sexta-feira, 28 de junho de 2019

A educação da Finlândia está em Bananeiras no Brejo da Paraíba. Certamente mais!




Escola Nossa Senhora do Carmo  Bananeiras PB: 
O olhar da educadora Amanda Nágilla Silva Albuquerque


Escola democrática na Paraíba segue exemplo das melhores escolas e projetos educacionais do mundo.


Em 2016-17 fui professor temporário da UEPB em Guarabira PB e tive contato com muitos estudantes com suas preocupações sobre os Trabalhos de Conclusão de Curso -TCC. Essas pessoas jovens estudiosas ficam muito aflitas na busca de um tema e há sempre um desejo de mudar o eixo de rotação terrestre com esses trabalhos de final de curso. Um dos motivos que me levou fazer um doutorado em formação de professores foi notar em 2003, quando outrora fui professor da UEPB e constatei que nem um TCC da instituição em mais de 20 anos de curso, até àquele momento se dedicava à docência. Os TCCs de um curso de formação de professores sempre eram em áreas técnicas próprias do bacharelado ou monografia entediantes que falavam de tudo e de nada. Esse comportamento é estudado, não é exclusivo ao Brasil e embora a maioria dos cursos de Geografia do mundo tenham começado com licenciaturas, comum é que corram para especialidades diferentes da Educação Geográfica.

Assembleia 


Sempre me impressionou desde minha graduação na UFPB, onde havia a famosa segunda opção em que muitos escolhiam Ciências Jurídicas e terminavam condenados ao Curso de Geografia por não fazer a pontuação necessária para a primeira opção. Então, como desculpa para não se envolver nas exigências das disciplinas essa desculpa ia até essas pessoas concluirem o curso de licenciatura e alguns ainda faziam bacharelado, mantendo a desculpa, conseguiam sucesso em concurso para professores e ainda mantinham a cabeça em sua especialidade, embora limitada para a docência. Embora o ENEM tenha corrigido isso em parte, na UEPB, como em muitos cursos de licenciatura continua existir esse namoro com a área técnica, sem ter formação técnica ou precária na mesma proporção que se rejeita a docência que é o destino final de todos que formam em Licenciatura e Bacharelado. Ser apaixonado por área é bom, mas desprezar a docência é bizarro.

Tutoria em grupo

Alimentação natural, direta e de qualidade

Pesquisa e projetos autonomos


Nesses diálogos com uma graduanda, Amanda Nágilla Silva Albuquerque, surgiu o assunto sobre uma escola do campo na cidade de Bananeiras e que eu lhe disse ser um tema importante para a geografia e que poderia ser um TCC. Estudantes de curso noturno e ou trabalhadores, que residem em outras cidades, mães e pais enfrentam um imenso desafio de se sustentarem, cuidarem da vida e favorecerem uma formação intelectual e acadêmica robusta. Escolher um tema é mais difícil que arranjar um casamento que preste.

Lema permanente da comunidade educativa

Amanda pontuou algumas características dessa escola, mas não teve tempo de aprofundar, mas ficou a semente. Lembro-me apenas que indiquei, antes de qualquer coisa que lesse Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire e se interessasse por mais que desse uma olhada no meu trabalho de doutorado. Inspirado por esses futuros professores eu os levei na Escola Olho Vivo do Tempo – Evot em João Pessoa. Logo eu decidi não permanecer na UEPB em decorrência de uma greve que o reitor rescindiu nossos contatos a despeito de dizer que não ia fazer isso e eu não me sentindo bem com esse tratamento preferi voltar para o campo da Cultura.

                Esta escola é resumida no trabalho de Amanda nesta passagem a seguir:

Escola Nossa Senhora do Carmo possui 283 alunos, destes, 7 possuem o laudo de portadores de necessidades especiais. O corpo docente conta com 18 tutores (9 no turno da manhã e 9 no turno da tarde),  um/uma especialista para cada disciplina e alguns tutores são também os especialistas. A escolha destes é feita por meio de entrevistas. Coelho (2015, p. 63) enfatiza que “para tanto, privilegia-se aqueles que moram no seu entorno. Busca-se valorizar, ainda, o professor que tenha experiência e/ou afinidade com projetos sociais.” O currículo do docente também é avaliado, com intuito de perceber se os mesmos possuem qualificações para atuar enquanto docentes. A escola possui uma organização centrada em uma gestão democrática. E, para isto, conta com comitês, colegiados, conselhos e assembleias, almejando integrar pais, alunos, e todos os funcionários da escola nas decisões a serem tomadas. Fazem parte do conselho escolar, o corpo diretivo, estudantes, professores, funcionários e pais. É neste conselho onde se reflete as práticas vividas na escola, dando espaço de fala aos diversos sujeitos que a faz, sendo assim, o processo educacional pode ser visto, comentado e refletido a partir dos diversos ângulos da escola. O conselho de classe é formado pelos professores e corpo diretivo, a fim de avaliar o processo de ensino-aprendizagem da escola:

Esta descrição é semelhante as das escolas pertencentes ao Movimento Internacional de Escolas Democráticas (Democratic Schools Mouvement)*. Os princípios possuem suas bases na Escola Summerhill criada em 1930 por A.S Neill também apelidada de escola sem portas os escola da felicidade, cuja frase conhecida define em parte seu espírito: “E melhor formar garis felizes do que ministros neuróticos”.

