quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Adestramento de filhos autocráticos

O texto abaixo, retirado do Portal IG Delas, trata de como deve deixar de criar pequenos tiranos. Não alerta por outro lado que os pais sentem-se muito culpados pela educação que tiveram e tratam seus filhos como cãozinhos de luxo que aprendem a falar.  

Confere o fato que na educação democrática e libertária que o principal é a criança ter liberdade, mas também uma liberdade pelo amor compulsivo e possessivo dos pais. Depois, os pais criam seus tiranos e não conseguem se libertar de adolescentes indolentes, hedonistas e auto centrados.

A culpa burguesa dos pais na educação dos filhos e na tentativa de pasteurizar-los de todas as dificuldades faz com que um dia eles temam seus filhos permanecerem na família, não com filhos, mas como sub-esposas ou sub-esposos. Alguns são expulsos, outros permanecem e valores burgueses implantados permanecem criando mutuas tiranias.

Embora todas a situações abaixo indicadas já existissem nos primórdios da educação anarquista. Temos agora que ler essa indumentária adestradora para pais infantilizados pelo sucesso econômico.


9 passos para impor limites

Terapeuta, autora, mãe e avó, Diane Levy separa as atitudes que valem a pena das que só gastam energia e compartilha sua fórmula para ter filhos disciplinados

Camila de Lira, iG São Paulo

Getty
Interpretar a atitude da criança é chave para impor limites
Na incansável luta para impor limites, muitas vezes os pais desperdiçam mais energia do que deviam. Para evitar isso, a psicóloga neozelandesa Diane Levy, autora do livro “É Claro que Eu Amo Você... Agora Vá para o Seu Quarto!” (Editora Fundamento) e especializada no aconselhamento de pais, separa aquilo que apenas cansa daquilo que dá certo na hora de educar os filhos.

“Há um bom punhado de coisas que fazemos ao tentar educar as crianças e que simplesmente não ajudam”, ela comenta, em depoimento ao iG Delas . “Quando você evita explicar muito, avisar muito, adular, subornar, ameaçar e punir, você poupa tempo e energia e mantém a sua dignidade como pai ou mãe. Quando você pede, diz e deixa a distância emocional fazer o trabalho, suas crianças rapidamente aprenderão que quando você pede que eles façam algo – ou que parem de fazer algo – eles não tem alternativa a não ser fazê-lo”.

Segundo Diane, reconhecer e evitar estratégias exaustivas e inúteis torna os pais mais convincentes em suas ordens ou instruções. Ela explicou, a pedido do iG Delas , as atitudes menos efetivas na hora de impor limites – e, do outro lado, as que mais garantem êxito. Leia abaixo os conselhos.

Divulgação
Diane Levy: "Quando você evita explicar muito, avisar muito, adular, subornar, ameaçar e punir, você poupa tempo e energia e mantém a sua dignidade como pai ou mãe"
1. Não se explique demais
“Quando pedimos para uma criança fazer algo ou para parar de fazê-lo, nosso hábito é de seguir com uma grande explicação de porquê tal ação é necessária. Se nossos filhos não respondem à primeira explicação, pensamos que ela não teve apelo para eles (ou que eles apenas não a entenderam) e, então, gastamos tempo e energia em tentar convencê-los novamente”, explica Diane.
Se a criança não entendeu porque está sendo solicitada a fazer ou deixar de fazer algo, dificilmente ela será convencida por mais e mais explicações. O que ela precisa entender é que tudo o que você pede é para o bem dela – e assim será até ela crescer.


2. Não dê mais de um aviso
“Ao dar várias chances e avisos, nós mostramos às crianças que não acreditamos naquilo que dizemos e que não esperamos uma ação efetiva até darmos muitos e muitos avisos”, diz Diane. “A maioria das crianças entende que enquanto os pais estão nesse ‘modo de aviso’, nada irá acontecer com elas”. Portanto, seja firme.


3. Não adule
Você se pega usando frases como “se você arrumar seu quarto, ganha um chocolate” ou “faça toda a lição e te dou um brinquedo” com frequência? Pense melhor. “Quando os adultos se esforçam adulando e coagindo as crianças para que elas façam o que devem, isso significa que só os pais estão fazendo o trabalho duro, enquanto os filhos esperam uma recompensa convincente o bastante para encorajá-los a começar uma tarefa que não é mais que obrigação deles”.

4. Não suborne
As crianças devem ser acostumada a agir dentro de um senso de obrigação. “Se o único jeito de conseguirmos fazer com que as crianças façam o que mandamos é oferecendo algo, nos deixamos vulneráveis a ter que pensar em maiores e melhores ‘mimos’ com o tempo. Além disso, essa ação dá às nossas crianças a permissão de perguntar ‘o que você me dará se eu fizer isso?’ – e esse não é um bom hábito para se encorajar”, resume Diane.


