domingo, 12 de maio de 2013

Auto educação, educação à distância, co-educação em grupos de afinidades e cada uma ao seu ritmo!

Todos os dias eu tomo conhecimento de pilares da pedagogia anarquista ou libertária. 

 Não é que seja propiredade e descoberta dos anarquista, mas desde Tolstoï em 1850 há provocações sobre a educação que hoje surgem com a Tecnologia da Informação como inovadoras.

Tudo vestido com a roupa de inclusão e outras tolices!

na matéria a seguir do Portal IG verão esses aspectos ressurgidos. Deixo em negrito o que mechama atenção nesse artigo. 

Educadores dos EUA apostam em online para suprir defasagem de alunos

Dificuldades por falta de conhecimento e custo de revisão levavam à desistência

NYT |
NYT
Deslumbrados com a possibilidade de disponibilizar aulas universitárias online gratuitamente, educadores estão se voltando para a corajosa tarefa de conseguir reunir material online suficiente para enfrentar um dos desafios mais difíceis da educação superior americana: dar a mais estudantes acesso à faculdade e ajudá-los a se graduarem dentro do prazo estimado de duração de cada curso.
NYT
Sebastian Thrun executivo da Udacity que analisa se cursos online ajudam alunos a concluírem a graduação
Quase a metade de todos os estudantes dos Estados Unidos chegam ao campus precisando revisar alguns conceitos acadêmicos básicos, antes de poderem começar a propriamente frequentar as aulas. Essa revisão pode custar caro, levando muitos a desistirem de cursar a faculdade, muitas vezes com dívida estudantil e poucas perspectivas de emprego.

Enquanto isso, a redução dos orçamentos estaduais refletiram arduamente nas instituições públicas, reduzindo o número disponível de lugares nas aulas que são obrigatórias para que os alunos possam se graduar. Só na Califórnia, os cortes de ensino superior deixaram centenas de milhares de estudantes universitários sem acesso a classes que precisam cursar para se graduar.

Créditos para que mais alunos façam 
Para lidar com ambos os problemas e incentivar os alunos a se graduarem, as universidades começaram a misturar em seus currículos novos cursos abertos online, criados para oferecer educação de alta qualidade a qualquer pessoa com uma conexão à Internet. Embora os cursos, conhecidos como Moocs, tenham tido milhares de matrículas de milhões de estudantes de todo o mundo, a maioria dos que se matriculam nunca sequer começam a fazer as lições disponibilizadas online e poucos completam os cursos. E por isso, para atingir os estudantes que não estão prontos para o trabalho de nível universitário ou que estejam tendo dificuldades com cursos introdutórios, as universidades estão começando a agregar mais apoio para os materiais online, na esperança de melhorar os índices de sucesso.
Na Universidade Estadual de São José, Califórnia, por exemplo, dois programas piloto uniram material das aulas online com o currículo normal de cada respectivo curso disponibilizado na universidade - e permitiram que os alunos ganhassem crédito ao cursá-los.

Em um programa piloto, a universidade está trabalhando com a Udacity, empresa co-fundada por um professor de Stanford, para ver se os mentores dos cursos online, contratados e treinados pela empresa, conseguiriam ajudar mais os alunos a terminarem três cursos básicos de matemática online.

A Universidade Estadual de São Jose já tem alcançado resultados notáveis com materiais online de EDX , um fornecedor online sem fins lucrativos, em seu curso de circuítos, um obstáculo de longa data para futuros engenheiros.

Normalmente, 2 de cada 5 alunos recebem uma nota C e devem retomar o curso ou mudar seus planos de carreira. Então, na primavera passada, Ellen Junn, o reitor, visitou Anant Agarwal, um professor do MIT que lecionou uma versão online gratuita da aula de circuítos, para perguntar se a Universidade Estadual de São José poderia tornar-se um laboratório vivo para seu curso, a primeira oferta da EDX, uma colaboração online entre a Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Junn esperava que ao misturar materiais online do MIT, com as matérias lecionadas na sala de aula física poderia ajudar a mais alunos serem bem sucedidos no curso. Agarwal, presidente da EDS, aceitou com entusiasmo, e sem qualquer acordo formal ou troca de dinheiro, fez com que a Universidade Estadual de São José pudesse disponibilizar o conceito em suas classes no ano passado.

