terça-feira, 4 de junho de 2013

Plano Nacional de Educação se resume a melhoria salarial!?

 Os depauperados professores são a realidade que sobrou! Será que o PNE os salvará???

Saiu no portal ig hoje!!!

 

As vidas que o PNE poderia mudar

Talita, Maria, Carlos e Renato ajudam a entender a que se destinam os royalties e o Plano Nacional de Educação

Cinthia Rodrigues - iG São Paulo |
O filho de 1 ano e meio brinca com paus e pedras no quintal e Talita Cristina da Silva, 20 anos, o segue com o próximo bebê já na barriga. “Não pode ir aí”, “Solta isso” e “Cuidado” são algumas das frases que mais diz o dia todo, consciente de que não é a melhor rotina nem para ele nem para ela própria. “Queria que ele fosse para a creche para aprender mais coisas, brincar e eu também poder ir atrás de melhorar de vida”, diz.
Talita e os filhos são exemplos da demanda por educação que o Brasil não conseguiu atender até agora. Por trás da destinação dos royalties para o setor e da consequente aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) com 10% do PIB para a área estão milhões de pessoas como ela que dependem de mais investimento para conseguir o direito ao ensino de qualidade.
O projeto está há dois anos e meio em tramitação no Congresso Nacional e prevê 20 metas que devem ser cumpridas até 2020. Desde a última semana, também inclui uma emenda que destina 100% dos royalties do petróleo para a educação, estratégia do governo para que seja cumprido.
Talita e o filho passam os dias longe da escola:

A jovem de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, aguarda há nove meses vaga para o filho em uma das poucas creches da cidade. No meio da espera, descobriu que o segundo filho está a caminho e logo precisará de duas vagas. “Se não tem vaga nem para o primeiro, imagina agora”, lamenta. Enquanto a meta 1 do PNE é atender 50% das crianças de até 3 anos, a cidade onde vive tem apenas 178 vagas públicas e 2,2 mil nomes na lista de espera. Um retrato de algo que se repete em todo o Brasil, onde há 1,6 milhão de vagas públicas para mais de 10 milhões de crianças na faixa etária.
Por causa disso, Talita deve engrossar o déficit relacionado às metas 11 e 12 , de ampliar a população entre 18 e 24 anos com curso técnico e superior. “Eu era boa aluna, mas quanto mais o tempo passa mais difícil acho de voltar para a escola. Agora já estou pensando em fazer bico quando os meninos estiverem maiorzinhos.”
Morador da mesma cidade, Carlos Vinicius Costa Santos, 14 anos, é mais otimista quanto ao próprio futuro que personifica outros pontos ambicionados no projeto do PNE. Caçula em uma família de cinco irmãos sustentados pela avó diarista, ele é o único que não abandou a escola ou perdeu anos de estudo até o momento. “Acho que meus irmãos pararam por desinteresse mesmo. Eu pretendo ser advogado”, diz .
Carlos fala da desistência dos irmãos mais velhos:

Se apenas concluir o último ano do ensino fundamental já vai ajudar a cumprir a meta 2 , de universalização do ensino fundamental na idade correta, algo que seus irmãos e outros 539 mil brasileiros não fizeram segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, de 2011. A irmã, Taiane, de 16 anos, chegou a concluir com atraso o fundamental e agora se divide entre a busca por emprego e o ensino médio noturno.
Ela dá pistas do que levou ao desinteresse dos irmãos. “O Carlos ainda estuda de dia e em uma escola que quase não falta professor. O colégio (ensino médio) é mais complicado, falta tudo, aula mesmo é raro e tem muita influência ruim”, resume. Ainda assim, ela voltou para a escola ao menos enquanto não encontra trabalho. Melhorar o ensino médio e mantê-la como aluna é a meta 3 do PNE, de atender 85% dos adolescentes de 15 a 17 anos. Atualmente, só 80% estudam – o que significa que 2 milhões de jovens nessa idade estão fora da escola.
O futuro da família se relaciona ainda com a meta 8 , de elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos para os 25% mais pobres e igualar a situação de negros e brancos até 2020. No último Censo, de 2010, apenas um em cada cinco negros acima de 20 anos continuava estudando.
Professores
Renato Babolim Ribeiro, 26 anos, representa outros protagonistas da Educação que aguardam aprovação do PNE para conseguir direitos mínimos: os professores. Formado em Pedagogia em 2011, ele vive em condições precárias com holerites que variam de R$ 51 a R$ 1.200 conforme a época do ano. “Ao contrário das empregadas domésticas, que finalmente conseguiram seus direitos trabalhistas, metade de nós professores ainda seguimos sem 13º, férias e qualquer garantia”, comenta desolado.
Renato expõe a situação de professores por falta de concurso:

Em todo o Brasil, embora faltem professores diariamente em sala de aula, apenas metade dos que atuam nas redes públicas tem cargo efetivo, a meta 18 é elevar para 90% os concursados. Isso mudaria a vida de Renato que hoje é professor auxiliar na rede estadual paulista contratado a cada fim do primeiro bimestre do ano e dispensado às vésperas das férias, em dezembro. Às vezes, ainda dá aulas como substituto, mas nunca tem certeza se terá trabalho ou renda. “São 25 mil professores nessas condições e não tem concurso para PEB 1 (que atende 1º ao 5º ano, na rede estadual de São Paulo) desde 2005. Tenho colega que chega a passar fome em casa alguns meses”, afirma.
Também fazem parte dos objetivos do PNE equiparar a renda dos professores a dos demais profissionais de nível superior ( Meta 17) e garantir em um ano formação continuada nas áreas de atuação, incluindo pós-graduações gratuitas ( Meta 15 ). “Se eu pudesse, já estava cursando pós, mas falta renda e todos os programas oficiais de ajuda são voltados para o concursado, como se o governo não soubesse a nossa situação”, afirma Renato.
Dizem respeito à especialização alguns dos objetivos mais difíceis de alcançar até o fim da vigência do plano, em 2020. Ainda entre os professores, a meta 16 é que 80% dos que atuam na educação básica tenham pós-graduação. Atualmente, o censo escolar apura a escolaridade dos mestres apenas até o nível superior. Mesmo aí já há uma defasagem quase impeditiva: 20% dos atuais professores sequer concluíram curso superior. Em uma pesquisa amostral do Instituto Paulo Montenegro, apenas um quinto havia concluído também pós-graduação. “Infelizmente a gente ainda tem que brigar por coisas mais básicas”, comenta Renato.
A aposentada Maria Pereira Silva, de 57 anos, representa outra enorme demanda por mais investimento em educação por algo ainda mais rudimentar: saber ler e escrever. Ela faz parte dos 12,9 milhões de brasileiros analfabetos com mais de 15 anos – 8,6% de todos nós. Se a meta 9 do PNE for cumprida, em 2020 a alfabetização seria universalizada.
A baiana que vive há 40 anos em São Paulo sonha com esse momento desde a infância. Quando completou 7 anos adiou os estudos pela primeira vez para trabalhar seguindo uma sina de filha mais velha. “Eu era remo de família”, explica. Aos 9 anos, o pai morreu e ela se viu cuidando das irmãs mais novas. Aos 18 anos veio para São Paulo em busca de oportunidade de trabalho e passou duas décadas como empregada doméstica e o restante como diarista.
Maria fala de suas tentativas de estudar:

“O tempo que sobrava eu dedicava ao meu filho, esse sim estudou. Até faculdade fez”, conta. Maria se matriculou em alguns cursos de jovens e adultos no meio do caminho, mas desistiu por conta das salas cheias e da falta de entrosamento com os colegas mais novos. “O barulho me incomodava. Acho que sala para adulto é diferente de adolescente, a gente precisa de mais atenção e calma”, avalia. Sem conhecer o PNE, ela também pede que as aulas incluam disciplinas que a ajudem a obter renda, exatamente como a meta 10 , que estabelece que uma em cada quatro vagas para adultos seja integrada a educação profissional. “Se eu soubesse um lugar que desse curso de escrita e costura junto, eu correria atrás.”
O PNE traça ainda objetivos para a população deficiente, para aumentar o número de mestres e doutores na educação superior, melhorar o resultado das redes nas avaliações e estimular a gestão democrática nas escolas ( veja todas as metas aqui ). A meta mais discutida da lei, no entanto, é a 20, que trata das fontes de financiamento para garantir que a lei signifique de fato mudanças nas vidas de Talita, Carlos, Renato, Maria, os milhões de pessoas que eles representam e, por consequência, da população toda.
Série:
Esta reportagem faz parte da série do iG sobre as mudanças que poderão ser ocorrer na  educação do País a partir do investimento dos royalties do petróleo na área. Para entender o contexto, conheça a história dos royalties no Brasil  e a tramitação dos projetos de lei no Congresso . Nesta quarta, exemplos de outros países que fizeram alto investimento em educação e que podem servir de inspiração ao Brasil serão apresentados.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Robin Hoods pedagógicos: eu também já fui!

