sexta-feira, 22 de abril de 2016

2013 voltou???? Bolsonaro te espera!






MOVIMENTO FICA QUERIDA!!  21/04/2016 FOTO:http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2016/04/fica-querida-ato-foi-espontaneo-em-sao.html

Em 2013 os jovens foram para a rua com todas as reivindicações possíveis. Alguns críticos diziam de antagonismos intransponíveis caminhando juntos.

Um sopa geral e contraditória, um tiro de escopeta, mas incapturáveis. Era quase um tese anarquista, não fosse avaliar quem se aproprio desse esforço.

Não queriam partidos, não queriam lideres e não queriam a imprensa.

Começou por luta por mobilidade e transporte público e avolumou-se em tamanho e anseios.

Era um movimento “nosso” ou dos jovens sem donos.

Assim, sindicatos, movimentos históricos, partidos de esquerda e qualquer institucionalidade foram repudiados.

A presidenta e demais governadores do Brasil tiveram as suas popularidades rotundamente derrubadas.E desse patamar favorável com muito custo saíram ou nem saíram. Para todos...só Dilma foi vítima.

Ainda com isso, a Presidente Dilma venceu as eleições em 2014.

No interregno disso tivemos a Copa em 2014 e Black Blocs animados desde 2013 e movimentos urbanos diversos contestaram o feito mundial da Copa aproveitando a vitrina da mídia e ensejaram mais desgastes exponencializados pela mídia corporativa e golpista que regozijou ao ver a Presidente ser xingada por um bando de ricos.

Eu sempre achei que os herdeiros de 2013 e quem capitalizou 2013 e 2014 foi o fascismo, extrema direita e os oportunistas de plantão.

Enquanto a mídia corporativa brindava ser um movimento de desgaste ao Governo Federal, também alimentava o apartidarismo cidadão.

Nesse bojo que Marina Silva surge como a supra-partidária, esperanças dos deserdados, musa da pureza a-política por "um Brasil só!"

Daí creio que surge essas manifestações contra Dilma cujas nenhum partido expõe suas bandeiras e nem sindicatos e movimentos de Direita. Tal fato é comemorado como sendo um movimento isento de partidarismo e por isso, ser uma cidadania de raiz dada sua desorganização. Houve até expusão de políticos do PSDB em algumas manifestações.

Ser organizado e institucionalizado politicamente passou a ser um vício e estar longe disso tudo é uma virtude.

A moçada de 2013 está tentando corrigir esse desvio ideológicos de seus feitos sequestrados pelo fascismo. Perceberam que mesmo sem serem partidários foram cooptados, capturados e apropriadas suas conquistas, métodos e estética, mas foi colhido cirurgicamente de seu conteúdo o GOLPE!

Os jovens de 2013 foram traídos! Sugados para dentro do Golpe. Homossexuais, minorias, mulheres e todos que lutaram por ampliação democrática e de direitos percebem com mais nitidez o que significa ser empurrado para o lado de políticos como Bolsonaro.

Eu creio que a praxis sem definir os preceitos, exigiu agora um correção de rota.


quinta-feira, 24 de março de 2016

Vamos brincar de Golpe?




As manifestações do dia 18 de março por todo o país demonstraram um Brasil e ao Brasil sua força. Passo a passo foi sendo construído um mal estar que junto com os recuos na economia e nos avanços sociais fortaleceram a ideia de que o país ia acabar.

Há mais de 12 anos que tenho a impressão que o país irá acabar na segunda-feira. Tensionados ouvimos uma parte da mídia dizer que quando estava bom, é que estava ruim, que quando estava melhor, é que estava pior e que quando estava ruim, que o Brasil deveria fechar suas portas e entregar para a Nestlẽ, Coca Cola...ou anexar o território definitivamente aos EUA.

Os amigos mais à esquerda organizados ou não recuavam em seu apoio e por conta de que nunca acreditaram muito no que ia dar isso. Todos atordoados com os sucessivos governos de coalizão, reformista e dos acordos que foram engolindo os governos do PT/PMDB. Atordoados por saberem que igualmente se mantinha toda estrutura capitalista preexistente, mas algumas políticas sociais iam dando conta de inserir uma parte significativa da população no consumo, no acesso a atendimentos sociais e educativos.

Nesse meio tempo, estava sendo urdido com ódio, rejeição, vingança um modo de mudar isso que é pouco para muitos de nós., mas parece a eles algo ofensivo.

Definitivamente, uma parte da elite econômica com poder de ação e disposição que até a 2 anos atrás estava de mãos amarradas pela falta de propostas, pela falta de um caminho melhor e por ter visto que para vencer através dos votos ia ficando mais difícil se recolocar no poder, anima-se a fazer por outro caminho.

Querem brincar de Golpe! Só que acham que essas pessoas todas que não concordam com isso irão para suas casas cordatas, quietinhas e inertes, brincando de achar isso uma fatalidade inevitável.

Os focos de violência, mal estar da mídia corporativa, dificuldades econômicas e um judiciário partidário fazem um cenário apto para nossa desistência. Contrariamente, as pessoas se uniram e não estão dispostas a aceitar isso!

Essas pessoas que já perceberam essa orquestração da maldade não estão mais em dúvida. O problema do PT reformista e bonzinho já não é uma questão tão preocupante.

Poderia ter feito isso ou aquilo? Particularmente eu acho que se qualquer governo se propusesse a fazer essa desejada ruptura, tal como na Venezuela ou Argentina, iriam fazer isso que fazem com tanta força e desejo de destruir, como vemos agora. E eu não sei se estávamos suficientemente convencidos de assumir as penalidades da contrarrevolução.

Tenho impressão de que estamos tendo um duro aprendizado de ver essa fraca democracia brasileira, nos seus pequeninos avanços retroceder.

Noto apenas que esses que são favoráveis ao Golpe e maquiam com a palavra impeachment para dar um tom de legalidade fazem o que fazem por profundo desconhecimento dos seus cidadãos. Andam em círculos tão restritos que nem imaginam que Brasil e gente existe neste país.

É por profunda distância, desconhecimento e cegueira fabricada que acham que podem desistir da democracia em prol de garantir seus privilégios, benesses e bonificações.

Querem estancar a Lava Jato agora?! Agora que se percebe que não há anjos nesse ambiente?
Fazem disso uma fábula por ostentarem que seus pares irão ser capazes de protegê-los e mantê-los incólumes.

Deverão saber que se forçarem entrar nessa brincadeira, que eles não sabem aonde vai dar, poderão perder mais do que já temem perder. Dão suas cartadas finais quando as nossas começaram a se organizar!

segunda-feira, 14 de março de 2016

Anarquistas não apoiam Lula e o PT! Hein???



Primeiro deficientes, homossexuais, pobres, ciganos, migrantes, judeus...quase chegaram aos cristãos.....

 


A primeira coisa que descobri sobre o anarquismo ao adotá-lo como pressuposto de vida é que o anarquismo precisa de muitos adjetivos: federalista, pacifista, cristão, coletivista, individualista, sindicalista....

Nada mais anarquista do que uma produção em célula do Toyotismo, até os companheiros cortarem o amigo menos produtivo.

Ou seja...anarquista sem adjetivo é a mesma coisa que nada!