Os resultados foram surpreendentes: 91% das pessoas que cursaram as aulas misturadas passaram, em comparação com 59% que frequentaram apenas aulas tradicionais.

É difícil dizer, no entanto, quanto dos melhores resultados são provenientes dos materiais online de EDX, e quantos provem da mudança para as sessões em sala de aula com foco em pequenos projetos em grupo, ao invés de palestras.

Até o momento, tem havido poucos dados se os cursos online realmente funcionam, e para quais tipos de alunos. Cursos mistos fornecem valiosos dados de pesquisa porque os resultados podem ser facilmente comparados com os de uma classe tradicional.

Os cursos online estão inegavelmente testando os limites tradicionais do ensino superior. Até agora, a maioria dos milhões de estudantes que se inscreveram neles não ganhavam crédito por estarem cursando-os. Mas isso está mudando, e não apenas na Universidade Estadual de São José. Os três principais fornecedores, Udacity, EDX e Coursera, são todos oferecendo testes monitorados, e em alguns casos, com certificação pela transferência de crédito através do Conselho Americano de Educação.

Enquanto os professores da Universidade Estadual de São José decidiam que tipo de material deveria ser coberto nos três cursos de matemática oferecidos pela Udacity, foram os empregados da Udacity que determinaram como seria a proposta do curso.

"Nós providenciamos anotações das aula e um livro de exercícios, e eles fizeram o que acharam melhor, escreveram o roteiro, e nós o editamos ", disse Susan McClory, coordenadora de desenvolvimento do curso de matemática da Universidade Estadual de São José. "Nós nos certificamos que eles utilizaram nossa maneira para encontrar um denominador comum."

Os resultados da versão para-crédito do curso online com os mentores não ficará claro até o término dos exames finais, que serão supervisionados por webcam.

Mas, com tantos alunos sem acesso a estes cursos, outros disseram, serão necessárias novas alternativas.

"Eu estou envolvido neste projeto, mas não pretendo destruir as universidades físicas e sim para aumentar o acesso de mais estudantes", disse Ronald Rogers, um professor de estatística na Universidade Estadual de São José .

E se vídeos e questionários com feedback instantâneo possam melhorar os resultados dos alunos, por que então seria necessário que os professores continuassem a escrever e preparar suas próprias palestras em sala de aula?
"O nosso ego sempre acaba nos fazendo pensar de que podemos fazê-lo melhor do que qualquer outra pessoa no mundo", disse Khosrow Ghadiri, um professor que leciona um curso misto. "Mas por que deveríamos inventar a roda 10,000 vezes? Este é o MIT, a melhor universidade do país - por que alguém não iria querer usufruir de seu material "?

Há, segundo ele, duas maneiras de pensar sobre o que a revolução dos cursos mistos significa: "Uma maneira é pensar eu, eu, eu – eu venho em primeiro lugar. A outra é que nós não estamos aqui para lecionar a nós mesmos, estamos aqui para educar os alunos. "

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Professores em Greve ou Greve em professores de Greve

O Estado de São Paulo é um dos mais reguladores do trabalho dos professores.

Este é um setor ideológico que sempre foi estaqueado por uma imagem do que desejam ser a educação os mentores ou tarados do PSDB.

Os professores precisam de maior salário, talvez 4 vezes mais do que atualmente.

Mas em termos de respeito profissional necessitam de 30 vezes mais respeito.

Tenho contato com professores de todas as áreas em sistema privado e público e todos esses jovens e essas jovens já estão adoentados e adoentadas pela maldade disciplinar estatal e excesso de controle.

Se existe um lugar onde a democracia precisa se instalar é na gestão educação pública do Estadod e São Paulo.

O PSDB deixará a pior marca fictícia na educação pública do Brasil. Esses 20 anos de governo foram os que mais corroeram a perspectiva profissional dos docentes.

Vai demorar dois governos de corrente diferente para acabar com essa farsa nacional!


