sexta-feira, 12 de abril de 2013

Compareçam nas comemorações dos 80 anos do Centro de Cultura Social em Sampa

Em 2013 comemoramos 80 anos da fundação do Centro de Cultura Social, o grupo
anarquista mais antigo em funcionamento hoje no Brasil. E para celebrar esse
raro momento, o CCS promoverá uma série de atividades sob o título de
"Educação, Conhecimento, Cultura: 80 anos de Anarquismo", que se extenderá ao
longo de todo o ano.

O primeiro ciclo já tem sua programação definida e começa neste sábado com a
palestra "80 anos de CCS: sua fundação e história" com Lucia Parra.

Todos estão convidados!

Sábado, 13/04, às 16h

Local: Centro de Cultura Social
Rua General Jardim, 253 Sala 22
Vila Buarque São Paulo – SP
Próximo ao metrô Republica

O cartaz com a  programação completa está aqui:
http://www.ccssp.org/ccs/images/stories/cartaz80.jpg

Para saber mais: http://www.ccssp.org/ccs/

***

E para os que não conhecem essa rica história dentro do movimento anarquista
brasileiro, sugerimos a leitura do texto abaixo escrito pelo Jaime Cubero,
antigo militante anarquista e membro do CCS falecido em 1998.

Histórico do Centro de Cultura Social
por Jaime Cubero

O Centro de Cultura Social de São Paulo foi fundado em 14 de janeiro de 1933
como remanescente das entidades culturais criadas pelo movimento anarco-
sindicalista e libertário nas primeiras décadas do século XX.Quando o fluxo
imigratório se acentuou a partir dos últimos anos do século passado, os
trabalhadores que aqui chegavam, muitos deles saídos da militância anarquista
na Europa, ao organizarem suas sociedades de resistência, não só para luta por
melhores condições de vida, mas movidos, por ideais de transformação social,
passaram a criar seus centros de cultura.Cada associação, união, liga ou como
se chamasse a entidade profissional fundada, procurava criar seu centro,
ateneu ou grêmio cultural, transportando para o Brasil a prática do Movimento
Libertário europeu e a preocupação permanente dos anarquistas com a educação e
a cultura. Criou-se uma vasta rede de entidades culturais entre os
trabalhadores, com suas bibliotecas, publicações, elencos teatrais etc. Pouca
coisa restou à sanha policial nos longos períodos de repressão, quando as
bibliotecas, os periódicos, programas e documentos eram destruídos. Só o zelo
e uma resistência em surdina possibilitou a alguns militantes salvar o
suficiente para testemunhar a imensa obra desenvolvida. Exemplificamos com
algumas entidades, dentre muitas outras, cujo registro e documentos possuímos:
Grupo Filodramático Social (1905), Grupo Filodramático do Centro de Estudos
Sociais do Brás (1906), Grupo Libertário do Brás (1910), Grupo Aurora Libertas
(1911), Circulo de Estudos Sociais Francisco Ferrer (1912), Círculo
Filodramático Libertário (1914), Centro Feminino Jovens Idealistas (1915),
Associação Universidade Popular de Cultura Racionalista (1915), Centro de
Estudos Sociais Juventude do Futuro (1920), Grupo Nova Era (1922), Biblioteca
Social A Inovadora (1924). Todas de São Paulo. Essas entidades se espalharam
pelo Brasil, com predominância em São Paulo e Rio de Janeiro.A partir de 1930,
com o refluir do movimento - por uma conjugação de fatores que não cabe tratar aqui - decidiram os militantes de São Paulo fundar uma entidade que, atendendo aos seus objetivos culturais e educativos servisse de instrumento para
desenvolver suas atividades, como marco inicial de uma retomada na caminhada dos ideais libertários. Consta dos estatutos do Centro de Cultura Social que o mesmo tem por finalidade "estimular, apoiar e promover nos meios populares e, principalmente entre os trabalhadores, onde as possibilidades de cultura são limitadas por toda espécie de empecilhos, o estudo de todos os problemas que se relacionam com a questão social". E mais, que o Centro "trabalhará para
desenvolver nos meios populares o espírito de solidariedade, condena todas as
formas de tiranias que prejudicam as liberdades individuais e coletivas; todas
as formas de exploração, que anulam as possibilidades econômicas para o
desenvolvimento do indivíduo", e mais, se propõe "auxiliar a fundação de
centros com igual finalidade em subúrbios e em outras cidades, estabelecendo
com os mesmos e com as entidades já existentes uma obra de conjunto".Desde sua
fundação o Centro de Cultura Social promove intensa atividade cultural. Já em
janeiro de 1933 anunciava a conferência da escritora argentina Concepción
Fernandez, subordinada ao título "A Música como Fator de Aproximação dos
Povos"; no dia 23 de julho do mesmo ano anunciava grande ato comemorativo do
1º aniversário da morte de Errico Malatesta. Além das conferências, cursos,
exposições, montagens teatrais com grupo próprio etc., o Centro de Cultura
Social participa de campanhas políticas de envergadura, como a luta
antifascista, juntamente com o jornal "A Plebe" e outros órgãos libertários.
Promove comícios, publica panfletos e em sua sede se reúnem os militantes que
culminam com o enfrentamento contra os integralistas no dia quatro de outubro
de 1934. As lutas dos trabalhadores sempre tiveram o Centro de Cultura Social
presente.Em 1937, em conseqüência do golpe fascista de Getúlio Vargas, o
Centro foi fechado, reabrindo em 2 de junho de 1945 e novamente sustou as
atividades no dia 21 de abril de 1969, logo após ser promulgado o Ato
Institucional n.º 5, embora houvesse resistido à ditadura militar desde março
de 1964 até aquela data, com a criação do Laboratório de Ensaio, a mais
fecunda experiência do Centro de Cultura Social no campo das artes. Não sendo
possível prosseguir, só voltou plenamente à vida ativa a partir de 14 de abril
de 1985.Seria por demais longo e exaustivo fazer um registro, mesmo parcial,
da trajetória do Centro de Cultura Social. Um ou outro exemplo citado, quiçá
os menos ilustrativos, não instrui sobre o essencial: o quanto importante,
necessário e fundamental é sua atividade para o desenvolvimento do Movimento
Libertário.

As origens – o ateneu libertário

A palavra ateneu se origina do grego ATHENÁION. Nome que designava as
associações de caráter cultural, científicas ou literárias, entidades não
oficiais de instrução, academias. O nome também se aplicava ao local onde
ocorriam as reuniões dessas sociedades. A partir da segunda metade do século
XIX, na Europa, fundaram-se os primeiros ATENEUS LIBERTÁRIOS, dedicados a
fomentar a cultura entre o proletariado. Os ateneus foram grandes promotores
da arte, da cultura e do conhecimento em geral. Neles se originaram - ainda
que os interesses dominantes hoje não sejam os mesmos, no fundo as
necessidades não variaram - as aspirações à dignidade do ser humano e os
anseios de liberdade em confronto com uma cultura enquadrada numa sociedade
autoritária e discriminatória. Atenderam à necessidade de uma entidade que
levasse a cultura e o saber à rua e proporcionasse abertamente os
conhecimentos e a solidariedade desejada.Atualmente tudo concorre para a
alienação do individuo. Multidões vivendo em cidades dormitórios, sofrendo a
influência castradora dos meios de comunicação de massa a serviço das classes
dominantes e do Estado. Toda uma carga avassaladora de estímulos  destinadas a
reproduzir, sustentar e ampliar interesses criados, atomizando os indivíduos,
levando-os ao isolamento, anulando toda potencialidade criativa. Diante desse
quadro, o Ateneu Libertário surge como alternativa onde temos a oportunidade
de expressar nossa identidade e onde as tarefas comuns atingem seu mais alto
sentido, como expressão de comunicação e entendimento, convertendo-se no lugar
onde se analisam e projetam as respostas às necessidades que surgem na
comunidade dos bairros e cidades.O Ateneu Libertário é uma associação autônoma
e libertária, com identidade própria, cuja organização é a federação livre e
voluntária de indivíduos e grupos, com a Assembléia como órgão de discussão,
debate e decisão, com cargos de contínua revogabilidade e permanente rotação.
É um centro de aprendizagem e cultura libertária. Seu âmbito de atuação é
público, a rua, o bairro, e a cidade. Portanto, o Ateneu oferece-nos as
tarefas de informação e formação e uma participação que implica em
responsabilidade nas diversas atividades. Baseia-se na cooperação e
fundamentalmente no apoio mútuo e na expressão de liberdade do indivíduo e a
autogestão será seu motor primordial.Historicamente, na Europa, principalmente
na Espanha, os ateneus tiveram e tem presença marcante na vida do Movimento
Libertário e podem ser considerados como centros onde se expuseram, em todos
os tempos, as preocupações e a prática dos militantes anarquistas. Neles
convergem as tendências libertárias e as formas diferentes de interpretar a
luta contra o capitalismo e o Estado, nos aspectos diversos, mas inseparáveis
da mesma realidade.Situados em diferentes bairros de cidades grandes e
pequenas, foram sempre um espaço de lazer e cultura para os trabalhadores após
o horário de trabalho. Ao mesmo tempo, centros de instrução destinados a
substituir os valores tradicionais de uma ordem hierarquizada e dividida em
classes. Centros onde se destacam os valores defendidos pelo Anarco-
sindicalismo e o Movimento Libertário. Tais valores repudiavam e continuam
repudiando a sociedade autoritária, apresentavam e continuam apresentando as
alternativas de uma sociedade nova baseada no apoio mútuo e numa ética de
responsabilidade pessoal intransferível. Isto significa assumir a
responsabilidade com todos os seus riscos, a liberdade com todas as suas
implicações, porque só a liberdade e a responsabilidade não delegada podem
criar uma vida nova.Nos ateneus foram tratados assuntos nunca antes tocados em
lugar nenhum. O estudo da sexualidade, da natureza e do equilíbrio desta com a
pessoa humana, fundamento da atual ecologia. As escolas racionalistas foram
outro aspecto demonstrativo da influência, no caso, das idéias-força do
Anarquismo sobre a pedagogia. Sua atualidade demonstra a importância da função
dos Ateneus.

