Proposta inovadora com 100 anos de atraso, bem como desconhecedora da história da educação!
A escola onde os alunos fazem as regras
Proposta inovadora de colégio estadual
no Rio estimula o "aprender a fazer, a conhecer e a conviver". Escola é
fruto de parceria com Instituto Ayrton Senna e faculdade Ibmec
Raphael Gomide- iG Rio de Janeiro |
Rayssa, Weverton e Isabell não entenderam nada no
primeiro dia de aula. Como assim, escolher as normas da escola? “Nós
criamos as regras! Fizemos os acordos. Aqui a escola nasceu junto com a
gente. Mas não é escola bagunçada, onde se pode fazer o que quiser”,
contou Rayssa Furtado, 15 anos. “Todos ficamos surpresos, ninguém
imaginava que isso fosse possível”, concordou Weverton, 15. Contexto:Aposta do governo para ensino médio é gerenciada por institutos
O Colégio Chico Anysio, no Andaraí (zona norte do Rio de
Janeiro), é “experimental”. É um de nove da rede estadual fluminense no
programa Dupla Escola, ou seja, em tempo integral, de 7h às 17h. A
instituição também faz parte do programa Ensino Médio Inovador
, do governo federal. Mas a principal diferença é que a unidade é um
piloto de uma parceria do governo com o Instituto Ayrton Senna e a
faculdade Ibmec. Raphael Gomide
Weverton, Rayssa, Ana Luiza, Isabell e Elias são alunos do Colégio Chico Anysio, inaugurado este ano, e elogiam proposta
O projeto pedagógico para o ensino médio foi desenhado
pelo Instituto Ayrton Senna e aplicado em parceria com o governo do Rio.
O Ibmec dá aulas de introdução à economia, contabilidade, educação
financeira, entre outras, que os adolescentes brasileiros normalmente só
veem na faculdade. Eles também têm aulas de inglês e espanhol. “Quem
está na Chico Anysio não precisa de curso”, disse Elias Fernandes, 15.
O projeto é baseado no aprender a “fazer”, a “conhecer” e
a “conviver”. O objetivo é desenvolver nos alunos características que
serão usadas por toda a vida, em qualquer atividade que escolham. São
estimuladas a autonomia, o pensamento crítico, a curiosidade
investigativa, a capacidade de colaboração e de comunicação, a
criatividade e a liderança. Os adolescentes ficam dispostos em grupos de
“times”, de seis mesas, e debatem os assuntos, fazendo trabalhos de
grupo, na maioria. “O engraçado é que todo mundo tem opinião sobre
tudo”, disse Isabell Pacheco, 14 anos.
Para estimular a criatividade e a capacidade de resolver
problemas, os professores incentivam atividades como improvisos de
teatro e jogos em grupo. Um exemplo foi um exercício em que eles
simulavam ter de atravessar um rio, contando para isso apenas com um
papelão. “O professor é o mediador do conhecimento, e o aluno é o
protagonista juvenil”, explica o jovem Fábio Milioni, de apenas 27 anos,
a quem os alunos chamam apenas de Fábio. Ele dirige apenas três turmas
de 1º ano do ensino médio, com 80 alunos no total. Raphael Gomide
Diretor da escola, Fábio Milioni, tem 27 anos e defende a inovação
“Aqui é diferente, as aulas são mais legais”, disse Ana
Carolina Mota, 15 anos. Elias Fernandes, 15, sempre foi um dos mais
calados das escolas por onde passou. Mas na Chico Anysio ele conta que o
método acaba forçando que ele fale mais e supere sua timidez. “Faz com
que a gente seja mais sociável”, disse o menino.
No colégio, os meninos têm tempos para dedicar ao “estudo
articulado” (quando podem fazer seus trabalhos); à autogestão (escolhem
o que querem fazer, de exercícios, a tirar dúvidas com um professor ou
até relaxar e ouvir música); e ao “projeto de vida”, quando um
orientador os ajuda a escolher o caminho que pode seguir no futuro. “A
proposta é inovadora”, afirma o empolgado diretor, que coordena uma
equipe de 14 professores.
Inês Kisil Miskalo, coordenadora da área de Educação
Formal do Instituto Ayrton Senna, explica que todas essas atividades
desenvolvem conhecimento de forma integrada e não há uma divisão
estanque de disciplinas. Os alunos são estimulados a fazer projetos, que
utilizam conteúdos de várias áreas e muitas vezes exigem o envolvimento
de mais de um professor. Raphael Gomide
Luta olímpica é uma das modalidades esportivas praticadas no Colégio Chico Anysio
Os docentes aproveitam a tecnologia disponível por
doações de empresas. A maioria das aulas é com datashow, e é enviada em
seguida para os alunos, por e-mail. Há uma lousa digital doada por uma
multinacional de tecnologia, assim como 40 computadores. Para a
representante do Ayrton Senna, não dá para pensar no jovem sem pensar em
tecnologia, mas na escola ela deve ser usada como facilitadora do
processo todo. “Não tem sentido ter uma sala de computadores, é
importante que os alunos possam usá-los quando precisarem, até no
pátio”, diz.
