terça-feira, 16 de setembro de 2014

Professores, vossa profissão é a mais danosa para vossas vidas!



Barão de Munchausen desatolando se da lama pelos cabelos


No Brasil se defende muito facilmente que nossa educação é ruim por baixos salários que pagam aos professores! É verdadeiro!

Mas na Coreia do Sul, Japão e outros exemplares países que pagam bem e que a educação é superior à do Brasil nas medidas comparativas absolutas e relativas, há um grande índice de suicídios, de rejeição à escola e assassinatos em massa de estudantes, nos casos mais alarmantes.

Professores brasileiros preparados teoricamente, pedagogicamente, didaticamente, de esquerda, centro ou direita, sofrem de distúrbios mentais e por isso afastam-se do trabalho, desistem da profissão ou levam uma vida desgraçada por não poder realizar o que se aprendeu, crê, deseja e percebe ser urgente e necessário fazer em suas escolas e são trucidados ao tentar.

Sofrem mais preocupados em pedir silêncio, tirar chicletes da boca, bonés da cabeça, celulares das mãos e separando brigas, do que fazendo aquilo que se prepararam.

A mídia e governos ficam pressionando, dando exemplos, insistindo em qualificações, mas cobrem pobremente as demandas dos sindicatos, dos movimentos de greve, das manifestações consolidadas sobre os problemas docentes.

Agora a moda é escola integral, daqui uns dias, escolas sem paredes, grupos de afinidades, educação por projetos, teleoeducação, trans-multi-inter-intra disciplinariedades, processos em rede..escolas da felicidade e por ai vão os receituários diretivos, intrusivos, incisivos e salvadores da pátria educacional!

O professor para sobreviver nesses lugares depende de talento, coragem e uma boa dose de despojo. E até de ser um mentiroso compulsivo!

Eu descobri que mentir para a escola, fazer firulas pedagógicas, mentir para as coordenações, era um bom modo de trapacear e me aproximar dos estudantes que é o ouro desses hospícios e fábrica de loucos.

Professores certinhos..se lascam! Tem muita gente que acredita piamente que escola foi feita para libertar e essa crença é que gera doenças mentais. Os professores acreditam sinceramente e lutam por isso! E ficam doentes!

Solução?

Para você eu não tenho!

Não tenho! Apenas penso que se o índice de distúrbios e sequelas emocionais e mentais é muito menor comparativo com os profissionais dentistas, médicos, assistentes sociais, policiais, enfermeiros e todos os que trabalham muito intensamente com pessoas, que a profissão de professor é mais perigosa que se imagina!

Mais perigosa para você honesto e responsável docente que poderá cedo ou tarde ser acometido de um distúrbio mental!

E o risco é você sobreviver!



domingo, 7 de setembro de 2014

Escola Integral ou Crechão: Mais Cultura na Escola (Dilma), anarquistas e eleições.



A primeira leva de educadores anti-autoritários, entre eles os anarquistas à frente, propuseram a Escola Integral. Leon Tosltoi já havia anunciado e praticado esse caminho na década de 1850 na Rússia em sua escola Yasnaia Poliana (1859-1862).

Esse princípio foi defendido pelos anarquistas como Francesc Ferrer i Guardia (1859-1909) na Escuela Moderna (1901-1906), Paul Robin (1837-1912) - Orfanato Cempuis (1880-1894); ; Sébastien Faure (1858-1942) - La Ruche (1904-1917), ambos na França. 

Como se vê, esses pensadores, entusiastas e anarquistas levaram essa prática dentro de seus projetos e alguns historiadores da educação tratam esses fatos como meninices anarquistas.

A proposta de escola Integral, anti-autoritários, anti-sexista, laica e anticlerical teve seu apogeu durante a Guera Civil Espanhola (1936 e 1939), quando existiram 89 escolas dessa tendência só em Barcelona e 55 fora da capital catalã, mas poucas funcionaram depois de 1939, com o fim de Guerra Civil Espanhola. 

Em paralelo, A.S. Neil na Inglaterra criou Summerhil que era um sistema de internato, sem divisão de sexo e aulas obrigatórias. Incluindo terapias individuais e com afastamento total dos pais para evitar o desenvolvimento do complexo de Édipo.

