quinta-feira, 19 de junho de 2014

Escolas livres na Suécia e neo-liberalismo



Recentemente recebi um texto sob o título “Educação Proibida” indicando ser de Maurício Hojas (*) discorrendo sobre do ataque do governo sueco contra as escolas livres. Antes de adentrar no mérito da questão é necessário fazer alguns esclarecimentos.
As escolas, livres, democráticas e de felicidade não são sinônimo de libertárias (leia-se políticas sociais e revolucionárias). Os mais radicais diriam que a palavra escola e libertarismo nunca devem andar juntas. Esses propõem o fim da escola e estabelecimento de comunidades educativas.
As escolas livres tem seu fundamento pedagógico em Summerhill (Inglaterra). Assim, Escola da Ponte (Portugal) e outras no mundo vivem nesse ambiente que lutam por uma educação antiautoritária, autodidatismo, liberdade dos planos nacionais de educação e estatal e que lutam pela descoberta de saber ser, se autoconhecer primeiro para depois pensar em ter conhecimentos. Buscam primeiro a felicidade, bom convívio, tolerância, compaixão e liberdade.
Nesse eixo entraram escolas de fundo filosófico ou religioso ou espiritualista ou terapêutica ou de alguma corrente pedagógica liberal, mas sem pode dizer que são engajadas politicamente, algumas são até contra ter formação política. Assim, escolas livres são liberais, mas não são libertárias. Toda educação libertária é política, pelo simples entendimento filosófico de que se uma pessoa é livre, não se pode aceitar a escravidão dos outros em nenhum lugar do mundo e da história.
Na Suécia e em outros países nórdicos, mas também Israel, Japão, Brasil e espalhados pelo mundo há o movimento de escolas livres, mas no texto de Rojas e das críticas que a ele fizeram o problema é que essas escolas livres fazem parte do cardápio das políticas liberais na Suécia. Por possuírem métodos não Estatais e de felicidade, alguns dos pais e mães tenderam colocar seus filhos nessas escolas privadas. Criaram assim um tipo de escola privada, anti-estatal, mas não revolucionárias.
A escola estatal socialista sueca sempre elogiada no mundo passou a conviver com a escola privada, assim, as avaliações nacionais e a queda da qualidade educacional comparativamente às escolas livres na Suécia começaram entrar na conta de uma disputa ideológica.
As escolas todas e as estatais, para o libertarismos mais radical são detestáveis por princípio, mesmos as ditas socialistas. Mas a solução por uma educação privada como parece ocorrer na Suécia cria ou começa a criar distorções que não existiam ou eram menores, fazendo um pouco do que foi feito no Brasil, onde a educação é primeiro um mercado a se disputar ou feito para aceitar as relações de mercadoria.
Então, as escolas de liberdade e antiautoritárias em alguns lugares tem sido apenas uma brecha e oportunidade de mercado, mesmo contendo princípios da educação não diretiva e afáveis.
(*) Suécia: as escolas livres derrubarão o projeto socialista. http://reevo.org/externo/suecia-las-escuelas-libres-y-la-politica/