No Brasil - dos ateneus aos centros de culturas

No Brasil, considerando as variáveis próprias de lugar e tempo, o Centro de
Cultura Social corresponde exatamente à função do Ateneu Libertário. Sua
trajetória é adequada exatamente às mesmas finalidades. No passado, no
presente e nas perspectivas futuras. O Centro é essencial à projeção
libertária sobre a vida atual, principalmente porque dessa projeção há de se
prefigurar o mundo futuro que desejamos. Queremos dizer, desde o meio em que
vivemos, desde a marginalidade em que nos desenvolvemos, devemos ganhar,
paulatinamente, mas sem descanso, espaços e setores de consciência e opinião,
devemos aumentar em quantidade, força e intensidade a presença libertária nos
bairros, distritos e municípios. Outros centros devem ser criados. Eles são o
espaço dessa prática libertária generalizada que deve ir substituindo os
valores viciados da burguesia e do capitalismo, penetrando profundamente na
consciência social.Devemos estar nos sindicatos e entidades específicas, mas
também devemos estar nos Centro de Cultura. Ademais os centros e possíveis e
futuras federações de centros terão um papel fundamental na configuração do
Movimento Libertário, se conseguirmos torná-lo o catalizador de todas as
forças, correntes, tendências e práticas libertárias que atuam no seio da
atual sociedade. As atividades dos Centros de Cultura devem orientar-se para o
aprendizado e a formação das pessoas priorizando o tratamento da ética
libertária, essência de nossas atuações e esquemas organizativos.Os Centros de
Cultura são espaços de luta contra o autoritarismo existente, que se manifesta
através da repressão que permeia todas as esferas de nossa vida, seja na
família, na escola, no exército ou na fábrica. Quando alguém se rebela contra
a ordem existente, o lugar que o espera é a prisão, o reformatório ou qualquer
instituição criada para reprimir e castrar. A alternativa que surge como forma
de luta é o Centro de Cultura, tentando arrebatar do Estado e do capitalismo,
em espaços de atuação, parcelas do seu controle, por meio de uma educação e
cultura não institucionalizada, desenvolvendo uma consciência crítica, que
faça dos homens e mulheres seres livres. Livres na atuação e nas idéias, sem
influências estranhas ou artificiais à natureza de cada individuo.À proporção
que adquirimos conhecimentos sentimo-nos mais livres. A grande força criadora
do homem está no conhecimento. Conhecer é vencer obstáculos, é abrir espaços à
liberdade. Sabem muito bem todos os poderosos que o saber liberta, e por isso
querem regulá-lo, para por esse meio manietar mais facilmente o espírito
humano. Cultura a meias, conhecimentos bitolados, doutrinas oficiais,
programas pré-estabelecidos segundo os interesses do Estado, controle total de
todos os institutos e escolas de todos os níveis, destinados a reproduzir o
sistema de privilégios em que vivemos, sempre usando medidas para evitar que o
povo possa aquilatar a miséria moral e a mediocridade dos que governam.Os
Centros de Cultura hoje, como os Ateneus Libertários, ontem, são a resposta.
Desenvolvendo atividade social, no apoio às lutas das comunidades (ensino,
ecologia, saúde, educação...) participando sempre a favor da autogestão e
contra a manipulação de partidos políticos. Incentivando a cultura e a
educação libertária, organizando palestras, cursos, festas, cinema, teatro,
bibliotecas e tudo o que a criatividade num espaço não reprimido possa
germinar.Nossos Centros são freqüentados por muitas pessoas em busca de
informações e conhecimentos, que não são anarquistas. Pessoas que começam a
ter contato com idéias e novas formas de relacionamento humano, que poderão,
com o tempo, integrarem-se ou não ao Movimento Libertário. Daí a necessidade
de um Movimento Específico, onde participem somente os militantes, - pessoas
com idéias e convicções definidas - que sem deixar de participar nos Centros,
possam de maneira organizada e solidária articular-se na esfera das
necessidades específicas.

***

GRUPOS DE ESTUDOS:

11/04 - Pensadores Anarquistas
18/04 - Anarquismo e Educação
24/04 - Movimento Operário Autônomo

***

BIBLIOTECA TERRA LIVRE
bibliotecaterralivre@gmail.com
http://bibliotecaterralivre.noblogs.org/
https://www.facebook.com/biblioteca.terralivre

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Mídia Anarquista II

 Proposta inovadora com 100 anos de atraso, bem como desconhecedora da história da educação!

 

A escola onde os alunos fazem as regras

Proposta inovadora de colégio estadual no Rio estimula o "aprender a fazer, a conhecer e a conviver". Escola é fruto de parceria com Instituto Ayrton Senna e faculdade Ibmec

