domingo, 27 de julho de 2014

Professor bom é professor frito! me traga um bem passado!?


Os dados jornalísticos e estatísticos oficiais no Brasil sempre tem defasagens em relação à realidade. No caso dos dados sobre o ensino isso é também verdade.

Em se adotando essas informações como próximas da realidade, ainda assim, são importantes.

A mídia (1) reproduz informações que 20 % das licenças médicas foram concedidas aos profissionais da educação em decorrência de stress ou estafa em 2012 .

Em outra mídia (2) de 2010 reproduz a informação de que a Síndrome de “burn out” (Síndrome de Professores Fritados) que é mais grave do que estafa foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009, segundo dados da Previdência Social.

Em uma reprodução sobre dados (3) da Associação de Professores do Estado São Paulo – APEOESP: 41% dos entrevistados afirmaram terem sofrido, no ano anterior à pesquisa, com problemas relacionados a sua saúde mental, deste, 29% foram diagnosticados com depressão e 23% com transtornos de ansiedade. […] Dos profissionais que declararam sofrer de ansiedade ou pânico, 62% não fazem acompanhamento médico regularmente. Entre os que afirmaram sofrer de depressão, 59% não tem acompanhamento médico regular. Para Fábio Santos de Moraes, secretário geral da Apeoesp, a política do governo estadual colabora para este quadro.

Então, a questão de saúde mental dos professores pode ser de aproximadamente 20% declarada e encaminhada e de 60% sem qualquer encaminhamento.

Noutro artigo (4) reproduz se que: As licenças médicas em 2006 no Estado de São Paulo foram cerca de 140 mil, com longo tempo de afastamento, seguindo uma média de 33 dias. Esses afastamentos geraram prejuízo financeiro para o país em torno de 235 milhões de reais.

Se vamos para estudos de caso científicos (5)  o percentual de transtornos mentais e comportamentais 18,99% em outro artigo afirma-se que 67,1% dos professores pesquisados apresentaram stress apenas  e 32,9% não apresentaram sintomas significativos do stress (6).

Então, que tipo de educação, ambiente escolar e sistema de ensino se pode dizer que há qualidade se parte dos afastamentos é por transtornos mentais e que a profissão é o principal desencadeador e agravante desses casos?

Insisto muito com meus amigos professores....mintam...trapaceiem a escola, sejam cúmplices dos estudantes, tentem se divertir e descobrir modos de burlar a loucura a que são submetidos...o sistema não pode ter compromisso com o professor e prefere pagar licenças, aposentadorias precoces do que  criar ambientes saudáveis.

  1. http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/01/cresce-numero-de-professores-afastados-por-problemas-psicologicos.html
  2. http://www.cnte.org.br/index.php/comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/5293-sindrome-de-burn-out-e-a-terceira-maior-causa-de-afastamento-do-trabalho 
  3. http://www.apeoesp.org.br/noticias/noticias/estresse-depressao-e-ansiedade-os-inimigos-do-professor-da-rede-publica-de-sp/
  4. http://www.mundoeducacao.com/educacao/a-consequencia-estresse-nos-professores.htm 
  5. http://bibliotecadigital.unec.edu.br/ojs/index.php/unec03/article/viewFile/289/365
  6. http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n10/n10a09

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Vagina e poder por A Teteia foi a Feira


OBS: A libertação da mulher é fundamental para todas a mudanças humanistas e socialistas...quem vai reeducar esse médicos???

original: http://ateteiafoiafeira.blogspot.com.br/2014/07/vagina-e-poder.html?showComment=1406244590104#c8188201853220185963

Vagina e poder

 
Depois que eu e meu parceiro de vida começamos a pensar em gravidez, passamos a buscar informações e nos surpreendemos ao perceber que aquilo que é mais desejado pelo casal, tem grandes chances de se tornar um caminho de dor e violências.

Descobrimos uma rede de mulheres organizadas pelo parto ativo, engajadas na missão de mostrar que a mulher é (e assim deve ser reconhecida) como a protagonista da gestação e do nascimento.

Há um conjunto de textos, entrevistas e até filme sobre a 'violência obstétrica', uma expressão que parece estar sendo ainda desvendada em sua significância - como definir o que é ou não violência obstétrica, na psicologia, na área médica ou na juridica, e depois, como implantar um sistema de proteção contra a violência obstétrica, alterando um conjunto de práticas nefastas repetidas ao longo de anos?

Num debate sobre violência obstétrica, veiculado pela TV Cultura, em seu canal Web (http://tvcultura.cmais.com.br/jcdebate/videos/jc-debate-sobre-violencia-obstetrica-06-03-2014), a médica obstetra afirma que os médicos chegam a inventar argumentos para levar uma mulher à cesárea, ou seja, eles mentem para não ter que esperar o tempo natural do parto. O motivo é financeiro, os planos de saúde pagam o mesmo valor por um parto, tenha sido uma cesárea de uma 1 hora ou um parto vaginal de 12 horas. No debate ela apresenta uma série de dados assustadores sobre o número de cesáreas no Brasil (muito acima do recomendado pela OMS) e o uso excessivo de fórceps, entre outros procedimentos desnecessários e agressivos cometidos por profissionais da saúde formados numa cultura médica moldada por interesses comerciais. No mesmo debate, a defensora pública explica que a luta é criar a legislação, pois não existe violência obstétrica juridicamente falando! Ela disse que o que a justiça faz, por enquanto, é enquadrar em outros crimes como lesão corporal e danos morais.

A medicina exercida atualmente no Brasil é mesmo comercial, e mulher é carne no açougue. Nossos médicos podem mutilar as vaginas e barrigas das mulheres, puxar a fórceps seus filhos, causar dores terríveis e privar mulheres da experiência que pode ser a mais significativa, natural (animal) e humana, na vida de uma mulher, homem, e filh@.

A criança nasce com horário marcado, diferente do horário que os corpos desejam e para o qual se preparam. O hormônio natural (ocitocina) que existe no nosso corpo especialmente para o momento do parto, que regula todos os tempos entre mãe e filh@, é substituído pela ocitocina sintética, criada artificialmente e injetada a doses cavalares para acelerar o parto.

Além do aspecto econômico que subjuga mulher e família a práticas cruéis, há ainda o contexto cultural, ou seja, o machismo com seu horror a vagina. O artigo de Ligia Moreiras Sena, bióloga e doutoranda em Saúde Coletiva, disponível no link http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2014/04/gata-eu-quero-ver-voce-parindo.html, fala sobre a rejeição ao parto vaginal e ao próprio uso da palavra vagina.

Eliane Brun, em seu artigo Por que a imagem da vagina provoca horror?, publicado na revista Época (http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/06/por-que-imagem-da-vagina-provoca-horror.html) conta o espanto da mulher que trabalha em sua casa como empregada doméstica quando se deparou com um quadro novo que ela havia comprado. E segue revelando outras histórias de horror à obra (replicada no quadro comprado) A origem do mundo, de Gustav Coubert, que retrata a vagina de uma mulher deitada com as pernas abertas, como se tivesse acabado de gozar. Por fim ela se pergunta se é ela a maluca da história por ter gostado tanto de ver aquela vagina escancarada, quando a reação da maioria das pessoas é de rejeição. Na história dessa e de outras obras que trazem a vagina na tela, assim como a experiência que teve a trabalhadora doméstica, eram de horror.

Contraditório se pensarmos na quantidade de revistas pornográficas que estampam mulheres nuas nas bancas, ou nos programas de TV com suas panicats e xuxas... Ou seja, mulher pelada pode, desde que seja sempre numa condição de objeto sexual, e não de protagonista do desejo ou de qualquer coisa que seja.

O mesmo acontece na hora do parto, em que no lugar da mulher ativa e protagonista, só há espaço para a mulher objeto de intervenções cirúrgicas, que por vezes têm suas vaginas mutiladas pela episiotomia – procedimento desnecessário e contra-indicado, mas amplamente utilizado. Nesse sentido, vale a pena conferir o trabalho da fotógrafa Carla Raiter e da produtora Caroline Ferreira no site: http://carlaraiter.com/1em4/.

Fico pensando que a opressão está presente, muito presente, presente em tantos atos cotidianos e tão carregada de medo, nojo ou ódio... às vezes tenho a impressão que com toda a recusa que a sociedade tem em aceitar seus preconceitos diversos, o machismo ainda resiste a 'sair do armário'. Me indigna aquela história de que a mulher tem inveja do pênis do homem. É quase como dizer que nascemos já como opositores, e que o torturado tem inveja do cassetete que seu torturador possui. Talvez se fosse o inverso, ele é que poderia estar torturando. É como dizer que ao oprimido só cabe querer ser opressor. E nessa história de oprimidos e opressores, a guerra nunca acaba. Também poderíamos dizer que o homem tem medo da vagina da mulher, medo de seu poder. Mas não vejo solução ao enfatizar essa relação de opostos....