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Greve dos professores do estado de São Paulo

Esses ambientes são enlouquecedores e pior é ver o Governo do Estado de São Paulo desmerecer a ação afirmativa dos professores.

Uma greve dessa é bem vinda, mas o PSDB é a nata da imbecibildiade, no concernente à educação só perde ela em ridículo às provatizações!

Trecho de entrevista do IG Notícias! Midia conservadora, para variar!

O estresse causado pela “superlotação” seria tamanho que responderia pela brigas “cada vez mais frequentes” entre alunos e professores. “Na terça-feira (16), em uma escola na Freguesia do Ó, um aluno jogou um livro pesado no rosto de um professor, que registrou o fato em um boletim de ocorrência”, conta.


Mas a “falta de estrutura” e a violência nas escolas estaduais seriam apenas parte do problema. A principal razão da greve é o reajuste de 8,1% concedido recentemente pelo Estado , percentual bem abaixo da reivindicação de 36%. “Professores têm menos direitos do que um bóia fria”, exagera. A Apeoesp diz que o reajuste proposto pelo governo é na verdade “reposição das perdas que remontam a 2011”: “não é reajuste salarial.”


A paralisação, no entanto, é desdenhada pelo governo do Estado e pouco representativa: pelo menos 76% dos professores não cruzaram os braços.


sábado, 20 de abril de 2013

Os problemas do ensino privado da arte, de linguas e outros!

 
 
Um dos problemas do ensino privado da arte, de linguas, entre outros, é porque o processo de ensino-aprendizagem acaba se tornando muito mesquinho, porque @s professor@s parecem temer que @s educando-@s se tornem autônom@s do que estão aprendendo, e com isso, podem deixar de pagar mensalidades e acabam gerando um deficit na entrada de capital de sua renda.
 
 Aí não existe relação de ensino-aprendizagem e sim de comerciante e freguês! As aulas, ou encontros se tornam uma compra de informações, coisa que sei lá, você poderia ter acesso em uma tarde conversando, mas devido essa forma de ensino mesquinha, você pode passar meses e até mesmo anos para recebe-las!


Bruno Palácio
 Musicista e
Estudante de Graduação em Geografia
 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Midia anarquista III

Tenho coletado textos da mídia utilizando anarquista para esse debate por eufemismo e sarcasmo.

Em cada uma dessas eu vejo de fato o intervencionismo e apropriação de métodos antigos e super reconhecidos dos anarquistas estudiosos da pedagogia.

Mas essa apropriação direta do setor privado da educação me parece o pior deles. Tudo que estiver em vermelho e negrito são grifos meus. Leiam e se enjoem.

Governo do Tennessee, nos EUA, intervém em escolas mal avaliadas

Professores estão sendo recontratados e ênfase das instituições deve ser em testes e análise de dados. Comunidade reclama de falta de sensibilidade racial

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NYT
Não muito longe de uma avenida repleta de lojas de "tudo por US$ 1" e bancos de empréstimo em um bairro de Memphis, Tennessee, a Escola de Ensino Fundamental Corning Achievement é um refúgio intocado, com piso de cerâmica brilhante e placas nas salas de aula que diziam: "Faça o que for preciso." Nesta cidade às margens do Rio Mississippi marcada pela pobreza, algumas das piores escolas do Estado estão diante de uma experiência radical para reinventar a educação pública.
Leia também: Smartphones aumentam nota de alunos de baixa renda nos EUA
No ano passado, o Estado do Tennessee retirou a supervisão das escolas com as piores notas em testes de estudantes e taxas de graduação dos conselhos escolares locais e as transferiu para um distrito estatal especial para que fossem supervisionadas. Memphis, onde a grande maioria dos alunos de escolas públicas são afro-americanos e de famílias pobres, é o marco zero: 80% das escolas nas piores posições no ranking do Estado se encontram lá.

NYT
Novos professores foram contratados para escolas com resultados ruins em Memphis

O Distrito de Realização Escolar do Tennessee, fundado como parte do esforço do Estado para se qualificar para a disputa da melhor escola concedida pelo governo de Obama, é um grupo estatal destinado a reinventar escolas com dificuldades. Há outros. O Distrito de Recuperação Escolar da Luisiana, criado em 2003, é o precursor mais conhecido, e este ano Michigan também criou um distrito do Estado para escolas com resultados insatisfatórios. Em fevereiro, os legisladores da Virgínia aprovaram uma medida para criar um distrito estadual semelhante.

