sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Estágio Supervisionado e a racionalidade Pŕatica: 1000 horas de mentira, não a tornará uma verdade!



No início da graduação em licenciatura eu sempre olhei com distância a disciplina prática de ensino. Achava algo fácil e tangível, até mesmo banal.

Eu já era professor antes de sê-lo, mas era um erro.

Minha graduação foi lacunosa no que tange à didática e práticas de ensino. O máximo que vi de esforço para uma prática de ensino foi fazer maquetes de isopor de relevo.

Nunca tive uma aula que falasse como trabalhar com jovens e adultos sobre geologia, vegetação, clima e até mesmo os assuntos sociais e políticos.

Em congressos eu tive mais aproveitamento de prática de ensino de que todas as aulas sobre o assuno.

Em 2002, o parecer do Conselho Nacional de Educação efetiva a critica da formação centrada na Racionalidade Técnica para a Racionalidade Prática, sendo o eixo a mudança da forma e das horas de realizar o Estágio Curricular Supervisionado.

Aprendi no entanto, que a reforma não estava na reforma formal e nos pareceres, diretrizes e leis. Se o processo não fosse tomado como projeto nas graduações, os estágio supervisionado continuaria a ser uma garrafa de náufragos para uns e nulo para outros. 

A docência é um casamento em navio de emigrantes, que os parentes casam seus jovens para que os dois se estabeleçam no novo país.

Uns descobriram o amor e farão suas vidas, outros ligarão o automático e seguirão felizes ou não.

A docência não está na formação? A docência e seu empenho está na qualificação técnica ou prática?

Ou é o estigma do sacerdócio!? 

Os especialistas acharam que ao fazer a ampliação e distribuição do estágio supervisionado, rompendo com a lógica do 3 +1, iriam mudar a rota da formação docente.

 Ser professor depende de pesquisa permanente, que está acima de leis, que depende de intelectualização, de pró-atividade, de projeto político.

Enquanto os especialistas acharem que ganhado na legislação se ganha na práxis estaremos fadados a mentiras nas graduações. 

Nenhuma legislação educacional se faz sem um aprofundamento político da legislação. 

O estágio supervisionado obrigatório, poderia ser a metade do tempo antes do parecer, 100 horas ou 50 h que fosse, sem ser um mentira.

1000 horas de mentira, não fará o estágio supervisionado se tornar verdadeiro!