sábado, 3 de janeiro de 2015

Só há um modo de ser anarquista?


Gandhi, Paulo Freire e Toltoi são considerados anarquistas pacifistas.
Uma vez um anarquista de Barcelona me disse: Para ser anarquista, basta se auto declarar sê-lo!

No site da Escuela Paidea tem um texto intitulado Ser y parecer anarquista.

Se existisse um modo de ser anarquista não poderia ser chamado de anarquismo.

Tem anarqusita:
  • sindicalista
  • federalista
  • religioso
  • ateu
  • naturista
  • coletivista
  • pacíficista
  • violentos pontualmente ou metodologicamente
  • egoísta
  • socialista
  • comunista
  • mutualista
  • autonomista
  • sistemático
  • assistemático
  • hedonista
  • estoico
  • Cínico (Kinicos)
  • e tantos outros
Mas qualquer um pode ser anarquista?
 O que os distingue disso ou daquilo?

Dizem que os anarqusitas devem buscar:
  • autonomia do sujeito;
  • liberdade ou cotas de liberdade;
  • ser anti-autoritário;
  • praticar a ação direta ou evitar serviçais ou intermediários braçais ou intelectuais;
  • anti hierarquicos;
  • anti fascismo, xenofobia, machismo, sexismo, homofobia, racismo, preconceitos e outros pensamentos que sejam crimes contra a pessoa e a humanidade;
  • respeito a opiniões e  à auto determinação;
  • mutualistas críticos;
  • não dizer o que outros devem ser ou pensar.
Se tento extrair algo que sejam os pilares éticos, filosóficos, ideológicos e políticos do anarquismo são:

  • ninguém é totalmente anarquista, pois isso o nivelaria aos fundamentalistas;
  • ninguém é totalmente livre e ser totalmente livre e desconhecer que somos presos à mesma dor humana da injustiça;
  • ninguém consegue ser completamente anti-autoritário, mas conseguimos avançar contra o autoritarismo dos sujeitos, de nós mesmo e da estrutura societal;
  • ninguém pode dizer como uma pessoa deve ser anarquista;
  • ninguém deve levar ninguém a se matar , ferir e assassinar por nada;
  • ninguém precisa de mártires ou santos anarquistas;
  • ninguém precisa se preocupar com o que é anarquismo;
  • ninguém tem que catequizar ideologicamente outros;
  • ninguém deve dizer o que o outro deve ser
  • ninguém sabe de fato o que seria uma sociedade sem Estado;
  • cada um faz o que é possível dentro de seu entendimento e somente a dialógica franca parece ser justa com nossas imperfeições humanas;
A violência perpetrada por alguns anarquistas tem um problema metodológico, pois o sujeito da violência sabe até a razão do porque que começou a violência, mas terá dificuldade para encontrar os motivos para parar seus atos. Também não saberá poupar os que não são os comedores da nossa liberdade.

A violência é sempre um tiro de escopeta negativamente democrático!

Faz um rombo em todos nós!


O caso triste do fuzilamento de Fransec Ferrer i Guardia em 1909 é típico!

O pai da Escola Moderna (anarquista) foi julgado culpado de um atentado bombista realizado por um bibliotecário de sua escola.

Pagou por crime de outra pessoa!

Ele gritou antes de ser fuzilado:

Viva a Escola Moderna!

Para saber mais: Leia artigo de Silvio Gallo no link abaixo
Francisco Ferrer y Guardia: o mártir da Escola Moderna

 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-73072013000200015&script=sci_arttext