Amanda em sua humildade estava descobrindo um exemplo de ponta na educação mundial que são as pedagogias construtivistas, de/por projeto e por grupos de afinidades, só que, estava ali bem próxima de sua casa, de sua vida e atuando com recursos em parte próprios, dos apoiadores, responsáveis e alguns aportes da prefeitura de Bananeiras e do Governo de Estado da Paraíba. As características do surgimento da proposta estão centradas em Paulo Freire, Escola da Ponte e da formação das freiras fundadoras que conduziram a uma educação realista e engajada na realidade local, seguindo o método antiautoritário, de autoaprendizagem e da autonomia do sujeito diante de si e da sociedade que os cercam.

Embora Amanda registre que a comunidade escolar siga os padrões legais da LDB e de outras diretrizes nacionais, fato é que a escola está muito além dessas leis no que concerne os seus resultados e práticas. Sendo não somente bem-sucedida, como premiada com certificações formais.
Nos últimos 4 anos os brasileiros educadores e do mesmo modo paraibanos são bombardeados com matérias nacionais e locais sobre os benefícios da educação feita na Finlândia, inclusive, argumentava-se em loas o modelo finlandês para apoiar o decreto da mudança do ensino médio imposta pelo governo Temer.
Há até momentos que vemos autoridades locais recendo reforçando o modelo finlandês de educação. A Escola Nossa Senhora do Carmo em Bananeiras tem realizado este trabalho com maestria, embora com restrições econômicas e sociais no local onde se instalou. Este não é o único exemplo, já citei a Escola Viva Olho do Tempo* no litoral sul da Paraíba e podemos indicar o Centro de Educação Popular (CENEP)*** em Nova Palmeira no Curimatau paraibano como promotora de uma educação democrática. Isto não quer dizer que não haja outras ações educacionais antiautoritárias na Paraíba ou que sejam organicamente engajadas com populações que abrigam essas escolas. Há ainda escolas do campo dos assentamentos organizadas pela CPT, do MST e outras com menos destaque que estão num esforço de garantir uma educação pautada na autonomia das crianças e jovens e com olhar para a comunidade.
Vale aqui ainda fazer menção póstuma a Lucia Geovana, professora do departamento de arquitetura CT/UFPB que esteve na gestão da Escola Catavento e SesquiCentenário em João Pessoae posteriormente em Areia-PB como referência de educadora a ser refletida em qualquer reforma educacional do Estado da Paraíba, antes de gastar rios de dinheiro fora do país para ver o que já existe por aqui com bastante sucesso.
Os dados colhidos por Amanda são um alerta e um alento importante, já que as pontuações no exame nacional de ensino básico colocam essa escola acima da média municipais, estaduais e nacionais e próxima das melhores pontuações nacionais. Ver tabela:


                            Fonte: Amanda Nagilla, 2019.

Com esses dados positivos a Escola Nossa Senhora do Carmo recebeu do MEC em 2016 o Certificado de escola em referência e inovação e criatividade na educação básica.

Importante notar que os preceitos e práticas dessa escola e de outras com métodos e princípios pedagógicos e comportamentais com ênfase a autonomia do sujeito, na democracia, em turmas por projetos, afinidades e organicamente envolvida com a comunidade é que todas as regras educacionais nacionais são cumpridas, mas formatar essas práticas nos esquemas formais de aulas, notas e outras demandas documentais reduzem a experiência ao enquadramento. A escola é inovadora, mas as regras formais e legais que as regem são arcaicas.
Solicitei a Amanda que após a concussão desse trabalho como ela enxerga essa experiencia em sua vida? Segue sua resposta:

Quando eu pus os meus pés na escola nossa senhora do Carmo, eu senti uma alegria, um amor... Eu senti o verdadeiro sentido da educação. Me lembro que no meu primeiro dia de observação eu tava tão feliz naquele espaço que mandei uma msg para meu orientador, dizendo: estou feliz aqui. Eu me senti realizada naquela escola, enquanto professora e ser humano.
Eu passei cerca de 2 meses vivenciando o dia a dia da escola. É um ambiente maravilhoso. Eu poderia definir este espaço em três palavras: amor, alegria, respeito.
Ao final da observação, eu saí da escola nossa senhora do Carmo com a certeza de que é possível existir uma escola diferente das que estamos acostumadas.
Inevitavelmente fiz comparações entre ela e as escolas que já trabalhei. É uma diferença enorme!! Principalmente na questão do respeito entre todos que estão inseridos na escola.
No início dessa minha pesquisa eu cheguei a pensar em desistir, achei que isso não seria possível, que era apenas uma utopia, que a escola poderia não funcionar como eu imaginava... Eu realmente estava enganada. Ela é muito mais do que eu esperava! É de uma organização incrível, e resultados surpreendentes! Eu vi que que é possível transformar nossas escolas! Não é fácil... Mas não é impossível!