Reputam-se a alguns anarquistas e há anarquistas que proferem: Nem PT e nem PSDB e nem Estado Burguês e seus partidos!

Ontem, após visitar uma pessoa que foi agredida por evangélicos na Praia de Tambau em João Pessoa, uma das minhas suspeitas se confirmou.

O rapaz que fui apoiar após a violência daqueles cristão e da polícia passou por espancamento físico e moral desses religiosos e homens da lei por ter vaiado um discurso homofóbico e mentiroso dizendo que no congresso tem uma lei para que ser propicie gerar pessoas transgêneras.

- Uhhhh Mentira! Mentira! Expressou o cidadão!

Veio um senhor com uma camisa escrita Jesus é Família e deu nele uma cadeirada (plástico) que reagiu e empurrou o agressor! .....Pronto, dali foi ao chão espancado, dali foi algemado, esmurrado, posto de cuecas por 3 horas numa cela da Delegacia de Turista.

Os policiais falavam que iam acabar com essa raça de gays petistas!

Minhas amigas e amigos anti-estatais, anti-PT/PSDB/DEM/ etc etc

Meus amigxs que falam que não existe mais isso de direita e esquerda, deviam ter visto os hematomas, escoriações e dignidade estraçalhada dessa pessoa.

O Lula e o PT deviam ter regulado a mídia!

O Lula e o PT deviam ter cortado as asas do grande capital!

O Lula e o PT deviam ter rompido com o PMDB!

O Lula e o PT deviam ter taxados as riquezas!

O Lula, Dilma e o PT deviam ter aproveitado o momento de popularidade alta e.............

Amiguinhos e amiguinhas, também acho que devia ter ocorrido mudanças, antes, durante e agora no Governo Dilma.

Não faço ideia se foi o tal pacto com o capitalismo rentistas e industrial que acabou e no acordo pedia para não mexer nisso ou além disso!? Se foi falta de força!? Se foi covardia!? Ou se foi ingenuidade em acreditar que democraticamente e com melhorias econômicas o povo saberia escolher melhor seus caminhos!????

Divido minha análise pueril em dois caminhos, a saber:
a) O Possível: O que foi feito era o mínimo acordado, mais que isso se acabaria a festa!

b) Por Gosto: Lula, Dilma e o PT queriam que fosse assim mesmo, por gosto, desejo, falta de coragem, por ser um partido burgues, por achar que o capital pode ser equânime, por achar que revolução socialista é chata! E que o Brasil fosse entregue agora para os cães fascistas estraçalharem tudo!



Seja qual tese se adotar, a possível e por gosto, 
isso que surge nas ruas do dia 13/03/16 é o que?



As pessoas de pensamento conservador, fascistas, da sociedade da exclusão e de reconcentração de capitais exponencial estão emponderadas para destruir os direitos das afetividades, impor a família nuclear papai mamãe, recuar nos direitos dos negros, dos excluídos, civis e políticos em geral. Conquistas que antecedem o PT no poder e que parte delas sustentaram a chegada os PT aonde está!

Assim, pergunto aos meus amigos e amigas anarquistas, de esquerda, esquerda da esquerda e éticos, será que essa conduta e método do pessoal do impeachment, golpistas e seus pares vai distinguir o pessoal de camisa vermelha, amarela, preta, lilás....na hora que vierem com seus coturnos sobre nós???

Ontem, ao ver o rapaz que passou nesse moedor de carne fascista, confirmo:  nossas divergências serão niveladas e todos seremos vítimas, pois já estamos todos sendo considerados a “a raça petista!”..............

diga lá você o que quiser!




segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Professor em formação ou criancinha babona!?




Estou estudando para um conscurso. Neste estudo eu leio a legislação e pareceres sobre a formação docente, a junção de uma teoria com a prática. Algo que considere a cultura dos estudantes, que inclua a realidade da sociedade numa praxis, seja por pesquisa, seja por projetos ou vivências na sociedade.

Todos esses pareceres são meritórios e a legislação deu um escopo para que se mude a formação muito teórica isolada da prática, para que seja mais teórica e inseparavelmente engajada na práxis.

Porém, meu tempo de estudo nos últimos anos é a pedagogia anarquista, que como outras pedagogias libertárias e a pedagogia original tratam da autonomia sem esses adjetivos redundantes.

Veja, precisamos de uma legislação, que ciente da falta de democracia, de autonomia e liberdade educacional nas escolas, universidades e outras comunidades educativas são autoritárias ao ponto em que se tem que fazer um documento Estatal que crie a palavra cidadania e cultura.

Eu respeito todos esses teóricos, são sinceros, desesperados como eu sou, com profusão no que lutam e horas de estudo. Entretanto, quando nós éramos vítimas de professores desligados das suas tarefas fomos atrás de formar grupos de estudo independentes do currículo, produzíamos textos para publicar num jornal, fomos para militância estudantil e social, íamos para congressos debatíamos nas plenárias e assembleias gerais, fazíamos festas e provocações culturais, caminhadas e participávamos de outros grupos e debates que existiam na universidade e ainda oferecíamos oficinas e cursos para quem quisesse. Parávamos num congresso e abríamos discussões para quem passasse nos corredores, sem certificado, sem lista de presença. 

Fazíamos tudo que era formal, estudávamos tudo que era exigido e fazíamos tudo o mais que surgisse que nos provocasse ação e pensar. Quando vejo essa provocação na legislação eu tenho vontade de mandar todos à merda!

Muito mais do que essa legislação sobre formação docente e estágio pede hoje eu vi e fazíamos mais!

Tudo bem, essa autonomia não nasceu de graça em mim e meus pares, mas quando vejo uma legislação e pensamento teórico tentar criar isso, fica nítido que a questão do exercício da democracia qualitativa nos obriga a formalizar todas angustia.

As normas podem ajudar o que fariam do mesmo jeito sem elas e serve para quem não faria nada disso ser pressionado a fazer, mas não fazem porque a sociedade é autoritária e toda essa crítica consistente da formação acaba em si sendo autoritária.

Continuamos a tratar professores em formação e em serviço como criancinhas babonas!

E vamos nós com o ensino obrigatório disso e daquilo sobrecarregando a escola de tarefas, desviando de sua luta por autonomia do sujeito

.......e a universidade formadora de professores? Usa de documentos formais e legislativo que são letras mortas para maioria dos cursos.

Quer ter uma formação autêntica e não ser tratado como criança babona!? 

Mexa esse rabo e pare de esperar dessas leis, currículos e espasmos docentes..assuma tua autonomia intelectual!

Na teoria e na prática intensa....você é teu responsável intelectual!

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Educação, gênero e a pedagogia anarquista: basta de meticulizar a vida alheia!



Não sou estudioso da educação em/de gênero. Apenas intuo que a masculinidade e feminilidade são manchas oscilantes e que por motivos que desconheço predominam ou são mais nítidas e expressas nas individuações.

É inescapável que os educadores encontrem crianças e jovens em que essas oscilações, despercebidas ou percebidas por elas e eles favoreça opressões, auto-opressões ou uma feliz e incessante ignorância sobre esses sentidos até que a vida bata na porta e exija limiares de saúde afetiva para essas pessoas se sentirem em equilíbrio aos que lhe oferece amor e cumplicidade.