Mas tem essa coisa do ‘poder’: o ‘poder sobre’ – o poder para dominar, agredir, estar nos melhores cargos, ter mais dinheiro; e o ‘poder ser’, o ‘poder fazer’ - que vem antes disso e legitima isso. Ou seja, se o homem pode ter seu falo representado das mais diversas formas, se pode andar sem camisa, ser papa ou não ser criminalizado pelo aborto de seu filho, o que a mulher pode? E se ela não pode ter filhos como protagonista, não pode exercer a maternidade porque o mercado não deixa, não pode mostrar o peito, então, novamente, o que ela pode?

É esse entendimento libertário do parto ativo que me fez gostar tanto disso, porque é sim uma questão de empoderamento, e isso é fundamental discutir em feminismo. E o mais interessante: é empoderamento para uma experiência essencialmente feminina. Poder ser mulher, poder ser mãe, poder participar ativamente daquilo que ninguém sabe fazer melhor do que uma mãe.

Quem sabe no dia que a sociedade aprender a respeitar o ‘poder ser’ mulher, a gente consiga viver com mais igualdade e paz.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Carta Escola...texto incrível para dizer que pedagogia anarquista funciona a despeito de tudo!


Novamente os princípios anarquistas estão ditos, escritos, teorizados, mas não referenciandos que esse tipo de pensamento já estava presente com os pedagogos anarquistas da virada do século XIX e XX. 

O interessante é que a própria experiência de uma mãe viu o que é óbvio, mas pais e mães neuróticos insistem acreditar em escolas, supervalorizar e achar que eles tem papel menos importantes.....e haja cartas escritas para mudarem esse condicionamento.

http://www.cartanaescola.com.br/single/show/370

Carta ao professor

LAURABEATRIZ
Novos tempos, novos modelos

Novos tempos, novos modelos

Foi uma tarefa árdua para a minha filha terminar o Ensino Médio, mas aprendi com ela que esse modelo de escola não serve mais

Por Anna Claudia Ramos
No alto dos seus 6 anos, minha filha me disse muito segura de si: “Eu odeio a escola, eu odeio as regras da escola e nunca vou obedecer às regras da escola”. Passei todo o período escolar de minha filha reinventando a vida, porque ela brigava veementemente com tudo o que fosse imposto e com a forma rígida das tarefas. E me perguntava por que não poderia ser diferente.
Este mês ela completa 20 anos. É leitora de filosofia e literatura. Aprendeu francês e hebraico por conta própria e fala inglês fluentemente. Mas gostar de estudar seguindo um modelo único, nem pensar! Fazê-la chegar ao final do Ensino Médio foi uma árdua tarefa. Ela formou-se em um supletivo estadual a distância. Desses em que os alunos estudam e vão ao colégio apenas para fazer provas. Estudam no seu tempo e no seu ritmo. 
Longe de ser o que queria, mas o possível para uma aluna que não se encaixava no modelo da escola. E olha que ela passou por escolas com propostas abertas.Minha filha veio para me ajudar a refletir que esse modelo já não cabe mais. Não cabe mais querer que todos aprendam por igual quando sabemos que cada um tem ritmos e desejos diferentes. Nem desassociar escola e vida, nem hipocrisias, nem conhecimentos estanques e educadores que não querem acompanhar as novas gerações. 
Estamos vivendo a era do conhecimento, com novos comportamentos, trabalhos, empregos e formas de viver. Não podemos mais querer continuar mantendo o modelo do século retrasado. Somos privilegiados de estar vivendo esses novos tempos, onde vamos aprender a conviver de forma fraterna com as diferenças, onde a literatura poderá ser lida sem a censura do politicamente correto, onde seremos partícipes e coautores de uma escola menos rígida em sua estrutura, que incentive a busca do conhecimento e não valorize as ciências exatas em detrimento das humanas.
Hoje, entendo que crianças e jovens como minha filha conseguem ler, ouvir música, estudar, ver tevê e falar com dez amigos ao mesmo tempo num chat. Sim, essa moçada faz tudo isso ao mesmo tempo. E dá conta! É a geração nativa digital, com outros saberes e aprendizados.
Somos protagonistas desses novos tempos, onde a leitura não é mais linear, muito menos o conhecimento. O mundo digital veio para somar e não subtrair e a internet para nos aproximar muito mais do que nos separar. Educadores não detêm mais o saber, porque o mundo passa por transformações constantes. Os professores serão tutores de seus alunos, fazendo-os buscar a construção do conhecimento de forma intensa e profunda. Salas de aula serão abertas para novas formas de aprendizado mais interessantes e instigantes.
Mas, para vivermos esses novos tempos, temos de sair da zona de conforto, arregaçar as mangas e trabalhar. Vamos nessa?

Publicado na edição 88, de julho de 2014

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Recife: 2ª Jornada de Pedagogia Libertária


Este evento não é organizado por mim. Mas divulgo aqui para os interessados!
Recife: 2ª Jornada de Pedagogia Libertária
C o m u n i c a d o:
As Jornadas de Pedagogia Libertária em Recife representam o resultado de um esforço que há muito vem sendo gestado pelo Difusão Libertária até sua concretização na experiência vivida na primeira edição deste encontro. O seu principal objetivo reside na colaboração para “abrir caminhos” a uma abordagem libertária da discussão e prática da educação, já que constatamos um desconhecimento das reflexões teóricas, dos processos formativos e das várias formas de escolarização realizadas nas práticas e de sua influência histórica no Brasil e no mundo.
Por sua vez, as Jornadas surgem como proposta de criar um espaço para facilitar o contato com experiências já realizadas, extintas ou em andamento, bem como engajar-se em iniciativas de educação fora de todo condicionamento dominador das pessoas e grupos sociais; alimentando possíveis condições diretas de desenvolvimento de práticas de educação libertária.
Eixos temáticos desta edição:
1. Educação anarquista;
2. Auto-formação e educação cooperativa;
3. Pedagogia libertária.
Em breve, divulgação do edital para inscrição de trabalhos.
Notícia relacionada:
agência de notícias anarquistas-ana
No jardim dos sonhos
Penso que sou borboleta
Tudo é tão real!

Selma Fernanda Ribeiro – 11 anos



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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Rede Globo defende o anarquismo......desde que acorrentado!



Hoje dia 7 de julho de 2014 no Jornal Bom dia Brasil saiu uma matéria intitulada "Brasileiros se mobilizam para melhorar o lugar onde vivem.


http://www.journalnoticias.com.br/index.php/127401/brasileiros-se-mobilizam-para-melhorar-o-lugar-onde-vivem/

O que eu achei importante nessa metáfora de cidadania é a particularidade da ação direta ou o "faça você mesmo" de muitos movimentos libertários, entre eles os anarquistas.

O princípio ou cerne dessa matéria parece ser isso!?! Questiona a ausência do Estado e a urgência das pessoas. Exemplos como a Patrulhinha da Limpeza, Jardins em terrenos abandonados, vaquinha de bombeiros para colocar placas de sinalização de perigo à vida....e a construção de uma cadeia.

Se o Estado é ausente...a população pode partir para a ação voluntária e tanto fazer a obra pública que o governante não faz ou por que o Estado é lerdo.

Em João Pessoa 14 anos passados foi permitido que se  seus cidadãos quisessem pagar pelo calçamento de suas ruas, eles teriam isenção do IPTU naquele lugar onde a obra fosse feita. Obviamente só pessoas de bairros de alta renda podiam fazer isso, crendo ou fazendo crer que o IPTU pode ser reapropriando por quem paga e não um fundo de bem comum em prioridades definidas tecnicamente.

Três coisas são importantes destacar na qualidade de ação mostrada:

  • são indivíduos e não coletivos que as fazem
  • o Estado é ineficiente para as questões urgentes
  •  experiências coletivas que fazem mais do que isso inexistem.
Esse legado de espontaneidade cidadã já era o mote da Comunidade Solidária. Despolitizam os mecanismos e colocam sob indivíduos as questões que são de pertinência social.

E o que uma pessoa passa a acreditar? Que a ação coletiva é lerda, burra e desanimadora.

Por isso não gostam de greves, ocupações, associações e qualquer revindicação social organizada.

Justiça pelas próprias mãos, cidadania pelas próprias mãos e a ineficiência política deve ser intocada.

Por outro lado, mostra que se uma comunidade quiser assumir toda a gestão de seu espaço e se desligar dessa falsa democracia que vivemos, podemos fazer federações de federações urbanas e rurais politizando o bem público que é prioritário ao bem privado.






domingo, 29 de junho de 2014

Linguagem anti-sexista e espaço na pedagogia anarquista.



