação cidadã como ponto de partida.

Qual a utilidade de aprender raiz quadrada se vou ser historiador? 

Por quê aprender coisa inúteis que nunca vou usar!? 

Essas cantilenas que ouvem por ai há décadas e perduram como tradição de uma leitura da formação utilitária. Assim, criam advogados que não sabem direito, médicos que cuidam de doenças e não da saúde, gente que aprende informática por que não gosta de ler e outras bizarrices de viralatisse e indigência subdesenvolvida!

Bem, como eu imaginei em outros textos aqui, isso era a Doutrina do Choque sem qualquer compromisso!

E não vai avançar nunca com a PEC do teto ou do piso!







sexta-feira, 13 de abril de 2018

Padrão de Subsistência Mínima: Minha Liberdade começa quando amplia a tua! (Wagner Spagnul, 2016)




Este trecho de um livro dos irmão Goodmans nos provoca pensar sobre o que seria a necessidade de cada pessoa mínima para a sua vida.
Esta questão é colocada tanto para os comunistas, socialistas como anarquistas por produzir reflexões do que realmente se deve abrir mão para garantir a liberdade que notadamente vai obrigar a dizer se há um liberdade padrão mínima para todos. Se utilizamos a Frase de Wagner Spagnul: Minha Liberdade começa quando amplia a tua! Que é um revolução copernicana no pensamento moderno hedonista que restringe a minha liberdade onde começa a do outro! Ampliar a liberdade do outro é dolorosamente gratificante! Principalmente por não sabermos o que é sentir livre do outro!






Padrão de Subsistência Mínima 



Por Paul Goodman e Percival Goodman: in Communitas (1947). tradução precária


Qual é o padrão mínimo para que uma pessoa se sinta-se segura e livre e que não precise lutar para obter mais? O problema é sutil e difícil, pois, embora seja um problema difícil como o da saúde, pode ter uma  solução definitiva, como um problema psicológico e moral que depende da superação, e de quem é superado, e as próprias coisas estão sujeitas a alterações boas ou ruins.

O que é mínimo para um mesmo um agricultor do sudeste pode ser desprezado para um índio de Yucatán  (quem, como? Sempre tem outras satisfações a realizar).

Estamos falando sempre de uma tecnologia excedente. Esta tecnologia que pode fornecer todo o tipo de  coisas para todos também podem, de maneira diferente, produzir algumas coisas de poucos tipos acompanhados de um regulamento mínimo de tempo, arranjos de vida e hábitos. Qauantas pessoas estão seriamente empenhadas a dispensar coisas para ter a liberdade que elas também pensam querer?

Quando combinado com liberdade, um padrão mínimo seria muito menor do que o mínimo estimado em  nossa sociedade atual. Vamos dar um único exemplo. Na estimativa de Padrões mínimos de decência e segurança, Stuart Chase, por exemplo, considera indispensável para cada casa ter um rádio, emraão d integração social, especialmente durante uma guerra total. Uma pessoa deve ter comunicações instantâneas (e como desejável ter um caminho!). Mas se o próprio ponto de nosso padrão mínimo é libertar pessoas através de "integração” a rádio é uma conveniência que uma pessoa pode pensar duas vezes sobre ela. 

Outros exemplos de redução ao mínimo "necessário" poderiam ser considerandos como esforço de ter uma aparência decente ou sobre quantos contatos são necessários para se viver numa sociedade caracterizada pela competição.

Por outro lado, quando combinado com liberdade, nosso mínimo é muito maior do que existe em 
uma economia de escassez, por exemplo, a China, onde uma pessoa subsiste em tempo dividido entre 
o serviço para campo ou comuna (e esse padrão também, uma vez que inevitável, é socialmente 
aceitável). Mas se o próprio ponto de nosso mínimo depende de liberar as pessoas para uma escolha 
seletiva de como eles regularizarão seu tempo, mobilidade e independência da localização 
é indispensável.