Em vários lugares do mundo os sistema de escola integral foi adotado, porém, numa perspectiva de educação obrigatória. No Brasil, ocorreu o sistema integral (Escola Classe e Escola Parque) com Anísio Teixeira na década de 1940, inicialmente na Bahia e posteriormente em outra partes do país. Nas décadas de 1960 foram criados os Ginásios Vocacionais e que foram extirpados pela Ditadura Militar no final da mesma década e início da década de 1970, pelos caráter subversivo que continham aos olhos dos apoiadores da ditadura.

Na década de 1980 foram criados por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) e que perduram até hoje. Posteriormente Fernando Collor implantou em 1991 no Brasil vários Centros de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CIAC, com algum sucesso, mas nada notável.

A provocação dessa política pública educacional ficou marcada de fato pela defesa de Darcy Ribeiro e concretizada nos CIEPs, que foi seguido posteriormente, em tese, por alguns governadores e prefeitos, alguns com resultados interessantes e muitos foram um desastre repressivo duplicado na vida de crianças e jovens.

Essa ideia de que a escola integral em si é boa, pois Darcy Ribeiro defendia que quanto mais uma criança permanecia na escola, maior seria seu aproveitamento, foi mal interpretada por gestores que simplorizaram o projeto. A permanência na escola é uma derivação da frase preconceituosa dos que defendem o trabalho infantil dizendo: Mente vazia tenda de Satanás! Melhor criança na escola do que fazendo coisa errada na rua!

Hoje, com quase 100% de crianças e jovens frequentam a escola nesse país, algumas em sistema integral, políticos defendem a permanência em escolas por 8 horas em sistema obrigatório. Professores são sobrecarregados, bolsistas e oficineiros mal pagos ou voluntários bondosos que são chamados para acudir escolas entupidas de atividades, nenhuma adaptação e os mesmos restritos recursos.

Pais que trabalham preferem esse modelo crechão, que ocupam seus filhos em dois turnos e os liberam de viver com os filhos. A classe rica que não aceita bem a escola integral injetam seus filhos em cursos extra escola de balé, dança, inglês, karatê, música, terapia e outros mais ou menos caprichosos.

Os pedagogos anarquistas de hoje abominam esse sistema integral, já que é obrigatório e sistêmico com parcial decisão do corpo discente, dado ao caráter autoritário constante em escolas públicas. Sim, há experiências felizes, mas poucas! 

Nesse momento de eleições nenhuma das propostas de escola integral foge da compreensão crechão e por isso, escola autoritária em um turno será duplamente autoritária em dois turnos. 

A Escola Integral é vendida como Mágica! A educação integral é a Magia da escola pública. Só não revelam os políticos por qual razão os jovens de escolas privadas a um turno tendem a ocupar a maior parte das vagas de cursos da elite e outros, através dos vestibulares das universidades públicas!

O Programa Mais Cultura na Escola em parceria Ministério da Cultura e Ministério da Educação, no intuito de trazer uma perspectiva cultural e lúdica para escolas de ensino fundamental, buscou auxiliar as escolas municipais a receber projetos de grupos artísticos e artistas, no sentido de fazer oficinas, apresentações envolvendo escola, pais e comunidade.

São ações paliativas, criticáveis, mas realistas, pois há muitos prefeitos e governadores que em suas mentes a ideia de Crechão é a única coisa que existe ou: UM GRANDE DEPÓSITO DE GENTE FILHA DE TRABALHADORES!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Deseja investir em teu filho? Divorcie-se dele e mande-o para Cuba! Ou para o lugar mais longe que se conseguir!



Escola Integral uma ova! Distância Integral de pais neuróticos, isso sim!

A.S. Neil dizia que para a criança se livrar do complexo de Édipo provocado pelos pais, seria necessário separa-lhes dos filhos aos 7 anos de idade. Essa foi uma das provocações mais radicais em educação que aprendi com a Escola Summerhill na Inglaterra, a famosa escola da felicidade ou escola sem portas, em que a criança vive em regime de internato.

Em 2008, quando visitei Summerhill os estudantes eram um terço do Japão, outro de diversos países e outro da Inglaterra. Dizia-se que o sistema educacional japonesa é tão repressiva que os pais preferem se separar dos filhos para que não sofram.