Sempre parto do pressuposto que a principal conquista e ponto de partida para os anarquistas em seus pressupostos é erradicar a opressão contra a mulher, mesmo antes de qualquer outra questão de gênero. Talvez eu seja exageradamente foucaultiano sobre a sua tese de micro poderes, da qual li trechos de modo superficial. Pirateei confesso! (não siga meu exemplo).
Em alguns meios feministas, anarquistas, libertários de países de língua latina afirma-se que a linguagem é dominada pelo gênero masculino o que produz um discurso sexista em permanência. Assim, alguns pedagogxs sugerem para essas línguas que ao mudar a ênfase com palavras neutras substituindo por @, X e etc. seria possível corrigir ou reduzir a dominação masculina explícita e dissimulada pela expressão falada e escrita.
A tese é interessante, mas em países de língua inglesa ou que o gênero não determina a linguagem o machismo não se mostra particularmente menor do que nos países em que o gênero masculino domina a linguagem.
Então, se o machismo e sexismo não são reforçados apenas pela definição de gênero na linguagem, onde a educação antissexista ganha num país mudando a escrita e a fala? E num pais que isso não se define, como a educação antissexista pode ser legitima? Uma pessoa machista que muda para um país de língua inglesa, não deixa de ser sexista por isso, tal como uma pessoa ciente do problema não se torna sexista ao falar português ou espanhol.
Talvez a linguagem definida pelo gênero mereça em alguma fase da educação ser questionada e re-praticada. Nesses casos todos ainda é prioritário construir uma educação em que as mulheres sejam capazes de achar que o discursos e práticas com seus princípios e humanistas ocorram, vivam e nos movam.
Adotando-se uma grafia e fala antissexista não fará uma sociedade menos machista. O comportamento sexista e machista parece ser mais eficiente do que as formas discursivas! Talvez, em outros campos do concreto e do conteúdo comportamental e discursivo, urgentemente, se precise preocupar os pedagogos libertários.
Nisso eu percebi na Escola Paideia (Espanha) uma primeira fagulha que me parece uma linha interessante e exploratória rica para nós. A questão de gênero se faz também pela maneira como as mulheres e homens dividem a ocupação do espaço. Espaços reclusos, finitos e horizontais são os femininos e espaços amplos e tridimensionais e infinitos masculinos.
A educação espacial e forma de ambos, meninos e meninas experimentarem e se apropriarem do espaço é mais desafiadora e promissora do que a oferta de brinquedos sem gênero!
Tenho a impressão que a subjetividade e objetividade da percepção e uso do espaço, se não é a mais transformadora, no mínimo é inescapável em alguma fase evoluída da educação social que um dia vier! Como fortalecer uma pedagogia antissexista sem criar ilusões e agravar preconceitos!? Eis um desafio que a escola formal está incapacitada de usufruir!




quarta-feira, 25 de junho de 2014

Professor brasileiro perde 20% dando varada moral nos estudantes

A matéria que segue diz respeito ao fato de que os professores brasileiros destinam em média 20% de seu tempo para "disciplinar" suas turmas. 

No mundo a média é 13%. Engraçado disso tudo é que fica patente que a educação liberal é feita a força.

Num lugar que você vai obrigatoriamente até que essas escolas estão indo bem. 

O que temos que ficar alertas é para essas  escolas base dessas pesquisas que acreditam na educação em massa, feita de um modo só e neurotizante.

Isso prova que esses professores tem mais serviço como pré-carcereiros do que como educadores.

Se eles só perdessem tempo com isso! Perdem saúde, esperança e desejos...mas não é por causa dos estudantes....mas por conta da estrutura bestificante que é a educação autoritária de massa no mundo!


Professor brasileiro gasta 20% do tempo de aula com indisciplina

Do UOL, em São Paulo
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Os professores brasileiros gastam, em média, 20% do tempo de aula mantendo a disciplina na classe, segundo levantamento internacional. Ou seja, o docente gasta um em cada cinco minutos pedindo silêncio ou chamando a atenção por bagunça.
O desempenho brasileiro é o pior entre os 32 países que responderam à essa parte da pesquisa. A média entre os países é de 13%. Na Finlândia, país tido como exemplar no quesito educação, o percentual de tempo dedicado a essa atividade chega a 13%.
As informações são da edição 2013 da Talis, Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem coordenada mundialmente pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O levantamento foi divulgado na manhã desta quarta (25).
De aula mesmo, ensinando os alunos, o percentual de tempo gasto em aula é 67% enquanto a média internacional é de 79% e a da Finlândia é 81%.
Em 12% do período de cada aula, o professor lida com questões administrativas, como o controle de presença (chamada) -- contra a média de 8% dos países que participaram da pesquisa e 6% da Finlândia.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Escolas livres na Suécia e neo-liberalismo



Recentemente recebi um texto sob o título “Educação Proibida” indicando ser de Maurício Hojas (*) discorrendo sobre do ataque do governo sueco contra as escolas livres. Antes de adentrar no mérito da questão é necessário fazer alguns esclarecimentos.
As escolas, livres, democráticas e de felicidade não são sinônimo de libertárias (leia-se políticas sociais e revolucionárias). Os mais radicais diriam que a palavra escola e libertarismo nunca devem andar juntas. Esses propõem o fim da escola e estabelecimento de comunidades educativas.
As escolas livres tem seu fundamento pedagógico em Summerhill (Inglaterra). Assim, Escola da Ponte (Portugal) e outras no mundo vivem nesse ambiente que lutam por uma educação antiautoritária, autodidatismo, liberdade dos planos nacionais de educação e estatal e que lutam pela descoberta de saber ser, se autoconhecer primeiro para depois pensar em ter conhecimentos. Buscam primeiro a felicidade, bom convívio, tolerância, compaixão e liberdade.
Nesse eixo entraram escolas de fundo filosófico ou religioso ou espiritualista ou terapêutica ou de alguma corrente pedagógica liberal, mas sem pode dizer que são engajadas politicamente, algumas são até contra ter formação política. Assim, escolas livres são liberais, mas não são libertárias. Toda educação libertária é política, pelo simples entendimento filosófico de que se uma pessoa é livre, não se pode aceitar a escravidão dos outros em nenhum lugar do mundo e da história.
Na Suécia e em outros países nórdicos, mas também Israel, Japão, Brasil e espalhados pelo mundo há o movimento de escolas livres, mas no texto de Rojas e das críticas que a ele fizeram o problema é que essas escolas livres fazem parte do cardápio das políticas liberais na Suécia. Por possuírem métodos não Estatais e de felicidade, alguns dos pais e mães tenderam colocar seus filhos nessas escolas privadas. Criaram assim um tipo de escola privada, anti-estatal, mas não revolucionárias.
A escola estatal socialista sueca sempre elogiada no mundo passou a conviver com a escola privada, assim, as avaliações nacionais e a queda da qualidade educacional comparativamente às escolas livres na Suécia começaram entrar na conta de uma disputa ideológica.
As escolas todas e as estatais, para o libertarismos mais radical são detestáveis por princípio, mesmos as ditas socialistas. Mas a solução por uma educação privada como parece ocorrer na Suécia cria ou começa a criar distorções que não existiam ou eram menores, fazendo um pouco do que foi feito no Brasil, onde a educação é primeiro um mercado a se disputar ou feito para aceitar as relações de mercadoria.
Então, as escolas de liberdade e antiautoritárias em alguns lugares tem sido apenas uma brecha e oportunidade de mercado, mesmo contendo princípios da educação não diretiva e afáveis.
(*) Suécia: as escolas livres derrubarão o projeto socialista. http://reevo.org/externo/suecia-las-escuelas-libres-y-la-politica/




segunda-feira, 16 de junho de 2014

Gato por lebre Carta Escola e observações

O texto Gato por Lebre da Carta Escola escrito por Cinthia Ramalho traz algo conhecido de muitos professores. 

Tal como a saúde privada não viveria sem os leitos do SUS, as escolas privadas não vivem sem estudantes de bons de escolas públicas e assim, conseguiram vender uma imagem falsa de que escola pública era uma maravilha no passado.

Para quem cara pálida? Essa é a pergunta que desmonta esse sofisma.

Há muitos anos escrevi um texto "Colheita Maldita" sobre a coleta que as escolas privadas fazem dos melhores estudantes de uma cidade, como quem compra bons jogadores de futebol de países pobres para montarem suas seleções.

A escola privada, tal e qual a saúde privada desfrutam de um status que não é pleno e verdadeiro. Essa herança neo-liberal, mas que tem genese anterior, contrário de ajudar países pobres, cria muitas distorções bem aceitas por pais neuróticos com o destino dos filhos.

Mas os dados no texto abaixo, concretizam o que os professores já sabem. A mídia criou um medo tão grande da escola pública, mentiu tanto sobre a escola para poucos e boa do passado, que herdamos um porcaria de educação dicotômica no Brasil...escola privada boa para ricos e ruim públicas para pobres!