Raphael Gomide - iG Rio de Janeiro |
Rayssa, Weverton e Isabell não entenderam nada no primeiro dia de aula. Como assim, escolher as normas da escola? “Nós criamos as regras! Fizemos os acordos. Aqui a escola nasceu junto com a gente. Mas não é escola bagunçada, onde se pode fazer o que quiser”, contou Rayssa Furtado, 15 anos. “Todos ficamos surpresos, ninguém imaginava que isso fosse possível”, concordou Weverton, 15.
Contexto: Aposta do governo para ensino médio é gerenciada por institutos
O Colégio Chico Anysio, no Andaraí (zona norte do Rio de Janeiro), é “experimental”. É um de nove da rede estadual fluminense no programa Dupla Escola, ou seja, em tempo integral, de 7h às 17h. A instituição também faz parte do programa Ensino Médio Inovador , do governo federal. Mas a principal diferença é que a unidade é um piloto de uma parceria do governo com o Instituto Ayrton Senna e a faculdade Ibmec.
Raphael Gomide
Weverton, Rayssa, Ana Luiza, Isabell e Elias são alunos do Colégio Chico Anysio, inaugurado este ano, e elogiam proposta
O projeto pedagógico para o ensino médio foi desenhado pelo Instituto Ayrton Senna e aplicado em parceria com o governo do Rio. O Ibmec dá aulas de introdução à economia, contabilidade, educação financeira, entre outras, que os adolescentes brasileiros normalmente só veem na faculdade. Eles também têm aulas de inglês e espanhol. “Quem está na Chico Anysio não precisa de curso”, disse Elias Fernandes, 15.
O projeto é baseado no aprender a “fazer”, a “conhecer” e a “conviver”. O objetivo é desenvolver nos alunos características que serão usadas por toda a vida, em qualquer atividade que escolham. São estimuladas a autonomia, o pensamento crítico, a curiosidade investigativa, a capacidade de colaboração e de comunicação, a criatividade e a liderança. Os adolescentes ficam dispostos em grupos de “times”, de seis mesas, e debatem os assuntos, fazendo trabalhos de grupo, na maioria. “O engraçado é que todo mundo tem opinião sobre tudo”, disse Isabell Pacheco, 14 anos.
Para estimular a criatividade e a capacidade de resolver problemas, os professores incentivam atividades como improvisos de teatro e jogos em grupo. Um exemplo foi um exercício em que eles simulavam ter de atravessar um rio, contando para isso apenas com um papelão. “O professor é o mediador do conhecimento, e o aluno é o protagonista juvenil”, explica o jovem Fábio Milioni, de apenas 27 anos, a quem os alunos chamam apenas de Fábio. Ele dirige apenas três turmas de 1º ano do ensino médio, com 80 alunos no total.
Raphael Gomide
Diretor da escola, Fábio Milioni, tem 27 anos e defende a inovação
“Aqui é diferente, as aulas são mais legais”, disse Ana Carolina Mota, 15 anos. Elias Fernandes, 15, sempre foi um dos mais calados das escolas por onde passou. Mas na Chico Anysio ele conta que o método acaba forçando que ele fale mais e supere sua timidez. “Faz com que a gente seja mais sociável”, disse o menino.
No colégio, os meninos têm tempos para dedicar ao “estudo articulado” (quando podem fazer seus trabalhos); à autogestão (escolhem o que querem fazer, de exercícios, a tirar dúvidas com um professor ou até relaxar e ouvir música); e ao “projeto de vida”, quando um orientador os ajuda a escolher o caminho que pode seguir no futuro. “A proposta é inovadora”, afirma o empolgado diretor, que coordena uma equipe de 14 professores.
Inês Kisil Miskalo, coordenadora da área de Educação Formal do Instituto Ayrton Senna, explica que todas essas atividades desenvolvem conhecimento de forma integrada e não há uma divisão estanque de disciplinas. Os alunos são estimulados a fazer projetos, que utilizam conteúdos de várias áreas e muitas vezes exigem o envolvimento de mais de um professor.
Raphael Gomide
Luta olímpica é uma das modalidades esportivas praticadas no Colégio Chico Anysio
Os docentes aproveitam a tecnologia disponível por doações de empresas. A maioria das aulas é com datashow, e é enviada em seguida para os alunos, por e-mail. Há uma lousa digital doada por uma multinacional de tecnologia, assim como 40 computadores. Para a representante do Ayrton Senna, não dá para pensar no jovem sem pensar em tecnologia, mas na escola ela deve ser usada como facilitadora do processo todo. “Não tem sentido ter uma sala de computadores, é importante que os alunos possam usá-los quando precisarem, até no pátio”, diz.
A Chico Anysio é distinta até nos esportes escolhidos; esgrima e luta olímpica, pouco comuns no País, quanto mais em uma escola estadual. Isabell sempre foi atlética. Completou os estudos de balé clássico e dança e adora esportes. No primeiro momento, achou esgrima meio esquisito. Mas hoje adora.
Há ainda outras vantagens, aos olhos adolescentes. “A comida é o melhor! Tem tutu, escondidinho de carne, estrogonofe, doce de banana com mel! E os sucos! Além disso, temos o uniforme mais bonitinho, não é aquela camisa do governo feia, horrorosa”, disse Isabell.
O projeto inovador atraiu gente de vários pontos do Rio e está empolgando os alunos, ao menos nas primeiras semanas. As gêmeas Luanne e Rayanne Oliveira da Cunha, 15 anos, levam quase 1 hora 30 minutos todos os dias de Olaria até o Andaraí. “A escola é muuuito boa! O ensino é diferente, em grupo, mais fácil de aprender, e ajuda a me preparar para uma boa faculdade”, disse Luanne.
“Minha mãe diz para eu parar de falar da escola, porque eu falo demais daqui”, contou Ana Luiza Ramos, 14 anos, que, junto com a irmã, Ana Beatriz, trocou a tradicional Fundação Osório, do Sistema Colégio Militar, pelo Chico Anysio.
*Colaborou Tatiana Klix

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A mídia anarquista kkkkk! Elisee Reclus morreria de rir também!

Leiam com sabor sádico e cínico o que a mídia acha legal! isso para não dizer que Reclus era um imbecil!

Dia 16 de abril, das 14h até as 18h será realizado a continuidade dos debates sobre pedagogia do risco na FCT Unesp em Presidente Prudente.

Local: Anfi I.

E dia 23 de abril será realizado o curso noturno, das 19h as 22h, local a confirmar

https://www.youtube.com/watch?v=U0XQOOttbco

 

Conheça os conceitos que vão mudar a escola e o aprendizado


Em evento em São Paulo na semana passada, exemplos de modelos de ensino inovadores dos Estados Unidos mostram como será a educação do futuro

Tatiana Klix - iG São Paulo |
“Na sala de aula, cada um é diferente e aprende de forma diferente”. A afirmação feita por Joel Rose, cofundador e diretor executivo da New Classrooms Innovation Partners, em evento em São Paulo na semana passada sobre novos modelos para o ensino público, é senso comum entre professores e o desafio principal de quem pensa e trabalha pela educação do futuro. 

No Transformar 2013, que reuniu mais de 800 pessoas, entre educadores, gestores e empreendedores, exemplos concretos norte-americanos de escolas inovadoras – e bem sucedidas – mostram que já é possível personalizar a aprendizagem e como não há apenas um modelo para fazer isso.
Conheça conceitos que vão transformar as escolas (e onde foram aplicados):

Personalização – Entender as necessidades de cada estudante é o diferencial da School of One, uma plataforma criada para escolas de Nova York por Rose e Christopher Rush e que tem a tecnologia como principal aliada para a tarefa. Baseado em uma avaliação feita no início do ano, o sistema elabora um mapa de habilidades e plano de estudos individual. 

Mas para isso, utiliza experiências de outros alunos. Um enorme repositório de lições está disponível e o banco de dados prevê que tipo de atividade é mais adequado ao perfil de cada um. “A melhor maneira de aprender pode ser com aulas online, em grupos ou estudando sozinho. O nosso algorítimo usa as experiências já aplicadas para identificar isso”, explicou Rose. 

 Uma receita parecida é usada no grupo de escolas Summit, na Califórnia , na qual os estudantes também passam por uma avaliação no início do ensino médio, para elaborar um plano de estudos de acordo com seus objetivos de carreira. A tecnologia, novamente, é usada para avaliar em todos os momentos o que cada aluno já aprendeu e se já está pronto para aprender mais. “Cada um segue no seu ritmo”, contou a diretora executiva da rede, Dianne Tavenner.

Divulgação
Salas de escolas orientadas pela New Classrooms proporcionam que cada um aprenda do seu jeito

Plataforma adaptativa
– Para proporcionar o ensino personalizado, existem plataformas tecnológicas de ensino online que ajudam a elaborar e entregar os conteúdos necessários para os diferentes tipos de alunos. José Ferreira, fundador da Knewton, ferramenta que fornece lições de matemática, diz que o volume gigante de informações – maior que o do Facebook – que sua base de dados oferece revoluciona o ensino. A plataforma mostra ao professor com agilidade o que os estudantes aprendem, quando erram, no que tem dificuldades e como aprendem e ajuda a elaborar aulas.

Ensino híbrido – A sala de aula já não tem mais um professor falando em frente ao quadro negro e alunos sentados em carteiras organizadas em fileiras iguais nas oito escolas públicas gerenciadas pela ONG New Classrooms, de Joel Rose. Para que cada um possa aprender do seu jeito, também é realizada uma mudança física e os alunos sentam nas mais variadas formas: sozinhos, em grupos pequenos ou grandes, em frente a computadores ou usando material impresso. No espaço reorganizado, fazem atividades distintas, algumas online e outras, não. 

Para que esse modelo híbrido funcione, o papel do professor também muda para o de mentor. Segundo Tavenner, das escolas Summit, os docentes acompanham as atividades realizadas em um espaço grande, sem paredes, e orientam os alunos de várias formas: resolvendo dúvidas, questionando, provocando debates, orientando atividades e projetos.

Divulgação
Na escola Quest to Learn, em Nova York, alunos aprendem jogando
Engajamento – O interesse das crianças é o ponto de partida para o aprendizado na escola de ensino fundamental Quest to Learn, em Nova York. Apoiada pelo Instituto of Play, um estúdio de design sem fins lucrativos liderado por Brian Waniewski, a escola constrói o engajamento dos alunos através de jogos. Segundo Waniwski, a lógica dos videogames é apropriada para o aprendizado porque proporciona um ambiente com regras, nas quais há etapas a serem vencidas, mas que tolera erros. E mais: oferece feedback constante. Para usar esses elementos, o Instituto of Play tem profissionais especializados em criar jogos educativos que dão suporte aos professores e incentiva também os alunos a inventarem os seus próprios. 