A Chico Anysio é distinta até nos esportes escolhidos;
esgrima e luta olímpica, pouco comuns no País, quanto mais em uma escola
estadual. Isabell sempre foi atlética. Completou os estudos de balé
clássico e dança e adora esportes. No primeiro momento, achou esgrima
meio esquisito. Mas hoje adora.
Há ainda outras vantagens, aos olhos adolescentes. “A
comida é o melhor! Tem tutu, escondidinho de carne, estrogonofe, doce de
banana com mel! E os sucos! Além disso, temos o uniforme mais
bonitinho, não é aquela camisa do governo feia, horrorosa”, disse
Isabell.
O projeto inovador atraiu gente de vários pontos do Rio e
está empolgando os alunos, ao menos nas primeiras semanas. As gêmeas
Luanne e Rayanne Oliveira da Cunha, 15 anos, levam quase 1 hora 30
minutos todos os dias de Olaria até o Andaraí. “A escola é muuuito boa! O
ensino é diferente, em grupo, mais fácil de aprender, e ajuda a me
preparar para uma boa faculdade”, disse Luanne.
“Minha mãe diz para eu parar de falar da escola, porque
eu falo demais daqui”, contou Ana Luiza Ramos, 14 anos, que, junto com a
irmã, Ana Beatriz, trocou a tradicional Fundação Osório, do Sistema
Colégio Militar, pelo Chico Anysio. *Colaborou Tatiana Klix
Leiam com sabor sádico e cínico o que a mídia acha legal! isso para não dizer que Reclus era um imbecil!
Dia 16 de abril, das 14h até as 18h será realizado a continuidade dos
debates sobre pedagogia do risco na FCT Unesp em Presidente Prudente. Local: Anfi I. E dia 23 de abril será realizado o curso noturno, das 19h as 22h, local a confirmar https://www.youtube.com/watch?v=U0XQOOttbco
Conheça os conceitos que vão mudar a escola e o aprendizado
Em evento em São Paulo na semana
passada, exemplos de modelos de ensino inovadores dos Estados Unidos
mostram como será a educação do futuro
Tatiana Klix- iG São Paulo |
“Na sala de aula, cada um é diferente e aprende de forma
diferente”. A afirmação feita por Joel Rose, cofundador e diretor
executivo da New Classrooms Innovation Partners, em evento em São Paulo
na semana passada sobre novos modelos para o ensino público, é senso
comum entre professores e o desafio principal de quem pensa e trabalha
pela educação do futuro.
No Transformar 2013, que reuniu mais de 800
pessoas, entre educadores, gestores e empreendedores, exemplos concretos
norte-americanos de escolas inovadoras – e bem sucedidas – mostram que
já é possível personalizar a aprendizagem e como não há apenas um modelo
para fazer isso.
Conheça conceitos que vão transformar as escolas (e onde foram aplicados):
Personalização
– Entender as necessidades de cada estudante é o diferencial da School
of One, uma plataforma criada para escolas de Nova York por Rose e
Christopher Rush e que tem a tecnologia como principal aliada para a
tarefa. Baseado em uma avaliação feita no início do ano, o sistema
elabora um mapa de habilidades e plano de estudos individual.
Mas para
isso, utiliza experiências de outros alunos. Um enorme repositório de
lições está disponível e o banco de dados prevê que tipo de atividade é
mais adequado ao perfil de cada um. “A melhor maneira de aprender pode
ser com aulas online, em grupos ou estudando sozinho. O nosso algorítimo
usa as experiências já aplicadas para identificar isso”, explicou Rose.
Uma receita parecida é usada no grupo de escolas Summit, na Califórnia
, na qual os estudantes também passam por uma avaliação no início do
ensino médio, para elaborar um plano de estudos de acordo com seus
objetivos de carreira. A tecnologia, novamente, é usada para avaliar em
todos os momentos o que cada aluno já aprendeu e se já está pronto para
aprender mais. “Cada um segue no seu ritmo”, contou a diretora executiva
da rede, Dianne Tavenner.
Salas de escolas orientadas pela New Classrooms proporcionam que cada um aprenda do seu jeito
Plataforma adaptativa
– Para proporcionar o ensino personalizado, existem plataformas
tecnológicas de ensino online que ajudam a elaborar e entregar os
conteúdos necessários para os diferentes tipos de alunos. José Ferreira,
fundador da Knewton, ferramenta que fornece lições de matemática, diz
que o volume gigante de informações – maior que o do Facebook – que sua
base de dados oferece revoluciona o ensino. A plataforma mostra ao
professor com agilidade o que os estudantes aprendem, quando erram, no
que tem dificuldades e como aprendem e ajuda a elaborar aulas.