Visitei a Escola Summerhill e li algumas poucas coisas. Nesta visita que realizei em 2008 eu percebi um casal de meninas que se entre abraçavam afetivamente. A Escola Summerhill escandalizou e escandaliza os pedagogos até hoje, embora que ao longo do tempo seja mais careta hoje do que foi no passado. Entretanto, nenhum estudante foi engravidada por professores ou caso contrário.

Vivem em internato, tomam banho naturista na piscina da escola e no passado as leis educacionais não proibiam que as crianças e adolescentes dormissem juntas. Num ambiente sem rigores do conservadorismo e do proibitivo se sai muito melhor nessas condições do que nossas escola impregnadas de falso moralismo, sexismo e machismo.

Serei banal, mas me parece que quando você elimina a barreira do corpo intocado e inatingível, pode oferecer mais saúde mental do que essa falsa moral do corpo vestido. Sinto-me mais respeitoso e menos invasivo numa área de naturismo do que numa praia ou shopping, onde todos fingimos que não estamos desnudando todas as pessoas.

E quanto mais opressor, mais religioso, mais moralista, pode se incorrer em mais desejo e mais invasão do outro.

Algo que preocupa Summerhill e a Escuela Paideia e certamente todas as escolas de liberdade e democrática é como libertar o desejo do crime pelo desejo escondido.

As meninas em Summerhill se beijavam e nada havia de estranho ou notável. Nos escritos dessa escola falam que quando alguém se enamora não ocorrem achaques, comentários específicos sobre as aproximações, julgamentos e condenação. Aceita-se a aproximação e isto estabelecido reduz toda a carga de explicações e de parafernálias conservadoras, inveja e outros sentimentos, que as vezes percebemos como carinnho e atenção de nossos próximos, mas que no frigir dos ovos são controles: Ahhhh! Você está com ela!!! Ahhhh! Vocês estão namorando!! Como se esse tipo de comentário fosse fazer a pessoa certificar publicamente que: Sim! Estamos!! E dali para frente todos são marcados a ferro e brasa!

Nossas lutas pela educação de/em gênero merece essa barra, pois entendo que designa um processo, essas manchas de sentires onde a pessoa afetivamente irá se abrigar. Essa ressalva é por considerar o que alguns dizem que não nascemos com gênero definido e que parte de nossas identidades são construídas socialmente, mais do que por individuação autóctone. Somos o que somos pelo que os outros esperam de nós? Creio que não é nem tanto para lá nem tanto para cá e especialistas estariam mais balizados para oferecer direções mais generosas do que meu pouco estudo permite até então.

Centro-me mais no fato escolar que os professores, amigos e demais âmbitos societais, tal como a escola devem preservar-se de comentários sobre as aproximações. Embora o campo afetivo e a felicidade alheia seja nosso desejo ou da maioria, esse tipo de acentuação, pequenas fofocas, comentários e mexericos só no faz incidir em limitar a liberdade alheia! Deixar as outras pessoas em paz em suas buscas, não forçar certificações, ajustamentos e respostas aos outros como se fossem cartórios que chancelam ou não as aproximações.

É importante declarar que essa intromissão não é prova de ser afetivo, mas de querer e exigir do outro um posicionamento, nem que seja o de constrangimento. Antes da questão de gênero, respeito é bom, gostamos e devemos preservar a intimidade dos outros! Comentariozinhos não são provas de cuidado, mas de controle dissimulado, parecendo afeto, mas não é! Não se meta onde não está sendo chamado!

E por que a pedagogia anarquista, assembleista, da autonomia do sujeito, em liberdade ou de felicidade pode se arrogar essa posição? Porque os processos educativos são prioritariamente de autoconhecimento antes de acumulação banal de informações! Primeiro ser para depois ter! Lógica que assusta aos conservadores e pais apavorados que acreditam primeiro em ter para depois ser!

Em outras palavras, parem de meticulizar a vida alheia!


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Opressões do corpo e da mulher!



A Escuela Paideia e suas educadoras falam que a escola e adultos fabricam muito medo nas crianças.

Medo dos espaços, dos lugares, das coisas ou o acentuam todos esses medos.

Então, uma das tarefas da pedagogia anarquista era não criar amedrontamentos, favorecendo a liberdade de meninos e meninas explorar toda a escola sem serem vigiadas, controladas e proibidas.

Assim, o projeto arquitetônico e organização da escola buscava eliminar todos os riscos de acidente e favorecia a exploração das crianças de todos o espaços.

Se subiam numa arvore, eram orientado sobre os efeitos da queda, mas não com atemorizações e interdições. Se caíssem eram acolhidos sem melindres até que entendessem os riscos, mas sem proibi-los de refazer o percurso e se acidentar. Deveriam saber do efeito.

Recentemente tive contato com a obra de Emmi Pikler (1902-1984) cujo seus alertas preconizam que  o adulto tem a tarefa de criar uma relação de confiança e interação com o bebê durante os principais cuidados (banho, troca de fraldas, alimentação). Outra inquietação é que o espaço deverá ser  organizado para que o bebê possa se movimentar com mais liberdade desde muito cedo,defendendo isso proporcionar maior autonomia (a criança conquista cada posição por si mesma na medida em que é capaz de manter sua postura) e melhor desenvolvimento motor.

Ainda não estudei profundamente Pikler e quem me apresentou foi uma educadora Mayi Rizzo que está fazendo uma grande viagem pela América Latina buscando experiências de educação que lutam pela liberdade de seus métodos e propósitos educacionais não alicerçados nas regras estatais. 

No caso da Escuela Paideia ocorreu uma ruptura na década de 1990, pois os educadores perceberam que os rapazes estavam com atitude machistas, soberba burguesa e sem considerar as mulheres da maneira com que lutam as feministas em seus direitos humanos.Também as crianças e jovens estavam desistindo das assembleias infato-juvenis e da comunidade escolar.

Tiveram que romper com pais e educadores proibir aulas extras à escola anarquista e reforçar ações de auto reconhecimento no espaço em que na escola não existisse ações e espacializações separadas por gênero.

As crianças já passavam 8 horas na escola e depois os pais tinham que destinar tempo de convívio a elas e não enfiar em maratonas preparatórias para a vida adulta.

Tal decisão foi criticada por alguns anarquistas, pois uma escola que proíbe que uma criança faça línguas estrangeiras, balé, dança flamenca e música era uma decisão autoritária. 

A resposta dos educadores foi que os pais que quisessem colocar seus filhos em espaços opressores, distantes do assembleismo e que que só pudessem fazer tais aulas as pessoas com riquezas, que esses pais levassem essas crianças para a educação formal e estatal. Reforçando que se poderia fazer qualquer nova aula os estudantes, desde que todos pudessem fazer e que não fosse a renda da família que decidiria essas aulas externas, pois a função pedagógica da escola era dos professores e dos estudantes e não dos pais!

Educação equânime, sem distinção..ou todos se restringiam ou todos teriam acesso a essas aulas.

Os pais queriam o melhor da Escuela Paideia com o pior da educação bancária e competitiva. E centrar a decisão pedagógica fora do domínio e desejo dos pais era também para manter o projeto educativo sem essas ameaças amedrontadoras que queriam enfiar nas crianças e a na escola anarquista.