Na minha vida enquanto pessoa e profissional, a escola me mostrou que a educação só funciona verdadeiramente com amor. Com entrega. Lá eu compreendi perfeitamente o sentido das palavras de Paulo Freire, quando disse que não podemos falar de educação sem amor.

A escola mudou meu olhar sobre a educação, sobre os alunos. Me trouxe novos horizontes enquanto docente. Me fez refletir sobre o que eu vinha pondo em prática esses anos enquanto professora. Hoje, eu busco passar para os meus alunos e a equipe de profissionais com a qual eu trabalho, mais amor, compreensão e respeito. Pois eu vi com meus próprios olhos que a escola pode ser um ambiente muito mais agradável se olharmos melhor para o outro.


Grato Amanda

 quando ela publicar o trabalho final eu anexo o link aqui.



Outras escolas do Brasil que podem ser consultadas


sábado, 6 de abril de 2019

Housing Schools de direita e de esquerda ou Entre o fundamentalismo e a autonomia do sujeito


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Esse texto começou com a seguinte pergunta
 da minha amiga Nizete:
_ Antonio, o que vc acha de celular na escola?? 

Dedico a ela e a todas e todos que vivem a realidade escolar como uma comunidade complexa, sem recursos, sem igualdade, sem democracia.

E SEM WI-FI FREE!!!!




Importante falar que a educação que vem do lar é a que mais favorece a educação na escola. Como seu oposto é também a razão de alguns problemas.

Em meu trabalho de tese eu conheci o movimento de escolas democráticas, libertárias, anarquista e livres. Dentro deste movimento de contra a educação obrigatória há o movimento de educação em casa ou housing schools.

Na prática alguns países de grande extensão e população rural pequenas  eisoladas legisla a educação à distância. Alguns países, entre eles o Brasil, possuem salas multiseriadas* onde um professor leciona ao mesmo tempo para várias séries.

Toda legislação educacional do Brasil conquistou a educação obrigatória como direito universal para se contrapor à educação exclusiva para quem era de classe rica ou média. Esses sempre tiveram alguma escolarização.

No Brasil a educação é obrigatória par resolver diferenças sociais na perspectiva de que uma pessoa ciente de seus direitos pode e deve lutar por sua melhoria de condições.

Do ponto de vista geral, a educação obrigatória sempre falha por ter um único conjunto de regras e de imposições em massa que não cabe para todas as pessoas. Além desses fatores todos a sociedade é machista, preconceituosa, autoritária e isso gera um desconforto para crianças e jovens que não são suficientemente protegidos de achaques, tiranias e leis e regras que são sem sentido ou estritamente para eliminar etapas pedagógicas como por exemplo: o que é a democracia e como ela deve ser exercida.

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Eu detestava minha escola na juventude. Professores retrógados, militarização das relações, desestimulo à criatividade, desrespeito à diversidade cultural e de gênero, avaliações bancárias e privilégios para os que vinham de classe média e desprezo para os poucos negros e pobres que chegaram até ali.

Devemos distinguir portanto a housing schools de direita e de esquerda.

Depois de meu trabalho sobre a pedagogia anarquista fui muitas vezes perguntado sobre escolas humanistas e sempre respondi o que a literatura mundial acaba descrevendo, digo: nos primeiros anos de infância pais e mães acham lindo escolas democráticas, construtivistas, amorosas, criativas e humanistas, mas no virar da pequena infância para pré-adolescência o balé da mocinha vai ficando onerosa, a escola de música e inglês é descartada e uma chacina intelectual perpetrada pela educação obrigatória de mercado destrói tudo que um jovem foi criado acreditar.

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Escolas são lugares de achaques, preconceito, perseguição por todo tipo de diferenças, alistamento de malfeitores que destratam mulheres e gêneros ainda se descobrindo. Escola é um desastre obrigatório de horas de chegar, de sair, de comer, de estudar, de falar e de se comportar, inclusive do que estudar.
Porém, não levar uma criança para a escola no Brasil é crime de abandono intelectual. Ei que temos um impasse humanitário precário, com outro de liberdade do indivíduo. Precisamos obrigar o indivíduo a ser liberto pela educação. Enchemos as crianças de gasolina ao logo da vida para depois manda-los para apagar incêndios que não criaram.
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Então, na Espanha a legislação sempre permitiu escolas não ligadas ao Estado, desde que os pais declarassem acreditar que o ambiente escolhido atendia à necessidades escolares desejadas. Assim, as normas e regras não se aplicavam igualmente, desde que quando chegasse no momento do vestibular o interessado passasse. Não havia comprovação de histórico escolar desde que ele passasse nos exames nacionais.

Ocorre que no Brasil a democratização da educação não deixou de ser um funil, mesmo sendo universalizada o cidadão sai profundamente desiludido da educação e rejeita a escola. Reclamam da carga de leitura, não gostam de carregar os livros, leem pouco, não gostam dos espaços que são como presídios, pouca liberdade pedagógica e criativa.