Finalmente, o que é escola boa para o mundo capitalista estou me fodendo para isso. Mas as pistas estão bem indicadas no texto que segue. Uma delas é que a classe média que alimenta esse mercado educativo privado estão sendo enganados. Acredite se quiserem!

Metade das escolas particulares têm desempenho igual ao das públicas no Enem, segundo estudo feito pela USP

Por Cinthia Rodrigues
Por que fazer o Ensino Médio em uma escola particular? Se a resposta for obter aprendizagem suficiente para passar em vestibulares, grande parte das famílias pagantes  desperdiçou o alto investimento financeiro. A conclusão é de um estudo das notas médias das instituições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012, feito pelo pesquisador Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da USP. A análise revela que metade dos alunos da rede privada têm desempenho equivalente àqueles que vêm da rede estadual de ensino.
Segundo o levantamento, 98% dos alunos da rede pública de todo o Brasil alcançaram até 560 pontos – a média foi de 479,4. Já entre as instituições particulares, 52% dos alunos atingiram até 560 pontos, e a média foi um pouco maior, de 558,1 pontos.  “Famílias que fazem sacrifícios e pagam mensalidades com o propósito de ver os filhos na faculdade estão sendo enganadas, ao menos nesse ponto”, afirma o autor da pesquisa. A constatação fica mais alarmante quando comparada ao movimento de saída da classe média do ensino público para o privado. Nos últimos cinco anos, com a melhora geral no nível de renda das classes mais baixas, o total de matrículas na Educação Básica da rede pública caiu 3,8 milhões, enquanto cresceu 1,3 milhão na particular. “Muitos vão em busca de base para o Ensino Superior, mas é uma ingenuidade”, conclui Alavarse.
O próprio recorte feito para chegar às notas médias é um claro indicativo de como o propósito dos estudantes de instituições privadas é a faculdade. Foram contabilizadas as escolas brasileiras que tinham mais de 50 alunos no último ano do Ensino Médio e, entre esses, mais da metade tenha prestado o exame. Instituições federais e municipais foram desconsideradas pela participação reduzida. Das 18,5 mil escolas estaduais do Brasil, sobraram apenas 5,9 mil que preenchiam as características buscadas, ou seja, em mais de dois terços a maioria dos alunos sequer faz o Enem. Já entre as 7,8 mil particulares do País, 5 mil tinham o perfil, mostrando que o Ensino Superior – a que o exame é principal canal de acesso – constitui alvo de seus alunos. 
Não se trata de igualdade entre as médias das unidades nos dois sistemas. As tabelas construídas pelo pesquisador mostram que há diferenças entre escolas públicas e particulares. Os pontos a mais das instituições pagas, no entanto, não são suficientes para levar seus estudantes à aprovação direta, por exemplo, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que distribui vagas nas universidades federais por meio das notas do Enem. Equivale a dizer que, embora com notas diferentes, 98% das estaduais e 52% das privadas ficariam com vermelho na avaliação e seriam reprovadas. 
“O caso das públicas é dramático, mas não é novidade”, afirma Alavarse. Na curva de distribuição das médias das escolas, o que chama mais a atenção é que 16% teriam 449 pontos, se a média de seus alunos fosse a nota da escola. Com isso, não conseguiriam sequer uma certificação de conclusão do Ensino Médio, documento dado a quem não cursou a etapa de ensino, mas faz a prova e obtém acima de 450 pontos. “Se o exame fosse aplicado à escola, esse porcentual não teria direito a diploma”, lamenta. 
As escolas estaduais que ultrapassam essa pontuação não vão longe. Se for considerado o estágio de 460 pontos, o total acumulado de escolas vai a 27,9%. “Com uma margem de erro mínima, cerca de um quarto oferece ensino abaixo do que o País estabelece como exigência para se considerar que a pessoa tem o Ensino Médio”, afirma Alavarse. Raras particulares têm essa média. As instituições privadas com notas de até 460 pontos são apenas 0,8% do total. 
Chance no vestibular
O patamar em que as duas redes se veem juntas é o que seria exigido nos processos seletivos para curso superior. No Sisu, os cursos mais concorridos exigem acima de 700 pontos no Enem. O pesquisador usou como pontuação mínima para ter chances em carreiras menos disputadas o recorte de 560 pontos. É esse o recorte que deixa de fora 98% das públicas e 52% das particulares pesquisadas. “Estamos falando de uma média para tentar vagas menos concorridas. Se formos falar em carreiras e universidades muito seletivas, apenas aqueles colégios top, inacessíveis para a classe média, dão chance”, avalia.
O estudo de Alavarse foi elaborado para uma apresentação no Conselho Municipal de Educação de São Paulo e ainda não está disponível para consulta na internet. Diante das conclusões, ele e outros colegas do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliações Educacionais, do qual é coordenador na USP, estão debruçados sobre os dados por alunos, para refinar a média por escola. “Isso aprofunda a análise, mas posso adiantar que os resultados seguem na mesma direção.”
Rodrigo Travitzki, integrante do grupo, desenvolveu tese de doutorado sobre os limites do Enem como indicador de qualidade escolar. Uma das constatações é de que pelo menos 75% da média da escola explica-se pela renda familiar e escolaridade dos pais. De acordo com ele, sem levar em consideração o contexto socioeconômico, há uma diferença relativamente grande entre as médias das notas de instituições estaduais e privadas no exame, de 91 pontos. Porém, quando se retira a influência do fator socioeconômico, apenas 26 pontos as separam. “Isso significa que a diferença entre os dois tipos de escola é pelo menos três vezes menor do que se imagina”, afirma. 
Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a consciência de que boa parte da rede particular não garante ensino de qualidade poderia fazer com que mais pais participassem da busca por melhor educação. “O nosso problema é estrutural, muitos professores são os mesmos nos dois sistemas. Mostrar as carências só na escola pública reduz o debate e fortalece a privatização”, afirma.
O professor Alavarse reconhece, no entanto, que o vestibular não é o único motivo pelo qual famílias escolhem comprar um serviço que está disponível a todos por financiamento público. “Muitos o fazem pelas relações que seus filhos vão ter para a vida ou em busca de segurança e, provavelmente, eles têm alguma razão”, diz.
Uma pesquisa do Ibope Inteligência realizada com pais que tinham filhos em instituições particulares em São Paulo, Distrito Federal, Aracaju, Salvador, Curitiba e Porto Alegre, em 2010, apontou quais são as principais preocupações das famílias com crianças e adolescentes em instituições particulares. Quando perguntados sobre o que levavam em conta, o item mais lembrado, por 84% dos entrevistados, foi “segurança”. “Qualidade de ensino” veio depois, com 81%. Na sequência do que mais importa apareceram “disciplina”, com 74%, e “amizades”, citadas por 56% dos pesquisados. 
A advogada Tatiana Panno Lombardi, moradora de Cajamar, na Grande São Paulo, tem um filho de 15 anos matriculado no Ensino Médio em escola particular do município. O resultado do estudo  não a surpreendeu. “Sei que não vai dar para entrar em uma boa universidade só com o Ensino Médio que ele faz, e a gente já imagina que vai pagar cursinho. Mesmo assim, jamais colocaria meus filhos em escola pública”, afirma.
Ela admite que não conhece as instituições da cidade, mas julga que “são péssimas” pelo o  que acompanha na mídia. “É um preconceito, sim,  mas, pelo que observamos em termos de notas baixas, greve, falta de professores, violência e drogas, eu não arriscaria.” Atualmente, Tatiana gasta cerca de 750 reais por mês entre mensalidade e lanche com o filho adolescente. A caçula, de 2 anos, também estuda em instituição particular. “Parte importante do nosso orçamento vai para Educação.” 
Pais que investem na educação dos filhos fazem falta no ensino público – não só porque poderiam contribuir financeiramente com as escolas. Um estudo do cientista político norte-americano Robert Dahl, morto este ano, mostrou que a saída de famílias mais educadas da rede pública piora as perspectivas das crianças que ficam. A partir de um exemplo de New Haven, em Connecticut, ele explica que essas pessoas  teriam mais condições de exigir padrões de qualidade, mas se preocupam menos com a educação pública e mais com as unidades que frequentam. Pior: podem se opor a maiores investimentos em Educação já que são taxadas duplamente pelo serviço. 
Alavarse é contrário a campanhas contra a saída da classe média da escola pública: “Não tem de ser boa porque é frequentada por um dado segmento, tem de ser boa e pronto”. Ainda assim, diz, poderia haver equilíbrio entre os resultados, se o contexto socioeconômico fosse equivalente. “A particular se sai melhor porque recebe alunos melhores.” 
Para Travitzki, um dos pontos importantes do estudo é mostrar essa proximidade. “Apesar das dificuldades conhecidas na escola pública, bons trabalhos são feitos. Se não reconhecermos isso, podemos entrar num caminho perigoso, promovendo o sucateamento da rede e estimulando a privatização gradual da educação, travestida de busca por qualidade”, afirma. Ilusão que, em 52% dos casos, não resiste ao Enem. 

terça-feira, 3 de junho de 2014

Christiania, cidade anarquista em Copenhague- Dinamarca, sua história e seus enfrentamentos

 4369 acessos a esta tradução livre em 11/09/16.....pergunto-me quem são esses interessados!?

antoniosobreira47@gmail.com.....diz ai!???