Quando falo em locais de debates que sou contra a existência de escolas sempre surgem professores desesperados a defender sua permanência!

Faço isso com um imenso prazer para martirizar os Robin Hoods pedagógicos que são esses professores incríveis que fazem das tripas coração ou do coração em tripas para dar aos seus pupilos uma educação honesta dentro de sua ilhazinha de 4 paredes.

Eu busco e provoco essa revolta porque um dia eu fui rei dos Robin Hoods com minhas práticas transgressivas.

Mas esses heróicos e bravos professores, em geral abandonaram todas as lutas políticas e se sentem narciseamente felizes com os olhinhos de suas classes os amando e as amando! O mundo externo? A politização? O embate?

Todos recuam quando se é exposto o fato de que não é a própria capacidade técnica, afetiva e profissional que questiono, mas a incapacidade política de olhar o horizonte de mazelas e de enlouquecimento que é a escola e imobilização, mortificação e passividade civil honesta desses pequenos heróis.

E no entanto, como não conhecem outra realidade ou não lutam por ela, não sabem que seus potenciais seriam muito melhor empregados e aproveitados fora das armadilhas de suas armaduras de bem estar e de conforto que dá a administração escolar autoritária!

Hedonismo pedagógico ou aquele que se afasta de tudo que produz dor, entre elas a politização e intelectualização premente, urgente e edificante que a todos nós deveríamos nos exigir!

Fazem o Bem! Fazer o Bem! E bem vamos fingindo que não reforçamos a estrutura autoritária que nos cerca!

domingo, 12 de maio de 2013

Auto educação, educação à distância, co-educação em grupos de afinidades e cada uma ao seu ritmo!

Todos os dias eu tomo conhecimento de pilares da pedagogia anarquista ou libertária. 

 Não é que seja propiredade e descoberta dos anarquista, mas desde Tolstoï em 1850 há provocações sobre a educação que hoje surgem com a Tecnologia da Informação como inovadoras.

Tudo vestido com a roupa de inclusão e outras tolices!

na matéria a seguir do Portal IG verão esses aspectos ressurgidos. Deixo em negrito o que mechama atenção nesse artigo. 

Educadores dos EUA apostam em online para suprir defasagem de alunos

Dificuldades por falta de conhecimento e custo de revisão levavam à desistência

NYT |
NYT
Deslumbrados com a possibilidade de disponibilizar aulas universitárias online gratuitamente, educadores estão se voltando para a corajosa tarefa de conseguir reunir material online suficiente para enfrentar um dos desafios mais difíceis da educação superior americana: dar a mais estudantes acesso à faculdade e ajudá-los a se graduarem dentro do prazo estimado de duração de cada curso.
NYT
Sebastian Thrun executivo da Udacity que analisa se cursos online ajudam alunos a concluírem a graduação
Quase a metade de todos os estudantes dos Estados Unidos chegam ao campus precisando revisar alguns conceitos acadêmicos básicos, antes de poderem começar a propriamente frequentar as aulas. Essa revisão pode custar caro, levando muitos a desistirem de cursar a faculdade, muitas vezes com dívida estudantil e poucas perspectivas de emprego.

Enquanto isso, a redução dos orçamentos estaduais refletiram arduamente nas instituições públicas, reduzindo o número disponível de lugares nas aulas que são obrigatórias para que os alunos possam se graduar. Só na Califórnia, os cortes de ensino superior deixaram centenas de milhares de estudantes universitários sem acesso a classes que precisam cursar para se graduar.

Créditos para que mais alunos façam 
Para lidar com ambos os problemas e incentivar os alunos a se graduarem, as universidades começaram a misturar em seus currículos novos cursos abertos online, criados para oferecer educação de alta qualidade a qualquer pessoa com uma conexão à Internet. Embora os cursos, conhecidos como Moocs, tenham tido milhares de matrículas de milhões de estudantes de todo o mundo, a maioria dos que se matriculam nunca sequer começam a fazer as lições disponibilizadas online e poucos completam os cursos. E por isso, para atingir os estudantes que não estão prontos para o trabalho de nível universitário ou que estejam tendo dificuldades com cursos introdutórios, as universidades estão começando a agregar mais apoio para os materiais online, na esperança de melhorar os índices de sucesso.
Na Universidade Estadual de São José, Califórnia, por exemplo, dois programas piloto uniram material das aulas online com o currículo normal de cada respectivo curso disponibilizado na universidade - e permitiram que os alunos ganhassem crédito ao cursá-los.

Em um programa piloto, a universidade está trabalhando com a Udacity, empresa co-fundada por um professor de Stanford, para ver se os mentores dos cursos online, contratados e treinados pela empresa, conseguiriam ajudar mais os alunos a terminarem três cursos básicos de matemática online.

A Universidade Estadual de São Jose já tem alcançado resultados notáveis com materiais online de EDX , um fornecedor online sem fins lucrativos, em seu curso de circuítos, um obstáculo de longa data para futuros engenheiros.

Normalmente, 2 de cada 5 alunos recebem uma nota C e devem retomar o curso ou mudar seus planos de carreira. Então, na primavera passada, Ellen Junn, o reitor, visitou Anant Agarwal, um professor do MIT que lecionou uma versão online gratuita da aula de circuítos, para perguntar se a Universidade Estadual de São José poderia tornar-se um laboratório vivo para seu curso, a primeira oferta da EDX, uma colaboração online entre a Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Junn esperava que ao misturar materiais online do MIT, com as matérias lecionadas na sala de aula física poderia ajudar a mais alunos serem bem sucedidos no curso. Agarwal, presidente da EDS, aceitou com entusiasmo, e sem qualquer acordo formal ou troca de dinheiro, fez com que a Universidade Estadual de São José pudesse disponibilizar o conceito em suas classes no ano passado.

Os resultados foram surpreendentes: 91% das pessoas que cursaram as aulas misturadas passaram, em comparação com 59% que frequentaram apenas aulas tradicionais.

É difícil dizer, no entanto, quanto dos melhores resultados são provenientes dos materiais online de EDX, e quantos provem da mudança para as sessões em sala de aula com foco em pequenos projetos em grupo, ao invés de palestras.

Até o momento, tem havido poucos dados se os cursos online realmente funcionam, e para quais tipos de alunos. Cursos mistos fornecem valiosos dados de pesquisa porque os resultados podem ser facilmente comparados com os de uma classe tradicional.

Os cursos online estão inegavelmente testando os limites tradicionais do ensino superior. Até agora, a maioria dos milhões de estudantes que se inscreveram neles não ganhavam crédito por estarem cursando-os. Mas isso está mudando, e não apenas na Universidade Estadual de São José. Os três principais fornecedores, Udacity, EDX e Coursera, são todos oferecendo testes monitorados, e em alguns casos, com certificação pela transferência de crédito através do Conselho Americano de Educação.

Enquanto os professores da Universidade Estadual de São José decidiam que tipo de material deveria ser coberto nos três cursos de matemática oferecidos pela Udacity, foram os empregados da Udacity que determinaram como seria a proposta do curso.

"Nós providenciamos anotações das aula e um livro de exercícios, e eles fizeram o que acharam melhor, escreveram o roteiro, e nós o editamos ", disse Susan McClory, coordenadora de desenvolvimento do curso de matemática da Universidade Estadual de São José. "Nós nos certificamos que eles utilizaram nossa maneira para encontrar um denominador comum."

Os resultados da versão para-crédito do curso online com os mentores não ficará claro até o término dos exames finais, que serão supervisionados por webcam.

Mas, com tantos alunos sem acesso a estes cursos, outros disseram, serão necessárias novas alternativas.

"Eu estou envolvido neste projeto, mas não pretendo destruir as universidades físicas e sim para aumentar o acesso de mais estudantes", disse Ronald Rogers, um professor de estatística na Universidade Estadual de São José .

E se vídeos e questionários com feedback instantâneo possam melhorar os resultados dos alunos, por que então seria necessário que os professores continuassem a escrever e preparar suas próprias palestras em sala de aula?
"O nosso ego sempre acaba nos fazendo pensar de que podemos fazê-lo melhor do que qualquer outra pessoa no mundo", disse Khosrow Ghadiri, um professor que leciona um curso misto. "Mas por que deveríamos inventar a roda 10,000 vezes? Este é o MIT, a melhor universidade do país - por que alguém não iria querer usufruir de seu material "?

Há, segundo ele, duas maneiras de pensar sobre o que a revolução dos cursos mistos significa: "Uma maneira é pensar eu, eu, eu – eu venho em primeiro lugar. A outra é que nós não estamos aqui para lecionar a nós mesmos, estamos aqui para educar os alunos. "

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Professores em Greve ou Greve em professores de Greve

O Estado de São Paulo é um dos mais reguladores do trabalho dos professores.

Este é um setor ideológico que sempre foi estaqueado por uma imagem do que desejam ser a educação os mentores ou tarados do PSDB.