Temos portanto uma estatística desconhecida sobre o fenômeno de Refusals Schools que no mundo é trabalhado como um distúrbio de pânico e há vários países que possuem centros educacionais terapêuticos para esses estudantes que não se adaptam e adoecem em ambientes escolares e há famílias ricas que enviam seus filhos para outros países para se livrarem da educação formal e obrigatória de seus países natais. Japão é um desses países que reconhecem esse problema de saúde social juvenil.

O movimento de housing school de esquerda busca sair da escola opressora, machista, reacionária e autoritária. Os pais percebem que seus filhos terão mais saúde seguindo o próprio ritmo e serão mais estudiosos e felizes longe desses aparelhos repressores que se tornam algumas escolas.

O movimento de housing schools de direita só querem agravar uma educação que seja pautada exclusivamente nas certezas bíblicas e dogmas contrários ao conhecimento científico.
A classe trabalhadora possui outro dilema, se não houver escolas e creches como ir para o mercado de trabalho, com quem e como deixar os filhos.

Nunca tentou-se uma sociedade moderna sem escolas, mas a Finlandia tem sido exemplo de um desnudar da imposição e criado possibilidades de currículo aberto, auto escolhido, no próprio ritmo, pedagogia de projetos, mais atividades de grupo auto dirigido do que aulas clássicas. Ainda assim, isso não resolve de todo uma socialização obrigatória.

A socialização também é uma decisão do indivíduo, ele precisa buscar a socialização por seu entendimento. É um pressuposto discutível que numa sala onde existe um filho de um fascista e um anarquista que haverá denominador comum que não seja sair na porrada.
Housing school de Damares e da escola sem partido não tem nada a ver com pais transtornados com a miséria que é a escola formal.

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A escola pública e privada no Brasil virou um território em disputa para acabar com ensino laico.  O único pressuposto que está por detrás da housing schools de Damares é a criação de escolas religiosas de linhas neo-pentecostais com total  liberdade de abrir mão dos conhecimentos científicos.
Ao fim, as mães evangélicas serão convencidas a não irem para o mercado de trabalho e realizar toda tarefa domiciliar e ainda cuidar da educação dos filhos. O housing school de Damares, se aprovado irá desmoronar em qualquer cenário. No entanto, creio que o housing school de esquerda, humanitário, cientifico, filosófico e de auto aprendizado seria a libertação dessas escolas que no primeiro problema aprovam medidas autoritárias e restritivas.

Os professores, pedagogos e diretores da linha neo-pentencostal fundamentalista vieram para ficar. Esse território faz par com professores reacionários, conservadores e autoritários. Tenho certeza que muitos pais estariam bem felizes de verem seus filhos longe desses ambientes retrógrados, atrasados, dogmáticos e agressivos.


 * A discussão de educação do/no/com o campo projeta a possibilidade de tempo parcial no ensino em escolas e tempo parcial em casa relativo a questões climáticas, migrações circulares e safras e entre safras. Inclusive para evitar que filhos estudem em escolas urbanas, permanecendo em escolas com respeito e desenvolvimento da vida rural que as escolas urbanas não cobrem.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Fracasso da democratização do Brasil bol$onaro e a barragem de Brumadinho

Nos anos de 1980 e 1990 eu tinha muita esperança das questões ambientais serem levada a sério.

Acreditava na agricultura preservativa e socialmente responsável, com comércio direto e menos atravessadores. Com pessoas mudando hábito alimentares negativos e hábitos de consumo impactante.

Também com redução de ações autoritárias e acreditava no associativismo, cooperação e empatia. Eu achava que a democratização ia trazer essas coisas e de fato algumas vieram.

Este título acima já há jornalistas que disseram algo semelhante, mas irei reforçar a sensação que a Barragem e bol$onaro são duas conclusões nefastas de nosso temo e de desesperança.

Embora não se possa escreve e acreditar no que ele diz, algumas coisas se desvelam:


  • ambientalismo como retrocesso para a economia.
  • trabalho como força e não como socialização.
  • educação para os educáveis.
  • saúde para pagantes.
  • previdência alterada só para manter privilégios.
  • e por ai se pode ir que a lista é longa.
Ocorre que a barragem de Mariana quando rompeu já era prenúncio de que havia cuidados a se tomar, mas era o meio de uma derrubada de um governo para se colocar em pauta a Ponte para o Futuro que representava afrouxamento ou erradicação de todas as medidas de proteção à sociedade, ambiente, ao trabalho justamente remunerado e desprovimento de toda nossa segurança energética, produtiva e recursos naturais.

A barragem de Brumadinho e bol$onaro tem em comum o fato de que na instância política e produtiva se perderm todas as proteções.

Twiter não sustenta baragem, disparos em massa de whatsapp não resgatam vidas e políticas regressivas só levam a desastres sociais e  ambientais.

A barragem da democracia foi arrebentada por fake news, sofismas, grosserias, desprezo ao conhecimento e total repulsa à democracia e respeito à vida.

No passado percebíamos que apos uma calamidade que se ia ter uma série de ações casuísticas de emergência que murariam o paradigma do desastre, com leis mais rígidas, fiscalizações mais intensas e qualificação dos órgãos responsáveis como formação e recursos materiais e econômicos.

Agora, Brumadinho parece ser a rota para todos nossas mazelas. Todas barragens estão se rompendo.