Outra forma de promover o engajamento é conectar o ensino com a realidade. Essa é a aposta de Melissa Agudelo, reitora de admissões do grupo de 11 escolas High Tech High, de São Diego. “Os alunos precisam ver sentido no que aprendem”, diz. Nas escolas, há muitas atividades práticas, os alunos saem da sala de aula e têm experiências na comunidade e precisam resolver problemas reais.
 
Educação por projetos – O fim da grade de disciplinas separadas é uma das experiências das escolas High Tech High para tornar o aprendizado mais relevante aos alunos. Segundo Agudelo, os estudantes não são divididos por série, nível de habilidade e aprendem vários conteúdos integrados. Para isso, os professores estimulam alunos a desenvolverem projetos, solucionar problemas, nos quais precisam usar vários tipos de conhecimento. Nesse caso, professores de áreas diferentes se envolvem com os mesmos projetos.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A escola Yasnaïa Poliana criada em 1861 por Leon Tolstoi


A Escola Yasnaïa Poliana foi fundada entre 1859, a obra foi publicada em 1861 e por dificuldades financeiras fechou em 1863.

Educar para libertar. 

Esse era o norte pedagógico de Liev Tolstói, um dos maiores nomes da literatura de todos os tempos, cujo livro Contos da Nova Cartilha é o resultado da incursão do autor no universo da educação. Embora tenha sido traduzido do russo para o português, não é disponível. Em buscas pelo rede encontra-se as seguintes referências:
 a obra traz uma coletânea de textos extraídos das duas cartilhas elaboradas por Tolstói. São fábulas, histórias verídicas, contos folclóricos, contos maravilhosos, descrições de paisagens naturais e adivinhações. O estilo é conciso, aproximando-se do ritmo da linguagem oral. Um bom exemplo é a fábula A Mulher e a Galinha: "Uma galinha botava um ovo por dia. A dona pensou que, se desse mais ração à galinha, ela botaria o dobro de ovos. E assim ela fez. A galinha engordou e parou completamente de botar ovos". Afastado da sociedade russa dos grandes centros urbanos, o autor de Guerra e Paz fundou, em 1859, uma escola rural para crianças em sua cidade natal. O "método" do escritor, que nunca freqüentou escolas e foi educado por preceptores, era de cunho emotivo. Tolstói amava seus alunos e era retribuído. O mestre não era uma figura autoritária aos olhos dos pupilos: não havia lição de casa, nem chamada oral; não havia lista de presença, nem provas. Estudar era uma atividade lúdica, uma diversão. Preocupado em estimular a criatividade, Tolstói tinha plena consciência de que erguia um monumento. Tanto que em 1910, ano da morte do escritor, as cartilhas estavam na trigésima edição, com tiragem de cem mil exemplares cada uma. Marca que revela o estrondoso triunfo da liberdade, hoje tão fora de moda.
Eu tenho a obra em espanhol de 1977 e a introdução feita por Carlos Diaz é esclarecedora e atual. Destaco V- La escuela no es un modelo {...} -p. 20;  XII Por qué se estudia geografia {...} p. 112 e  I la ensenanza artística {...} p. 144.

No link abaixo poderão localizar especificidades mais corajosas sobre a profusão do interesse por educação de Tolstoi:

http://www.ibe.unesco.org/fileadmin/user_upload/archive/publications/ThinkersPdf/tolstoys.pdf

terça-feira, 2 de abril de 2013

Curso pedagogia do Risco em Presidente Prudente

Dia 16 de abril, das 14h até as 18h será realizado a continuidade dos debates sobre pedagogia do risco na FCT Unesp em Presidente Prudente.

Local: Anfi I.

E dia 23 de abril será realizado o curso noturno, das 19h as 22h, local a confirmar

https://www.youtube.com/watch?v=U0XQOOttbco

São princípios básicos para estimular ideias e ações.


Pedagogia do risco
Ementa:

Há entre as diversas opções e paradigmas educacionais os que figuram de forma universal e os que desapareceram dos livros e das teorias educacionais por precoceitos, desconhecimento e pragmatismo. O conceito de Pedagogia do Risco foi esboçado por Silvio Gallo e se caracteriza pelo rompimento de falsas seguranças que o ensino formal busca se legitimar na formação e no exercício da educação. Neste curso serão abordadas as origens desse pressuposto e nos exemplos apagados ou postos de lado quando se provoca dizer de uma pedagogia sem adjetivações, mas seu conteúdo essencial e original de autonomia intelectual. Conteúdos que serão explorados:
  • Bases da Pedagogia do Risco!
  • Ecola Poliana Yasnaia - Leon Tolstoi  (Russia)
  • Escola Moderna (Espanha), La Ruche França (video e debate)
  • Escola de felicidade Sands School e Summer Hill (Inglaterra). video e debate
  • Escola Paideia em Merida (Espanha) video e debate
  • Linguagem anti-sexista.
  • Espacialidade feminina!
  • O que é liberdade?
  • O ser e o único! Aprendendo a ser você mesmo!
  • É possivel servir a escola liberais e estatais!?



segunda-feira, 1 de abril de 2013

Assembleismo na Escola Paideia em Mérida e Summer Hill

No meu trabalho de doutorado colhi muitos documentos e videos sobre as assembleias em escolas democráticas e participei de parte de uma em Summer Hill e várias na Paideia na Espanha.

A qualidade dessas assembleias são distintas dessas baboseiras de escolas públicas brasileiras que se lançam no debate de democracia, mas não de autogestão. Elas são heterogestionadas e por isso desaparecem como exemplos de mudança!

Tuteladas pelo governo, uma escola nunca é auto gestionada, mas auto opiniada! Ela é cheia de opiniões! argh!

Dá-me uma raiva essa bondade liberal! A-políticas boazinhas e felizes!

Se as escolas ditas democráticas hoje no Brasil fizessem como as existentes no final da década de 1960 e início de 1970, ai sim seria algo integro.

Mas a ditadura ferrou com elas e só existe remanescentes burguesas felizes!

A assembleia é o fator de grande importância no amadurecimento do indivíduo, mas é um longo processo para construir essa legitimidade e garantir sua melhor função dinte do coletivo e das escolhas das pessoas.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Geografia Fora das escolas estaduais de São Paulo

Embora eu seja profundamente contra o ensino de geografia, não por que ele seja inútil, mas pela forma histórica de que alguém seja obrigado a aprender qualquer coisa que não seja de seu interesse!

As defesas acabam sendo mais corporativas do que intelectuais, quer dizer, mais pelo emprego do que pelo que ela importa sobre o conhecimento científico.

O que eu gosto demasiado nessa discussão é que a geografia ensinada produz muito pouco do que dizem seus defensores ser necessária!

E ainda assim, basta a UNESP, UNICAMP e USP manter em seus vestibulares as exigências intelectuais geográficas que a tentativa irá empacar!

Claro que terei mil ex-alunos meus e atuais amigos professores de geografia sendo prejudicados ao perder suas aulas, mas isso não significa que a geografia exigida em vestibular e em escola sirva para realmente fazer o que ela pode potenciamente oferecer!

Lutemos por emprego! Não pela docência pífia que nos obrigam ensinar!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Educaçao Corporativa

Há um texto de Thomaz Wood Jr na Carta Capital (13 de Março) sobre "Educação corporativa" bastante intrigante.

Basicamente as empresas não conseguem obter trabalhadores qualificados e precisam criar suas universidades, tal como a GE, McDonalds e Apple.

E por incrível que pareça o autor registra que isso não resolve, pois as disciplinas são muito crregadas de auto ajuda e processos motivacionais que funcionam pouco.

O texto termina assim:

Como qualquer tipo de organização, as empresas necessitam estimular a diversidade, a visão crítica e a busca de novas visões e perspectivas. Essa é uma contribuição que um sistema de educação, mesmo balizado pelas restrições do ambiente corporativo, pode trazer.

Agora veja bem, nada contra o autor, mas essa reflexão é a que se espera da escola formal, mas é justament eo que ela mais impede de acontecer.

Os executivos e gestores empresariais padecem de pouco espírito crítico e de conceito e praxis da diversidade!