Nessa semana li duas manchetes enigmáticas presentes na mídia corporativa que adicono os links originais e textos completos no final desse texto. A primeira que me tocou foi a avaliação da educação em Cuba que recebeu o reconhecimento de ser a melhor da América Latina e do Caribe. A segunda matéria, deixei grifada em alguns trechos para destacar a atenção do leitor, que se trata de sítio chamado Finanças Femininas e com o título: “Educar bem os filhos também é investimento”

Ao ler a matéria, em síntese, discorre que uma criança só pode ser responsável com dinheiro se for criada sem ambivalência entre a bondade e a repressão dos progenitores (acho melhor não usar a palavra “pais” tentando ser fiel ao artigo no que tange o seu caráter domesticador).

Li o artigo preocupado com a palavra investimento. Achei que se trataria de investir em educação, escolas de qualidade e que na frente o filho iria render lucros! E é isso mesmo! Sem amarrar e reprimir adequadamente seus filhos, eles se tornarão irresponsáveis e volúveis.

Comparando com o artigo sobre a qualidade da educação em Cuba, se quiser investir em teu filho, mande-o para bem longe de você, para um lugar que as palavras: investir, contas, decisões tomadas, influenciar, limites e castigos façam parte da vida deles de outro modo!

Esses pedacinhos de carne que nasceram de vocês, que andam e falam merecem outro destino que não seja o matadouro das finanças e dos investimentos. Manda para Cuba, eles agradecerão! Ah! Não gosta de poucas liberdades? Estranho!? Qualquer lugar que teu filho ficar longe de vocês já será ótimo!

Banco Mundial eleogia o sistema educativo de Cuba como o melhor da América Latina e do Caribe

Após ler essa matéria sobre Cuba...leia com paixão essa segunda!

http://financasfemininas.com.br/educar-bem-os-filhos-tambem-e-investimento/

Educar bem os filhos também é investimento

No início de um namoro, as diferenças de personalidade, por mais gritantes que sejam, são superadas com mais facilidade. São as mágicas que o amor costuma fazer. Ao longo da convivência, no entanto, alguns traços divergentes na personalidade de cada um começam a gerar transtornos maiores, mas entre uma briga e outra muita gente acaba se entendendo até chegar ao altar. A questão é que essas diferenças podem influenciar de forma marcante na educação dos filhos.
Entre vários outros aspectos, um dos pontos afetados é forma como eles vão aprender a lidar com dinheiro. Vamos tentar entender de forma mais prática: suponhamos que você seja a “linha dura” do casal e que seu parceiro seja mais light. As primeiras divergências começam ainda na infância. Quando você diz para seu filho que não é para jogar bola dentro de casa, ele desobedece, quebra alguns enfeites e você o coloca de castigo. Sensibilizado com a carinha de piedade da criança, o pai resolve liberá-lo do castigo sem que você saiba. Por um lado, ele tenta ser bonzinho e ganhar credibilidade com o filho, mas por outro pode não perceber que está tirando sua autoridade e ensinando ao filho a ser uma pessoa sem limites.


O mesmo tipo de situação pode acontecer quando o assunto é dinheiro. Seu filho anda tirando notas ruins e você opta por suspender a mesada até que ele consiga reverter a situação. Isso significa tirar dele temporariamente a fonte de renda para pagar o cinema com amigos, sorvete, passeios no parque, etc. Da mesma forma como aconteceu com o castigo anterior, o marido libera uma grana por fora da mesada para que o filho possa passear com uma namoradinha nova.
A situação também pode inverter-se. De repente o pai da criança é mais firme e você seja compreensível demais e vive dando um jeito de tirar seu filho das enrascadas que ele mesmo cria. A grande questão é que esse tipo de atitude não costuma levar em consideração as implicações posteriores. Se vocês não buscarem uma forma coerente de dar limites aos filhos, de forma que ambos possam respeitar e serem firmes com as escolhas que adotarem para punir as atitudes erradas, como podem cobrar maturidade deles mais tarde?
Se criança ou adolescente ele aprende que pode continuar dando um jeito para conseguir ter acesso a dinheiro, ainda que a mesada tenha sido suspensa pelas notas ruins, ele está aprendendo que não precisa comprometer-se com estudo e responsabilidade para ganhar a própria grana. Se ele foi liberado de um castigo mesmo depois de ter desobedecido a mãe, está aprendendo que não tem obrigação de aceitar “não” como resposta.
E ai lá na frente, se o filho torna-se um adulto irresponsável e pouco comprometido com o trabalho e com a carreira, que frustra-se facilmente em qualquer situação em que é contrariado, os pais sofrem em dobro.
Dar uma boa formação aos filhos não é tarefa fácil, mas exige um comprometimento muito sério em todas as etapas da vida deles. Se você e o pai da criança estão tendo problemas quanto a isso, é hora de tentar achar um meio termo entre o lado muito rígido de um a postura mole demais do outro. O importante é que no fim das contas vocês saibam respeitar as decisões tomadas e que pensem a longo prazo quando precisarem dar aos filhos algum tipo de correção.