Estamos retrocedendo, regredindo e há até quem já ache os militares mais comedidos e socialistas que a extrema direita do Brasil.

Desejo e repito muitas vezes que esse Brasil real irá bater na porta deles todos e irá cobrar deles o que eles se acham e se isentaram. Espero ativo, espero desconfiado, mas o Brasil não é um velocipede.



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Sensações da Caminhada Litoral Norte da Paraíba



Em 1997 fiz esse percurso com 19 pessoas da Geografia da UFPB.
Foi mais cansativa, mais difícil, mas positiva. Por isso quis refazer.

Imagem ilustrativa da Caminhada de Barra de Camaratuba até Lucena-PB


Percorri  40km, mas andei 35 Km de Barra de Camaratuba até Lucena. Irei contar como foi isso começando com os tipos de areia da praia, seguido da carga, das pessoas, do sol, desconforto admissível e junto ou só.

1º percurso – Barra de Camaratuba até a Baia da Traição 12km
2º percurso- Baia da Traição até Barra de Mamanguape  6km
3º percurso – Barra de Mamanguape até Ponta de Lucena 17 km

Esse vídeo maluco me mostra em plena ação!

Areia e suas sensações
Sabe aquele papo de que esquimó tem várias classificações para cor ou tipo de neve?! Não sei se é verdade, mas  a areia da praia eu tenho várias: 1 Areia Seca e 2 areia molhada e elas estão no sub grupo areia maré subindo e vazante. Se vc caminha uma hora sem peso, sem destino e a curta distancia nada disso importa, mas se vai percorrer mais de 5 Km importa muito.

Homem do Saco, Saci Pererê, mas
a mim parece uma pessoa correndo!

Eu classifico areia assim: fofa, seca e inclinada. Areia seca dura por cima e fofa por baixo, areia molhada com laminha fofa por cima e dura por baixo. Areia molhada afundante, areia seca afundante, areia dura como lixa, areia semi molhada e sem surpresa, areia dura vazante, areia dura montante, areia qualquer com sol e vento às  7 da manhã ao meio dia e às 17 horas. Não irei classificar as da noite, pois eu não caminhei de noite, mas seguramente tem um pau de areias norturnas. Sem falar da areias finas, cascudas, pontiagudas e as to nem ai para ti! Ah!! Tem areia com sargaço que pode afofar a pisada. Todas essas texturas são saboreadas segundo o calor, tempo de caminha, sol, sede, fome, chuva e pensamentos. Os pensamentos mudam a percepção da areia. E seja lá o que for, quando a areia lixa os pés, todas essas configurações são substituídas por caralho, bosta, que foda, fodeu....etc

Cheguei Meio dia em Camaratuba e ainda não
era a maré mais baixa. atravessei e me banhei, estava quente,
 não almocei! Estava loco para começar e seguir para a Baia da Traição

Barra de Camaratuba, divisa da Paraíba com R. G. do Norte
Olhando para o norte se vê ao fundo um grande parque Eólico
 que está sendo vendido para China.

Olhando a Barra de Camaratuba em sentido sul.

Peso que carrega
O peso que carrega e quanto é importante dá um significado diferente para tudo. Vc pode ter a barraca, água, alimentos e pequenas coisas. Porém, as pequenas coisas são pesadas e o mínimo em tua casa passa a ser o máximo após 5 Km na estrada. Isso é uma metáfora afetiva também.



A bagagem era de 6kg com barraca, comidas
desidratadas e água.
Após 30 minutos de caminhada pesava 100kg

As pessoas
Vc  pergunta horas ou alguma informação e as pessoas passam a viajar contigo e explicar outras coisas. O moço passou de bike e perguntei se o rio era longe e ele disse que sim. Eram 4 km ainda. Quando cheguei no rio, o tal moço me esperava para saber aonde ele ia passar. Na estrada vc se abre. E comunica de forma diferente.


Proteja se do sol
Há quem diga que usar filtro não aumenta ou diminui as chances de câncer e que os fatores genéticos e pessoais são mais importantes. Passe filtro após duas horas de caminhada. 

Esse detalhes são das cores das falésias e 
da suas magnificência. As aves planam mais perto 
que a imagem mostra


Dormir bem pode  não ser possível
A gente se acostuma a dormir de qualquer modo dependo do cansaço. No terceiro dia vc já sabe e dorme sem problemas. Chuva, baratas, barulhos, imprevistos e a falta de um banho podem tornar a noite bem penosa. Só que todo o desconforto depende do teu estímulo. No futuro vc melhora e descobre teu jeito de se virar. O principal da caminhada é saber o teu limite e hora de repousar. Uns 10 km por dia está ótimo para a praia e 17Km já é pesado .

A noite foi intranquila na Baia da Traição. Também choveu!
de dia a chuva vinha refrescar e criar essa luminosidade delirante!


As pessoas acham que o mar invade as casas.
Esse movimento do mar é natural. 
Depois ficam essas sucatas de casa fazendo tudo feio.