Resumo, uma escola anarquista não é fazer o que se quer e os primeiros interessados nos seus destinos são os educadores e o assembleismo. O que se faz na escola anarquista é o que se decide em conjunto na dialética do sujeito e coletivo naquilo que garanta acesso igual de direitos a todos, que é justamente o que a escola liberal preconiza contrario em suas práticas.

Todas as escola de liberdade sofrem essa pressão da educação bancária (rentista). E as reações pela liberdade acabam sendo interpretadas como autoritárias.

Emmi Pikler entra nisso nos alertando que a falta de autonomia motora ou sua anulação por pais super acelerados, sistematizados e planificados acabam por entregar crianças e comunidades educativas já castradas do seu próprio corpo, o que favorece os meninos buscarem as áreas amplas e as meninas os espaços miúdos e meticulosos, ambos mutuamente se amedrontando.

As mães e pais que querem seus filhos sendo educados em escolas de liberdade, começam com o parto humanizado e uma educação motora que gere autonomia, não basta enfiar numa creche com professoras amorosas, mas que compreendam que o desenvolvimento da autonomia do sujeito e de uma sociedade não sexista começa pelo corpo e sua liberdade de descoberta.

Por isso que Mayi Rizzo comentou em nossos diálogos que algumas escolas não estatais e auto intituladas alternativas, ainda continuam reproduzindo sujeito precocemente autoritários e não seria a partir de 4 anos que se romperia com isso, mas bem antes.

Nesse caso, as meninas são as mais castradas de seu corpo, se não pelos pais, pela família, pela creche e pela sociedade que vai dizendo em que lugar a menina deve ficar e que medos ela deve sentir.




sábado, 30 de janeiro de 2016

A incrível geração de homens que foi criada para continuar tapada.




Em diálogo com o texto “A incrível geração de mulheres que foram criadas para ser tudo o que o homem não quer” in: http://meninasdesaltoaltooficial.blogspot.com.br/2015/11/a-incrivel-geracao-de-mulheres-que-foi.html, tentarei dizer o que ainda piora nossa situação.

Não fomos criados para querer essa mulher, embora nos atraia, nos intrigue, nos liberte e permita uma relação de iguais em direitos e quereres.

Vemos uma mulher livre e compreendemos essa liberdade que ela conquistou, achando que isso também significa ser livre do afeto. Como já dávamos mal bola para o afeto quando elas eram submissas, por que estaríamos melhor agora do que antes?

Lembra-me isso um diálogo de uma personagem no filme “Invasões bárbaras” quando ela diz que ainda estava com uma pulga atrás da orelha sobre a liberação sexual feminina nos anos de 1960, se não era um plano machista a invenção da pílula para apenas eles conseguirem transar com  elas com menos responsabilidade ainda do que antes.

Enquanto as mulheres, em parte, foram criadas para serem mais duras, determinadas e donas de seus próprios narizes, nós homens acentuamos nossa irresponsabilidade do cuidado, da companhia e da partilha.

Se a mulher não precisa de proteção, de cerceamento, de clausura, de exclusividade, para que então pensar em algo duradouro? 

Não precisamos cuidá-las!?

Assim, quando um certo tipo de mulher anterior foi educada a ser um eletrodoméstico e chocadeira, essa que surge se cria para ser um ser humano em si.

Poderia digredir a respeito do capitalismo e a opressão que antes se pautava sobre o operário e a mulher vivia num mundo doméstico e protegida das agruras externas. No entanto, mesmo naquela época e atualmente o índice de suicídio entre os homens ainda é superior em dobro ao das mulheres. O crescimento da mulher não reduziu o desemparo anterior.

Essa mulher que no passado foi criada para largar tudo que fazia para ir viver com um homem ou como me disse uma “chega de ir atrás de macho!” se esse outro possível homem desejar ir atrás dela e fazer o contraponto, estará tão despreparada para aceitá-lo quanto respeitá-lo.

Um homem que deseja ser de casa é uma aberração. O mundo doméstico é sempre submissão, desmerecimento, descrédito e falta de ambição. Um homem nessa posição não é desejado.

Mulheres dessa geração, em parte, querem e queriam filhos, mas não criá-los sozinhas, pois já são da geração criada unicamente por suas mães e bem sabem que isso é uma sociedade de amazonas involuntárias.

Enquanto essa geração de mulheres foi criada para o mundo externo, para a realização profissional o seu o campo afetivo ficou em parte esperando um homem preparado para isso, quando nem para “aquilo” esteve preparado.

O que essa mulher faria se um homem dissesse: Vou contigo! Entrego meu tempo e partilha para ir nessa tua vida! Este tipo de homem masculino não é mais???

Não estamos preparados para essa mulher, pois nunca estivemos para nenhuma outra e estamos condenados à solidão, superficialidades afetivas, sexismo sem culpa e ficar olhando essa sociedade de Amazonas Involuntárias evoluírem, se recriarem, reinventarem e nos deixando cada vez mais longe de um amadurecimento afetivo honesto.

Lamento dizer, mas as mulheres conseguiram aprender a viver sem a necessidade financeira de um idiota ou menos idiota, mas nós não melhoramos muito para que vocês nos queiram e as mereçamos!

Respondendo, se me permite a autora: Não temos direito de não as querer, pois simplesmente não as merecemos! 

Nossa lição de casa ainda está a ser feita.... ou parodiando Mestre Doci...""as mulheres mudaram o software, mas a placa mãe ainda não foi trocada"".... e eu complemento.... enquanto nós homens ainda escrevemos a lápis sem borracha, molhando as pontas dos dedos com cuspe para apagar nossas mazelas como faziam os meninos preguiçosos nas décadas passadas de minha infância.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Estágio Supervisionado e a racionalidade Pŕatica: 1000 horas de mentira, não a tornará uma verdade!



No início da graduação em licenciatura eu sempre olhei com distância a disciplina prática de ensino. Achava algo fácil e tangível, até mesmo banal.

Eu já era professor antes de sê-lo, mas era um erro.

Minha graduação foi lacunosa no que tange à didática e práticas de ensino. O máximo que vi de esforço para uma prática de ensino foi fazer maquetes de isopor de relevo.

Nunca tive uma aula que falasse como trabalhar com jovens e adultos sobre geologia, vegetação, clima e até mesmo os assuntos sociais e políticos.

Em congressos eu tive mais aproveitamento de prática de ensino de que todas as aulas sobre o assuno.

Em 2002, o parecer do Conselho Nacional de Educação efetiva a critica da formação centrada na Racionalidade Técnica para a Racionalidade Prática, sendo o eixo a mudança da forma e das horas de realizar o Estágio Curricular Supervisionado.

Aprendi no entanto, que a reforma não estava na reforma formal e nos pareceres, diretrizes e leis. Se o processo não fosse tomado como projeto nas graduações, os estágio supervisionado continuaria a ser uma garrafa de náufragos para uns e nulo para outros. 

A docência é um casamento em navio de emigrantes, que os parentes casam seus jovens para que os dois se estabeleçam no novo país.

Uns descobriram o amor e farão suas vidas, outros ligarão o automático e seguirão felizes ou não.

A docência não está na formação? A docência e seu empenho está na qualificação técnica ou prática?

Ou é o estigma do sacerdócio!? 

Os especialistas acharam que ao fazer a ampliação e distribuição do estágio supervisionado, rompendo com a lógica do 3 +1, iriam mudar a rota da formação docente.