Os professores precisam de maior salário, talvez 4 vezes mais do que atualmente.

Mas em termos de respeito profissional necessitam de 30 vezes mais respeito.

Tenho contato com professores de todas as áreas em sistema privado e público e todos esses jovens e essas jovens já estão adoentados e adoentadas pela maldade disciplinar estatal e excesso de controle.

Se existe um lugar onde a democracia precisa se instalar é na gestão educação pública do Estadod e São Paulo.

O PSDB deixará a pior marca fictícia na educação pública do Brasil. Esses 20 anos de governo foram os que mais corroeram a perspectiva profissional dos docentes.

Vai demorar dois governos de corrente diferente para acabar com essa farsa nacional!


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Greve dos professores do estado de São Paulo

Esses ambientes são enlouquecedores e pior é ver o Governo do Estado de São Paulo desmerecer a ação afirmativa dos professores.

Uma greve dessa é bem vinda, mas o PSDB é a nata da imbecibildiade, no concernente à educação só perde ela em ridículo às provatizações!

Trecho de entrevista do IG Notícias! Midia conservadora, para variar!

O estresse causado pela “superlotação” seria tamanho que responderia pela brigas “cada vez mais frequentes” entre alunos e professores. “Na terça-feira (16), em uma escola na Freguesia do Ó, um aluno jogou um livro pesado no rosto de um professor, que registrou o fato em um boletim de ocorrência”, conta.


Mas a “falta de estrutura” e a violência nas escolas estaduais seriam apenas parte do problema. A principal razão da greve é o reajuste de 8,1% concedido recentemente pelo Estado , percentual bem abaixo da reivindicação de 36%. “Professores têm menos direitos do que um bóia fria”, exagera. A Apeoesp diz que o reajuste proposto pelo governo é na verdade “reposição das perdas que remontam a 2011”: “não é reajuste salarial.”


A paralisação, no entanto, é desdenhada pelo governo do Estado e pouco representativa: pelo menos 76% dos professores não cruzaram os braços.


sábado, 20 de abril de 2013

Os problemas do ensino privado da arte, de linguas e outros!

 
 
Um dos problemas do ensino privado da arte, de linguas, entre outros, é porque o processo de ensino-aprendizagem acaba se tornando muito mesquinho, porque @s professor@s parecem temer que @s educando-@s se tornem autônom@s do que estão aprendendo, e com isso, podem deixar de pagar mensalidades e acabam gerando um deficit na entrada de capital de sua renda.
 
 Aí não existe relação de ensino-aprendizagem e sim de comerciante e freguês! As aulas, ou encontros se tornam uma compra de informações, coisa que sei lá, você poderia ter acesso em uma tarde conversando, mas devido essa forma de ensino mesquinha, você pode passar meses e até mesmo anos para recebe-las!


Bruno Palácio
 Musicista e
Estudante de Graduação em Geografia
 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Midia anarquista III

Tenho coletado textos da mídia utilizando anarquista para esse debate por eufemismo e sarcasmo.

Em cada uma dessas eu vejo de fato o intervencionismo e apropriação de métodos antigos e super reconhecidos dos anarquistas estudiosos da pedagogia.

Mas essa apropriação direta do setor privado da educação me parece o pior deles. Tudo que estiver em vermelho e negrito são grifos meus. Leiam e se enjoem.

Governo do Tennessee, nos EUA, intervém em escolas mal avaliadas

Professores estão sendo recontratados e ênfase das instituições deve ser em testes e análise de dados. Comunidade reclama de falta de sensibilidade racial

NYT |
NYT
Não muito longe de uma avenida repleta de lojas de "tudo por US$ 1" e bancos de empréstimo em um bairro de Memphis, Tennessee, a Escola de Ensino Fundamental Corning Achievement é um refúgio intocado, com piso de cerâmica brilhante e placas nas salas de aula que diziam: "Faça o que for preciso." Nesta cidade às margens do Rio Mississippi marcada pela pobreza, algumas das piores escolas do Estado estão diante de uma experiência radical para reinventar a educação pública.
Leia também: Smartphones aumentam nota de alunos de baixa renda nos EUA
No ano passado, o Estado do Tennessee retirou a supervisão das escolas com as piores notas em testes de estudantes e taxas de graduação dos conselhos escolares locais e as transferiu para um distrito estatal especial para que fossem supervisionadas. Memphis, onde a grande maioria dos alunos de escolas públicas são afro-americanos e de famílias pobres, é o marco zero: 80% das escolas nas piores posições no ranking do Estado se encontram lá.

NYT
Novos professores foram contratados para escolas com resultados ruins em Memphis

O Distrito de Realização Escolar do Tennessee, fundado como parte do esforço do Estado para se qualificar para a disputa da melhor escola concedida pelo governo de Obama, é um grupo estatal destinado a reinventar escolas com dificuldades. Há outros. O Distrito de Recuperação Escolar da Luisiana, criado em 2003, é o precursor mais conhecido, e este ano Michigan também criou um distrito do Estado para escolas com resultados insatisfatórios. Em fevereiro, os legisladores da Virgínia aprovaram uma medida para criar um distrito estadual semelhante.

A maioria das escolas será operada em esquema charter (parceria com iniviativa privada) e todas vão dar ênfase a testes e análise de dados. Muitas estão instituindo programas de bônus a professores e jornadas mais longas para estudantes. Cerca de 50% dos professores contratados é do programa Teach for America (Ensine para a América, em livre tradução), programa que leva professores formados de alta performance para trabalhar em escolas de bairros pobres.

Embora alguns pais, professores, administradores e líderes comunitários tenham recebido bem a mudança nos sete meses de existência do distrito de realização, outros se queixaram da falta de sensibilidade racial e acusaram o novo distrito de marginalização de professores experientes, muitos dos quais afro-americanos. Cerca de 97% dos alunos das escolas do distrito de realização são afro-americanos, em comparação com menos da metade dos professores.

"Não estamos apenas pedindo para que as pessoas façam algo diferente de forma incremental em um sistema que está fundamentalmente problemático e continua o mesmo", disse Chris Barbic, superintendente do distrito de realização e aluno do Teach for America que fundou a cadeia Yes Prep de 11 escolas em Houston, Texas.

Barbic, que combina a energia de um empresário com o dom de um político para a escuta, espera levar mais de 35 escolas no Tennessee, nos próximos três anos. "Eu quero criar um sistema onde teremos grandes escolas de todos os tipos", disse ele, "e menos escolas ruins de todos os tipos."

Mesmo com revisões drásticas, a recuperação é difícil. "Às vezes as pessoas confundem grandes mudanças organizacionais como novos professores e gerenciamento com mágica", disse Deborah Ball, decano da Faculdade de Educação da Universidade de Michigan. "Mas não há mágica".
Alguns membros da comunidade disseram que os pais e os alunos ainda estão se adaptando.

"Eu acho que de onde eu venho, as pessoas não sabem que a mudança será positiva ", disse Sarah Carpenter, uma mãe e avó que está servindo em um conselho consultivo para o distrito de realização de Memphis. Em visitas a escolas, ela disse ter visto alunos "engajados e aprendendo."
"As expectativas serão maiores e as crianças não estão acostumadas com isso", disse Carpenter. "Mas elas certamente conseguirão atender a estas expectativas."

No entanto, a suspeita permanece sobre o que esta nova administração significará para professores mais experientes.

Embora as autoridades do distrito de realização tenham incentivado os atuais professores a se candidatarem a empregos nas novas escolas, nenhum deles terá uma vaga garantida. Apenas cinco professores e três administradores das antigas escolas permaneceram.

"Nós não queremos chegar à cidade e perder todos os atuais educadores e contrarar um monte de novos professores", disse Ash Solar, oficial chefe de novos talentos para o distrito da realização. "Queremos mostrar que se você construir um novo sistema onde os educadores recebem apoio, eles poderão prosperar."

Solar disse que o distrito tinha contratado mais de 50 professores de outras escolas públicas de Memphis. Espera-se que esses professores ajudem a facilitar a transição.

NYT
Deja Lewis, Trametria Griffin e Quianna Wyatt participam de exercício sobre o que mais ouvem dos pais

Em uma tarde recente, Deidra Holliday, uma professora de artes com 10 anos de experiência, não se intimidou pelas sugestões das vidas domiciliares caóticas de seus estudantes durante uma aula da sétima série na Escola Fundamental West Side.

"Digam-me o que suas mães costumam lhes dizer em casa", disse Holliday, convidando os alunos a escreverem citações em seus quadro brancos.
Uma menina escreveu que, assim como muitos de seus colegas, sua mãe costuma lhe dizer: "Cale a boca". "Você precisa limpar o quarto e também lavar a louça." '

Holliday lidou com o tema. "Vamos começar a ajudar mamãe mais", disse ela, rindo. "E pode ser que ela acabe falando coisas mais positivas." E virou-se para um aluno e disse que faltava uma vírgula em uma de suas citações.

domingo, 14 de abril de 2013

Espanha: Grupo nazi ataca a Escola Livre Paideia em 2011

Percebam que exemplos contra a extrema direita, ainda são alvos de violência na Europa. Em todos lugares há felicianos cristocidas!