Digamos assim, os caras vendem todos seus valores para defender as coisas mais constrangedoras do alto escalão executivo.

Vendem suas liberdades criativas e críticas. Depois, necessitam de universidades para reavivar suas almas mortas!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Violências nas Escolas: Culturas silenciadas

OBS: Este texto foi coletado na Revista Carta Capital e eu fiz destaques em negrito e letra maior que são centrais na discussão posta!


Postado por Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 11 de março de 2013 (15:04) na categoria Sociedade
por Miriam Abramovay e Mary Garcia Castro[1]

Os casos de violências nas escolas vitimizando jovens e professores é tema que vem galvanizando atenção em nível mundial e, de fato, merece políticas e debates.  Mas sua complexidade não é apreendida mesmo que nos fixemos nas preocupantes estatísticas e notícias, ou seja, não se reduz a uma história em que há vilões e vítimas, cabendo punir aqueles. E vem resistindo a resoluções legais e aparatos de repressão. 

Também não satisfaz inculpar alguns atores, como a família, os próprios jovens e os professores. Pode transitar por níveis diferentes de análise, quando há que discutir em qual sociedade vem se dando tais casos, em que instituição , – no caso a escola -  e o que se conhece sobre juventudes, em especial por suas práticas, vontades e verbos.
Foto: Celso Junior/AE Foto: Celso Junior/AE
É quando o próprio conceito de violência na escola deve ser ampliado para além daqueles atos que ferem e matam – ameaças, agressões físicas, armas, tráfico de drogas, roubos e furtos.

As violências nas escolas não se limitam a violências físicas. Pedem o acento na ética e na política e a preocupação em dar visibilidade àquelas que ofendem a identidade e dignidade do outro, como o racismo, o sexismo e a homofobia.
As violências nas escolas são a antítese da razão, pautando-se por relações em que não há lugar para o diálogo, a comunicação e a negociação, pilares básicos da educação.

Defendemos que a escola não lida com temas que são básicos e que são sentidos como violências pelos jovens, comprometendo seu bem estar e desempenho escolar, o não reconhecimento das suas identidades ou buscas identitárias e o clima escolar. Tal processo estimula violências que muitas vezes só são reconhecidas quando tomam a forma de “violências duras”[2]. Há que ter mais sensibilidade pedagógica para lidar com a alteridade e a diversidade.

Há um hiato entre a cultura escolar e a cultura juvenil, o que é pouco destacado quando se discute violências nas escolas. E o não conhecimento e reconhecimento do outro, da outra, é uma violência que propicia violências.

O descompasso entre a cultura escolar e a cultura juvenil, a falta de sensibilidade pelas formas de ser dos jovens e como esses privilegiam a comunicação, os saberes que decolam do corpo e das artes, seriam também fontes de conflitos que podem potencializar violências nas escolas.

O jovem é despido da condição de ser jovem ao se transformar em “aluno”. É visto por uma perspectiva exterior, por uma imposição normativa do sistema de ensino, perdendo-se de vista suas buscas e os parâmetros de comportamento que fazem parte das modelagens de juventudes.

Desconsidera-se, portanto, culturas juvenis, que se caracterizam por serem dinâmicas, diversas, gregárias e que privilegiam linguagens performáticas várias.

A cultura escolar, muitas vezes, se baseia em uma violência de cunho institucional, a qual se fundamenta em diversos aspectos que constituem o cotidiano da escola – como o sistema de normas e regras que pode ser autoritário, as formas de convivência, o projeto político-pedagógico, os recursos didáticos e a qualidade da educação. Tais constituintes dessa cultura não necessariamente respondem às características, expectativas e demandas dos jovens do século XXI, o que gera tensão no relacionamento entre os distintos atores sociais.

A forma de vestir, por exemplo, é uma marca juvenil que os diferencia dos adultos. Usar piercing não é uma provocação: é ser jovem e os adultos têm dificuldade de “suportar” marcas do “ser diferente”. A escola não apenas questiona a conduta, como quer padronizar as aparências. Em geral é proibida a entrada de jovens com celular, piercing, touca, boné.  O uso do boné, no entanto, é uma questão estética e um dos principais traços identitários de muitos jovens e adolescentes.

A cultura juvenil, entre vários jovens, alimenta-se da chamada cultura de rua e a violência é um componente essencial dessa cultura, tanto para garantir a sobrevivência dos jovens como para que os mesmos sejam respeitados. E, portanto, cometer atos de violência torna-se signo de força, de virilidade, de credibilidade, em um mundo onde eles sentem pouca confiança nas instituições que, em tese, deveriam protegê-los.

Os jovens vivem em uma “sociedade do espetáculo” cujos valores se pautam pela fama e o poder. Não se trata de apologia da cultura juvenil quando esta se entrelaça com a cultura da violência, mas alertar que há que conhecer a formação de tal entrelace para melhor, junto com os jovens, criticar tal sociedade.

A escola tende a considerar a juventude como um grupo homogêneo, socialmente vulnerável, desprotegido, sem oportunidades, desinteressado e apático. Desconsidera-se o que é “ser jovem”, inviabilizando a noção do sujeito, perdendo a dimensão do que é a identidade juvenil, a sua diversidade e as diversas desigualdades sociais.  O verbo do jovem não é conjugado na escola.


[1] Miriam Abramovay - Socióloga, Pesquisadora, Coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da FLACSO-Brasil, bolsista da FAPERJ e membro do  NPEJI-Núcleo de Pesquisas e Estudos sobre Juventudes, Identidades, Culturas e Cidadanias – CNPq/UCSAL
Mary Garcia Castro – Professora da UCSAL, Programa de Pós Graduação em Família na Sociedade Contemporânea e Mestrado em Políticas Sociais e Cidadania; Co-Coordenadora do NPEJI- CNPq/UCSAL; pesquisadora do CNPq; pesquisadora da FLACSO-Brasil  e bolsista da FAPERJ
[2] Entende-se por violências duras aquelas que são reguladas pelo código penal.

quarta-feira, 6 de março de 2013

A-político ou radicalismo contemporâneo?


Hoje não há nada tão intransigente do que o apoliticismo!

Acratas, socialista e esquerdistas foram chamados corretamente de radicais, mas entendidos equivocadamente como intransigentes.

Radicalismo é o oposto a intransigência!

Pregam sinônimos aonde são antagônicos!

Os que se elegem a-políticos, a-ideológicos nos causam tosquice, porque ao contrário dos anarquistas e demais correntes pela práxis autónoma e radicais, vão além de dizer que a política não presta!

Mesmo os anarquistas individualistas, quando decidem acionar seus interesses não será basculando a classe trabalhadora e oprimida surdos e cegos diante da alteridade.

É impossível conversar com os que defendem a tirania apolítica porque eles são intransigentes e por isso, não radicais.

Eles não buscam ir na raiz das questões, que sabemos todos exigem reposturização de ideias, práxis e compreensões.

Intransigência é o impedimento de percurso das ideias, irredutibilidade e ausência de qualquer dúvida sobre o que se defende.

Aqui os acratas sempre se afastaram dos esquerdistas intransigentes e do liberalismo, e, inversamente se aproximaram dos libertários comprometidos com o apoio mutuo, por ser a práxis máxima de uma dinâmica de alteridade. Não somos solidários (sol), mas mutualistas!

O apoliticismo é a pior expressão de tirania, pari-passu caminha com o fascismo yuppie moderno!

Quem e porque ajudamos não tem nada a ver com sermos melhor ou ser um sol para alguém!

Somos mutuamente necessários pelo prazer de ser humanos e ver em nós e nos outros nossas potencialidades de alcançar cotas de liberdade!



segunda-feira, 4 de março de 2013

Fantástico pautando a educação nacional novamente e conheçam meu irmão!

Neste domingo dia 03 de março apareceu uma matéria sobre tecnologia da informação e uma escola da Rocinha.

http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/tecnologia-invade-sala-de-aula-da-rocinha-e-muda-processo-de-aprendizado/2438497/

Henrique Sobreira, meu irmão, é um dos entrevistados e fecha a matéria.

Não me incomodo com o discurso do meu irmão, que acho até palatável!

Me incomoda é o Fantastico e a rede Glogo tentarem pautar o debate educacional no Brasil.

Escolas sem paredes e por trabalho educativo por grupos intergeracionais e por afinidades é uma prática antiga do anarquismo. E sempre terve os mesmos efeitos que a matéria indica.