 Ser professor depende de pesquisa permanente, que está acima de leis, que depende de intelectualização, de pró-atividade, de projeto político.

Enquanto os especialistas acharem que ganhado na legislação se ganha na práxis estaremos fadados a mentiras nas graduações. 

Nenhuma legislação educacional se faz sem um aprofundamento político da legislação. 

O estágio supervisionado obrigatório, poderia ser a metade do tempo antes do parecer, 100 horas ou 50 h que fosse, sem ser um mentira.

1000 horas de mentira, não fará o estágio supervisionado se tornar verdadeiro!

sábado, 16 de janeiro de 2016

Mayi Rizzo uma viagem pela educação alternativa da América latina e um beijo nas mulheres! Conquistando Cotas de Liberdade!


Mayi Rizzo é uma pedagoga argentina que após 10 anos de docência amorosa e dedicada, decidiu colocar o pé na estrada e viajar pela América Latina coletando experiências de educação alternativa. 

No face dela se poderá acompanhar seus caminhos, trajetos e postagens em Pupo Cine Viajera.

Partindo de Mendoza (ARG) em abril de 2015 está prevendo chegar até o México e retornar pela costa oeste da América do Sul.

Para isso, adaptou um carro com cama e cozinha e está fazendo isso. 

Em João Pessoa ela esteve na Escola Viva Olho do Tempo que trabalha o contraturno da escola integral na área ruro-urbana da cidade e às margens do Vale do Gramame. Visitou a o assentamento Zumbi dos Palmares-Mari para localizar as experiências da escola que construíram com a vivências do Movimento dos Sem Terra e sua pedagogia.

Mayi diz que gosta de todas as experiências e busca entender o que se entende por alternativa nessa educação.

Um de seus pontos de partida da educação é a Emmi Pikler: 

“Enquanto aprende a contorcer o abdômen, rolar, rastejar, sentar, ficar de pé e andar, (o bebê) não apenas está aprendendo aqueles movimentos como também o seu modo de aprendizado. Ele aprende a fazer algo por si próprio, aprende a ser interessado, a tentar, a experimentar. Ele aprende a superar dificuldades. Ele passa a conhecer a alegria e a satisfação derivadas desse sucesso, o resultado de sua paciência e persistência.”

O que o seu bebê já consegue fazer?  (What can your baby do already?), Emmi Pilker, Hungria / 1940 (http://www.tempodecreche.com.br/acao-pedagogica/educacao-dos-0-aos-3-anos-contribuicoes-de-emmi-pikler/).

Neste sentido, Mayi avalia que parte de nossos esforços de educadores antiautoritários começa antes dos 7 anos, ou seja, a autonomia psicomotora tal como a intelectual não podem ser desassociadas e nem retardadas.

Tal como o machismo, preconceito, xenofobia e outras mazelas sociais devem ser trabalhadas de algum modo, bem antes dos 7 anos, também a psicomotricidade não deve ser roubada das crianças com os exageros de afetos superprotetores do corpo, inclusive da anulação das meninas de seu corpo.

Assim, o mais importante da viagem da Mayi Rizzo, além de suas buscas pessoais, afetivas, existenciais, são as mulheres que esbarram com ela e que ficam muito felizes com os olhos cheios de gratidão e generosidade, ao menos as que eu vi. 

Sororidade, amor e apoio feminino.

Ela faz uma pesquisa assistemática, sem ligação com pós-graduação ou com objetivos precisos do que acontecerá depois disso. Uma pesquisadora e tanto.

Juntado a pedagogia, o cinema e a viagem...vendendo seus ímãs de geladeira e aberta a conhecer. Uma Guarani????

Ei!..Enquanto ficamos ronroneando a vida....vai a moça argentina descobrir-se e nos ajudar a nos descobrir.....hoje parte para Natal..Ceará.....Belém..Venezuela.....

Mayi Rizzo
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sábado, 19 de dezembro de 2015

Pão Vaginal e a multiplicação dos peixes!




Estava eu no bar vila do Porto ouvindo Sandra Belê. Entra uma moça armada até os dentes de vestido preto esvoaçante e come todos os homens com os olhos..um a um....até que me fita com lascívia e eu retribuo sorrindo com aquela cara clássica de taradão, ingênuo com sorriso amarelo que nunca dá em nada! Tento fazer outra, sei que sempre vai dar errado...sai sempre amarela. Definitivamente não tenho os dons dos machos alfas.

Quando termina o por do sol e vou saindo e algo me toca o cotovelo...dedos finos, mas que me arranha uma pulseira punk de pregos....e para meu espanto era a mulher armada! E me diz: Quero te dar!

Eu acostumado que sou disse: Onde?

Na praça da estação de trem, bem debaixo do relógio do sol que marca o ponto zero onde nasceu João Pessoa!

Tudo estava indo como sempre, eu fazendo aqueles cliches chupando os mamilos que pareciam duas pontas de parafuso, pondo mão aqui e ali como estava escrito nos manuais...e a polícia chegou!

Maravilhada, o que não me chamou a atenção e logo chegaram os gradis de proteção. Já ao amanhecer os primeiros operários e operárias que vinham de Santa Rita cercaram-nos observando!

Pensei!O ser humano quando é tocado pela natureza não se espanta tanto quanto pela rudeza social.

O ventre dela estava crescendo como nos filmes de alienígenas e eu nem sei como eu conseguia ao meio de tantos observadores aquilo que faço debaixo de sete palmos de terra!?

Ela então pediu-me para parar e falou: Pega ai que tá saindo!

E começou a produzir pães!

O chão estava sujo e eu comecei a entregar para as pessoas, elas não brigavam, e cada uma que pegava o pão muquento dos caldos normais ia com seus grupos embora sem qualquer alarde.

Tenho impressão que quando uma mulher fala; Quero dar! O mundo devia parar de respirar!

Até que todos se foram! A polícia retirou os gradis e ela se vestiu daquele jeito que as mulheres trabalhadeiras se vestem e que ainda ajeitando o soutien, sempre fica tortinho!

E eu perguntei-lhe: Ei! E ai?? Com quem você aprendeu isso?

Com Jesus Cristo! Quem mais?

E agora moça?

Ela com aquele olhar pueril feminino e de jocosidade basilar falou suavemente como que dá um pé na bunda amoroso!

Eu multipliquei os pães, não é!? A tua tarefa agora é multiplicar os peixes!



sábado, 28 de novembro de 2015

Spartacus das Escolas de São Paulo.....contra o império do PSDB!!




Em decorrência de mais uma dessas reformas na educação impostas aos servidores e à população, o governo do estado de São Paulo tem que pedir reintegração de posse das escolas dos estudantes para devolver aos estudantes.



KKKKKKKKKKKKKKK

Mais de 70 escolas foram ocupadas por jovens, obviamente por seus parentes, afinal, sabemos como a coisa acontecem.....filhos e filhas podem ser revolucionárias, mas com ajuda da família é melhor.

Essa juventude não escondeu a cara, não quebrou portas, nem ficou inerte e politicamente e maduras assumiram seus postos.

Estudantes ocuparem escolas para defenderem escolas é o fato mais bonito da educação nos últimos tempos. Ninguém suspeitaria que essa juventude pudesse estar tão alerta sobre a perda de seus direitos.