Desde a publicação desse post traduzido foram 1300 acessos
 até o dia 5 de novembro de 2015.

Quanta curiosidade!Quem tanto procura essas informações é o que me pergunto?????

Veja o Vídeo

Christiania - 40 Anos de Ocupação conta a história do “estado livre” de Christiania, uma comunidade com 40 anos de idade ocupando uma base militar abandonada no coração da capital da Dinamarca, Copenhagen que pode ser visto um resumo em: 



Introdução
Esta experiência urbana de laços anarquistas contemporânea é seguramente a de maior tempo e escala que sobrevive no mundo. Sempre ocorre uma pergunta de como seria um hospital, presídio, polícia, manicômio e outros aparelhos de Estado caso se estabelecesse um governo de base anarquista.
Esta pergunta não é cabível, salvo se a experiência anarquista fosse um desejo e vontade de algum coletivo ou grupo convencido que esse caminho é viável ser praticado. Fazer futurismo de algo que ainda não é um desejo coletivo é minar uma ideia sem sua tentativa prática.
Os anarquistas que não estabeleceram nenhum governo estável desde a Guerra Civil Espanhola entra no mesmo pacote das críticas voltadas ao socialismo real. Os ideais anarquistas são perdedores diante do capitalismo e assumem ônus dos quais eles nunca foram participantes como ocorre contra o socialismo real.
Esse exemplo de Christiana é instigante por estar acontecendo a 40 anos. E a tradução que fiz aqui serve apenas para dizer quantos problemas se enfrenta e como eles são vividos. Não é um modelo, mas acontece sobre essa realidade europeia, super-regulada e juridicamente controlada. O princípio que parece diferir fortemente de muitas ações de esquerda institucionalizadas é a negação total da propriedade privada. Nessa realidade cultural, urbana, europeia nórdica.....é assim que acontece.....ao menos de forma declarada, política e prática.
A História
Christiania, também conhecido como Cidade Livre de Christiania (dinamarquês: Fristaden Christiania ) é um bairro auto-proclamado autônomo de cerca de 850 habitantes, cobrindo 34 hectares, no bairro de Christianshavn na capital dinamarquesa Copenhague. Autoridades civis em Copenhague consideram Christiania como uma grande comunidade, mas a área tem um status único em que ele é regulado por uma lei especial, a Lei de Christiania, de 1989, que transfere partes da supervisão da área do município de Copenhague para o estado. Em abril de 2011 ela foi fechada por seu residentes, enquanto ocorriam as discussões com o Governo dinamarquês quanto ao seu futuro, mas agora está aberto novamente.
Christiania tem sido uma fonte de controvérsia desde a sua criação em uma área militar em 1971. O comércio maconha era tolerado pelas autoridades até 2004. Desde então, medidas para normalizar o estatuto jurídico da comunidade levaram a conflitos, batidas policiais e negociações que estão em andamento.
Entre muitos moradores Christiania, a comunidade é conhecida como staden (cidade, abreviação de fristaden (a Freetown).
Precedentes
Barracks e suas muralhas
A área de Christiania consiste nos antigos quartéis militares de Bådsmandsstræde e partes das muralhas da cidade. As muralhas do bairro de Christianshavn (então uma cidade separada) foram estabelecidos em 1617 pelo rei Christian IV com a recuperação das praias e ilhotas entre Copenhage e Amager. Após o cerco de Copenhague durante as guerras com a Suécia, as muralhas foram reforçadas durante 1682-1692 por Christian V para formar um anel de defesa completa. As muralhas ocidentais de Copenhague foram demolidas durante o século XIX, mas aqueles que circundavam Christianshavn foram autorizados a permanecer. Eles são considerados hoje entre os melhores trabalhos de defesa do século XVII que resistiram no mundo.
O quartel de Bådsmandsstræde ( Bådsmandsstrædes Kaserne ) abrigou o Real Regimento de Artilharia, o Comando de Material do Exército e laboratórios e depósitos de munição. Menos utilizado após a Segunda Guerra Mundial, os quartéis foram abandonados durante 1967-1971.
A área adjacente ao norte, Holmen, era a principal base naval da Dinamarca até os anos 1990. É uma área em desenvolvimento que abriga a nova Casa de Opera Copenhage (que não deve ser confundido com a primeira ainda local existente chamada "Operaen ", uma sala de concertos em Christiania ) e escolas. Uma área mais ao norte ainda é usada pela Marinha, mas aberta ao público durante o dia.
A linha de defesa externa, Enveloppen, foi renomeada Dyssen em linguagem Christiania. Ela é conectada ao centro de Christiania por uma ponte sobre o fosso principal. Os quatro edifícios paióis de pólvora remanescentes foram renomeados Aircondition, Autogena, Fakirskolen (Escola Fakir ) e Kosmiske blomst ( Flor cósmica ) e apesar de protegidos, foram ligeiramente alterados de seu estado histórico.
O último local de execução dinamarquês, ativo 1946-1950, ainda pode ser visto no segundo Redan perto do edifício chamado Aircondition. O galpão execução de madeira se foi, mas a fundação de concreto e um dreno para o sangue permanecem apenas ao lado do caminho. No total, 29 criminosos da Segunda Guerra Mundial foram executados no local. A última foi Ib Birkedal, um colaborador  dinamarquês de alto nível da Gestapo, em 20 de julho de 1950.
Construção e proteção de área
 Casa de vidro em Freetown Christiania é uma das muitas construções idiossincráticas exemplificando "arquitetura sem arquitetos" moderna.
Em 2007, a Agência Nacional do Patrimônio propôs um status de proteção de alguns dos edifícios militares antigos, agora em Christiania. Estes são os seguintes:
• Den grå hal (A sala cinza), anteriormente uma casa de equitação com uma construção de telhado sem igual Bohlendach, hoje o maior local de concerto  em Christiania
• Den Grønne hal (A sala verde), originalmente uma casa de equitação menor
• Mælkebøtten
• A casa do comandante, um edifício em enxaimel
• O 17 º  paiol do século XVIII sobre os bastiões.
Alguns dos edifícios históricos foram alterados pouco depois de aquisição de Christiania.
Fundação da Christiania
Depois que os militares se mudaram, a área foi guardada por alguns guardas e ocorriam invasões esporádicas de moradores de rua que usavam os prédios vazios. Em 4 de setembro de 1971, moradores de bairros vizinhos arrombaram a cerca para assumir partes da área não utilizada como um parque infantil para os seus filhos.
Embora a aquisição não fosse o objetivo inicial,  alguns afirmam que isso aconteceu como forma de protesto contra o governo dinamarquês. Na época havia uma falta de habitação acessível em Copenhague.
Em 26 de setembro de 1971, Christiania foi declarada aberta por Jacob Ludvigsen, um conhecido  jornalista que publicou uma revista chamada Hovedbladet ( O principal papel), que foi distribuída com êxito entre uma maioria jovem. Ludvigsen escreveu um artigo no qual ele e outros cinco foram explorar o que ele chamou de A Cidade Proibida dos Militares. O artigo anunciava amplamente a proclamação de uma cidade livre, e entre outras coisas, ele escreveu o que os civis deviam conquistar a ' cidade proibida ' dos militares :
Christiania é a terra dos colonos. É a maior oportunidade até agora para construir uma sociedade a partir do zero -  no entanto, ainda incorporando as construções remanescentes. Própria usina de energia elétrica, uma casa de banho, um edifício de atletismo gigante, onde todos os buscadores da paz poderia ter sua grande meditação - e um centro de yoga. Halls, onde grupos de teatro pode se sentir em casa. Edifícios para os maconheiros que estão em crises paranoicas e fracos para participar das atividades... Sim para aqueles que sentem a batida do coração pioneiro, não pode haver dúvida quanto à finalidade de Christiania. É a parte da cidade que foi mantida em segredo para nós -. Mas não mais!
Ludvigsen foi co- autor de declaração de missão de Christiania, que data de 1971, que oferece o seguinte:
O objetivo do Christiania é criar uma sociedade autorregulada em que cada indivíduo detém -se responsáveis ​​sobre o bem-estar de toda a comunidade. A nossa sociedade busca ser economicamente autossustentável e, como tal, a nossa aspiração é ser firmes em nossa convicção de que a miséria física e psicológica pode ser evitada.