A maioria das escolas será operada em esquema charter (parceria com iniviativa privada) e todas vão dar ênfase a testes e análise de dados. Muitas estão instituindo programas de bônus a professores e jornadas mais longas para estudantes. Cerca de 50% dos professores contratados é do programa Teach for America (Ensine para a América, em livre tradução), programa que leva professores formados de alta performance para trabalhar em escolas de bairros pobres.

Embora alguns pais, professores, administradores e líderes comunitários tenham recebido bem a mudança nos sete meses de existência do distrito de realização, outros se queixaram da falta de sensibilidade racial e acusaram o novo distrito de marginalização de professores experientes, muitos dos quais afro-americanos. Cerca de 97% dos alunos das escolas do distrito de realização são afro-americanos, em comparação com menos da metade dos professores.

"Não estamos apenas pedindo para que as pessoas façam algo diferente de forma incremental em um sistema que está fundamentalmente problemático e continua o mesmo", disse Chris Barbic, superintendente do distrito de realização e aluno do Teach for America que fundou a cadeia Yes Prep de 11 escolas em Houston, Texas.

Barbic, que combina a energia de um empresário com o dom de um político para a escuta, espera levar mais de 35 escolas no Tennessee, nos próximos três anos. "Eu quero criar um sistema onde teremos grandes escolas de todos os tipos", disse ele, "e menos escolas ruins de todos os tipos."

Mesmo com revisões drásticas, a recuperação é difícil. "Às vezes as pessoas confundem grandes mudanças organizacionais como novos professores e gerenciamento com mágica", disse Deborah Ball, decano da Faculdade de Educação da Universidade de Michigan. "Mas não há mágica".
Alguns membros da comunidade disseram que os pais e os alunos ainda estão se adaptando.

"Eu acho que de onde eu venho, as pessoas não sabem que a mudança será positiva ", disse Sarah Carpenter, uma mãe e avó que está servindo em um conselho consultivo para o distrito de realização de Memphis. Em visitas a escolas, ela disse ter visto alunos "engajados e aprendendo."
"As expectativas serão maiores e as crianças não estão acostumadas com isso", disse Carpenter. "Mas elas certamente conseguirão atender a estas expectativas."

No entanto, a suspeita permanece sobre o que esta nova administração significará para professores mais experientes.

Embora as autoridades do distrito de realização tenham incentivado os atuais professores a se candidatarem a empregos nas novas escolas, nenhum deles terá uma vaga garantida. Apenas cinco professores e três administradores das antigas escolas permaneceram.

"Nós não queremos chegar à cidade e perder todos os atuais educadores e contrarar um monte de novos professores", disse Ash Solar, oficial chefe de novos talentos para o distrito da realização. "Queremos mostrar que se você construir um novo sistema onde os educadores recebem apoio, eles poderão prosperar."

Solar disse que o distrito tinha contratado mais de 50 professores de outras escolas públicas de Memphis. Espera-se que esses professores ajudem a facilitar a transição.

NYT
Deja Lewis, Trametria Griffin e Quianna Wyatt participam de exercício sobre o que mais ouvem dos pais

Em uma tarde recente, Deidra Holliday, uma professora de artes com 10 anos de experiência, não se intimidou pelas sugestões das vidas domiciliares caóticas de seus estudantes durante uma aula da sétima série na Escola Fundamental West Side.

"Digam-me o que suas mães costumam lhes dizer em casa", disse Holliday, convidando os alunos a escreverem citações em seus quadro brancos.
Uma menina escreveu que, assim como muitos de seus colegas, sua mãe costuma lhe dizer: "Cale a boca". "Você precisa limpar o quarto e também lavar a louça." '

Holliday lidou com o tema. "Vamos começar a ajudar mamãe mais", disse ela, rindo. "E pode ser que ela acabe falando coisas mais positivas." E virou-se para um aluno e disse que faltava uma vírgula em uma de suas citações.

domingo, 14 de abril de 2013

Espanha: Grupo nazi ataca a Escola Livre Paideia em 2011

Percebam que exemplos contra a extrema direita, ainda são alvos de violência na Europa. Em todos lugares há felicianos cristocidas!