Que vá e aceite-se que existam erros e que precisam ser corrigidos, mas o PSDB que é mestre em dizer sobre planejamento, só age como age porque em seus planejamentos não há a aceitação da opinião pública. Fazem a fórceps!!!!

Agora que nacionalmente pedem para Dilma conversar com a oposiçao, por que não pedem o mesmo ao Alckmin?

Simplesmente vivemos a era do “não importa” e do “apesar da crise”.....

Esses Spartacus deram um lição à lá Paulo Freire.....e a imprensa idiota sabe que não é uma orquestração de partidos.....mas é a politica na veia!!!! E na veia de juventude qualificada na práxis! Eles estão descobrindo um mundo encoberto da educação nacional!

Viva!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
e pelo fim da educação obrigatória

domingo, 22 de novembro de 2015

A história recente da Escola Anarquista de Toronto - Canadá


A história recente da Escola Anarquista de Toronto

por Megan Kinch

Tradução livre: Eu mesmo.

Esta escola emergiu durante o movimento da Ocupe Toronto, tendo aulas em um parque. Experimentos em educação popular ou escolas livres, muitas vezes coexistiram com os experimentos de convívio coletivo ou de ondas particulares de ativismo. Nes te caso, seguem as teorias de Paulo Freire da educação para a libertação só funciona quando ligada a um projeto de libertação humana em geral. Movimentos anarquistas em áreas urbanas, como Toronto e cidades próximas, prosperam em espaços centrais e periféricos, e essas escolas livres surgiram junto neste locais. Alguns destes projetos ainda existem, outros pereceram. Espaços anarquistas são muitas vezes temporários, caindo lentamente para gentrificação, despejo, ou rapidamente pela repressão policial. Embora algumas dessas escolas livres tenha existido temporariamente sinalizam para uma possibilidade de o futuro. Kalin Stacey, ligado a alguns projetos de escolas livres de Toronto, fala da relação do espaço físico e organização do espaço: "Uma das coisas que é realmente crítica para um escola livre é que é tanto um projeto descentralizado de aprendizagem, como um projeto de construção de uma comunidade: "Eu diria que provavelmente o melhor cenário para uma Escola livre se estabelece quando possui um centro comunitário radical / espaço social, espaço autônomo que também é sustentável e pode fornecer um ponto de encontro, eu acho que isso é algo que anarquistas das Escolas Livres conseguiram no final dos anos 90 em Kensington e que foi realmente eficaz. E quando eles perderam o espaço, também perderam a escola ". Para ler mais:



http://toronto.mediacoop.ca/story/torontos-free-schools/16025




segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Eu era um capeta....vá para o meio das meninas!




Naquilo que se chamava 5a Série do 1o grau em 1978 estava eu fazendo minhas presepadas com um amigo na Escola Estadual Ribeiro Junqueira- leopoldina-MG.

A solução escolar foi primeiro dividir a turma em duas. Metade para as meninas, metade para os meninos. Tornou-se a única turma de toda a escola.

As regras eram, se as meninas se comportassem ganhariam pontos. Quietas eram premiadas. Se o lado dos meninos não fizesse silêncio e ordem perderiam pontos.

Obviamente que isso nada resolveu. Eu era agitadão! Não era agressivo, mas irrequieto! Será que eram os hormônios do capeta??

Os meninos perdiam todos os dias pontos e as meninas ganhavam orgulhosamente por seus silêncios cordatos e punitivos.

Como elas conseguem? Uma disputa lúdica dos infernos! 

Os professores viam logo que os meninos iam ser todos reprovados! E perceberam que o problema não eram "os meninos", mas sim eu e meu amigo.

A solução do vigiar e punir Foucault iria por ela se interessar! Extirparam a mim e meu amigo. Nos colocaram na parede na primeira fila e eu na carteira de trás. Ilhados entre meninas de bocas cerradas túmbicas e creio que com um ar de sadismo pueril.

Aquela ilha não foi derrotada e mantínhamos a nossa ingenuidade contra a violência que éramos acometidos, com ou sem anuência dos pais, não sei dizer!? Mas os danos que provocávamos devem ter sido reduzidos.

Minha capacidade devastadora era enorme. Meu amigo nem tão irrequieto era, mas a minha lupa da éṕoca era de um pequeno diabo para dizer algo justo sobre meu amigo. Que se manteve um conquistador a vida toda até decidir se casar aos 40 anos.

Pedurou assim na 5a, 6a e 7a série a sala dividida e nós ilhados entre as múmias fabricadas. Enquanto as outras turmas os meninos tinham diálogos com suas colegas, aquela divisão e subdivisão em busca de paz no nosso caso atrasou essas amizades.

Essa é a tal educação boa do Brasil do final da década de 1970, para poucos, ricos e remediados. O que passava pela minha cabeça?

Um puta status de ser visto, ungido, selecionado, notado....de ser um CAPETA!!!

PS: pobres meninas, sendo educadas a excluir, separar e colaborar com a violência em busca de nosso silêncio. Vítimas às avessas de uma educação escrota.

domingo, 18 de outubro de 2015

Educação Obrigatória e Educação Proibida




E de causar espanto que se diga que a tão defendida democratização da educação pública no Brasil mereça ser atacada como um educação que proíbe a educação.

Tantos educadores incríveis lutaram pela educação em massa, pela escola integral, pela progressão continuada, bem como o Bolsa Erradicação do trabalho Infantil e alimentação nas escolas.

Por muito tempo se defendeu ou se quis insinuar, as vezes em desinformada opinião, outras por preconceito que as crianças pobres no Brasil iam para a escola exclusivamente pela merenda oferecida. Nunca se fez uma pesquisa de fato que provasse isso!

Este vídeo "A Educação Proibida" é extenso, mas pode ser visto picotado, já que o discurso é repetitivo em um sentido de dizer que essa escola, ainda com todas as reformas e esforços docentes, é um sistema autoritário.


Não adianta no entanto falar para os professores, educadores formais, gestores de que nada disso que se pensou ser pela democratização da educação não fez nada além de agravar a falta de liberdade intelectual e política de seus componentes.

A nova reforma educacional agora se pauta no elogiado exemplo da Finlândia. Isso, no que tange ao ensino médio tem sido posto como a solução para a perda de tempo com o que se fez até hoje, preparando as pessoas para serem senhores de todos os conhecimentos esquecíveis que durem até o vestibular.

O vídeo abaixo explica um pouco o que se passa de positivo na Finlândia, principalmente no que tange ao cuidado na formação do professor.


O tal do "qual a utilidade de aprender isso??" muito falado por todos estudantes mais críticos no Brasil é uma piada perto disso. E querem pegar um reclamação legítima com o intuito de acelerar as pessoas par ao mercado de trabalho.

Esquecem sempre de dizer que a Finlândia começou esse processo na década de 1970 e não foi sem um questionamento político severo, quer dizer, não caiu do céu. Esquecem o capital cultural que essa população finlandesa possui, da qual o que os estudante brasileiros acham muito, para eles é assimilado sem esse mesmo desdém.

Este vídeo abaixo fala de um morador de rua de Recife que morava debaixo de um pé de manga e passou num concurso do Banco do Brasil, isso, apenas para dizer como a tarefa de quem descobre que pode e merece estudar não depende de um chicote para  avançar.


