terça-feira, 12 de novembro de 2013

voto ou consenso no anarquismo coletivista

Tenho lá tentado ser anarquista, mas como a maioria já sabe é mais facil falar do que se-lo.

Por muito tempo eu achei que o consenso seria o modo mais justo de decidir algo coletivo, de certo modo é!

O Consenso pode no entanto ser autoritário em ambiente em que nem todos são sujeitos autonomos e ativos de suas ações.

Antes achava que o consenso era a prova cabal que a dialética tinha sido um instrumento de clareza para as questões e que a votação só teria sentido em lugares de disputas mesquinhas.

Pois se para decidir algo sério a votação seria um cala boca da maioria, o consenso não seria?

Notei que o consenso, ainda que com bastante debate antecedendo uma decisão, pode na verdade fazer a retórica e a experiência aquietar opiniões menos consistentes, mas tão ou igualmente respeitadas.

No consenso a auto censura pode eliminar a riqueza de entendimento ou de incompreensão da questão.

No voto ou no consenso uma opinião intuitiva tem muita dificuldade de se colocar, mas no consenso ela é simplesmente eliminada.

No voto ela pode ser um voto contra ou uma abstenção e isso é mais correto do que ser comido pela consensualidade.

Nunca pensei que um dia ia achar isso. Sempre achei que o consenso é o esgotamento do debate, mas ele não é!

Talvez metodologicamente devêssemos eleger de tempos em tempos por voto e alternar com votações e consensualidades, sobretudo, nunca deixar de debater o quanto cada um está realmente se colocando e se sentindo dentro das decisões e que a maioria e que a consensualidade não é capaz de incluir a intuição.