Pior é que embora o discurso final seja claramente sobre um outro entendimento do papel da escola, fica no teor geral a despolitização dos educandos e professores. A questão se resume no tido a uma habilitação técnica.

O que agrada a Globo é toyotismo serf service educacional que faz um indivíduo evoluir aparentemente num processo coletivo, mas é claramente pessoal.

O problema da educação nacional é para a sociedade liberal e elite da senzal o atraso e baixo aproveitamento.

A tecnologia como pilula de bem estar e fim de aulas padrão não alteram a condição de escola que não age, mas que é amansada e repatriada ao capital e a uma sociedade adulta injusta.

sábado, 2 de março de 2013

Assembleias Mirins, Juvenis, afinidades e gerais: Pilares da Pedagogia anarquista e escolas democráticas

A assembleia com os envolvidos em um processo educativo libertário ou democrático é o pilar de uma formação pessoal e coletiva.

Há muitos modos e especificidades das assembleias, mas o resultante delas é sempre fruto de debate. E não fugir desse debate é o que aprimora e torna esses encontros produtivos e não meramente normativos, são práticos, úteis e dinâmicos quando seriamente trabalhados os mecanismos das assembleias.

Começar desde a tenra idade a decidir suas planificações pessoais, coletivas e revisá-las publicamente auxilia no amadurecimento das pessoas a assumir suas responsabilidades.

É difícil e progressivo o processo de adaptação.

Há escolas que até a compra de materiais e a alimentação é definida e feita pelos membros dessas comunidades educativas radicais.

Esse processos participativos e deliberativos são centrais e metodologicamente viáveis, no entanto, como nossa formação é autoritária, muitos não se permitem capacitar para esse grau de liberdade e suas consequências.

Nas escolas democráticas, anarquistas, socialistas e emancipatórias é mais importante aprender a decidir e assumir as consequências dessas tomadas de decisão do que aprender os ensinamentos formais da educação liberal burguesa.

A educação formal nos ensina fugir de nossas responsabilidades quando dizem militarmente que temos que ser responsáveis cidadãos, mas o mecanismo para realizar isso é interditado!

Vamos à assembleia!


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Delimitar o que se deve ensinar e o que se deve aprender!

A primeira e mais importante máxima que creio ser dos propósitos educativos anarquistas é não dizer a ninguém o que ela deve aprender.

Nem em planos estatais nem em planos pedagógicos!

A todo momento somos induzidos a acreditar que o pré-delineamento de um propósito educativo é mais importante do que a decisão, percepção e ação pessoal para aprender algo.

Se aprende com planos estatais, mas a que custo?

Um monte de gente infeliz que não sabe nada o que fazer com as besteiras que acumulou/rejeitou em escolas!

Isso não é inteligente! Serve apenas para formatar as pessoas para algo que elas não acreditam!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Fantástico e o direito de escolarizar em casa!

Neste domingo saiu uma matéria no Fantástico sobre uma família que luta para ter o direito de educar seus filhos em casa.

O que me parece será superficial e uma bobajada inútil!

Mas como produzi um breve texto alguns dias aqui neste blog, creio que cai bem!

No país que alardeia o ensino a distância em todos os níveis, temem o que?

Veja a matéria na integra em:
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2013/02/pais-brasileiros-lutam-pelo-direito-de-educar-os-filhos-longe-da-escola.html


Pais brasileiros lutam pelo direito de educar os filhos longe da escola

Para pedagoga Maria Stela Graciani, crianças deixam de interagir quando não há convívio escolar. Cerca de mil famílias ensinam filhos em casa.
deixam de interagir quando não há convívio escolar??????
 
que interação!?!?
Será que essa pedagoga tem seu filho numa escola pública!?
 
E a interação nas privadas???
 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Moral anarquista! Não fortalecer o fascismo!

Dizer que haja uma moral anarquista pode criar confusões!

Moral que se adota é a que caminha mais próxima da ajuda mutua.

Há um rol de anarquistas que luta pela  e com a classe trabalhadora para romper as amarras do capital!

Há valores morais que são mesmos éticos e contrários à moral patrimonialista.

Contra o falso moralismo que oferece recompensa a que é servil e se rende ao poder por mero conforto.

Render-se ao poder é apenas justificável para aqueles tão enfraquecidos, doentes, arrimos de família, abandonados de tudo que são incapazes de lutar. E ainda assim, há entre esses os que mais lutam.

Os que ainda podem bradar por liberdade, a esses, casa a manutenção de não servir, não ajoelhar e não sucumbir às piscadelas do poder! Embora sejam em alguns momentos os que mais confortavelmente se calam!

Dentro do anarquismo, cada um faz o que aguenta! Desde que não fazendo nada, não apoiem o fascismo!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Proibido ensinar em casa!

Segundo nossas leis, não matricular uma criança ou adolescente em escola pode gerar um processo através de denúncia por "abandono intelectual".

Mas os pais insatisfeitos com a educação, método, relação, avaliação e encachotamentos dos filhos a regras militares fascistas não podem processar o Estado por abandono Intelectual!

O ProUni, política de cotas e a permissividade de se criar escolas privadas e são provas cabais do abandono intelectual do Estado.

Talvez essa seja nossa sorte!

Em que interfere que pais e comunidades eduquem seus filhos!!?

Que tipo de relação social se está privando uma criança?

Sabemos todos que o desenvolvimento de algumas crianças são notoriamente mais ricos com os pais do que em escolas corrosivas com seu baixo nivel intelectual e moral.

Os professores acham que seus novos carros e suas novas dívidas em cartão propaladas nos corredores não afetam seus educandos? Os que estão endividados também pensam que seu desconforto econômico e profissional não afeta seus estudantes?!?!

As crianças filhas de trabaladores não possuem alternativas, salvo se os sindicatos assumissem a educação. Mas as experiências que temos são pautadas na formatação, competitividade e outras tolices concorrenciais e até ideológicas de um esquerdimos dogmático.

Pais e filhos absortos em egocentrismos desejam parecer o que não são!

Quem quer fugir dessa prisão de falsos valores tem que insurgir em casa e reforçar outros valores, mas em geral sucumbem a videogames e outros caprichos tecnológicos.

Ilhar-se é uma bobagem! Sobra que os próprios filhos tenham amparo dos pais quando essas escolas começam a destrui-los e lhes permitir escapatórias.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Escola e loucura, um logo passo histórico a superar

Todos os educadores que se debruçaram seriamente sobre a educação, mesmo Rousseau, sabiam que um sistema único, militar e cotidiano não teria efeito numa formação saudável dos educandos e levaria os educadores a se transfigurarem como tristes figuras de pré-carcereiros.

Leon Tolstoi, autor de Guerra e Paz, escreveu também um livro que descrevia uma das primeiras experiências educativas libertárias financiada, concebida e realizada por ele, a saber: A escola de Yasnaïa Poliana.

Esta obra e experiência desconhecida dos educadores liberais e ofuscada pelo marxismo dúbio, tinha muitos despropósitos aos olhos de hoje, mas em muitos casos seu conteúdo é moderno por impedir a insanidade de educandos e educadores.

Uma frase destacam todos que acessam este livreto:

Que deva ser a educação uma prática da liberdade!

Não poderia se de outro modo, pois o termo pedagogia é sinônimo de autonomia.

Liberdade pode ser questionável, mas ir contra ela é o que enlouquece trabalhadores, educadores, educandos e todos que se mutilam aprisionados pelos poderosos.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Escola adoece professores! Digo eu: No mundo inteiro


Pesquisador afirma que estrutura das escolas adoece professores

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-02-06/pesquisador-afirma-que-estrutura-das-escolas-adoece-professores.html
Para historiador da USP, sociedade critica todos os aspectos do cotidiano escolar, mas se esforça para mantê-los da mesma forma. Ele propõe discutir o “rompimento” das estruturas
Priscilla Borges- iG Brasília |
“O ambiente escolar me dá fobia, taquicardia, ânsia de vômito. Até os enfeites das paredes me dão nervoso. E eu era a pessoa que mais gostava de enfeitar a escola. Cheguei a um ponto que não conseguia ajudar nem a minha filha ou ficar sozinha com ela. Eu não conseguia me sentir responsável por nenhuma criança. E eu sempre tive muita paciência, mas me esgotei.”