Oferecemos pouco e mal feito, como tortura é tortura em qualquer parte, sofrem com o "muito" e inútil que não é nada perto de um estudante que decide e possui autonomia intelectual para decidir seus estudos.

Assim, a parte cretina da crítica à educação obrigatória no Brasil é que ela é despolitizante. Você cria um cenário de que nada presta, de que tudo que se ensina é inútil para dizer que o caminho é focar na profissionalização. Estudo self service...dizendo que é o modelo finlandês, quando se sabe que é uma caricatura.

Concluo que copiar mal copiado qualquer proposta de educação positiva faz parte de um plano para mudar não mudando nada.

Sem democracia radical a escola é um paiol de loucos!

sábado, 8 de agosto de 2015

Alckmin Anarquista ou campeão de burn-out do mundo? A deforma do Ensino Médio de SP


Alckmin Anarquista ou campeão de burn-out do mundo? A deforma do Ensino Médio de SP

 Esta reforma do ensino médio self-service que está sendo encaminhada pelo Governador Geraldo Alckmin cheira a falida progressão automática da qual sempre concordei e da qual nunca vi ser tão deformada de seu original...leia a matéria da Folha indicada no final deste texto.

Uma frase da responsável pela ONG Todos pela Educação deve ser avaliada que sempre serve de justificativa nula ao afirmar que: em todos os países o estudante pode escolher as disciplinas mais próximas de seu objetivo na universidade e outra se diz que mais de 70 entidades apoiam essa discussão. Será quem? Alguém ouviu falar de algum fórum de reforma educacional de São Paulo? Informem a mim, por favor!!!!

Esses exemplos que dizem que em todo mudo já faz...deveria servir para reforma agrária e distribuição de renda, controle de monopólio da mídia e outras benesses....que todo mundo faz, menos o Brasil!

Ano passado e neste ano ainda saíram muitas matérias de jornal falando de como esse sistema funciona na Finlândia. A questão mal se esgotou e já querem reformar ou deformar a proposta original.

Por princípio anarquista não há currículo formal e disciplina, portanto, anarquista não é! Parece, mas não é!

O problema de toda reforma encaminhada pelo PSDB no que tange à educação é sempre foi pela proposta self-service. Bom! Que rebate terá essa reforma para o ENEM?

Minha compreensão é de que sem um debate extenuado e aprofundado o que se quer fazer é eliminar parte do corpo docente de todas as áreas. É diminuir o quadro docente e não tem nada a ver com modernizar a educação.

Eu se fosse um adolescente iria escapar das matemáticas, físicas, biologias, químicas...para me dedicar no último ano ao que me interessa. Nada mal, mas quando você sabe que são essas disciplinas as que mais tem evasão da educação e que os estudantes pobres tem mais carência, se verificará que entre esses, as opções que são poucas podem bem reduzir mais. Esquecem que antes disso, todos que já se desviam dessas disciplinas, como sabem que não irão escolher elas, se desinteressarão mais ainda tornando o trabalho do professor mais árdua ainda. O tal e famoso "já que não vou usar, para que estudar??" Ou não..quem saberá?

Mas como em São Paulo a democracia não vigora, o maior problema da reforma ou deforma não são seus princípios, mas essa prática de não servir da democracia, do conselho estadual de educação e dos demais meios para descobrir a pertinência e impactos práticos disso.

 


Enquanto não tem debate aprofundando....entenda....isso é uma fábrica de desemprego, tudo bem, isso vai reduzir o número de professores adoecidos pelo regime enlouquecedor que o PSDB acomete a profissão docente de São Paulo o campeão de Burn-out do mundo. Saibam!!!!!!



Novo currículo do ensino médio será debatido em SP sob pressão de docente
ADRIANO QUEIROZ

http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/08/1666251-novo-curriculo-do-ensino-medio-sera-debatido-em-sp-sob-pressao-de-docente.shtml


domingo, 17 de maio de 2015

A subjetividade é a navalha que corta com anestésico que não elimina a dor!



É comum que as pessoas imperativas, objetivas e que expressam em vigor suas posições sejam consideradas objetivas, logo, autoritárias.

Tenho refletido que se por um lado as pessoas objetivas e que expressam isso de forma contundente, podem sim serem consideradas autoritárias, por isso contestáveis, as pessoas subjetivas, não imperativas e não contundentes, acabam por desfrutar da irrefutabilidade pétrea.

A irrefutabilidade e a incontestabilidade que se traveste a subjetividade tem sua crueldade implacável, inclusive por não ser compreendida como autoritária.

A passividade é autoritária!

O quietismo é autoritário!

A subjetividade é autoritária!

A indiscutibilidade e a incontestabilidade da subjetividade são autoritárias!

Em nome da fé da intangibilidade do que cada um define como "subjetivo" do sujeito, se faz atroz o autoritarismo por levar a dialética para um nível do diálogo que não há diálogo.

A subjetividade é acachapante!

A objetividade tem autor e a subjetividade é a-autoral.

A subjetividade é um crime por tabela, assim, é mentora do crime das consequências que produz em silêncio.

Entrar para dialogar no campo da subjetividade é como tentar fazer uma Vitória Régia progredir no sertão e um cactus Coroa de Frade viver submerso no pantanal.

O subjetivo é intangível, não delimitado por nada objetivo e claro, por nada palpável....logo incomensurável....

Se você for levado para o reino da subjetividade de alguém, estará fadado ao fracasso.

Lá não há tese, antítese e síntese....o postulado é definitivo...não há defesa..só acusação ou punição automática.

A subjetividade pune absolutamente por sua relatividade.

O ser que te pedirá para que não o entenda, depois te punirá porque você não o entende...

A subjetividade vaga, portanto, nas guildas do bem entender hedonista por um lado..e sádico de todos os lados.

Uma vez comecei a mentir sobre meu signo, já que as pessoas muito subjetivas, tendem a classificar alguém pela objetividade do horóscopo. E me interpretavam qual igual o signo que eu indicasse. Essa é a parte mais cômica das pessoas subjetivas....elas te classificam por uma tabela zodiacal....
- Aaaah! vc é de Touros? bem notei isso isso e aquilo....
- Aaaah! vc é de Libra? bem notei isso isso e aquilo....

Se a objetividade é autoritária...perceptível, condenável e sujeita ao contraditório e até à dialética....a subjetividade é navalha que corta com anestésico que não elimina a dor!

Mas ao fim, a subjetividade é profundamente objetiva!


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Geografias Anarquistas - Revista Antipode -2012







Este número da Revista Antipode de 2012 é dedicado às Geografias Anarquistas. 

Interessante que os organizadores dessa coletânea utilizam Anarchist Geographies que dá para nós duas perspectivas plurais para a palavra geografia e anarquismo.

Fiz a tradução de alguns títulos para caso pesquisadores que desejam ver como os geógrafos anarquistas estadunidenses e britânicos estão refletindo a geografia e o anarquismo.

Quem sabe anime!??

E contem textos com as seguintes provocações:

Apresentação
Olhando o passado/agindo para o futuro
Escrito por Myrna Margulies Breitbart que escreveu na década de 1980 o livro Geografia e Anarquismo sem tradução para a língua portuguesa, mas há em espanhol.