 

Espanha: Grupo nazi ataca a Escola Livre Paideia


Danos materiais, pichações, e até um contenedor de lixo queimado que atingiu as portas do centro escolar. A jornada letiva na escola Paideia, localizada na parte de trás do campo de futebol da Nova Cidade, em Mérida, começou hoje (9 de novembro) com o saldo desagradável da visita de uns vândalos durante a noite. Esta não é a primeira vez que acontece algo assim, mas nunca com um tom tão ameaçador.
De acordo com fontes da escola, os vândalos quebraram a porta de entrada do recinto escolar e entraram no pátio. De lá, eles quebraram portas e janelas e penetraram no prédio. Uma vez dentro, eles pegaram tintas e pincéis de um dos ateliers e usaram este material para realizar pichações ameaçadoras do lado de fora da escola. Uma delas diz “Morte”. Eles também jogaram o contenedor de lixo nas portas das instalações e atearam fogo.
A Escola Paideia, nascida no final dos anos 70 como projeto de escola livre, sofreu em outras ocasiões tentativas de roubo e danos. No entanto, as fontes consultadas apontam que esta é a primeira vez que os vândalos agiram de forma tão violenta.
As mesmas fontes indicam que os vândalos também atacaram o mobiliário urbano da região, onde arrancaram sinais de trânsito e bancos. As ruas afetadas estão entre os setores do Novo Acesso Sul, junto a Avenida Luis Ramallo. Esta é uma área recém-urbanizada, mas ainda sem casas.
Fontes: alasbarricadas, solidaridadobrera, portaloaca

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Compareçam nas comemorações dos 80 anos do Centro de Cultura Social em Sampa

Em 2013 comemoramos 80 anos da fundação do Centro de Cultura Social, o grupo
anarquista mais antigo em funcionamento hoje no Brasil. E para celebrar esse
raro momento, o CCS promoverá uma série de atividades sob o título de
"Educação, Conhecimento, Cultura: 80 anos de Anarquismo", que se extenderá ao
longo de todo o ano.

O primeiro ciclo já tem sua programação definida e começa neste sábado com a
palestra "80 anos de CCS: sua fundação e história" com Lucia Parra.

Todos estão convidados!

Sábado, 13/04, às 16h

Local: Centro de Cultura Social
Rua General Jardim, 253 Sala 22
Vila Buarque São Paulo – SP
Próximo ao metrô Republica

O cartaz com a  programação completa está aqui:
http://www.ccssp.org/ccs/images/stories/cartaz80.jpg

Para saber mais: http://www.ccssp.org/ccs/

***

E para os que não conhecem essa rica história dentro do movimento anarquista
brasileiro, sugerimos a leitura do texto abaixo escrito pelo Jaime Cubero,
antigo militante anarquista e membro do CCS falecido em 1998.

Histórico do Centro de Cultura Social
por Jaime Cubero

O Centro de Cultura Social de São Paulo foi fundado em 14 de janeiro de 1933
como remanescente das entidades culturais criadas pelo movimento anarco-
sindicalista e libertário nas primeiras décadas do século XX.Quando o fluxo
imigratório se acentuou a partir dos últimos anos do século passado, os
trabalhadores que aqui chegavam, muitos deles saídos da militância anarquista
na Europa, ao organizarem suas sociedades de resistência, não só para luta por
melhores condições de vida, mas movidos, por ideais de transformação social,
passaram a criar seus centros de cultura.Cada associação, união, liga ou como
se chamasse a entidade profissional fundada, procurava criar seu centro,
ateneu ou grêmio cultural, transportando para o Brasil a prática do Movimento
Libertário europeu e a preocupação permanente dos anarquistas com a educação e
a cultura. Criou-se uma vasta rede de entidades culturais entre os
trabalhadores, com suas bibliotecas, publicações, elencos teatrais etc. Pouca
coisa restou à sanha policial nos longos períodos de repressão, quando as
bibliotecas, os periódicos, programas e documentos eram destruídos. Só o zelo
e uma resistência em surdina possibilitou a alguns militantes salvar o
suficiente para testemunhar a imensa obra desenvolvida. Exemplificamos com
algumas entidades, dentre muitas outras, cujo registro e documentos possuímos:
Grupo Filodramático Social (1905), Grupo Filodramático do Centro de Estudos
Sociais do Brás (1906), Grupo Libertário do Brás (1910), Grupo Aurora Libertas
(1911), Circulo de Estudos Sociais Francisco Ferrer (1912), Círculo
Filodramático Libertário (1914), Centro Feminino Jovens Idealistas (1915),
Associação Universidade Popular de Cultura Racionalista (1915), Centro de
Estudos Sociais Juventude do Futuro (1920), Grupo Nova Era (1922), Biblioteca
Social A Inovadora (1924). Todas de São Paulo. Essas entidades se espalharam
pelo Brasil, com predominância em São Paulo e Rio de Janeiro.A partir de 1930,
com o refluir do movimento - por uma conjugação de fatores que não cabe tratar aqui - decidiram os militantes de São Paulo fundar uma entidade que, atendendo aos seus objetivos culturais e educativos servisse de instrumento para
desenvolver suas atividades, como marco inicial de uma retomada na caminhada dos ideais libertários. Consta dos estatutos do Centro de Cultura Social que o mesmo tem por finalidade "estimular, apoiar e promover nos meios populares e, principalmente entre os trabalhadores, onde as possibilidades de cultura são limitadas por toda espécie de empecilhos, o estudo de todos os problemas que se relacionam com a questão social". E mais, que o Centro "trabalhará para
desenvolver nos meios populares o espírito de solidariedade, condena todas as
formas de tiranias que prejudicam as liberdades individuais e coletivas; todas
as formas de exploração, que anulam as possibilidades econômicas para o
desenvolvimento do indivíduo", e mais, se propõe "auxiliar a fundação de
centros com igual finalidade em subúrbios e em outras cidades, estabelecendo
com os mesmos e com as entidades já existentes uma obra de conjunto".Desde sua
fundação o Centro de Cultura Social promove intensa atividade cultural. Já em
janeiro de 1933 anunciava a conferência da escritora argentina Concepción
Fernandez, subordinada ao título "A Música como Fator de Aproximação dos
Povos"; no dia 23 de julho do mesmo ano anunciava grande ato comemorativo do
1º aniversário da morte de Errico Malatesta. Além das conferências, cursos,
exposições, montagens teatrais com grupo próprio etc., o Centro de Cultura
Social participa de campanhas políticas de envergadura, como a luta
antifascista, juntamente com o jornal "A Plebe" e outros órgãos libertários.
Promove comícios, publica panfletos e em sua sede se reúnem os militantes que
culminam com o enfrentamento contra os integralistas no dia quatro de outubro
de 1934. As lutas dos trabalhadores sempre tiveram o Centro de Cultura Social
presente.Em 1937, em conseqüência do golpe fascista de Getúlio Vargas, o
Centro foi fechado, reabrindo em 2 de junho de 1945 e novamente sustou as
atividades no dia 21 de abril de 1969, logo após ser promulgado o Ato
Institucional n.º 5, embora houvesse resistido à ditadura militar desde março
de 1964 até aquela data, com a criação do Laboratório de Ensaio, a mais
fecunda experiência do Centro de Cultura Social no campo das artes. Não sendo
possível prosseguir, só voltou plenamente à vida ativa a partir de 14 de abril
de 1985.Seria por demais longo e exaustivo fazer um registro, mesmo parcial,
da trajetória do Centro de Cultura Social. Um ou outro exemplo citado, quiçá
os menos ilustrativos, não instrui sobre o essencial: o quanto importante,
necessário e fundamental é sua atividade para o desenvolvimento do Movimento
Libertário.