 

Espanha: Grupo nazi ataca a Escola Livre Paideia


Danos materiais, pichações, e até um contenedor de lixo queimado que atingiu as portas do centro escolar. A jornada letiva na escola Paideia, localizada na parte de trás do campo de futebol da Nova Cidade, em Mérida, começou hoje (9 de novembro) com o saldo desagradável da visita de uns vândalos durante a noite. Esta não é a primeira vez que acontece algo assim, mas nunca com um tom tão ameaçador.
De acordo com fontes da escola, os vândalos quebraram a porta de entrada do recinto escolar e entraram no pátio. De lá, eles quebraram portas e janelas e penetraram no prédio. Uma vez dentro, eles pegaram tintas e pincéis de um dos ateliers e usaram este material para realizar pichações ameaçadoras do lado de fora da escola. Uma delas diz “Morte”. Eles também jogaram o contenedor de lixo nas portas das instalações e atearam fogo.
A Escola Paideia, nascida no final dos anos 70 como projeto de escola livre, sofreu em outras ocasiões tentativas de roubo e danos. No entanto, as fontes consultadas apontam que esta é a primeira vez que os vândalos agiram de forma tão violenta.
As mesmas fontes indicam que os vândalos também atacaram o mobiliário urbano da região, onde arrancaram sinais de trânsito e bancos. As ruas afetadas estão entre os setores do Novo Acesso Sul, junto a Avenida Luis Ramallo. Esta é uma área recém-urbanizada, mas ainda sem casas.
Fontes: alasbarricadas, solidaridadobrera, portaloaca

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Compareçam nas comemorações dos 80 anos do Centro de Cultura Social em Sampa

Em 2013 comemoramos 80 anos da fundação do Centro de Cultura Social, o grupo
anarquista mais antigo em funcionamento hoje no Brasil. E para celebrar esse
raro momento, o CCS promoverá uma série de atividades sob o título de
"Educação, Conhecimento, Cultura: 80 anos de Anarquismo", que se extenderá ao
longo de todo o ano.

O primeiro ciclo já tem sua programação definida e começa neste sábado com a
palestra "80 anos de CCS: sua fundação e história" com Lucia Parra.

Todos estão convidados!

Sábado, 13/04, às 16h

Local: Centro de Cultura Social
Rua General Jardim, 253 Sala 22
Vila Buarque São Paulo – SP
Próximo ao metrô Republica

O cartaz com a  programação completa está aqui:
http://www.ccssp.org/ccs/images/stories/cartaz80.jpg

Para saber mais: http://www.ccssp.org/ccs/

***

E para os que não conhecem essa rica história dentro do movimento anarquista
brasileiro, sugerimos a leitura do texto abaixo escrito pelo Jaime Cubero,
antigo militante anarquista e membro do CCS falecido em 1998.