Introdução
Reanimando as Geografias Anarquistas: uma nova explosão de cores.
Por Simon Springer, Anthony Ince Pickerill, Gavin Brow e Adam Baker que são geógrafos autonomistas, anarquistas e pós anarquistas estadunidenses

Artigos

Anarquismo! O que a geografia deve ser!
Simon Springer em alusão ao texto germinal de Kropotkin sobre as geografias

A disseminação da natureza heterodoxa dos Espaços economicos na era da Crise Neo-Liberal: Do Pós- Neo-Liberalismo ao Anarquismo futuro.
Richard j. White e Colin Willians

Presos no passado: Geografias Anarquistas e territorialização.
Anthony Ince

Emoção no Centro da Políticas Radicais: A afetiva estrutura da rebelião e controle.
Nathan L. Clough

Anarquia, Geografia e Movimento
Jeff Ferrell

Radicalizando as relações para e em comum sentido às Geografia: Porque os anarquistas necessitam entender as conexões indígenas da terra e do lugar.
Adam J, Baker e Jenny Pickerill

Pratique o que você ensina: Facilitando o anarquismo fora e dentro da sala de aula.
Farhang Roubani

Geografias Anarquistas e estratégias revolucionárias
Uri Gordon

quinta-feira, 26 de março de 2015

Educação Fordista e pós fordista na Finlândia (anarquistas no método, fascistas no objetivo)


O pós-fordismo precisa de trabalhadores capacitados e adaptados à acumulação flexível, seu saber, seu entendimento de mundo e ético acabam seguindo pela flexibilidade ética....elástica.

Assim, tudo de nobre que se faz na Finlândia, migrada para suas empresas filiais para o Brasil, África, Equador....acabam seguindo a regras do moedor de carne e não da flexibilidade.

Essa educação para o mundo do trabalho, descompartimentada (parecendo evolução) é de fato um argumento bom destinado à uma prática bem questionável.

Te libero da educação iluminista e te coloco na educação self-serviceTudo que antes não fazia sentido, se troca por tudo que faz sentido útil.

Sigo em baixo comentando em vermelho a matéria



http://shifter.pt/2015/03/finlandia-quer-abandonar-o-ensino-de-disciplinas-nas-escolas/

A Finlândia já tem um dos melhores sistemas de educação do mundo, que ocupa as posições de topo na matemática, nas línguas e na ciência dos prestigiados rankings PISA da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico. Somente países do oriente, como a Singapura e a China conseguem superar o país nórdico.


Desde que surgiram testes internacionais comparando incomparáveis, essas relações sobre qualidade de ensino servem de faca afiada e auto justificadora de métodos e seus resultados, mas seus resultados se destinam à acumulação flexível  e cirurgicamente teleguiadas a objetivos de mercado Sob esse foco a educação vai bem para quem vai bem nesses testes.



Políticos e especialistas em educação de todo o mundo olham para o país como um exemplo e tentam replicar nos seus sistemas de ensino o sucesso que lhe reconhecem.

Óbvio que sem ter as mesmas condições sociais e econômicas, tudo que se faz ao transportar esses modelos serve para oprimir professores que não possuem as mesmas garantias nem apoio da pressão social. Também Cuba tem sido elogiada, mas nenhuma de suas práticas merece atenção..apenas elogios evasivos. Dizem ser boas, mas não propagam como a fazem ser boa. Por que?


Mas a Finlândia não está a descansar nos seus louros. Está a preparar a maior reforma na educação de sempre, abandonando o tradicional ensino por disciplinas e implementando um ensino por tópicos. Algumas disciplinas principais, como Literatura Inglesa e Física, já estão a ser eliminadas das turmas de 16 anos em escolas da capital Helsínquia.
Em vez disso, os jovens finlandeses estão a aprender por tópicos, como a “União Europeia”, que engloba a aprendizagem de economia, história, línguas e geografia. Num ponto de vista mais profissional, um aluno que queira especializar-se em restauração opta por um curso que inclui matemática, línguas (para clientes estrangeiros), competências de escrita e habilidades de comunicação oral.

Ou seja, nada de uma hora de história, seguida de uma hora de química e de uma hora de matemática. A ideia é eliminar uma das maiores interrogações dos estudantes: “porque tenho de aprender isto?”. No novo modelo finlandês, todos os assuntos leccionados estão interligados e existem motivos práticos para os aprender.
“Aquilo de que precisamos agora é de um tipo de educação diferente que prepare as pessoas para o mercado de trabalho”, explicou Pasi Silander, responsável pelo desenvolvimento da cidade de Helsínquia, ao jornal The Independent, salientando que com os avanços tecnológicos algumas formas de ensino deixaram de fazer sentido. “Os jovens já usam computadores avançados.


Ensino que se faz por caixa sempre foi criticado. Currículos medidos por hora aula também é outra imbecilidade formal. Finalmente se esquece que acesso social à cultura, respeito à juventude e seus direitos formam a inteligência mais que um cabedal inútil de disciplinas. Outro erro é achar que o que se ensina de disciplina compartimentada na Finlândia equivale ao que se faz no Brasil. Finalmente, pegam algo legítimo da crítica e enfiam a ideia de mercado de trabalho. Argumento legítimo, conteúdo indiscutível e objetivo banal e neurótico.


No passado, os bancos tinham muitos funcionários a fazer cálculos, mas agora tudo mudou. Temos, portanto, de fazer as mudanças na educação necessárias para a indústria e sociedade modernas.”

No pós-fordimos há situações que o trabalhador nem precisa saber a língua de seus país ou ter estudado. O pós-fordismo e a sua característica de acumulação flexível só precisa de um executor banal. É a máxima de Ford que dizia o fordismo ser includente, pois, bastava a pessoa ter um braço que já entrava em alguma atividade da cadeia de produção. Agora, sabendo manipular um software qualquer já é um trabalhador.
 
A maioria dos professores sempre leccionou disciplinas individuais ao longo das suas carreias e por isso são muitos os que se opõem a estas mudanças. Não é difícil percebermos porquê: o novo sistema é muito mais colaborativo, forçando os profissionais de diferentes áreas a juntarem-se para definir o plano curricular. Marjo Kyllonen, responsável pela educação na capital finlandesa e um dos autores desta reforma, baptizou o novo modelo de “co-teaching” e assegura que os professores que concordarem com ele vão receber bónus salariais.

O anarquismo pregava a co-educação, educação através de mediadores e não diretiva, união por afinidades e objetivos, por projetos, intergeracional e sem compartimentação do conhecimento, isso na virada do século XIX-XX. Hoje, todas essas práticas inovadoras anarquistas são utilizadas de forma conservadora e dirigida, sob o pressuposto que o mercado de trabalho como sendo o sinonimo de felicidade e de realização pessoal. E dando certo na Finlândia..deverá dar certo em qualquer lugar do mundo, mesmo que lá não tenha as mesmas condições direitos sociais garantidos.

Cerca de 70% dos professores das escolas básicas de Helsínquia ja foram preparados para o novo modelo, de acordo com Silander. “Mudámos mesmo a mentalidade. É ligeiramente difícil convencer os professores a entrar na nova abordagem e a dar o primeiro passo… mas aqueles que o fizeram dizem que não conseguem voltar atrás.”
O novo sistema de ensino finlandês está a ser “testado” em Helsínquia, mas a intenção dos responsáveis da capital é que este seja aplicado em todo o país por volta de 2020.