Vá sozinho!
Há pessoas que por várias razões querem caminhar em grupos, pela companhia, partilha e quebrar o cotidiano da vida individual ou familiar. Viajar só precisa a pessoa gostar da própria companhia. A vantagem de ir com outros é o amparo e ajuda. A desvantagem é ter que seguir o ritmo do outro e quanto mais egoísta ou narcisista a viagem fica mais penosa. Mal Humor, alteração de emoções, impaciência, criticismo, intolerância e aburguesamento da vida caminhante pode tornar a viagem um saco!

Travessia Rio Mamanguape, bom papo e 4,5km de travessia. 
Barqueiro Joelson disse que se atravessa de pé na maré baixa.


Se não conhece a pessoa, faça viagens de um dia, pois vc terá certeza que não vai acordar com um chato de galocha por três dias te aporrinhado. Não faça caridade com idiotas que vc sempre se fode e tem que resolver problemas inúteis que não são os seus reais e necessários. Só vc pensa mais, junto vc conhece a pessoa, ao menos naquela situação comum e não acredite que ela mudará e será a mesma gentil e cooperativa após a experiência.
Leve água, alimentos secos, castanhas e algo doce que pode ser rapadura ou algo que contenha glicose.


Camping Sua Casa Na Barra. Gente aprazível.
 Solidariedade, acolha positiva e bem estar de convívio.

Esta caminhada trouxe muitas ideias, muita reflexão e foi um momento que desfrutei de minha companhia de forma positiva.

Esses dois na Praia do Galego pareciam leões.
Foi só me abaixar que viraram duas manteigas derretidas.
Coisa especial, singela, mas de muito prazer.
Baia da Traição - Pipa 60 km, próxima caminhada!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

O que aprendi após receber o título de doutor!?


Tambaba - PB



De Geógrafo medíocre a um palhaço suportável

Completa em 2019 10 anos que tive a oportunidade de escrever uma tese sobre ensino de Geografia e pedagogia anarquista. Não falo que é minha tese, pois é uma obra totalmente pertencente a outros. De qualquer modo eu entrei no doutorado para mudar os outros e eu é que acabei sendo mudando.

Eu seria um professor medíocre em alguma universidade do Brasil, afinal, esse era meu objetivo. O processo de doutoramento foi o mais feliz da minha vida. Eliseu Sposito aceitou-me, mas não havia nada de proeminente em mim que o desse alguma certeza. O mestrado foi um mal enjambrado de Geografia da Saúde com Geografia do Trabalho que não teve repercussão na Geografia em geral do Brasil.

Hj fico feliz de que geógrafos fiquem atentos aos agrotóxicos, pois fiz muitas comunicações nos congressos de geografia para duas pessoas e houve uma que nenhuma, embora esse trabalho de anos de pesquisa tenha sido utilizado para a ANVISA realizar capacitações de riscos. Este reconhecimento da ANVISA no governo FHC é o  que me deixa mais aliviado sobre a pertinência de meu empenho no mestrado orientado por Edvânia Torres na UFPE e Paulo Adissi da UFPB.

http://www2.fct.unesp.br/pos/geo/dis_teses/09/antoniosobreira.pdf

Já este doutoramento era inicialmente sobre pensamento geográfico e educação geográfica com intuito de me formar professor formador de professores. Também eu sabia do status do pensamento geográfico e achava que a geografia radical precisava de algum dizer meu a partir de práticas educacionais pífias que achei serem como boas.

Minha prática educacional só me ensinou uma coisa aproveitável: “os estudantes querem mais de vc amizade do que conhecimento, querem mais respeito do que notas”! Bem, ao menos para aquelas pessoas que sabem que notas e conhecimento não mudam nem suas práticas nem o caráter e não exclusivamente através educação formal se fariam essas mudanças!



Ultima Caminhada pela democracia com Haddad - João Pessoa


Eu não sabia de nada disso, quando me despertei para a pedagogia anarquista o primeiro pensamento que eu quis desse doutoramento era que esta não servisse para nenhum plano educacional. Ela tinha que ser intragável para geógrafos, educadores e planejadores educacionais. Eu mal sabia o que eu ia escrever, mas já desejava que não prestasse serviço ao Estado e a pensadores corretos.

Quando se escreve uma tese por amor aos professores com o pressuposto de que eles devem ser mais felizes do que educadores e só assim serão educadores de fato, não pelo conhecimento, mas pela emoção e que ao final, ensinar Geografia ou qualquer outro conteúdo escolar era um erro, dava-se a entender que eu era a favor do fim da Geografia nos currículos e ao desemprego em massa de professores de Geografia e outros. Temer acabou cuidando um pouco disso, mas por razões bem diferentes das minhas.

Não era isso, mas era isso sim! Passado 10 anos tenho certeza que a tese só se convalidou por que eu mudei de um potencial professor medíocre, pouco dado a formalidades, para um produtor cultural de sucesso e um palhaço suportável.

Desde 2009, quando migrei para ser co-gestor do Ponto de Cultura Prudente em Cena até os dias atuais, somando todos os projetos que escrevi e co-gestei a maioria entre associações, setor privado e público consegui participar diretamente da viabilização de aproximadamente 2 milhões de Reais destinados à economia da cultura.