As origens – o ateneu libertário

A palavra ateneu se origina do grego ATHENÁION. Nome que designava as
associações de caráter cultural, científicas ou literárias, entidades não
oficiais de instrução, academias. O nome também se aplicava ao local onde
ocorriam as reuniões dessas sociedades. A partir da segunda metade do século
XIX, na Europa, fundaram-se os primeiros ATENEUS LIBERTÁRIOS, dedicados a
fomentar a cultura entre o proletariado. Os ateneus foram grandes promotores
da arte, da cultura e do conhecimento em geral. Neles se originaram - ainda
que os interesses dominantes hoje não sejam os mesmos, no fundo as
necessidades não variaram - as aspirações à dignidade do ser humano e os
anseios de liberdade em confronto com uma cultura enquadrada numa sociedade
autoritária e discriminatória. Atenderam à necessidade de uma entidade que
levasse a cultura e o saber à rua e proporcionasse abertamente os
conhecimentos e a solidariedade desejada.Atualmente tudo concorre para a
alienação do individuo. Multidões vivendo em cidades dormitórios, sofrendo a
influência castradora dos meios de comunicação de massa a serviço das classes
dominantes e do Estado. Toda uma carga avassaladora de estímulos  destinadas a
reproduzir, sustentar e ampliar interesses criados, atomizando os indivíduos,
levando-os ao isolamento, anulando toda potencialidade criativa. Diante desse
quadro, o Ateneu Libertário surge como alternativa onde temos a oportunidade
de expressar nossa identidade e onde as tarefas comuns atingem seu mais alto
sentido, como expressão de comunicação e entendimento, convertendo-se no lugar
onde se analisam e projetam as respostas às necessidades que surgem na
comunidade dos bairros e cidades.O Ateneu Libertário é uma associação autônoma
e libertária, com identidade própria, cuja organização é a federação livre e
voluntária de indivíduos e grupos, com a Assembléia como órgão de discussão,
debate e decisão, com cargos de contínua revogabilidade e permanente rotação.
É um centro de aprendizagem e cultura libertária. Seu âmbito de atuação é
público, a rua, o bairro, e a cidade. Portanto, o Ateneu oferece-nos as
tarefas de informação e formação e uma participação que implica em
responsabilidade nas diversas atividades. Baseia-se na cooperação e
fundamentalmente no apoio mútuo e na expressão de liberdade do indivíduo e a
autogestão será seu motor primordial.Historicamente, na Europa, principalmente
na Espanha, os ateneus tiveram e tem presença marcante na vida do Movimento
Libertário e podem ser considerados como centros onde se expuseram, em todos
os tempos, as preocupações e a prática dos militantes anarquistas. Neles
convergem as tendências libertárias e as formas diferentes de interpretar a
luta contra o capitalismo e o Estado, nos aspectos diversos, mas inseparáveis
da mesma realidade.Situados em diferentes bairros de cidades grandes e
pequenas, foram sempre um espaço de lazer e cultura para os trabalhadores após
o horário de trabalho. Ao mesmo tempo, centros de instrução destinados a
substituir os valores tradicionais de uma ordem hierarquizada e dividida em
classes. Centros onde se destacam os valores defendidos pelo Anarco-
sindicalismo e o Movimento Libertário. Tais valores repudiavam e continuam
repudiando a sociedade autoritária, apresentavam e continuam apresentando as
alternativas de uma sociedade nova baseada no apoio mútuo e numa ética de
responsabilidade pessoal intransferível. Isto significa assumir a
responsabilidade com todos os seus riscos, a liberdade com todas as suas
implicações, porque só a liberdade e a responsabilidade não delegada podem
criar uma vida nova.Nos ateneus foram tratados assuntos nunca antes tocados em
lugar nenhum. O estudo da sexualidade, da natureza e do equilíbrio desta com a
pessoa humana, fundamento da atual ecologia. As escolas racionalistas foram
outro aspecto demonstrativo da influência, no caso, das idéias-força do
Anarquismo sobre a pedagogia. Sua atualidade demonstra a importância da função
dos Ateneus.

No Brasil - dos ateneus aos centros de culturas

No Brasil, considerando as variáveis próprias de lugar e tempo, o Centro de
Cultura Social corresponde exatamente à função do Ateneu Libertário. Sua
trajetória é adequada exatamente às mesmas finalidades. No passado, no
presente e nas perspectivas futuras. O Centro é essencial à projeção
libertária sobre a vida atual, principalmente porque dessa projeção há de se
prefigurar o mundo futuro que desejamos. Queremos dizer, desde o meio em que
vivemos, desde a marginalidade em que nos desenvolvemos, devemos ganhar,
paulatinamente, mas sem descanso, espaços e setores de consciência e opinião,
devemos aumentar em quantidade, força e intensidade a presença libertária nos
bairros, distritos e municípios. Outros centros devem ser criados. Eles são o
espaço dessa prática libertária generalizada que deve ir substituindo os
valores viciados da burguesia e do capitalismo, penetrando profundamente na
consciência social.Devemos estar nos sindicatos e entidades específicas, mas
também devemos estar nos Centro de Cultura. Ademais os centros e possíveis e
futuras federações de centros terão um papel fundamental na configuração do
Movimento Libertário, se conseguirmos torná-lo o catalizador de todas as
forças, correntes, tendências e práticas libertárias que atuam no seio da
atual sociedade. As atividades dos Centros de Cultura devem orientar-se para o
aprendizado e a formação das pessoas priorizando o tratamento da ética
libertária, essência de nossas atuações e esquemas organizativos.Os Centros de
Cultura são espaços de luta contra o autoritarismo existente, que se manifesta
através da repressão que permeia todas as esferas de nossa vida, seja na
família, na escola, no exército ou na fábrica. Quando alguém se rebela contra
a ordem existente, o lugar que o espera é a prisão, o reformatório ou qualquer
instituição criada para reprimir e castrar. A alternativa que surge como forma
de luta é o Centro de Cultura, tentando arrebatar do Estado e do capitalismo,
em espaços de atuação, parcelas do seu controle, por meio de uma educação e
cultura não institucionalizada, desenvolvendo uma consciência crítica, que
faça dos homens e mulheres seres livres. Livres na atuação e nas idéias, sem
influências estranhas ou artificiais à natureza de cada individuo.À proporção
que adquirimos conhecimentos sentimo-nos mais livres. A grande força criadora
do homem está no conhecimento. Conhecer é vencer obstáculos, é abrir espaços à
liberdade. Sabem muito bem todos os poderosos que o saber liberta, e por isso
querem regulá-lo, para por esse meio manietar mais facilmente o espírito
humano. Cultura a meias, conhecimentos bitolados, doutrinas oficiais,
programas pré-estabelecidos segundo os interesses do Estado, controle total de
todos os institutos e escolas de todos os níveis, destinados a reproduzir o
sistema de privilégios em que vivemos, sempre usando medidas para evitar que o
povo possa aquilatar a miséria moral e a mediocridade dos que governam.Os
Centros de Cultura hoje, como os Ateneus Libertários, ontem, são a resposta.
Desenvolvendo atividade social, no apoio às lutas das comunidades (ensino,
ecologia, saúde, educação...) participando sempre a favor da autogestão e
contra a manipulação de partidos políticos. Incentivando a cultura e a
educação libertária, organizando palestras, cursos, festas, cinema, teatro,
bibliotecas e tudo o que a criatividade num espaço não reprimido possa
germinar.Nossos Centros são freqüentados por muitas pessoas em busca de
informações e conhecimentos, que não são anarquistas. Pessoas que começam a
ter contato com idéias e novas formas de relacionamento humano, que poderão,
com o tempo, integrarem-se ou não ao Movimento Libertário. Daí a necessidade
de um Movimento Específico, onde participem somente os militantes, - pessoas
com idéias e convicções definidas - que sem deixar de participar nos Centros,
possam de maneira organizada e solidária articular-se na esfera das
necessidades específicas.

***

GRUPOS DE ESTUDOS:

11/04 - Pensadores Anarquistas
18/04 - Anarquismo e Educação
24/04 - Movimento Operário Autônomo

***

BIBLIOTECA TERRA LIVRE
bibliotecaterralivre@gmail.com
http://bibliotecaterralivre.noblogs.org/
https://www.facebook.com/biblioteca.terralivre

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Mídia Anarquista II

 Proposta inovadora com 100 anos de atraso, bem como desconhecedora da história da educação!

 

A escola onde os alunos fazem as regras

Proposta inovadora de colégio estadual no Rio estimula o "aprender a fazer, a conhecer e a conviver". Escola é fruto de parceria com Instituto Ayrton Senna e faculdade Ibmec