O espírito de Christiania rapidamente evoluiu para um o movimento hippie, o movimento squatter, o coletivismo e o anarquismo, em contraste com o uso militar anterior do site.
A canção de protesto de 1976, eu kan ikke SLA OS ihjel ( Você não pode nos matar!), escrito por Tom Lunden o hino não oficial de Christiania
A comunidade
Meditação e yoga sempre foram populares entre os Christianitas, e por muitos anos Christiania tinham seu próprio grupo de teatro internacionalmente aclamado Solvognen, que, além de suas performances de teatro, também foi palco de muitos acontecimentos em Copenhague e até mesmo em toda a Suécia.
Ludvigsen sempre tinha falado da aceitação dos toxico dependentes que não podia mais lidar com a sociedade regular, e essa crença ainda não diminuiu, apesar de muitos problemas surgidos  devido ao tráfico de drogas e uso (principalmente de «drogas pesadas»,  que não são toleradas em Christiania ). Esses viciados ao entrar e permanecer em Christiania são considerados como parte integrante da ética Freetown como os empresários. Por esta razão, muitos dinamarqueses têm visto Christiania como um experimento social bem-sucedido. No entanto, há anos o estatuto jurídico da região está em um limbo devido a diferentes governos dinamarqueses tentando remover os Christianitas. Tais tentativas de remoção foram todas sem sucesso até o momento.
Christiania é considerada a quarta maior atração turísticas em Copenhague (e tem meio milhão de visitantes por ano); e no exterior, é uma conhecida "marca " para o estilo de vida dinamarquês supostamente progressista e liberal. Muitas empresas e organizações dinamarquesas também usam Christiania como uma apresentação de lugar para os seus amigos estrangeiros e convidados. O objetivo é mostrar algo dinamarquês que não pode ser encontrado em qualquer outro lugar do mundo.
Entre os usuários locais são muitos beneficiados da segurança social, dos pensionistas, dos imigrantes e usuários de instituições sociais. As mães solteiras também visitam o lugar, para não mencionar os muitos jovens sem-teto e desempregados. Groenlandeses, moradores de rua e vagabundos, todos encontram um santuário aqui. Mas muitas outras pessoas, como estudantes, músicos, artistas, intelectuais e acadêmicos visitar o Freetown com frequência.
Em Christiania os valores criativos e recreativos são variados. Na verdade, as muralhas verdes de Christiania são  a parte mais recreativo e atraente para os visitantes do que as bem cuidadas áreas desertas sob responsabildiade do municipio de Copenhague.
As pessoas em Christiania desenvolveram seu próprio conjunto de regras, independente do governo dinamarquês. As regras proíbem o roubo, violência, armas, facas, coletes à prova de balas, drogas pesadas, carros e motociclistas.
Famosa pela sua rua principal, conhecida como Pusher Street, onde haxixe, skunk e outras ervas eram vendidas abertamente em bancas permanentes até 2004, no entanto, não têm regras que proíbem «drogas pesadas», como a cocaína, anfetaminas, ecstasy e heroína. O comércio de hash é controverso, mas as mudanças das regras exigem um consenso que só pode ser alterado desde que todo mundo concorde. Legalização da maconha é uma das ideias de muitos dos cidadãos em Christiania. A região negociou um acordo com o Ministério da Defesa dinamarquês que ainda detinha a posse da terra em 1995. Desde 1994, os moradores pagam impostos e taxas de água, luz, coleta do lixo, etc
Após amargas negociações que resultaram isolar a área temporariamente do público, em junho de 2011, os moradores de Christiania concordaram em criar coletivamente um fundo para adquirir formalmente a terra a preços abaixo do mercado. Eles criaram ações simbólicas de alguns dólares cada com a contrapartida de convidar os apoiadores a participarem de uma festa anual em Christiania e assim começaram campanha de aquisição coletiva da posse, já que foi uma maneira de solucionar a contradição de que nunca foi um objetivo serem proprietários desse local.
A bandeira
A bandeira de Christiania é uma bandeira vermelha com três discos amarelos representam os pontos nos "i" s em " Christiania ".  As cores foram supostamente escolhidas porque, quando os ocupantes originais assumiram a antiga base militar encontraram uma grande quantidade de tinta vermelha e amarela.
Controvérsias recentes
Em parte em consequência dos planos de normatização do governo ocorreu um aumento de protestos e conflitos contra Christiania. Veja abaixo:
Tumultos mais de demolição da casa
Em 14 de maio de 2007, a Agência de Florestas e Natureza, acompanhada pela polícia, entrou Christiania para demolir as sobras de um prédio abandonado  de Cigarkassen (caixa de charuto). Eles foram recebidos por irritados e assustado Christianitas, temendo que a polícia também pretendesse demolir outras casas. Bloqueios de estradas foram construídos e caminhões que transportavam o que restava da casa foram sabotados, para que não conseguissem se mover. A polícia então entrou no Freetown, mas foram recebidos com resistência. Moradores atiraram pedras e fogos de artifício em veículos da polícia. Eles também construíram barricadas na rua em frente o portão de Christiania. A polícia usou gás lacrimogêneo contra os moradores e foram feitas uma série de prisões. Um ativista sorrateiramente por trás do comandante da polícia derramou um balde de urina e fezes em cima dele. Mais tarde, a polícia recuou de Christiania. Como jovens montaram barricadas nas entradas de Christiania e bombardearam a polícia com pedras e coquetéis molotov, o problema continuou até de manhã cedo. Após várias tentativas falhadas para invadir as barricadas, a polícia retirou-se e, finalmente, desistiu. Ao todo, mais de 50 ativistas de Christiania e de fora foram presos. Os promotores estão exigiram que fossem presos afirmando que eles pdoeriam participar de mais distúrbios em Copenhague.
2005 tiroteio e assassinato
Em 24 de abril de 2005, um morador de 26 anos de idade, Christiania foi morto e outros três moradores feridos em um ataque de uma gangue violenta em Pusher Street. A razão para isso foi uma briga sobre o mercado de maconha de Copenhague.
Depois que o comércio aberto de maconha terminou em Christiania no ano anterior, círculos criminosos fora de Christiania estavam ansiosos para tomar conta do mercado.  Eles pediram repetidamente aos traficantes Christiania permitir-lhes acesso ao seu mercado e repetidamente foi rejeitado. Em 23 de abril de 2005, esse impasse se tornou violento. Os traficantes de Christiania descobriram que um membro da gangue havia se infiltrado na sua organização por namorar uma traficante. Ele foi exposto e só escapou por pouco - dois tiros foram disparados contra ele. No dia seguinte, dois carros pararam em frente Christiania e 6 a 8 homens mascarados com armas automáticas e se dirigiram para Pusher Street. Quando chegaram dispararam pelo menos 35 tiros indiscriminadamente em direção à multidão, matando um e ferindo três Christianitas.
Alguns viram este trágico incidente como um sinal de que a futura sobrevivência da comunidade era duvidosa, devido ao risco de violência decorrente do tráfico. Outros culparam o incidente sobre a fragmentação do mercado da maconha em Copenhage e sua expansão para o resto da cidade, provocada pelas medidas do Anders Fogh Rasmussengovernment.
2004 característica TV
O programa de TV satírico Den halve sandhed ( A meia verdade ) provocou  Christiania colocando um jornalista para construir uma pequena cabana de madeira em uma das áreas abertas de Christiania, alegando que ele assumiu que todos pudessem se estabelecer no Freetown.
Em poucos minutos, os moradores Christiania chegaram e disseram que isso era totalmente inaceitável. O jornalista foi violentamente ameaçado de expulsão.  Outros moradores, no entanto, tiveram tempo para explicar pacificamente as regras de construção em Christiania (aprovação pela reunião da comunidade é necessária para a construção). Mais tarde, os jornalistas instalaram uma banca para tentar vender produtos 'politicamente incorretos ", tais como Coca -Cola, argumentando que isso não era pior do que a venda de maconha.