Video Circo Da Vinci e Festival 11 anos Rosa dos Ventos: http://vimeo.com/23723104

Não gosto mais de sala de aula, pesquisa educacional, fazer a mim intelectual e figurar na academia como um clero e seus relatórios de bolsa, de Lattes e quaisquer das obrigações da fábrica de papers que se tornou a pesquisa mundial.

1a apresentação do Palhaço Aperreio em João Pessoa no Castelo de História 



Como acadêmico em geografia eu era até escutado, havia até que achasse que eu ia ser alguma coisa. O anti-intelectualismo e aversão à vaidade acadêmica para sobreviver neste ambiente era muito insincero. Palhaço Fezes ou Palhaço Aperreio é quando me sinto mais sincero e efetivo de mim. Posso ser todos meus defeitos.


Circo Teatro Rosa dos Ventos - Palhaço Espigão, Dez p Sete,
Beterraba, Fezes e Custipiu del Pinote

Circo Teatro Rosa dos Ventos - Palhaço Espigão,
Beterraba, Fezes e Custipiu del Pinote


O nome de palhaço Aperreio veio em substituição ao palhaço Fezes. Fiz esse rebatizado em 2014, pois combinava com meu perfil e era menos agressivo.

Não faço rir, não agrado crianças, não pago de Clow, sou tão anti-escola quanto anti-clow bonzinho e poético. Portanto, sou um palhaço invendável para festas e animações. Em verdade, sou um esforço de insuportabilidade continua.

Não xingo clow, mas prefiro distância dessa bondadezinha.

Há alguém ainda que me respeite como proto intelectual, mas queira me ver irascível quando um douto começa a receitar livros úteis como bulas de remédio e achando fazer o maior bem do mundo.

Não consigo ler mais nada de Geografia, não por que deixou de prestar, mas porque minha integridade de pensamento não cabe mais. Creio que há pessoas mais sinceras e qualificadas para fazê-lo sem sentir que se está auto torturando como me sentia.

Esses 10 anos de titulação fez a minha mudança, que até foi percebida com desagrado por alguns pares acadêmicos como se eu desdenhasse a grana pública que a mim foi destinada para me tornar uma pessoa titulada.

Hoje quando vejo as pessoas apavoradas com os estudos de mestrado e doutorado e acho engraçado, santifica-se a pós graduação antes de entrar e depois a sataniza-se quando se exige o óbvio desse ambiente.

Durante o doutorado eu fui buscar a arte e a cultura, a dança, a boemia, a juventude, liberdade e crescimento diferente do acadêmico. Amei mais, ou achei que amei.

Eliseu quando teve a primeira conversa comigo disse que meu projeto deveria ser também de vida e não somente intelectual. Ele respeitou a todas decisões com certo prazer de ver a minha loucura transparente.

Tive recaídas acadêmicas quando resolvi fazer concurso para a UEPB, qual passei por ter título de doutor, mas o terceiro candidato iria fazer melhor trabalho. Eu precisava viver isso novamente para saber que não há o que fazer para graduações por título. Sou mais adequado aos desgraduados de coração.

Apenas lembrando, todos amigos de militância estudantil mais aguerridos tão repudiada na época e hoje, são professores, diretores de escola, doutores, mestres e alguns reitores, coordenadores e com atuação que seus professores coxinhas e hiper acadêmicos se envergonhariam tê-los prejudicados.

Voltando a essa comemoração de 10 anos de liberdade da vida acadêmica e da produção intelectual. Eu sei vez por outra que alguém se interessa por essa tese que escrevi. Há até quem ache que sou anarquista. A prática da tese ocorreu no Ponto de Cultura Prudente em Cena, na Escola Viva Olho do Tempo.
Capa de Informativo com atividades do Ponto de Cultura Prudente em Cena da
Federação Prudentina de Teatro atual Galpão Cultural da Lua

Aula de campo Rio Gramame com crianças
 da Escola Viva Olho do Tempo

Aula de campo Rio Gramame com crianças
fazendo stop motion da Escola Viva Olho do Tempo

Educação por Projeto Feira de Trocas
de Guarabira da UEPB


Sinto-me feliz tocando flauta, clarinete ou dançando em algum canto. Sinto feliz de palhaçar e aperrear as crianças! Sinto-me feliz de escrever projetos e quando são aprovados, fico feliz em ver os recursos serem utilizados e depois as contas fecharem e seguir em frente.

A nova fase é esta da empresa que criei Forme Cultura Cursos que é mais uma projeções de sonhos que foram construídos desde 2009.

Com este texto comemoro 10 anos passados de uma nova aventura que não parou de acontecer em minha vida, com amores, dissabores, amizade e luta.
Manelão e Aperreio recebendo Lula em Monteiro

Aperreio recebendo Lula em Monteiro

Grato



segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Fui avaliador de livros didáticos de Geografia em 2005 e 2006


Fui avaliador de livros didáticos de Geografia
Todos estamos passando por um momento absurdo com atrofias no sistema educacional vindas com esse troço chamado bolsonaro e o atraso que o segue. Irei recuar um pouco em 2005 e 2006 quando eu estava no início do doutorado e fui convidado por Carminha e Eliseu Spósito para ser avaliador do Plano Nacional dos Livros Didáticos, conhecido PNLD e falado como PeNeLeDê.