Raphael Gomide - iG Rio de Janeiro |
Rayssa, Weverton e Isabell não entenderam nada no primeiro dia de aula. Como assim, escolher as normas da escola? “Nós criamos as regras! Fizemos os acordos. Aqui a escola nasceu junto com a gente. Mas não é escola bagunçada, onde se pode fazer o que quiser”, contou Rayssa Furtado, 15 anos. “Todos ficamos surpresos, ninguém imaginava que isso fosse possível”, concordou Weverton, 15.
Contexto: Aposta do governo para ensino médio é gerenciada por institutos
O Colégio Chico Anysio, no Andaraí (zona norte do Rio de Janeiro), é “experimental”. É um de nove da rede estadual fluminense no programa Dupla Escola, ou seja, em tempo integral, de 7h às 17h. A instituição também faz parte do programa Ensino Médio Inovador , do governo federal. Mas a principal diferença é que a unidade é um piloto de uma parceria do governo com o Instituto Ayrton Senna e a faculdade Ibmec.
Raphael Gomide
Weverton, Rayssa, Ana Luiza, Isabell e Elias são alunos do Colégio Chico Anysio, inaugurado este ano, e elogiam proposta
O projeto pedagógico para o ensino médio foi desenhado pelo Instituto Ayrton Senna e aplicado em parceria com o governo do Rio. O Ibmec dá aulas de introdução à economia, contabilidade, educação financeira, entre outras, que os adolescentes brasileiros normalmente só veem na faculdade. Eles também têm aulas de inglês e espanhol. “Quem está na Chico Anysio não precisa de curso”, disse Elias Fernandes, 15.
O projeto é baseado no aprender a “fazer”, a “conhecer” e a “conviver”. O objetivo é desenvolver nos alunos características que serão usadas por toda a vida, em qualquer atividade que escolham. São estimuladas a autonomia, o pensamento crítico, a curiosidade investigativa, a capacidade de colaboração e de comunicação, a criatividade e a liderança. Os adolescentes ficam dispostos em grupos de “times”, de seis mesas, e debatem os assuntos, fazendo trabalhos de grupo, na maioria. “O engraçado é que todo mundo tem opinião sobre tudo”, disse Isabell Pacheco, 14 anos.
Para estimular a criatividade e a capacidade de resolver problemas, os professores incentivam atividades como improvisos de teatro e jogos em grupo. Um exemplo foi um exercício em que eles simulavam ter de atravessar um rio, contando para isso apenas com um papelão. “O professor é o mediador do conhecimento, e o aluno é o protagonista juvenil”, explica o jovem Fábio Milioni, de apenas 27 anos, a quem os alunos chamam apenas de Fábio. Ele dirige apenas três turmas de 1º ano do ensino médio, com 80 alunos no total.
Raphael Gomide
Diretor da escola, Fábio Milioni, tem 27 anos e defende a inovação
“Aqui é diferente, as aulas são mais legais”, disse Ana Carolina Mota, 15 anos. Elias Fernandes, 15, sempre foi um dos mais calados das escolas por onde passou. Mas na Chico Anysio ele conta que o método acaba forçando que ele fale mais e supere sua timidez. “Faz com que a gente seja mais sociável”, disse o menino.
No colégio, os meninos têm tempos para dedicar ao “estudo articulado” (quando podem fazer seus trabalhos); à autogestão (escolhem o que querem fazer, de exercícios, a tirar dúvidas com um professor ou até relaxar e ouvir música); e ao “projeto de vida”, quando um orientador os ajuda a escolher o caminho que pode seguir no futuro. “A proposta é inovadora”, afirma o empolgado diretor, que coordena uma equipe de 14 professores.
Inês Kisil Miskalo, coordenadora da área de Educação Formal do Instituto Ayrton Senna, explica que todas essas atividades desenvolvem conhecimento de forma integrada e não há uma divisão estanque de disciplinas. Os alunos são estimulados a fazer projetos, que utilizam conteúdos de várias áreas e muitas vezes exigem o envolvimento de mais de um professor.
Raphael Gomide
Luta olímpica é uma das modalidades esportivas praticadas no Colégio Chico Anysio
Os docentes aproveitam a tecnologia disponível por doações de empresas. A maioria das aulas é com datashow, e é enviada em seguida para os alunos, por e-mail. Há uma lousa digital doada por uma multinacional de tecnologia, assim como 40 computadores. Para a representante do Ayrton Senna, não dá para pensar no jovem sem pensar em tecnologia, mas na escola ela deve ser usada como facilitadora do processo todo. “Não tem sentido ter uma sala de computadores, é importante que os alunos possam usá-los quando precisarem, até no pátio”, diz.
A Chico Anysio é distinta até nos esportes escolhidos; esgrima e luta olímpica, pouco comuns no País, quanto mais em uma escola estadual. Isabell sempre foi atlética. Completou os estudos de balé clássico e dança e adora esportes. No primeiro momento, achou esgrima meio esquisito. Mas hoje adora.
Há ainda outras vantagens, aos olhos adolescentes. “A comida é o melhor! Tem tutu, escondidinho de carne, estrogonofe, doce de banana com mel! E os sucos! Além disso, temos o uniforme mais bonitinho, não é aquela camisa do governo feia, horrorosa”, disse Isabell.
O projeto inovador atraiu gente de vários pontos do Rio e está empolgando os alunos, ao menos nas primeiras semanas. As gêmeas Luanne e Rayanne Oliveira da Cunha, 15 anos, levam quase 1 hora 30 minutos todos os dias de Olaria até o Andaraí. “A escola é muuuito boa! O ensino é diferente, em grupo, mais fácil de aprender, e ajuda a me preparar para uma boa faculdade”, disse Luanne.
“Minha mãe diz para eu parar de falar da escola, porque eu falo demais daqui”, contou Ana Luiza Ramos, 14 anos, que, junto com a irmã, Ana Beatriz, trocou a tradicional Fundação Osório, do Sistema Colégio Militar, pelo Chico Anysio.
*Colaborou Tatiana Klix

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A mídia anarquista kkkkk! Elisee Reclus morreria de rir também!

Leiam com sabor sádico e cínico o que a mídia acha legal! isso para não dizer que Reclus era um imbecil!

Dia 16 de abril, das 14h até as 18h será realizado a continuidade dos debates sobre pedagogia do risco na FCT Unesp em Presidente Prudente.

Local: Anfi I.

E dia 23 de abril será realizado o curso noturno, das 19h as 22h, local a confirmar

https://www.youtube.com/watch?v=U0XQOOttbco

 

Conheça os conceitos que vão mudar a escola e o aprendizado


Em evento em São Paulo na semana passada, exemplos de modelos de ensino inovadores dos Estados Unidos mostram como será a educação do futuro

Tatiana Klix - iG São Paulo |
“Na sala de aula, cada um é diferente e aprende de forma diferente”. A afirmação feita por Joel Rose, cofundador e diretor executivo da New Classrooms Innovation Partners, em evento em São Paulo na semana passada sobre novos modelos para o ensino público, é senso comum entre professores e o desafio principal de quem pensa e trabalha pela educação do futuro. 

No Transformar 2013, que reuniu mais de 800 pessoas, entre educadores, gestores e empreendedores, exemplos concretos norte-americanos de escolas inovadoras – e bem sucedidas – mostram que já é possível personalizar a aprendizagem e como não há apenas um modelo para fazer isso.
Conheça conceitos que vão transformar as escolas (e onde foram aplicados):

Personalização – Entender as necessidades de cada estudante é o diferencial da School of One, uma plataforma criada para escolas de Nova York por Rose e Christopher Rush e que tem a tecnologia como principal aliada para a tarefa. Baseado em uma avaliação feita no início do ano, o sistema elabora um mapa de habilidades e plano de estudos individual. 

Mas para isso, utiliza experiências de outros alunos. Um enorme repositório de lições está disponível e o banco de dados prevê que tipo de atividade é mais adequado ao perfil de cada um. “A melhor maneira de aprender pode ser com aulas online, em grupos ou estudando sozinho. O nosso algorítimo usa as experiências já aplicadas para identificar isso”, explicou Rose. 

 Uma receita parecida é usada no grupo de escolas Summit, na Califórnia , na qual os estudantes também passam por uma avaliação no início do ensino médio, para elaborar um plano de estudos de acordo com seus objetivos de carreira. A tecnologia, novamente, é usada para avaliar em todos os momentos o que cada aluno já aprendeu e se já está pronto para aprender mais. “Cada um segue no seu ritmo”, contou a diretora executiva da rede, Dianne Tavenner.

Divulgação
Salas de escolas orientadas pela New Classrooms proporcionam que cada um aprenda do seu jeito

Plataforma adaptativa
– Para proporcionar o ensino personalizado, existem plataformas tecnológicas de ensino online que ajudam a elaborar e entregar os conteúdos necessários para os diferentes tipos de alunos. José Ferreira, fundador da Knewton, ferramenta que fornece lições de matemática, diz que o volume gigante de informações – maior que o do Facebook – que sua base de dados oferece revoluciona o ensino. A plataforma mostra ao professor com agilidade o que os estudantes aprendem, quando erram, no que tem dificuldades e como aprendem e ajuda a elaborar aulas.

Ensino híbrido – A sala de aula já não tem mais um professor falando em frente ao quadro negro e alunos sentados em carteiras organizadas em fileiras iguais nas oito escolas públicas gerenciadas pela ONG New Classrooms, de Joel Rose. Para que cada um possa aprender do seu jeito, também é realizada uma mudança física e os alunos sentam nas mais variadas formas: sozinhos, em grupos pequenos ou grandes, em frente a computadores ou usando material impresso. No espaço reorganizado, fazem atividades distintas, algumas online e outras, não. 

Para que esse modelo híbrido funcione, o papel do professor também muda para o de mentor. Segundo Tavenner, das escolas Summit, os docentes acompanham as atividades realizadas em um espaço grande, sem paredes, e orientam os alunos de várias formas: resolvendo dúvidas, questionando, provocando debates, orientando atividades e projetos.