Christiania direito comum; as nove regras.
Carros
Dentro de Christiania sem carros alguns particulares são permitidos. No entanto, um total de 132 carros é de propriedade de residentes e precisam ser estacionados nas ruas que cercam a Freetown.  Depois de negociar com as autoridades municipais, Christiania concordou em estabelecer áreas de estacionamento para carros próprios moradores no seu território. A partir de 2005, o espaço de estacionamento para apenas 14 carros que tinham sido estabelecidos dentro da área.
Antes das eleições do conselho da cidade de novembro de 2001, os residentes em uma das seções de Christiania propuseram que um jardim de infância municipal fora Christiania fosse demolido e mudou-se para algumas centenas de metros de distância, essa área está sendo transformado em um estacionamento. A proposta foi criticada por outros residentes Christiania e cidadãos do conselho, mas os defensores afirmaram que os edifícios de madeira do jardim de infância estavam ultrapassadas e mesmo assim o problema de espaço de estacionamento precisava ser resolvido antes da própria Christiania se transformasse em uma área onde os carros pudessem ser amplamente estacionado. Também foi alegado que os táxis e veículos da polícia adicionaria aos problemas de trânsito.
A partir de 2008 Christiania estabeleceu um sistema robô de bloqueio na estrada contra a entrada de veículos ao lado de The Gray Hall ( GRA Hal ) para evitar que clientes de maconha e outros visitantes estacionassem seus carros em suas ruas estreitas. Apenas o transporte de carga é permitido por essas portas. A desvantagem disso foi que e o problema deslocou-se para outra parte de Christiania mais acima na estrada, onde os moradores agora têm bloqueado esta entrada inteiramente até que outro sistema robô de bloqueio seja instalado. Há muito poucas entradas para Christiania. Com as duas entradas bloqueadas por robôs os Christianitas acreditam que podem livrar -se do problema do tráfego.
Gay Casa
Desde os anos 1970 o Gay House ( Bøssehuset ), uma das instituições autônomas de Christiania, tinha sido um centro para o ativismo gay, festas e teatro. O bem-humorado e artisticamente ainda é famoso entre homossexuais Copenhague.
Em 2002, um grupo de jovens artistas e ativistas gays, Dunst, foram convidados a assumir a casa para que ele pudesse continuar a ser um centro de atividade gay. Dunst introduziu gestão democrática e oficinas abertas estabelecidas para a fotografia, arte, música, dança, vídeo, etc Eles também organizaram três noites Save Christiania, um show de cabaré e três partidos de apoio, a fim de arrecadar fundos para manter a Gay House e dividir com Christiania. Segundo Dunst, no entanto, os vizinhos nunca aceitaram prontamente os recém-chegados e foram acusados ​​de não compreender "o estilo de vida Christiania". Dunst afirmam que eles receberam o abuso verbal, cartas ameaçadoras e até mesmo em um exemplo, tinha uma pessoa com taco de beisebol brandiu contra eles. Alguns não gostaram da organização das festas de Dunst, seu estilo de música electro -punk contemporâneo que está sendo descrito como techno. Após 9 meses, eles foram convidados a deixar Christiania.
Em 2004 Dunst participou de 'Christiania Distorção', um evento solidário de Christiania. Como eles não podiam fazer uso do Gay House, parte do evento ocorreu em um ônibus circulando em torno Christiania. [20 ] [21]
Ataque de granada
Em 24 de abril de 2009, um homem de 22 anos de idade, teve sua mandíbula arrancada por uma granada de mão lançada na multidão sentados no Café Nemoland.  Outras cinco pessoas outros tiveram ferimentos nas pernas e costas. O agressor não foi encontrado.
Drogas
' Pusher Street' em 2007, após o banimento da venda livre de haxixe, aos poucos a venda em bancas retornaram.
Desde a sua abertura, Christiania foi famosa por seu comércio aberto de cannabis, ocorrendo no centro da "Pusher Street ', embora chamado' distrito da luz verde" pelo conselho de Christianian. Apesar de ilegal, as autoridades foram por muitos anos relutantes em parar à força o comércio de hash. Os defensores pensaram que concentrando o comércio de hash em um lugar que limitaria a sua dispersão na sociedade, e que poderia impedir que os usuários migrando para " drogas mais pesadas ". Alguns queriam legalizar o hash completamente. Opositores pensaram que a proibição deveria ser aplicada, em Christiania como em outros lugares, e que não deve haver nenhuma diferenciação entre drogas "pesadas e leves. Também foi alegado que o comércio de cannabis aberto foi uma das principais atrações turísticas de Copenhague, enquanto alguns disseram que assustou outros turistas potenciais. Mesmo que a polícia tente parar o tráfico de drogas, o mercado de cannabis ainda está prosperando em Christiania.
Banimento de «drogas pesadas»
Uma das realizações da comunidade mais significativos na história de Christiania era o " junk bloqueio ", em Novembro de 1979. O governo ainda era muito hostil, mas a comunidade enfrentou outros desafios agudos também. Muitos moradores de Christiania estavam interessados ​​em técnicas de alteração da mente, incluindo substâncias psicotrópicas. Durante o final de 1970 "drogas pesadas" como a heroína foram consideradas admissíveis, mas isso teve consequências graves. Em um ano, de 1978 a 1979 dez pessoas morreram em Christiania de overdose; quatro deles eram residentes. A maioria deles morava em um edifício chamado " O Arco da Paz", que estava em um nível extremo de abandono. Portas foram arrancadas, havia buracos nos pisos, e na maioria das salas não havia móveis, exceto colchões. Um andar foi invadido por uma colônia de gatos selvagens. Era um ambiente extremamente insalubre e as Christianitas ficaram cada vez mais conscientes de que a situação não poderia continuar.
Foi feita uma tentativa de colaborar com a polícia, a fim de livrar-se dos traficantes de heroína, o que era algo que muitos Christianitas sentiam-se extremamente desconfortáveisdevido à sua tradição anárquica e dos contínuos embates entre Christiania e a polícia. Apesar dos sentimentos compartilhados de desconfiança, no entanto, alguns Christianitas perceberam que não havia outra maneira de corrigir esse problema e forneceu à polícia uma lista de suspeitos de uso dessas drogas. A decisão foi tomada de forma muito clara: a polícia iria se concentrar apenas em «drogas pesadas». Isso não aconteceu e a polícia ignorou os pedidos dos Christianitas, fazendo uma grande repressão apenas contra a rede de hash, deixando o anel heroína intocado.
A polícia deu os nomes de "cooperar com Christianitas " para os concessionários de hash, e eles tiveram que deixar Christiania por medo de represálias.
Sentindo-se traído e amargos os Christianitas decidiram não cooperar mais com as autoridades e, em vez disso lançaram o que viria a ser conhecido como o Junk Blockade. Por 40 dias e noites os Christianites -homens, mulheres e crianças - patrulhavam ' O Arco da Paz " e sempre que eles encontraram viciados ou traficantes deram-lhes um ultimato : ou parar todas as atividades com drogas pesadas ou deixar Christiania. No final, os traficantes foram forçados a sair, e sessenta pessoas entraram reabilitação de drogas.
Faz parte da mitologia Christiania que não há «drogas pesadas» consumidas em Christiania mais, mas a cocaína e outras são buscadas ali por visitantes. Elas ainda não estão sendo vendidas na Pusher Street, apesar de tudo. O uso de cocaína, anfetaminas e outras substâncias tem vindo a aumentar na última década e é um problema em todo Dinamarca. Ela afeta Christiania também, mas a proibição de drogas pesadas ainda está guiando as atividades recreativas na comunidade. Pessoas em Christiania lidam com isso com frequência, mas ainda estão dispostos a manter a comunidade aberta e seus valores intactos.
Despejo da Gangue de motoqueiros
Por volta de 1984, uma gangue de motoqueiros Copenhagen residente chamado Bullshit chegou em Christiania e assumiu o controle de uma parte do mercado de cannabis. A violência no bairro aumentou e muitos Christianitas se sentiram inseguros e infelizes com os novos moradores. Isto resultou em atos de sabotagem voltadas para os motociclistas, bem como a publicação de vários manuscritos provocantes incitando os Christianitas para banirem os motociclistas poderosos e armados. Essa tensão culminou quando a polícia encontrou um indivíduo que tinha sido assassinado cortado em pedaços e enterrado sob o piso de um edifício. Christiania reagiu com duas reuniões – com grande participa;ao da comunidade colossal decidiu-se pelo banimento dos motociclistas.
Os Hells Angels recentemente se haviam estabelecido em Copenhague e os líderes do Bullshit foram assassinados em uma guerra de disputa pelo comércio de drogas em Copenhague incluindo Christiania. Essa guerra perdura ainda.
Ação contra a venda livre de drogas