5. Não ameace
Ameaças funcionam com "se você não fizer isso.. então eu irei…”. Diane explica que, assim, você abre um contrato e isso dá margem para a criança negar a oferta. "Aprendi essa lição muito cedo com o meu primeiro filho. Quando dizia 'Robert, se você não guardar seus brinquedos agora, não iremos ao parque essa tarde', ele apenas respondia 'tudo bem'. E eu ficava sem saber para onde ir", relembra.
"Outro problema em ameaçar é que, se você fala que irá fazer algo, é obrigado a cumprir isso. A maioria das ameaças que tem como objetivo persuadir a criança a fazer o que foi pedido nos pune mais do que a elas", explica Diane. E exemplifica: “Os pais ameaçam: 'Se você não fizer isso imediatamente, não verá mais TV pelos próximos três dias'. É mais provável que a vida de quem fique mais difícil com essa ameaça?".


6. Não puna
Segundo Diane, algumas crianças aprendem através das punições, mas muitas se tornam ressentidas, irritadas e se sentem tratadas de forma desleal. “Também, se usarmos a punição, nossos filhos podem simplesmente aprender como aguentá-las – e voltarem a fazer aquilo que tentamos evitar”, afirma.
Mas se os pais deixarem de explicar, avisar, adular, subornar, ameaçar e punir, o que eles podem fazer? Diane sugere uma estratégia simples, com três passos: peça, diga e aja.


7. Peça uma vez só
Diane recomenda que os pais simplesmente peçam o que deve ser feito e observem a resposta do filho. Isso dará a eles uma informação importante. “Quando as crianças se negam a fazer o que foi pedido, eles usualmente expressam uma das três formas a seguir: tristeza, irritação ou distanciamento”, ensina ela.
A tristeza é simbolizada por chateação. “Eles parecem ofendidos e dizem ‘por que eu?’”, descreve. A irritação se manifesta em confronto: “eles discutem e acusam você de ser injusto com eles”. O distanciamento é caracterizado por indiferença. “Eles ignoravam você, olham para outro lado e continuam o que estão fazendo”, completa Diane. “Tudo isso significa que a criança não fará aquilo que pediu”. Mas como reagir?


8. Diga de maneira enérgica
“Vá até o seu filho – isso pode ser um pouco difícil para os pais, pois significa que eles terão que parar aquilo que estavam fazendo, levantar e ficar do lado da criança”, orienta Diane. Segundo ela, a presença próxima vale a pena. “Uma vez que aparecemos perto da criança, ela sabe que isso significa que ela terá que fazer o que foi pedido”.
A autora recomenda que os pais falem baixo – isso mostra que eles estão no controle tanto da própria voz quanto da criança – e que olhem seu filho nos olhos.

9. Aja
Se seu filho não respondeu a nenhuma das ações anteriores, você precisa fazer algo. “A coisa mais efetiva que você pode fazer é usar a ‘distância emocional’ até que ele esteja pronto para fazer o que foi pedido”, aconselha Diane. “Pegue-o no colo ou pela mão e o leve para o quarto. Diga firmemente ‘você é bem-vindo para se juntar à família assim que estiver pronto para fazer o que pedi’, e deixe-o sozinho”, completa. Lembre-se: o seu filho tem o poder de se reunir à família ao fazer o que lhe foi pedido.

Quando as crianças são maiores – e tirá-las do lugar é mais difícil – Diane recomenda que os pais apenas determinem consigo mesmos: “eu não farei nada até que ele esteja pronto para fazer aquilo que eu pedi”. E continuem com o que estiverem fazendo, normalmente. “Quando a criança aparecer com um pedido, você pode calmamente lembrá-la de que ficaria feliz em atendê-la, assim que ela fizer aquilo que foi estabelecido (e ignorado) anteriormente”, diz a autora. “Ele pode fazer duas ou três tentativas para chamar sua atenção, mas vai acabar entendendo que precisa fazer o que foi solicitado pelos pais”, finaliza.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cooperativa Longo Mai


Prólogo - Entre os anos de 1991 e 1992 vivi numa comunidade no Sul da França. Segue abaixo um texto traduzido e adaptado de cunho geral. Em breve postarei um texto maior explicando essa experiência vivida a 20 anos atrás. Em 2013 a comunidade fez 40 anos. E por ter vivido essa experiência concreta de libertarismo e revolucionária, antes mesmo de eu entender o que era anarquista, por isso, hoje que sou cético sobre alguns arroubos frouxos de libertarismo.