A escola formal é uma fábrica de loucos! Na matéria acima que saiu hj no portal ig se verifica que isso sempre aconteceu de algum modo, mas agora acontece em pouco tempo! Em seis meses de trabalho escolar! E a matéria continua:

Viver sem escola: é possível?
Orientado pelo professor Julio Roberto Groppa Aquino, com base nas análises de Michel Foucault sobre as instituições disciplinares e os jogos de poder e resistência, Camargo questiona a existência das escolas como instituição inabalável. A discussão proposta por ele trata de um novo olhar sobre a educação, um conceito chamado abolicionismo escolar.
“Criticamos quase tudo na escola (alunos, professores, conteúdos, gestores, políticos) e, ao mesmo tempo, desejamos mais escolas, mais professores, mais alunos, mais conteúdos e disciplinas. Nenhuma reforma modificou a rotina do cotidiano escolar: todos os dias, uma legião de crianças é confinada por algumas (ou muitas) horas em salas de aula sob a supervisão de um professor para que possam ocupar o tempo e aprender alguma coisa, pouco importa a variação moral dos conteúdos e das estratégias didático-metodológicas de ensino”, pondera.

Citam Foucault, que se negava ser classificado como anarquista! 

Danilo Ferreira de Camargo, mestrado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Na dissertação O abolicionismo escolar: reflexões a partir do adoecimento e da deserção dos professores, Análise de mais de 60 trabalhos acadêmicos que tratavam do adoecimento de professores.

Os anarquistas todos do início do século passado já sabiam disso! Não esquecer que os estudantes também adoecem no mundo inteiro em nossos dias, seja qual seja a cultura e indice de aproveitamento educacional! Quando não pegam armas e metem balas nas pessoas de suas escolas.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Aprofundamento sobre Método e anarquismo

Anarquismo e método

Uma questão presente entre alguns metodólogo(a)s e anarquistas é da possibilidade de existir um método próprio que se possa denominar anarquista. Seria fácil fugir da tarefa se afirmamos que o simples ocorrência de existir um método que se está a estabelecer uma hierarquia, por tanto, já não mereceria essa denominação.
É necessário dissipar essa dúvida ao se reafirmar que a hierarquia a que se contrapõem anarquistas é de uma pessoa ou grupo de pessoas oprimindo outras. É no âmbito político e das relações humanas (homem/mulher, educador/educando, sabedor/fazedor, rico/pobre, experiente/inexperiente, forte/fraco ou qualquer outro par dialético com as características de sobrepujamento).
O método anarquista não existe da forma com se imagina ser a aplicação aleatória, inexata, a-objetificante, descompromissada ou ideologicamente definida pelo acratismo (anarquia).
Anarquistas do final do século XIX até a década de 1960 não se preocuparam em criar um método próprio para o fazer científico. Tal não era a preocupação com isso que todos os trabalhos de profissionais anarquistas são marcados pelo método indutivo.
Afirma melhor sobre isso Fernand Pelletier em obra recente, de 2009, não traduzida para a língua portuguesa ao retomar uma polêmica afirmação de Kropotkin com os seguintes dizeres:
Todas [descobertas do século XIX] foram feitas pelo método indutivo – o único método científico. Pois sendo o homem é uma parte da natureza [...] não há, por isso, nenhuma razão para que [...] abandonemos o método que até o momento teve boa serventia, para fazer com que se busque outro dentro do arsenal metafísico. (KROPOTKIN, 1913 apud PELLETIER 2009, p. 157) (tradução do autor).

Esta afirmação extraída por Pelletier demarca algo que já é notoriamente conhecida na geografia que se debruça sobre o pensamento de Elisée Reclus e Piotr Kroptkin. Não querendo simplificar, ambos os dois geógrafos anarquistas seguiam a escola da geografia moderna, apostando na razão e no cientificismo por acreditarem que a ciência seria capaz de esclarecer a humanidade os erros de suas crenças, costumes, preconceitos e ignorância.
Em razão de tão evidente comportamento filiado à ciência não temos bases para debater um método especificamente anarquista nos trabalhos desses dois geógrafos anarquistas. Pelletier, contudo, consegue avançar no tipo de resultado e pensamento anarquista na forma de compreender os resultados dos trabalhos realizados por eles, trazendo para nós avaliações importantes.
A posição de Pelletier se inicia com uma crítica a Paul Feyerabend que é citado em alguns textos como autor importante para a formação de um método anarquista. Pelletier (2009, p.157) avalia que Feyerabend não se apoiou no movimento anarquista para construir seus enunciados e nem considerou as experiências ocorridas na Revolução Russa (1917-1922) ou da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), por isso, esquecendo “[...] as práticas sociais concretas e massivas que dragou intelectuais. Permitindo escamotear os pensamentos próprios que foram a base dessas práticas”. (PELLETIER, 2009, p. 157).
A crítica feita por Pelletier a Feyerabend se estende dizendo que ele apenas compreendeu erroneamente o anarquismo ao assimilar a ausência de lei ou ordem propugnada por anarquistas com o posicionamento de não considerar o sentido mesmo ou razão da existência da lei e da ordem. Se nos afastamos da crítica para entender que Feyerabend lançou uma provocação pertinente, ainda assim, isso não nos oferece uma solução para que tipo de pensamento se coloca diferente em intelectuais anarquistas em suas assertivas científicas diante das outras correntes comprometidas com a ciência.
A máxima citada de Feyerabend “Qualquer coisa serve” pode ser entendida no sentido literal ou concreto da opção metodológica e a irracionalidade contida nela pode gerar um saber científico, mas tais resultados podem estar menos engajados nas razões e seriedade anarquista, portanto, não serem anarquistas como propositura final. Reflexão de partida anarquista, pode assim, não gerar uma construção teórica engajada com a ação anarquista.

quem desejar o texto completo, solicitar ao meu e.mail -sobregeo@ig.com.br

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Reproduzindo mentiras como verdades

A sociedade depende de auto mentiras para falsas felicidades.

O Autoritário acha que brigar e defender posições é autoritário.

Pode ser!

Mas o silêncio é também severamente autoritário. Embora não pareça.

Anular as próprias  ideias e sentimentos é autoritário, fascista e auto repressor.

Anular-se diante do descabido é autoritarismo.

Ser bonzinhos eternos é autoritário.

A culpa católica diz da outra face, mas nós não multiplicamos pães e peixes mágicos, saqueamos padarias.

A constituição protege quem na seca ou calamidade pública avançar sobre os paiois do capitalismo.

Que poder suporta a turba esfomeada.

Autoritário é calar-se diante da injustiça, pois perdurará a maldade contra as pessoas.

Não fique quieto, não seja nazista de si mesmo com anti-semitismos de si mesmo!


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

anarquistas e anjos

anjos são aqueles que não tem sexo.
não envelhecem
que guardam
que não existem

anaquistas....os critícos não anarquistas definem ....

sábado, 22 de dezembro de 2012

Criticos são mais anarquistas que os anarquistas

O seleto grupo de pessoas que visitam este blog acaba sabendo que tenho um papel de espezinhar o poder público local.

Artistas locais acabam se irritando comigo.

Outro dia um desses perguntou que tipo de anarquismo era o meu!?

Ainda há no senso comum duas leituras equivocadas dos anarquistas:

  • bagunceiros desordenados
  • hedonistas libertinos
Anarquistas para esses últimos são como os céticos jovens burgueses que fazem o que querem.

Os anarquistas são em geral pessoas que querem viver bem brigando para que não enfiem as caras deles na bunda de um poderoso sistema.

Eu penso que chutar essas nadegas sujas do poder é a unica coisa tangível para se fazer, o resto é aguentar o tranco das pancadas que voltam!

sábado, 17 de novembro de 2012

Escola da Felicidade, sem muros, democrática, anarquista e comunidade educativa

Escola sem muros ou da felicidade são muito mais comuns e espalhadas pelo mundo do que acreditamos.

Há entre elas as que nem são democráticas.

 Existe inclusive um movimento mundial de escolas democráticas, entre as quais se abrigam as muros e/ou da felicidade.

Essas seguem a máxima de A.S. Neil (Summerhill): "Mais vale um gari feliz doque um ministro de Estado neurótico!"

Há no Brasil um discurso de democracia nas escolas e exemplos das que primam pela felicidade dos seus estudantes, assim, misturando-as com o conceito de escola democrática.

Interessante é que elas tendem muito regularmente a serem despolitizadas. São boas para fazer o ser humano tornar-se bom e feliz.

Incluo isso, até certo ponto, como positivo. Mas também ocorre que a pessoa que quer, é ou busca a felicidade ser um hedonista.