Divulgação
Na escola Quest to Learn, em Nova York, alunos aprendem jogando
Engajamento – O interesse das crianças é o ponto de partida para o aprendizado na escola de ensino fundamental Quest to Learn, em Nova York. Apoiada pelo Instituto of Play, um estúdio de design sem fins lucrativos liderado por Brian Waniewski, a escola constrói o engajamento dos alunos através de jogos. Segundo Waniwski, a lógica dos videogames é apropriada para o aprendizado porque proporciona um ambiente com regras, nas quais há etapas a serem vencidas, mas que tolera erros. E mais: oferece feedback constante. Para usar esses elementos, o Instituto of Play tem profissionais especializados em criar jogos educativos que dão suporte aos professores e incentiva também os alunos a inventarem os seus próprios. 

Outra forma de promover o engajamento é conectar o ensino com a realidade. Essa é a aposta de Melissa Agudelo, reitora de admissões do grupo de 11 escolas High Tech High, de São Diego. “Os alunos precisam ver sentido no que aprendem”, diz. Nas escolas, há muitas atividades práticas, os alunos saem da sala de aula e têm experiências na comunidade e precisam resolver problemas reais.
 
Educação por projetos – O fim da grade de disciplinas separadas é uma das experiências das escolas High Tech High para tornar o aprendizado mais relevante aos alunos. Segundo Agudelo, os estudantes não são divididos por série, nível de habilidade e aprendem vários conteúdos integrados. Para isso, os professores estimulam alunos a desenvolverem projetos, solucionar problemas, nos quais precisam usar vários tipos de conhecimento. Nesse caso, professores de áreas diferentes se envolvem com os mesmos projetos.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A escola Yasnaïa Poliana criada em 1861 por Leon Tolstoi


A Escola Yasnaïa Poliana foi fundada entre 1859, a obra foi publicada em 1861 e por dificuldades financeiras fechou em 1863.

Educar para libertar. 

Esse era o norte pedagógico de Liev Tolstói, um dos maiores nomes da literatura de todos os tempos, cujo livro Contos da Nova Cartilha é o resultado da incursão do autor no universo da educação. Embora tenha sido traduzido do russo para o português, não é disponível. Em buscas pelo rede encontra-se as seguintes referências:
 a obra traz uma coletânea de textos extraídos das duas cartilhas elaboradas por Tolstói. São fábulas, histórias verídicas, contos folclóricos, contos maravilhosos, descrições de paisagens naturais e adivinhações. O estilo é conciso, aproximando-se do ritmo da linguagem oral. Um bom exemplo é a fábula A Mulher e a Galinha: "Uma galinha botava um ovo por dia. A dona pensou que, se desse mais ração à galinha, ela botaria o dobro de ovos. E assim ela fez. A galinha engordou e parou completamente de botar ovos". Afastado da sociedade russa dos grandes centros urbanos, o autor de Guerra e Paz fundou, em 1859, uma escola rural para crianças em sua cidade natal. O "método" do escritor, que nunca freqüentou escolas e foi educado por preceptores, era de cunho emotivo. Tolstói amava seus alunos e era retribuído. O mestre não era uma figura autoritária aos olhos dos pupilos: não havia lição de casa, nem chamada oral; não havia lista de presença, nem provas. Estudar era uma atividade lúdica, uma diversão. Preocupado em estimular a criatividade, Tolstói tinha plena consciência de que erguia um monumento. Tanto que em 1910, ano da morte do escritor, as cartilhas estavam na trigésima edição, com tiragem de cem mil exemplares cada uma. Marca que revela o estrondoso triunfo da liberdade, hoje tão fora de moda.
Eu tenho a obra em espanhol de 1977 e a introdução feita por Carlos Diaz é esclarecedora e atual. Destaco V- La escuela no es un modelo {...} -p. 20;  XII Por qué se estudia geografia {...} p. 112 e  I la ensenanza artística {...} p. 144.

No link abaixo poderão localizar especificidades mais corajosas sobre a profusão do interesse por educação de Tolstoi:

http://www.ibe.unesco.org/fileadmin/user_upload/archive/publications/ThinkersPdf/tolstoys.pdf

terça-feira, 2 de abril de 2013

Curso pedagogia do Risco em Presidente Prudente

Dia 16 de abril, das 14h até as 18h será realizado a continuidade dos debates sobre pedagogia do risco na FCT Unesp em Presidente Prudente.

Local: Anfi I.

E dia 23 de abril será realizado o curso noturno, das 19h as 22h, local a confirmar

https://www.youtube.com/watch?v=U0XQOOttbco

São princípios básicos para estimular ideias e ações.


Pedagogia do risco
Ementa:

Há entre as diversas opções e paradigmas educacionais os que figuram de forma universal e os que desapareceram dos livros e das teorias educacionais por precoceitos, desconhecimento e pragmatismo. O conceito de Pedagogia do Risco foi esboçado por Silvio Gallo e se caracteriza pelo rompimento de falsas seguranças que o ensino formal busca se legitimar na formação e no exercício da educação. Neste curso serão abordadas as origens desse pressuposto e nos exemplos apagados ou postos de lado quando se provoca dizer de uma pedagogia sem adjetivações, mas seu conteúdo essencial e original de autonomia intelectual. Conteúdos que serão explorados:
  • Bases da Pedagogia do Risco!
  • Ecola Poliana Yasnaia - Leon Tolstoi  (Russia)
  • Escola Moderna (Espanha), La Ruche França (video e debate)
  • Escola de felicidade Sands School e Summer Hill (Inglaterra). video e debate
  • Escola Paideia em Merida (Espanha) video e debate
  • Linguagem anti-sexista.
  • Espacialidade feminina!
  • O que é liberdade?
  • O ser e o único! Aprendendo a ser você mesmo!
  • É possivel servir a escola liberais e estatais!?



segunda-feira, 1 de abril de 2013

Assembleismo na Escola Paideia em Mérida e Summer Hill

No meu trabalho de doutorado colhi muitos documentos e videos sobre as assembleias em escolas democráticas e participei de parte de uma em Summer Hill e várias na Paideia na Espanha.

A qualidade dessas assembleias são distintas dessas baboseiras de escolas públicas brasileiras que se lançam no debate de democracia, mas não de autogestão. Elas são heterogestionadas e por isso desaparecem como exemplos de mudança!

Tuteladas pelo governo, uma escola nunca é auto gestionada, mas auto opiniada! Ela é cheia de opiniões! argh!

Dá-me uma raiva essa bondade liberal! A-políticas boazinhas e felizes!

Se as escolas ditas democráticas hoje no Brasil fizessem como as existentes no final da década de 1960 e início de 1970, ai sim seria algo integro.

Mas a ditadura ferrou com elas e só existe remanescentes burguesas felizes!

A assembleia é o fator de grande importância no amadurecimento do indivíduo, mas é um longo processo para construir essa legitimidade e garantir sua melhor função dinte do coletivo e das escolhas das pessoas.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Geografia Fora das escolas estaduais de São Paulo

Embora eu seja profundamente contra o ensino de geografia, não por que ele seja inútil, mas pela forma histórica de que alguém seja obrigado a aprender qualquer coisa que não seja de seu interesse!

As defesas acabam sendo mais corporativas do que intelectuais, quer dizer, mais pelo emprego do que pelo que ela importa sobre o conhecimento científico.

O que eu gosto demasiado nessa discussão é que a geografia ensinada produz muito pouco do que dizem seus defensores ser necessária!

E ainda assim, basta a UNESP, UNICAMP e USP manter em seus vestibulares as exigências intelectuais geográficas que a tentativa irá empacar!

Claro que terei mil ex-alunos meus e atuais amigos professores de geografia sendo prejudicados ao perder suas aulas, mas isso não significa que a geografia exigida em vestibular e em escola sirva para realmente fazer o que ela pode potenciamente oferecer!

Lutemos por emprego! Não pela docência pífia que nos obrigam ensinar!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Educaçao Corporativa

Há um texto de Thomaz Wood Jr na Carta Capital (13 de Março) sobre "Educação corporativa" bastante intrigante.

Basicamente as empresas não conseguem obter trabalhadores qualificados e precisam criar suas universidades, tal como a GE, McDonalds e Apple.

E por incrível que pareça o autor registra que isso não resolve, pois as disciplinas são muito crregadas de auto ajuda e processos motivacionais que funcionam pouco.

O texto termina assim:

Como qualquer tipo de organização, as empresas necessitam estimular a diversidade, a visão crítica e a busca de novas visões e perspectivas. Essa é uma contribuição que um sistema de educação, mesmo balizado pelas restrições do ambiente corporativo, pode trazer.

Agora veja bem, nada contra o autor, mas essa reflexão é a que se espera da escola formal, mas é justament eo que ela mais impede de acontecer.

Os executivos e gestores empresariais padecem de pouco espírito crítico e de conceito e praxis da diversidade!

Digamos assim, os caras vendem todos seus valores para defender as coisas mais constrangedoras do alto escalão executivo.