Desde a sua abertura em 1971, o comércio de drogas aberto de Christiania era um espinho no lado de autoridades dinamarquesas, uma fonte constante de discussão pública, e levou a protestos de países vizinhos, bem como (especialmente a Suécia com a sua política não – tolerância a drogas). Quando o gabinete de centro-direita de Anders Fogh Rasmussen assumiu o cargo em 2001, uma de suas promessas era acabar com as atividades ilegais em Christiania. Estas incluíram o mercado de cannabis óbvio, uma longa lista de supostas atividades criminosas; os políticos exigiram o fim das vendas de «drogas pesadas», como a cocaína e as anfetaminas, o comércio de armas econtrabando e etc,. Os moradores Christiania afirmam que essas denúncias era acusações puramente especulativas e que funcionavam mais como marketing político para distorcer o real significado da Freetown. Observa-se a ser mais uma arma na luta do governo contra a comunidade ou de "normalização" da área. É uma observação comum da esquerda que, enfatizando a parte mais ilegal do Freetown (o comércio de cannabis ) e associá-lo aos motociclistas locais, gangues de rua e outros grupos de intenção criminosa, os fundamentos da comunidade se torna confusos para o público, fazendo a com que a simpatia pela Freetown recue. A partir de 2010 essa tática não assustou os turistas.
Em 2002, o governo começou com o objetivo de tornar o comércio de cannabis menos visíveis. Em resposta, os vendedores de maconha cobriu seus estandes com redes de camuflagem militar como uma resposta bem-humorado.  Em 4 de janeiro de 2004, as arquibancadas foram finalmente demolidas pelos concessionários de maconha no dia antes de uma operação policial em larga escala. Eles sabiam sobre esta operação, e decidiram botar as bancadas a baixo. A polícia fez mais de vinte prisões nas semanas seguintes, e uma grande parte da rede de concessionários organizados de Pusher Street foi então eliminada. Antes de serem demolidas alguns stands, o Museu Nacional da Dinamarca, foi capaz de obter um dos stands mais coloridos, que agora é parte de uma exposição.
Em 16 de março de 2004, a polícia invadiu a área. Alegado que muitos comerciantes começaram a se mover com grandes quantidades de cannabis para fora em Copenhague e no resto do país. Isso foi feito para evitar a pesada presença policial em Christiania e para atender a demanda de cannabis pelos clientes. De acordo com a polícia e outras fontes o número de clubes de maconha em Copenhague cresceu rapidamente a pelo menos cinco vezes mais do que antes da repressão policial contra Pusher Street, e nestes clubes a venda de haxixe foi misturado com outras drogas, como as anfetaminas, a cocaína, ecstasy e GHB. Especialmente na parte noroeste da cidade ( Nørrebro e bairro Nordvest ) muitos clubes chegaram e foram controladas por bandos armados que há muito tentavam entrar nas vendas de maconha em Christiania. A quadrilha responsável pelos disparos de 2005 foi um desses. O comércio de cannabis aberto já voltou a ser como era antes dos ataques de 2004.
Outros desenvolvimentos
O comércio de cannabis em Christiania foi saudado por alguns dinamarqueses e visto como uma fonte de aborrecimento constante por outros. O governo de centro-direita tomou uma série de medidas para fazer cumprir a lei em Christiania. O primeiro passo neste processo foi a repressão policial contra o tráfico de cannabis. Ambos os políticos e a polícia declararam que o comércio de cannabis não seria permitido voltar. A segunda (e actualmente em curso ) fase é o registro de todos os edifícios em Christiania. A terceira etapa será a demolição de um número de residências de madeira situadas em uma área de conservação da natureza (a fortaleza naval histórica de Copenhague). Estes edifícios foram todos aprovados pelas autoridades antes de o novo governo aprovar a lei atual em Christiania. Nos últimos 15 anos, o governo não tem permitido a construção em Christiania. Isso já está sendo aplicada em uma política de tolerância zero com a ajuda de uma presença massiva da polícia. Este é considerado pela comunidade Christiania como uma estratégia do governo para minar a auto- governo coletivo de Christiania. Eles acreditam que o governo está planejando vender os direitos de construção para as empresas privadas, em uma tentativa de forçar a Freetown para aceitar o paradigma da propriedade privada e capitalização de mercado da propriedade privada. Os 900 ou mais habitantes de Christiania apostaram um reivindicar direitos coletivos de uso para todos Christiania, mas isso foi ignorado pelo governo.
Medidas de normalização Governamentais
Em 2004, o governo dinamarquês aprovou uma lei abolindo o coletivo e tratando seus 900 membros como indivíduos. A partir do verão de 2005, uma série de protestos foram realizados por membros Christiania. Durante o mesmo período, a polícia dinamarquesa fez varreduras frequentes da área.
No Christiania Café Månefiskeren figura uma placa registrando o número de patrulhas policiais em Christiania, em novembro de 2005. No verão de 2006, este passou  de 1000 patrulhas  (cerca de 4 a 6 patrulhas por dia ). Essas patrulhas normalmente consistiam de 6 a 20 policiais, muitas vezes vestidos com uniforme de combate e às vezes com cães policiais.
Isso, porém, não afetou os preços de rua da cannabis dentro ou fora de Christiania. Não houve nenhuma mudança notável na índice de "crime comum " na área.
Em janeiro de 2006, o governo propôs que Christiania seria transformado em uma comunidade alternativa mista e área residencial acrescentando condomínios para 400 novos moradores. Moradores atuais, agora pagando DKK 1450 (USD 250) por mês, seriam autorizados a permanecer, mas precisa começar a pagar o aluguel normal para as instalações, embora abaixo do aluguel do mercado os níveis. Christiania rejeitou este cenário, temendo a Freetown iria se transformar em um bairro de Copenhague normal. Em particular, o conceito de habitações de propriedade privada é reivindicado como sendo incompatível com a propriedade coletiva de Christiania.
Em setembro de 2007,  os representantes da Christiania e conselho da cidade de Copenhague chegaram a um acordo para ceder o controle de Christiania para a cidade ao longo de 10 anos para fins de desenvolvimento de negócios.  Além disso, a partir de maio de 2009, o Tribunal Superior do Leste confirmou uma lei do Parlamento de 2004, que reafirmou o direito legal do Estado para o controle da base.
Reacões dos políticos
Christiania é uma habitação para as pessoas que desejam viver de uma maneira diferente... Mas é fundamental que a propriedade -modelos variados seja introduzidos, de modo que casas particulares não serão aceitas.
- Christian Wedell - Neergaard, o Christiania - porta-voz do Partido Conservador que regem: fontes? ]
Demanda (de Christiania ) que haja um fundo coletivo não é justo, Ele não atende o desejo de uma normalização. Nós (o governo) têmos enfatizado que deve haver propriedade -modelos variados, tais como a propriedade privada... é natural que também existam edifícios de propriedade privada em uma área como Christiania... Porque é o caso da sociedade envolvente em geral, que há variedade na propriedade.
- Christian Wedell - Neergaard [27]
É uma questão de princípio, se um grupo de pessoas deve ser autorizado a ocupar uma grande parte da propriedade do governo no centro de Copenhague. Não há dúvida de que o que eles estão fazendo é ilegal... eles apreenderam propriedade do governo e foram viver nele e que vale um monte de dinheiro agora.
Vila Anarquista Christiania na Dinamarca Vila busca solução da propriedade da terra ocupada por eles via "Ações de Valores" no ano de 2012
CHRISTIANIA - Depois de 40 anos, Christiania ( bairro sem carros, composta por ex-adictos, autônoma e surpreendentemente localizado no centro de Copenhagen) esteve num dilema que os obrigava comprar o terreno do governo dinamarquês em que ocuparam. Mas como levantar o dinheiro? A sociedade alternativa encontrou uma solução que seria a venda simbólicos de ações de propriedade, e terá anualmente em contrapartida uma "festa dos acionistas ", que sem dúvida será intensa.
No verão de 2011, o Estado dinamarquês ofereceu vender uma boa parte dos 80 e tantos hectares de um antiga base militar próxima ao centro de Copenhagen para Christiania, a comunidade alternativa cujos moradores haviam ocupado durante quatro décadas. Para os moradores  que  fundamentalmente rejeitam a ideia de propriedade da terra, isso se apresentou como um dilema ideológico.
"Christiania ofereceu-se para comprá-lo, disse Risenga Manghezi, porta-voz da comunidade. "Mas Christiania não quer possuí-la."
Para resolver essa contradição, o Sr. Manghezi e um punhado de outros decidiram começar a vender ações em Christiania. Pedaços de papel ou ações simbólicas que podia ser adquiridas por valores de $ 3,50 para $ 1.750. Os acionistas adquirem um direito simbólico de propriedade em Christiania com a promessa de um convite para uma festa anual dos acionistas. " Christiania pertence a todos ", disse Manghezi. "Estamos tentando colocar a posse de uma forma abstrata."
Desde que as ações foram oferecidas pela primeira vez no outono, cerca de 1250 mil dólares foram vendidos na Dinamarca e no estrangeiro. O dinheiro arrecadado irá para a compra do terreno do governo.
Depois de uma década de pressão do governo liderado pelos conservadores, durante a qual essa comunidade favorável ao haxixe enfrentou ameaças de expulsão e de uma decisão da Suprema Corte que disse que os invasores não tinham o direito legal de permanecer na terra, os moradores tomaram uma decisão pragmática para comprar o imóvel - ou, de uma forma que todos pudessem possuí-la.
"As pessoas estavam com medo e nós tivemos que respeitar esse medo ", disse Allan Lausten, um faz-tudo que fez parte nas negociações, apesar de uma aversão a burocratas.