Que essa pessoa simplesmete é feliz por se negar a ver os fatos que possam destruir sua felicidade.

Escola anarquista é uma incoerência, pois se vai escolar alguém, isso já é um tipo de autioritarismo.

Ainda sigo com aqueles que acreditam em comunidade educativa de cunho ideológico anarquista e até algumas religiosas e marxistas inspiradas e praticadas por pessoas que entenderam Paulo Freire.

Embora a pedagogia seja em si a busca da autonomia, reforçar o termo com Pedagogia da Autonomia é menos tosco do que achar que a educação deve deixar todos dopadinhos com a felicidade narcisista.

No momento, não criar um batalhão de neuróticos já seria uma avanço, mas garis revolucionários parece ser mais generoso.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Escola sem Muros em Heliópolis: educação mansa para violentados pobres!

Saiu na TV um exemplo de escola sem muros que se reconfigurou democrática em Heliópolis.

O diretor derrubou os muros externos e alguns internos. Criou proximidade com a comunidade e desmontou o modelo de aula militar.

Efeitos que chamaram a atenção da reportagem era a queda da violência e melhoria da relação entre todos.

O que pensar!?

Isso sempre ocorre em qualquer escola que se pretenda democrática pelo mundo.

O que não foi citado é o posicionamento dos estudantes e professores contra a sociedade liberal ou conservadora.

A escola é anti-violência! Que bom!

Mas seguir uma boa frase de escarnio fará bem também!

Arte inofensiva contra ricos violentos não nos interessa!

Educação agressiva contra patrimônios violentos!

A violência no Brasil tem seu ninho na propriedade da terra, da imprensa, das máquinas e de nossas vidas!

Essa violência não tá na TV Bobo!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Anarquismo Padrão

Não há um modo padrão de ser anarquista!

Há aproximações que os identifica, uma delas é deixar de ser um bundão falastrão!

Sim há uns caras que teorizam, teorizam, teorizam.....zzzzzzzzzzzzzzzzzzz

A ação direta é o pilar, assumir teu eu e tua individuação são o cerne!

Há quem queira salvar a humanidade! Há os que satisfariam salvar a si do banal!

Cada um faz o que pode, mas podendo, faça você mesmo!

teorizzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Método de pesquisa anarquista e limpar bosta

Será que há um método de realizar uma pesquisa sob moldes anarquistas?

Isso não importa! Não importa nem o fato de que seja uma pesquisa seja positivista!

Há muita esperança na dialética! É quase divina para algumas pessoas!

O mais importante é saber o que esses boçais estão fazendo com essas informações!

Um método anarquista não irá purificar seus resultados!

Uma pesquisa em pressupostos anarquistas não é nem melhor nem pior que nada!

Pesquisa serve para gerar emprego! Isso é legal!

Limpar bosta também é um emprego necessário!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

domingo, 10 de junho de 2012

Quem busca este blog?

Como os mais curiosos percebem, eu tenho dois blogs! Estranhamente houve outro dia um acesso de 33 pessoas. Isso, num só dia, para este blog que fica semanas sem visitação é engraçado!

Mas o mais importante é saber que os objetivos estão sendo atingidos!

Agradar e interessar a muito pouca gente!

Todos querem soluções boazinhas demasiado para a educação!

Estão colhendo uma massa de jovens camicazes e desiludidos com esse torpe mundo banal, sem criatividade e poesia que lhes colocamos nos seus tórridos colos!

Encontro Estadual de Geografia em Rio Grande-RS

Nunca pensei que um encontro profissional de geografia daria trela ao palhaço Fezes.
Mas realizamos a apresentação de nossa peça e participei de uma mesa redonda sobre ensino!

Empacamos na primeira máxima da pedagogia anarquista!

Não ensinar porra nenhuma!

Muitos presentes se incomodaram por ver em seus trabalhos uma valia importante em suas prisões educacionais!

Pedi para continuarem a serem éticos e moralmente convencidos de seus Hobbiwoodismo narcisistas!

Fazer distribuição de justiça educativa em 4 paredes das suas classes não os livrará do fato de que todos nossos amigos professores não passam do nível de pré-carcereiros!

Esses e essas educanteirxs benévolxs fazem o que podem!

Eu...Fezes!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Quem formará estes professores da tal sociedade justa?

Esta é a perguntinha mais escrota dos teóricos puristas! Se há a premência de um educação em valores, quem será os educadores dos educadores responsáveis por esta pretensa educação!?

Autoritariazinha essa afirmação bucólica de alguns socialista e até anarquistas!

Não temos que pensar em educadores ou ensinadores de boas maneiras socialista humanistoides!

Temos que parar de pensar que alguém ensinará! Nós com maior capacidade, velocidade, respeito e probidade nos auto-educaremos! E é assim que já fazemos!

E isso nos livrará de fascistas!? Nãããããããããão!

Antes disso, tudo é um esforço humanitário e, embora, urgente e útil, não passa de um grande band aid ou fita adesiva na base do que se pensa ser uma sociedade anti-autoritária!

sábado, 10 de março de 2012

Não ensinar!

Um vício dos professores é ensinar! Pedagogiozam até a forma que se deve defecar!

Se existem pessoas professólatras há alunólotras, viciados que sao uns nos outros!

A Corea do Sul vive isso! Um dos melhores índices escolares mundiais, alta competitividade, extraclasses caríssimas e alto índice de pós graduados!

Em contra partida, não sabem trabalhar em grupo e só aprendem à base de professores!

Desconhecem o auto-aprendizado!

Vai ser interessante ver um pós doc em química limpando bunda de hospitalizados por falta de mão de obra desqualificada para tal!

O sonho de igualdade??????
O fim das classes????
Vão resolver como isso os marxistoides comunistas!?

quinta-feira, 8 de março de 2012

Anarquistas e publicidade

É claro que quem estuda os dizeres anarquistas deseja vivenciá-los! Difícil é entender que uma educação anarquista não forma anarquistas!
A educação ou processo anarquista de construção de conhecimento é primordialmente antiautoritária!

Tem professores querendo receita para serem bonzinhos!

É muito, muito, muito fácil mandá-los à merda!

Ser anarquista é lega!

Não importa o que se faça, só pensar em ser anarquista não faz um acrata! Mas dá uma boa quantia de autopiedade!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A sociedade anarquista!

Há muita coisa em questão sobre a possibilidade da sociedade optar pelo anarquismo! Há bairros anarquistas, há comunidades anarco e grupos acrátas de todos os tipos! Me parece que antes de enfiar goela abaixo a possibilidade de uma sociedade anarquista, esses marxistas disfarçados de acrátas estabelecerem relações anarquistas imediatas. Ficar fetichizando o anarquismo, mas sendo um escroto não leva nada à nada!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

http://aeducacaolibertaria.blogspot.com/

Este blog http://aeducacaolibertaria.blogspot.com/ é bem mais dedicado do que o que me proponho realizar aqui nesse blog!

 Se dirigirem para lá terão uma dinâmica mais coletiva e empenhada que eu não dou conta!

Me convidaram para falar de Pedagogia Anarquista e ensino de Geografia no Rio Grande do Sul. Tentei ir lá com o grupo de circo do qual faço parte!

Não dá para eu ser mais acadêmico!

Me preocupo em reformar a minha caretice primeiro!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Ação direta, escolarização e anarquismo!

A escolarização liberal, conservadora, estatal ou privada tem a única função de favorecer o surgimento de homens e mulheres incapazes de fazer-se mover por suas ideias. Serão sempre pessoas de ação indireta! Acreditam que alguém deve fazer e morrer por uma revolução! Acreditam que alguém irá comprar e fazer a comida! Que suas casas, panelas, privadas são auto-limpantes! Só estão engajados em sim no campo da libido e do sexismo! Saindo fora desse eixo orgânico, alguém deverá ser ele em seu lugar, no que tange as principais coisas a serem feitas por ele! A escola é autoritária para tirar de você a autoria de si mesmo! Há os que preferem ficar melancolicamente chorando o bulling nas escolas, mas esquecem que a escola é o bulling contra a tua capacidade de ser você autor de si!
Assim, muitos se espantam perguntando o que ensina o anarquismo! Não ensina nada, mas impede que se obrigue a que alguém seja ensinado naquilo que não escolhe e não define pelo seu próprio campo de desejo e ânsia!
A ação direta de aprender é o pilar de mulheres e homens que querem ser seus autores!
É bom lembrar! Você só tem uma vida para ser você mesmo!