Vendem suas liberdades criativas e críticas. Depois, necessitam de universidades para reavivar suas almas mortas!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Violências nas Escolas: Culturas silenciadas

OBS: Este texto foi coletado na Revista Carta Capital e eu fiz destaques em negrito e letra maior que são centrais na discussão posta!


Postado por Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 11 de março de 2013 (15:04) na categoria Sociedade
por Miriam Abramovay e Mary Garcia Castro[1]

Os casos de violências nas escolas vitimizando jovens e professores é tema que vem galvanizando atenção em nível mundial e, de fato, merece políticas e debates.  Mas sua complexidade não é apreendida mesmo que nos fixemos nas preocupantes estatísticas e notícias, ou seja, não se reduz a uma história em que há vilões e vítimas, cabendo punir aqueles. E vem resistindo a resoluções legais e aparatos de repressão. 

Também não satisfaz inculpar alguns atores, como a família, os próprios jovens e os professores. Pode transitar por níveis diferentes de análise, quando há que discutir em qual sociedade vem se dando tais casos, em que instituição , – no caso a escola -  e o que se conhece sobre juventudes, em especial por suas práticas, vontades e verbos.
Foto: Celso Junior/AE Foto: Celso Junior/AE
É quando o próprio conceito de violência na escola deve ser ampliado para além daqueles atos que ferem e matam – ameaças, agressões físicas, armas, tráfico de drogas, roubos e furtos.

As violências nas escolas não se limitam a violências físicas. Pedem o acento na ética e na política e a preocupação em dar visibilidade àquelas que ofendem a identidade e dignidade do outro, como o racismo, o sexismo e a homofobia.
As violências nas escolas são a antítese da razão, pautando-se por relações em que não há lugar para o diálogo, a comunicação e a negociação, pilares básicos da educação.

Defendemos que a escola não lida com temas que são básicos e que são sentidos como violências pelos jovens, comprometendo seu bem estar e desempenho escolar, o não reconhecimento das suas identidades ou buscas identitárias e o clima escolar. Tal processo estimula violências que muitas vezes só são reconhecidas quando tomam a forma de “violências duras”[2]. Há que ter mais sensibilidade pedagógica para lidar com a alteridade e a diversidade.

Há um hiato entre a cultura escolar e a cultura juvenil, o que é pouco destacado quando se discute violências nas escolas. E o não conhecimento e reconhecimento do outro, da outra, é uma violência que propicia violências.

O descompasso entre a cultura escolar e a cultura juvenil, a falta de sensibilidade pelas formas de ser dos jovens e como esses privilegiam a comunicação, os saberes que decolam do corpo e das artes, seriam também fontes de conflitos que podem potencializar violências nas escolas.

O jovem é despido da condição de ser jovem ao se transformar em “aluno”. É visto por uma perspectiva exterior, por uma imposição normativa do sistema de ensino, perdendo-se de vista suas buscas e os parâmetros de comportamento que fazem parte das modelagens de juventudes.

Desconsidera-se, portanto, culturas juvenis, que se caracterizam por serem dinâmicas, diversas, gregárias e que privilegiam linguagens performáticas várias.

A cultura escolar, muitas vezes, se baseia em uma violência de cunho institucional, a qual se fundamenta em diversos aspectos que constituem o cotidiano da escola – como o sistema de normas e regras que pode ser autoritário, as formas de convivência, o projeto político-pedagógico, os recursos didáticos e a qualidade da educação. Tais constituintes dessa cultura não necessariamente respondem às características, expectativas e demandas dos jovens do século XXI, o que gera tensão no relacionamento entre os distintos atores sociais.

A forma de vestir, por exemplo, é uma marca juvenil que os diferencia dos adultos. Usar piercing não é uma provocação: é ser jovem e os adultos têm dificuldade de “suportar” marcas do “ser diferente”. A escola não apenas questiona a conduta, como quer padronizar as aparências. Em geral é proibida a entrada de jovens com celular, piercing, touca, boné.  O uso do boné, no entanto, é uma questão estética e um dos principais traços identitários de muitos jovens e adolescentes.

A cultura juvenil, entre vários jovens, alimenta-se da chamada cultura de rua e a violência é um componente essencial dessa cultura, tanto para garantir a sobrevivência dos jovens como para que os mesmos sejam respeitados. E, portanto, cometer atos de violência torna-se signo de força, de virilidade, de credibilidade, em um mundo onde eles sentem pouca confiança nas instituições que, em tese, deveriam protegê-los.

Os jovens vivem em uma “sociedade do espetáculo” cujos valores se pautam pela fama e o poder. Não se trata de apologia da cultura juvenil quando esta se entrelaça com a cultura da violência, mas alertar que há que conhecer a formação de tal entrelace para melhor, junto com os jovens, criticar tal sociedade.

A escola tende a considerar a juventude como um grupo homogêneo, socialmente vulnerável, desprotegido, sem oportunidades, desinteressado e apático. Desconsidera-se o que é “ser jovem”, inviabilizando a noção do sujeito, perdendo a dimensão do que é a identidade juvenil, a sua diversidade e as diversas desigualdades sociais.  O verbo do jovem não é conjugado na escola.


[1] Miriam Abramovay - Socióloga, Pesquisadora, Coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da FLACSO-Brasil, bolsista da FAPERJ e membro do  NPEJI-Núcleo de Pesquisas e Estudos sobre Juventudes, Identidades, Culturas e Cidadanias – CNPq/UCSAL
Mary Garcia Castro – Professora da UCSAL, Programa de Pós Graduação em Família na Sociedade Contemporânea e Mestrado em Políticas Sociais e Cidadania; Co-Coordenadora do NPEJI- CNPq/UCSAL; pesquisadora do CNPq; pesquisadora da FLACSO-Brasil  e bolsista da FAPERJ
[2] Entende-se por violências duras aquelas que são reguladas pelo código penal.

quarta-feira, 6 de março de 2013

A-político ou radicalismo contemporâneo?


Hoje não há nada tão intransigente do que o apoliticismo!

Acratas, socialista e esquerdistas foram chamados corretamente de radicais, mas entendidos equivocadamente como intransigentes.

Radicalismo é o oposto a intransigência!

Pregam sinônimos aonde são antagônicos!

Os que se elegem a-políticos, a-ideológicos nos causam tosquice, porque ao contrário dos anarquistas e demais correntes pela práxis autónoma e radicais, vão além de dizer que a política não presta!

Mesmo os anarquistas individualistas, quando decidem acionar seus interesses não será basculando a classe trabalhadora e oprimida surdos e cegos diante da alteridade.

É impossível conversar com os que defendem a tirania apolítica porque eles são intransigentes e por isso, não radicais.

Eles não buscam ir na raiz das questões, que sabemos todos exigem reposturização de ideias, práxis e compreensões.

Intransigência é o impedimento de percurso das ideias, irredutibilidade e ausência de qualquer dúvida sobre o que se defende.

Aqui os acratas sempre se afastaram dos esquerdistas intransigentes e do liberalismo, e, inversamente se aproximaram dos libertários comprometidos com o apoio mutuo, por ser a práxis máxima de uma dinâmica de alteridade. Não somos solidários (sol), mas mutualistas!

O apoliticismo é a pior expressão de tirania, pari-passu caminha com o fascismo yuppie moderno!

Quem e porque ajudamos não tem nada a ver com sermos melhor ou ser um sol para alguém!

Somos mutuamente necessários pelo prazer de ser humanos e ver em nós e nos outros nossas potencialidades de alcançar cotas de liberdade!



segunda-feira, 4 de março de 2013

Fantástico pautando a educação nacional novamente e conheçam meu irmão!

Neste domingo dia 03 de março apareceu uma matéria sobre tecnologia da informação e uma escola da Rocinha.

http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/tecnologia-invade-sala-de-aula-da-rocinha-e-muda-processo-de-aprendizado/2438497/

Henrique Sobreira, meu irmão, é um dos entrevistados e fecha a matéria.

Não me incomodo com o discurso do meu irmão, que acho até palatável!

Me incomoda é o Fantastico e a rede Glogo tentarem pautar o debate educacional no Brasil.

Escolas sem paredes e por trabalho educativo por grupos intergeracionais e por afinidades é uma prática antiga do anarquismo. E sempre terve os mesmos efeitos que a matéria indica.

Pior é que embora o discurso final seja claramente sobre um outro entendimento do papel da escola, fica no teor geral a despolitização dos educandos e professores. A questão se resume no tido a uma habilitação técnica.

O que agrada a Globo é toyotismo serf service educacional que faz um indivíduo evoluir aparentemente num processo coletivo, mas é claramente pessoal.

O problema da educação nacional é para a sociedade liberal e elite da senzal o atraso e baixo aproveitamento.

A tecnologia como pilula de bem estar e fim de aulas padrão não alteram a condição de escola que não age, mas que é amansada e repatriada ao capital e a uma sociedade adulta injusta.