Ensino híbrido
– A sala de aula já não tem mais um professor falando em frente ao
quadro negro e alunos sentados em carteiras organizadas em fileiras
iguais nas oito escolas públicas gerenciadas pela ONG New Classrooms, de
Joel Rose. Para que cada um possa aprender do seu jeito, também é
realizada uma mudança física e os alunos sentam nas mais variadas
formas: sozinhos, em grupos pequenos ou grandes, em frente a
computadores ou usando material impresso. No espaço reorganizado, fazem
atividades distintas, algumas online e outras, não.
Para que esse modelo
híbrido funcione, o papel do professor também muda para o de mentor.
Segundo Tavenner, das escolas Summit, os docentes acompanham as
atividades realizadas em um espaço grande, sem paredes, e orientam os
alunos de várias formas: resolvendo dúvidas, questionando, provocando
debates, orientando atividades e projetos.
Divulgação
Na escola Quest to Learn, em Nova York, alunos aprendem jogando
Engajamento
– O interesse das crianças é o ponto de partida para o aprendizado na
escola de ensino fundamental Quest to Learn, em Nova York. Apoiada pelo
Instituto of Play, um estúdio de design sem fins lucrativos liderado por
Brian Waniewski, a escola constrói o engajamento dos alunos através de
jogos. Segundo Waniwski, a lógica dos videogames é apropriada para o
aprendizado porque proporciona um ambiente com regras, nas quais há
etapas a serem vencidas, mas que tolera erros. E mais: oferece feedback
constante. Para usar esses elementos, o Instituto of Play tem
profissionais especializados em criar jogos educativos que dão suporte
aos professores e incentiva também os alunos a inventarem os seus
próprios.
Outra forma de promover o engajamento é conectar o ensino com a
realidade. Essa é a aposta de Melissa Agudelo, reitora de admissões do
grupo de 11 escolas High Tech High, de São Diego. “Os alunos precisam
ver sentido no que aprendem”, diz. Nas escolas, há muitas atividades
práticas, os alunos saem da sala de aula e têm experiências na
comunidade e precisam resolver problemas reais.
Educação por projetos
– O fim da grade de disciplinas separadas é uma das experiências das
escolas High Tech High para tornar o aprendizado mais relevante aos
alunos. Segundo Agudelo, os estudantes não são divididos por série,
nível de habilidade e aprendem vários conteúdos integrados. Para isso,
os professores estimulam alunos a desenvolverem projetos, solucionar
problemas, nos quais precisam usar vários tipos de conhecimento. Nesse
caso, professores de áreas diferentes se envolvem com os mesmos
projetos.
A Escola Yasnaïa Poliana foi fundada entre 1859, a obra foi publicada em 1861 e por dificuldades financeiras fechou em 1863.
Educar para libertar.
Esse era o norte pedagógico de Liev Tolstói, um
dos maiores nomes da literatura de todos os tempos, cujo livro Contos
da Nova Cartilha é o resultado da incursão do autor no universo da
educação. Embora tenha sido traduzido do russo para o português, não é disponível. Em buscas pelo rede encontra-se as seguintes referências:
a obra traz uma coletânea de textos extraídos das
duas cartilhas elaboradas por Tolstói. São fábulas, histórias verídicas,
contos folclóricos, contos maravilhosos, descrições de paisagens
naturais e adivinhações. O estilo é conciso, aproximando-se do ritmo da
linguagem oral. Um bom exemplo é a fábula A Mulher e a Galinha: "Uma
galinha botava um ovo por dia. A dona pensou que, se desse mais ração à
galinha, ela botaria o dobro de ovos. E assim ela fez. A galinha
engordou e parou completamente de botar ovos". Afastado da sociedade
russa dos grandes centros urbanos, o autor de Guerra e Paz fundou, em
1859, uma escola rural para crianças em sua cidade natal. O "método" do
escritor, que nunca freqüentou escolas e foi educado por preceptores,
era de cunho emotivo. Tolstói amava seus alunos e era retribuído. O
mestre não era uma figura autoritária aos olhos dos pupilos: não havia
lição de casa, nem chamada oral; não havia lista de presença, nem
provas. Estudar era uma atividade lúdica, uma diversão. Preocupado em
estimular a criatividade, Tolstói tinha plena consciência de que erguia
um monumento. Tanto que em 1910, ano da morte do escritor, as cartilhas
estavam na trigésima edição, com tiragem de cem mil exemplares cada uma.
Marca que revela o estrondoso triunfo da liberdade, hoje tão fora de
moda.