O PeNeLeDê foi uma conquista do Governo Lula e Dilma, mas que já era gestado no governo FHC em decorrência de haver uma industria bélica de produção de livros e distribuição que domina o mercado editorial do Brasil e equiparável a poucos países.

Eu achava estranho se pagar para alguém fazer análise prévia de livros, já que para mim a autonomia do sujeito e intelectual como professor não permitiria alguém fazer uma prévia apreciação para mim. Confesso aqui que quando fiz minhas primeiras aulas, não fosse um amigo experiente eu quase comprava um almanaque Abril para dar aulas de coisas.

A dificuldade de um professor recém formado ou já na ativa escolher um livro didático é difícil e muitos acabavam seduzidos pelas editoras. Aprendi nesse processo que o PeNeLeDê era razoável e nem era um ranqueamento ou pré-digestão intelectual.

Eu avaliei uma coleção muito popular no Brasil de 5ª a 8ª série. Foi fornecido formulários, orientações e que outro especialista estaria fazendo o mesmo trabalho. Não me lembro de todos os critérios, mas era assim:
Excluir imagens e textos com erro de português, identificar termos, textos e imagens com preconceitos contra mulheres, negros, índios, minorias e classe trabalhadora. Também preocupar com estereótipos regionais, geografia estritamente descritiva, aspectos ambientais, se mais rural ou urbano, criatividade e pertinência das atividades propostas e suas ênfases e a apresentação visual, se inovadora e se  poluída, quer dizer, bem dividido entre imagens textos, cartogramas e mapas e respeito às convenções e conceitos geográficos. Havia muitos critérios e ao anotar qualquer rejeição se exigia justificativa com corroboração bibliográfica consistente para realizar um parecer final. Este parecer final seria confrontado com outro avaliador e um mediador regularia se houvesse discrepância em questões comuns um dizendo péssimo e outro excelente. Óbvio que os avaliadores eram de especialidades diferentes no que se chama física e humana.

Tudo devia ser sigiloso, afinal ocorreram experiências passadas de assédio das editoras a alguns pareceristas que lhes faziam um inferno para que a análise não condenasse ou que a pontuação favorecesse as suas coleções, embora nunca ocorresse rank.

Vc já imaginou quanto custa um edição de uma grande editora e o contrato de compra para todo o Brasil!?

Não podia haver ranqueamento. Uma obra pode ter muitas atividades e não tratar profundamente de meio ambiente. Assim, o professor que lesse o catálogo escolheria os livros que se adequassem às necessidades e habilidades suas e de suas classes. Infelizmente, muitos diretores e professores escolhiam o primeiro livro da lista achando que era ranqueamento ou fatigados pela vida docente.

Este mercado envolve milhões de reais de compras com dinheiro público e é justificável que o governo saiba o que vai se comprar e avaliar a qualidade, a legalidade, o respeito à língua formal e à ciência em geral com ênfase na Geografia.

Todos os livros que se pretendem ser comprados para o ensino público precisavam de um aferimento, pois erros conceituais, preconceitos e erros de protugues eram comuns antes do PeNeLeDê. O anedotário das primeiras avaliações era de envergonhas Damares.

A polêmica atual sobre o decreto que afrouxava essas inquietações, que permitia até publicidade e erros tem um custo gigantesco. O controle de qualidade tão alardeado pela reengenharia, ISOs e tantas medidas de qualificação de produto muito postas pelos governos Neo Liberais e das gestões empresariais devia ser aplicados na coisa pública.

Nem uma empresa privada de educação compraria milhões em livros sem saber o que  adquiria e com qual finalidade, então, por que a coisa pública teria que ser frouxa!?

Logo mudaram de ideia, pois como a imprensa divulgou era menos uma incompetência e mais um negócio entre as editoras e esses homens da linha Temer|bolsonaro. Agora tentarão roubar de outro modo. Aguardemos!

Eu entendo a necessidade do livro didático. Sou como muitos educadores que sempre temos que fazer material adicional. Atualizar é esforço diário e a coleção só recebe atualização de 5 em 5 anos, quando toda a avaliação precisa ser feita. O Livro didático não é tudo, mas também não é perda de tempo e sim um instrumento que pode acabar virando o único, segundo as condições de trabalho dos professores.

Um fulano fanático nem adentrou nessas questões. Acredita que a educação é partidária e ideologicamente penetrada e blindadamente bem sucedida. Sabemos que a Geografia crítica é marxista, mas também sabemos que é científico e metodológico. O marxismo não nega a ciência. O método é sempre se colocar em dúvida, contradição e confronto de ideias. Os educadores marxistas sabem que seu esforço é a educação crítica e não a adoção ao marxismo que só se faz pela práxis.

Estamos vivenciando a era das patranhas maldosas, asquerosas e propositadas para o mercado. As questões de costumes são todas inerentes a mercados, primeiro o do voto conservador que embarca como criança com chupeta e segundo a um ultraliberalismo fascista servil e entreguista.

O Brasil está à venda!