Histórico do Centro de Cultura Social
por Jaime Cubero

O Centro de Cultura Social de São Paulo foi fundado em 14 de janeiro de 1933
como remanescente das entidades culturais criadas pelo movimento anarco-
sindicalista e libertário nas primeiras décadas do século XX.Quando o fluxo
imigratório se acentuou a partir dos últimos anos do século passado, os
trabalhadores que aqui chegavam, muitos deles saídos da militância anarquista
na Europa, ao organizarem suas sociedades de resistência, não só para luta por
melhores condições de vida, mas movidos, por ideais de transformação social,
passaram a criar seus centros de cultura.Cada associação, união, liga ou como
se chamasse a entidade profissional fundada, procurava criar seu centro,
ateneu ou grêmio cultural, transportando para o Brasil a prática do Movimento
Libertário europeu e a preocupação permanente dos anarquistas com a educação e
a cultura. Criou-se uma vasta rede de entidades culturais entre os
trabalhadores, com suas bibliotecas, publicações, elencos teatrais etc. Pouca
coisa restou à sanha policial nos longos períodos de repressão, quando as
bibliotecas, os periódicos, programas e documentos eram destruídos. Só o zelo
e uma resistência em surdina possibilitou a alguns militantes salvar o
suficiente para testemunhar a imensa obra desenvolvida. Exemplificamos com
algumas entidades, dentre muitas outras, cujo registro e documentos possuímos:
Grupo Filodramático Social (1905), Grupo Filodramático do Centro de Estudos
Sociais do Brás (1906), Grupo Libertário do Brás (1910), Grupo Aurora Libertas
(1911), Circulo de Estudos Sociais Francisco Ferrer (1912), Círculo
Filodramático Libertário (1914), Centro Feminino Jovens Idealistas (1915),
Associação Universidade Popular de Cultura Racionalista (1915), Centro de
Estudos Sociais Juventude do Futuro (1920), Grupo Nova Era (1922), Biblioteca
Social A Inovadora (1924). Todas de São Paulo. Essas entidades se espalharam
pelo Brasil, com predominância em São Paulo e Rio de Janeiro.A partir de 1930,
com o refluir do movimento - por uma conjugação de fatores que não cabe tratar aqui - decidiram os militantes de São Paulo fundar uma entidade que, atendendo aos seus objetivos culturais e educativos servisse de instrumento para
desenvolver suas atividades, como marco inicial de uma retomada na caminhada dos ideais libertários. Consta dos estatutos do Centro de Cultura Social que o mesmo tem por finalidade "estimular, apoiar e promover nos meios populares e, principalmente entre os trabalhadores, onde as possibilidades de cultura são limitadas por toda espécie de empecilhos, o estudo de todos os problemas que se relacionam com a questão social". E mais, que o Centro "trabalhará para
desenvolver nos meios populares o espírito de solidariedade, condena todas as
formas de tiranias que prejudicam as liberdades individuais e coletivas; todas
as formas de exploração, que anulam as possibilidades econômicas para o
desenvolvimento do indivíduo", e mais, se propõe "auxiliar a fundação de
centros com igual finalidade em subúrbios e em outras cidades, estabelecendo
com os mesmos e com as entidades já existentes uma obra de conjunto".Desde sua
fundação o Centro de Cultura Social promove intensa atividade cultural. Já em
janeiro de 1933 anunciava a conferência da escritora argentina Concepción
Fernandez, subordinada ao título "A Música como Fator de Aproximação dos
Povos"; no dia 23 de julho do mesmo ano anunciava grande ato comemorativo do
1º aniversário da morte de Errico Malatesta. Além das conferências, cursos,
exposições, montagens teatrais com grupo próprio etc., o Centro de Cultura
Social participa de campanhas políticas de envergadura, como a luta
antifascista, juntamente com o jornal "A Plebe" e outros órgãos libertários.
Promove comícios, publica panfletos e em sua sede se reúnem os militantes que
culminam com o enfrentamento contra os integralistas no dia quatro de outubro
de 1934. As lutas dos trabalhadores sempre tiveram o Centro de Cultura Social
presente.Em 1937, em conseqüência do golpe fascista de Getúlio Vargas, o
Centro foi fechado, reabrindo em 2 de junho de 1945 e novamente sustou as
atividades no dia 21 de abril de 1969, logo após ser promulgado o Ato
Institucional n.º 5, embora houvesse resistido à ditadura militar desde março
de 1964 até aquela data, com a criação do Laboratório de Ensaio, a mais
fecunda experiência do Centro de Cultura Social no campo das artes. Não sendo
possível prosseguir, só voltou plenamente à vida ativa a partir de 14 de abril
de 1985.Seria por demais longo e exaustivo fazer um registro, mesmo parcial,
da trajetória do Centro de Cultura Social. Um ou outro exemplo citado, quiçá
os menos ilustrativos, não instrui sobre o essencial: o quanto importante,
necessário e fundamental é sua atividade para o desenvolvimento do Movimento
Libertário.