É facil se denominar anarquista, difícil é sê-lo!

Cooperativas Longo Mai

Cooperativa de Longo Mai é uma cooperativa agrícola de ideologia alternativa, secular, rural e anti-capitalista , fundada em 1973 Limans ( Alpes-de-Haute-Provence- Sul da França), que desde então se espalhou em rede. O nome é derivado da língua provençal expressando a esperança de que "dure mais tempo" , usado por exemplo em casamentos.

História
Na esteira do Maio de 68 , os jovens de grupos de estudantes austríacos Spartacus refugiados na Suíça após confrontos com grupos neo-nazistas, uniram-se a estudantes suíços do grupo Hydra. Esses estudantes foram processados por sua ações contra a Igreja, o exército, as ditaduras, por sere a favor dos refugiados, trabalhadores, etc.,

Através de angariação de fundos, eles compraram um campo de 270 ha em Limans próximo Forcalquier no Alpes-de-Haute-Provence para implantar, em 1973, uma comunidade auto-gerida rural inspiração anarquista criada em Basel (Suiça) em um congresso fundador. O grupo não poderia de fato se estabelecer em um dos países de língua alemã por causa da forte oposição dos suíços, alemães e austríacos . A colina onde se mudou Zinzine, tem uma casa de fazenda em ruínas, Grange-Neuve, e um pombal para abrigar . Com o status original SCOP (empresa de produção cooperativa), que, em seguida, assume um estado misto, combinando terras agrícolas grupo , cooperativa e EARL (Farm Limited).

O programa comunitário é formulado por Roland Perrot , que desertou durante a guerra da Argélia e conhecia pessoalmente Giono e a experiência de livre comuna em Contadour em 1930 , que se baseia nas idéias de Fourier , incluindo em seu programa o anti-militarismo e pacifismo, anti-capitalismo, a objeção de representantes políticos e pela igualdade entre homens e mulheres . A operação é baseada na auto-suficiência, na vida comunitária, no artesanato, na produção agrícola, na gestão conjunta de energia, água e não há salários, bem como o respeito ao meio ambiente (Gestão Econômica água, por exemplo). 

Em 1976, os membros procuram compra mais terras e casas e outros edifícios, levando a uma reação entre os moradores das proximidades.
Cooperativas Longo Mai organizaram várias campanhas de solidariedade internacional, particularmente para as ditaduras resistentes:
  • abrigo de 2.000 exilados chilenos ameaçados pelo golpe de Pinochet , em comunas suíças;
  • ações de solidariedade com os índios Guarani no Paraguai ;
  • apoiou adversários na Nicarágua para lutar contra o ditador Somoza , incluindo a criação de uma cooperativa de refugiados nicaragüenses na Costa Rica , ainda ativo hoje em defesa dos pequenos agricultores ;
  • a criação do Comitê de Defesa Europeu de refugiados e imigrantes (Cedri);
  • realização do Fórum Cívico Europeu (FCE) para apoiar o processo de democratização em países do Oriente ;
  • apoio ao Sindicato dos Trabalhadores da campanha (SOC), que representa a trabalhadores sazonais sem papel na Andaluzia ( El Ejido );
  • apoio à criação de uma cooperativa de Madagascar ;
  • uma campanha de opoio ao Português Otelo de Carvalho ;
  • várias ações na África .
Instituições
Longo Mai dez cooperativas operam em uma rede:
  • na França:
    • em Limans;
    • perto de Briançon ( Hautes-Alpes ), a fiação de Chantemerle, Saint-Chaffrey , trata de 12 a 15 toneladas de lã por ano;
    • Mas de Granier, a aldeia de Caphan em Saint-Martin-de-Crau ( Bouches-du-Rhône )
    • o Cabrery no Luberon : viticultura e azeite ;
  • Ulenkrug, Mecklenburg , na Alemanha;
  • Hof Stopar para Eisenkappel em Caríntia, Áustria (17 ha mais 25 ha criação de ovinos alugado);
  • fazenda a Mons, no Jura suíço (12 ha cultivados gansos e ovelhas );
  • Uzhgorod , Transcarpathia, Ucrânia, com uma escola de francês na década de 1990 ;
  • Costa Rica (Finca Sonador).
A sede da cooperativa é na Basileia, onde são organizadas campanhas de arrecadação de doações.

A cooperativa criou vários meios de comunicação :
  • rádio livre Rádio Zinzine: Fundada em 1981 e com o nome da colina sobre a qual estava a comunidade, muitas vezes ameaçados proibição de emissão. É filiada à Federação Europeia de Rádios Livres ) e do rádio edita um semanário.
  • uma agência de notícias, a agência de notícias independente (AIM), que trabalham de uma centena de jornalistas ;
  • Log Arquipélago , jornal Fórum Cívico Europeu (8p. A4);
  • e publica alguns livros.