Eu tenho a obra em espanhol de 1977 e a introdução feita por Carlos Diaz é esclarecedora e atual. Destaco V- La escuela no es un modelo {...} -p. 20; XII Por qué se estudia geografia {...} p. 112 e I la ensenanza artística {...} p. 144.
No link abaixo poderão localizar especificidades mais corajosas sobre a profusão do interesse por educação de Tolstoi:
Dia 16 de abril, das 14h até as 18h será realizado a continuidade dos debates sobre pedagogia do risco na FCT Unesp em Presidente Prudente.
Local: Anfi I.
E dia 23 de abril será realizado o curso noturno, das 19h as 22h, local a confirmar
https://www.youtube.com/watch?v=U0XQOOttbco
São princípios básicos para estimular ideias e ações.
Pedagogia do risco
Ementa:
Há entre as diversas
opções e paradigmas educacionais os que figuram de forma universal e os
que desapareceram dos livros e das teorias educacionais por precoceitos,
desconhecimento e pragmatismo. O conceito de Pedagogia do Risco foi
esboçado por Silvio Gallo e se caracteriza pelo rompimento de falsas
seguranças que o ensino formal busca se legitimar na formação e no
exercício da educação. Neste curso serão abordadas as origens desse
pressuposto e nos exemplos apagados ou postos de lado quando se provoca
dizer de uma pedagogia sem adjetivações, mas seu conteúdo essencial e
original de autonomia intelectual. Conteúdos que serão explorados:
Bases da Pedagogia do Risco!
Ecola Poliana Yasnaia - Leon Tolstoi (Russia)
Escola Moderna (Espanha), La Ruche França (video e debate)
Escola de felicidade Sands School e Summer Hill (Inglaterra). video e debate
No meu trabalho de doutorado colhi muitos documentos e videos sobre as assembleias em escolas democráticas e participei de parte de uma em Summer Hill e várias na Paideia na Espanha.
A qualidade dessas assembleias são distintas dessas baboseiras de escolas públicas brasileiras que se lançam no debate de democracia, mas não de autogestão. Elas são heterogestionadas e por isso desaparecem como exemplos de mudança!
Tuteladas pelo governo, uma escola nunca é auto gestionada, mas auto opiniada! Ela é cheia de opiniões! argh!
Dá-me uma raiva essa bondade liberal! A-políticas boazinhas e felizes!
Se as escolas ditas democráticas hoje no Brasil fizessem como as existentes no final da década de 1960 e início de 1970, ai sim seria algo integro.
Mas a ditadura ferrou com elas e só existe remanescentes burguesas felizes!
A assembleia é o fator de grande importância no amadurecimento do indivíduo, mas é um longo processo para construir essa legitimidade e garantir sua melhor função dinte do coletivo e das escolhas das pessoas.
Embora eu seja profundamente contra o ensino de geografia, não por que ele seja inútil, mas pela forma histórica de que alguém seja obrigado a aprender qualquer coisa que não seja de seu interesse!
As defesas acabam sendo mais corporativas do que intelectuais, quer dizer, mais pelo emprego do que pelo que ela importa sobre o conhecimento científico.
O que eu gosto demasiado nessa discussão é que a geografia ensinada produz muito pouco do que dizem seus defensores ser necessária!
E ainda assim, basta a UNESP, UNICAMP e USP manter em seus vestibulares as exigências intelectuais geográficas que a tentativa irá empacar!
Claro que terei mil ex-alunos meus e atuais amigos professores de geografia sendo prejudicados ao perder suas aulas, mas isso não significa que a geografia exigida em vestibular e em escola sirva para realmente fazer o que ela pode potenciamente oferecer!
Lutemos por emprego! Não pela docência pífia que nos obrigam ensinar!
Há um texto de Thomaz Wood Jr na Carta Capital (13 de Março) sobre "Educação corporativa" bastante intrigante.
Basicamente as empresas não conseguem obter trabalhadores qualificados e precisam criar suas universidades, tal como a GE, McDonalds e Apple.
E por incrível que pareça o autor registra que isso não resolve, pois as disciplinas são muito crregadas de auto ajuda e processos motivacionais que funcionam pouco.
O texto termina assim:
Como qualquer tipo de organização, as empresas necessitam estimular a diversidade, a visão crítica e a busca de novas visões e perspectivas. Essa é uma contribuição que um sistema de educação, mesmo balizado pelas restrições do ambiente corporativo, pode trazer.
Agora veja bem, nada contra o autor, mas essa reflexão é a que se espera da escola formal, mas é justament eo que ela mais impede de acontecer.
Os executivos e gestores empresariais padecem de pouco espírito crítico e de conceito e praxis da diversidade!
Digamos assim, os caras vendem todos seus valores para defender as coisas mais constrangedoras do alto escalão executivo.
Vendem suas liberdades criativas e críticas. Depois, necessitam de universidades para reavivar suas almas mortas!