As origens – o ateneu libertário

A palavra ateneu se origina do grego ATHENÁION. Nome que designava as
associações de caráter cultural, científicas ou literárias, entidades não
oficiais de instrução, academias. O nome também se aplicava ao local onde
ocorriam as reuniões dessas sociedades. A partir da segunda metade do século
XIX, na Europa, fundaram-se os primeiros ATENEUS LIBERTÁRIOS, dedicados a
fomentar a cultura entre o proletariado. Os ateneus foram grandes promotores
da arte, da cultura e do conhecimento em geral. Neles se originaram - ainda
que os interesses dominantes hoje não sejam os mesmos, no fundo as
necessidades não variaram - as aspirações à dignidade do ser humano e os
anseios de liberdade em confronto com uma cultura enquadrada numa sociedade
autoritária e discriminatória. Atenderam à necessidade de uma entidade que
levasse a cultura e o saber à rua e proporcionasse abertamente os
conhecimentos e a solidariedade desejada.Atualmente tudo concorre para a
alienação do individuo. Multidões vivendo em cidades dormitórios, sofrendo a
influência castradora dos meios de comunicação de massa a serviço das classes
dominantes e do Estado. Toda uma carga avassaladora de estímulos  destinadas a
reproduzir, sustentar e ampliar interesses criados, atomizando os indivíduos,
levando-os ao isolamento, anulando toda potencialidade criativa. Diante desse
quadro, o Ateneu Libertário surge como alternativa onde temos a oportunidade
de expressar nossa identidade e onde as tarefas comuns atingem seu mais alto
sentido, como expressão de comunicação e entendimento, convertendo-se no lugar
onde se analisam e projetam as respostas às necessidades que surgem na
comunidade dos bairros e cidades.O Ateneu Libertário é uma associação autônoma
e libertária, com identidade própria, cuja organização é a federação livre e
voluntária de indivíduos e grupos, com a Assembléia como órgão de discussão,
debate e decisão, com cargos de contínua revogabilidade e permanente rotação.
É um centro de aprendizagem e cultura libertária. Seu âmbito de atuação é
público, a rua, o bairro, e a cidade. Portanto, o Ateneu oferece-nos as
tarefas de informação e formação e uma participação que implica em
responsabilidade nas diversas atividades. Baseia-se na cooperação e
fundamentalmente no apoio mútuo e na expressão de liberdade do indivíduo e a
autogestão será seu motor primordial.Historicamente, na Europa, principalmente
na Espanha, os ateneus tiveram e tem presença marcante na vida do Movimento
Libertário e podem ser considerados como centros onde se expuseram, em todos
os tempos, as preocupações e a prática dos militantes anarquistas. Neles
convergem as tendências libertárias e as formas diferentes de interpretar a
luta contra o capitalismo e o Estado, nos aspectos diversos, mas inseparáveis
da mesma realidade.Situados em diferentes bairros de cidades grandes e
pequenas, foram sempre um espaço de lazer e cultura para os trabalhadores após
o horário de trabalho. Ao mesmo tempo, centros de instrução destinados a
substituir os valores tradicionais de uma ordem hierarquizada e dividida em
classes. Centros onde se destacam os valores defendidos pelo Anarco-
sindicalismo e o Movimento Libertário. Tais valores repudiavam e continuam
repudiando a sociedade autoritária, apresentavam e continuam apresentando as
alternativas de uma sociedade nova baseada no apoio mútuo e numa ética de
responsabilidade pessoal intransferível. Isto significa assumir a
responsabilidade com todos os seus riscos, a liberdade com todas as suas
implicações, porque só a liberdade e a responsabilidade não delegada podem
criar uma vida nova.Nos ateneus foram tratados assuntos nunca antes tocados em
lugar nenhum. O estudo da sexualidade, da natureza e do equilíbrio desta com a
pessoa humana, fundamento da atual ecologia. As escolas racionalistas foram
outro aspecto demonstrativo da influência, no caso, das idéias-força do
Anarquismo sobre a pedagogia. Sua atualidade demonstra a importância da função
dos Ateneus.

