segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Anarquismo e afetividade: as relações de genero

Há muitas perguntas que fazem aos anarquistas ainda irrespondíveis por se tratar de processos que caminham somente se uma sociedade decidir ser anarquista!

Por exemplo: Como seria a organização de um hospital? Como seria um presídio? Como se trataria a violência! Como seria o saneamento público? Como seria uma comunidade sem prefeitos e chefes? E por ai seguem perguntas pragmáticas.

No caso me preocupa se há algo dentro do anarquismo e afetividade!
Os anarquistas do início do século passado pregavam o amor livre, que o corpo da mulher fosse livre e que ninguém se apropriasse de ninguém!

Aqui quero manifestar um entendimento! Embora algumas pessoas anarquistas vivam bem com o amor livre, nem todos vivem bem dividindo suas companhias. O fenômeno do apego e do amor, ainda com grande conteúdo autoritário, precisa ser visto com cuidado!

Entre os homens há os que preferem o amor livre, desde que as mulheres fiquem presas a ele! Poucos homens suportam ver sua companhia ser dividida, mas creem viver bem se dividindo de leitos em leitos!

Para ninguém sentir dono de ninguém as mulheres e homens devem superar o machismo ou "caçismo". Nem ser humano deve induzir à caça ou desejar ser caçado!

Embora ser macho se compreenda com um poder unilateral e de desprezo da natureza feminina. Há de uma forma ou outra um jogo semelhante com uma parte da mulheres!

Tanto que o nome dado a algumas aproximações entre gêneros é bucolicamente chamado de conquista! Como se pode aproximar alguém com um sentimento bélico?

Quando se fala de relação afetuosa é preciso saber que antes de chegar ao amor livre, as pessoas tem que ser capazes de ser donas do próprio nariz!

Numa relação aberta ou fechada o essencial é que sempre estaremos recuando em parte de nossa liberdade e invadindo a de outrem! Não há a possibilidade de aproximação sem perda de liberdade!

Enganam-se os que acham libertários por terem múltiplas possibilidades de relação como se livrando do autoritarismo e do poder sobre o outro. Isso é um escapismo e significa apenas que está gastando a própria liberdade no varejo!

Se a pessoa não se vê construída ou em construção sentirá sempre que perde mais liberdade do que o outro!

No amor livre ou no amor monogâmico a liberdade é definida por uma redução de autoritarismo!

Ter amor próprio, saber o que quer da vida e de uma relação deve ser uma construção franca com uma pessoa ou várias. E não é uma questão definida a partir ou restrita à sexualidade avulsa ou específica.