Funcionamento da Comunidade
A comunidade é administrada pela cooperativa autogestionária. Todos os ativos financeiros são agrupados. Recursos próprios da Comunidade são o gado, grãos e produção vegetal, que consome muito. A fábrica de lã tem sua energia fornecida pela hidrelétrica própria, o calor é fornecido por energia solar e madeira. Todos trabalham, as mudanças nas tarefas são possíveis na noite de domingo, quando é realizada uma reunião para organizar a semana (equipes, reuniões, projetos, e apresentação de recém-chegados). No entanto, o trabalho é organizado entre grupos formados por afinidades e competências . Ele inclui 200 adultos e cinqüenta crianças, divididos entre todas as cooperativas, esses membros são quinze nacionalidades diferentes.

Em Limans, tem 280 , 300 ha, 80 cultivável. Ele usa a água de um poço e de algumas fontes. Materiais de construção incluem as rochas encontrada no local, tijolos de barro , palha, madeira. A cooperativa vende produtos agrícolas brutos, mas também transformado: cordeiros, cordeiros, roupas de lã, frutas e legumes enlatados, vinho e cosméticos, mais rentável . Ela gerencia um centro de férias, no povoado de Magnans (aberto a todos) Pierrerue servido também como alojamento para suas atividades . Estas atividades proporcionam-lhe cerca de metade de sua receita, a outra metade da arrecadação de donativos e subsídios.

A cooperativa é sustentada por uma associação com sede em Basileia, que levanta fundos. Cooperativa Limans depende cerca de 50% destas bolsas e subsídios, metade das suas necessidades são cobertas pela sua própria produção (2000).

Festas abertas a todos para reunir a comunidade :
  • na noite de 4 de agosto, em comemoração ao noite de 04 de agosto de 1789 (abolição dos privilégios);
  • Dia do Rádio Zinzine início de julho;

Controvérsia e críticas
A cooperativa construiu um patrimônio imobiliário importante na década de 1980: Além de possuir grandes áreas agrícolas para a realidade europea, possuía casas e um apartamento em Paris, que servem de base quando necessitam ir à capital .

Estas aquisições e os primeiros contatos diplomáticos com os políticos locais cavaram uma vala entre moradores próximos. Da mesma forma, ativismo (convites à desobediência civil , refugiados de hospedagem, incluindo do Oriente e desertores) provocaram a hostilidade dos governos europeus que lutam ativamente contra cooperativas, tendo as seguintes consequências:
  • ocorreram vários julgamento por insultar o Estado austríaco;
  • armadilhas foram criadas pela polícia alemã;
  • expulsão do território francês, cancelado pelo Conselho de Estado em 1979. Esta ordem provocou debate nos meios de comunicação, mas também uma campanha difamatória ocorrida por parte da imprensa em 1979-1980 .

O fundador, Roland Perrot foi acusado de práticas autoritárias e exploração do trabalho em decorrência do trabalho não ser remunerados diretamente, bem como pelo fato da cooperativa ser monitorada e defendida contra intrusão e que a comida distribuída é insuficiente. Também foram acusados por manter uma escola privada para suas crianças e pela negação da autoridade parental. No entanto, as regras comuns rigorosas foram relaxadas em 1982.

Regras de exploração foram objeto de críticas por parte de grupos de vigilância seitas, incluindo o relatório parlamentar de 1996. A cooperativa, no entanto, não tem atividade e trabalho religioso ou comparável apenas nos domínios político e económico, de acordo com Maurice Duval. O jornal conservador Le Figaro também viram a cooperativa como uma seita.

Estas críticas têm sido usados ​​como justificativa para batidas policiais, mas nenhuma conseguiu encontrar provas materiais para apoiar estas acusações . O mais importante é a invasão de 29 de novembro de 1989 porduzentos militares, com reforços de sobrevôos de helicóptero ), a pedido do Governo alemão: equipamento de rádio foi quebrado e uma pessoa foi presa, mas liberada no mesmo dia. 

Os habitantes locais se recusaram a aprovar essa batida e depois disso a comunidade passou a ser mais aceita. As críticas sobre o amor livre (vida de casado era proibido) e o rigor estendida na família 1970 , não são nem mais nem menos praticada atualmente na sociedade circundante, este aspecto de compartilhar as crianças podem ser relativizados porque a cooperativa tem campanha ativamente para a reabertura da escola local na cidade de Limans, bem como os adolescentes são enviados para a faculdades ou escolas de Forcalquier e Digne. Todos os processo montados com essa acusações foram julgados favoráveis à Longo Mai.