No Brasil - dos ateneus aos centros de culturas

No Brasil, considerando as variáveis próprias de lugar e tempo, o Centro de
Cultura Social corresponde exatamente à função do Ateneu Libertário. Sua
trajetória é adequada exatamente às mesmas finalidades. No passado, no
presente e nas perspectivas futuras. O Centro é essencial à projeção
libertária sobre a vida atual, principalmente porque dessa projeção há de se
prefigurar o mundo futuro que desejamos. Queremos dizer, desde o meio em que
vivemos, desde a marginalidade em que nos desenvolvemos, devemos ganhar,
paulatinamente, mas sem descanso, espaços e setores de consciência e opinião,
devemos aumentar em quantidade, força e intensidade a presença libertária nos
bairros, distritos e municípios. Outros centros devem ser criados. Eles são o
espaço dessa prática libertária generalizada que deve ir substituindo os
valores viciados da burguesia e do capitalismo, penetrando profundamente na
consciência social.Devemos estar nos sindicatos e entidades específicas, mas
também devemos estar nos Centro de Cultura. Ademais os centros e possíveis e
futuras federações de centros terão um papel fundamental na configuração do
Movimento Libertário, se conseguirmos torná-lo o catalizador de todas as
forças, correntes, tendências e práticas libertárias que atuam no seio da
atual sociedade. As atividades dos Centros de Cultura devem orientar-se para o
aprendizado e a formação das pessoas priorizando o tratamento da ética
libertária, essência de nossas atuações e esquemas organizativos.Os Centros de
Cultura são espaços de luta contra o autoritarismo existente, que se manifesta
através da repressão que permeia todas as esferas de nossa vida, seja na
família, na escola, no exército ou na fábrica. Quando alguém se rebela contra
a ordem existente, o lugar que o espera é a prisão, o reformatório ou qualquer
instituição criada para reprimir e castrar. A alternativa que surge como forma
de luta é o Centro de Cultura, tentando arrebatar do Estado e do capitalismo,
em espaços de atuação, parcelas do seu controle, por meio de uma educação e
cultura não institucionalizada, desenvolvendo uma consciência crítica, que
faça dos homens e mulheres seres livres. Livres na atuação e nas idéias, sem
influências estranhas ou artificiais à natureza de cada individuo.À proporção
que adquirimos conhecimentos sentimo-nos mais livres. A grande força criadora
do homem está no conhecimento. Conhecer é vencer obstáculos, é abrir espaços à
liberdade. Sabem muito bem todos os poderosos que o saber liberta, e por isso
querem regulá-lo, para por esse meio manietar mais facilmente o espírito
humano. Cultura a meias, conhecimentos bitolados, doutrinas oficiais,
programas pré-estabelecidos segundo os interesses do Estado, controle total de
todos os institutos e escolas de todos os níveis, destinados a reproduzir o
sistema de privilégios em que vivemos, sempre usando medidas para evitar que o
povo possa aquilatar a miséria moral e a mediocridade dos que governam.Os
Centros de Cultura hoje, como os Ateneus Libertários, ontem, são a resposta.
Desenvolvendo atividade social, no apoio às lutas das comunidades (ensino,
ecologia, saúde, educação...) participando sempre a favor da autogestão e
contra a manipulação de partidos políticos. Incentivando a cultura e a
educação libertária, organizando palestras, cursos, festas, cinema, teatro,
bibliotecas e tudo o que a criatividade num espaço não reprimido possa
germinar.Nossos Centros são freqüentados por muitas pessoas em busca de
informações e conhecimentos, que não são anarquistas. Pessoas que começam a
ter contato com idéias e novas formas de relacionamento humano, que poderão,
com o tempo, integrarem-se ou não ao Movimento Libertário. Daí a necessidade
de um Movimento Específico, onde participem somente os militantes, - pessoas
com idéias e convicções definidas - que sem deixar de participar nos Centros,
possam de maneira organizada e solidária articular-se na esfera das
necessidades específicas.

***

GRUPOS DE ESTUDOS:

11/04 - Pensadores Anarquistas
18/04 - Anarquismo e Educação
24/04 - Movimento Operário Autônomo

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BIBLIOTECA TERRA LIVRE
bibliotecaterralivre@gmail.com
http://bibliotecaterralivre.noblogs.org/
https://www.facebook.com/biblioteca.terralivre