domingo, 31 de agosto de 2014

Agressão a professores! Mas e o mandante? Quem é?



Algumas profissões com riscos sociais, químicos, biológicos e físicos conseguem receber uma "gratificação" por insalubridade ou risco.

Não é gratificação nada! É um complemento salarial pelo risco que se corre. Uma assitente social recebe este tipo de compensação se seu trabalho é com pessoas que podem agredir a profissional.

Então é o usuário do sistema público que pode agredir por colapsos, surtos psicóticos, raiva e algum distúrbio mental.

No caso da matéria que segue o usuário que agride é o estudante!

A impressão é que os estudantes são os que cometem o delito. Todavia, quem é o real mandante do delito?

Quem alimenta um sistema que coloca o professor em condição de risco?

Embora existam professores exageradamente narcisistas, caprichoso e colaboracionistas com os sistema da educação liberal e formal, o sistema em si não é acusado de favorecer um ambiente e regras neuróticos contra a saúde social da escola.

Escola é um lugar doente....e a função social dela está ocorrendo às custas do adoecimento da comunidade educativa.

A escola gera doenças mentais. Os estudos variam de informação, alguns dizem que 20% dos professores estão com distúrbios mentais delcarados e já foram afastados uma ou várias vezes de suas atividades temporariamente ou definitivamente. Outros estudos trabalham com dados de 60% de professores afetados por distúrbios mentais.

Eu entendo que professores e estudantes são as vítimas.

O mandante do crime é a falta de democracia e decisão de plano de educação radicalmente debatido.

Não essas melecas padronizadas de metas de aprendizado iguais e dessa educação obrigatória.

Isso que está posto é cadeia sem grades físicas...mas trancafiadas no falso moralismo de que qualquer educaçao é boa!




O Dia Online

Brasil é líder mundial em agressão a professores

Em pesquisa que ouviu 100 mil docentes em 34 países, 12,5% dos brasileiros contam que são agredidos ou intimidados uma vez por semana dentro da escola

Francisco Edson Alves
Rio - No dia 12 deste mês, o professor de Biologia Carlos Cristian Gomes, de uma escola estadual de Sergipe, levou cinco tiros de um aluno de 17 anos, que teria ficado revoltado com uma nota baixa. Gomes está internado em estado grave e respira por aparelhos. Esta semana, professores do Ciep Pablo Neruda, no bairro Laranjal, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, ameaçaram parar suas atividades em protesto por causa das constantes agressões verbais desferidas por alunos.

R., 45 , há dois anos teve que sair do Ciep Estaudal Raul Seixas, em Costa Barros, depois de ser agredido por aluno e parentes do estudante
Foto:  Alessandro Costa / Agência O Dia

Os dois casos recentes de violência contra docentes ilustram pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que revela que 12,5% dos professores ouvidos no Brasil se disseram vítimas de agressões verbais ou intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. A enquete foi feita em todo o mundo e abordou mais de 100 mil professores e diretores de escolas do segundo ciclo do Ensino Fundamental e do Ensino Médio (alunos de 11 a 16 anos). O resultado põe o Brasil no topo do ranking de violência em escolas.
“Infelizmente, isso é pura realidade. No Estado do Rio, os professores são vítimas diariamente de vários tipos de agressões físicas e verbais. Tanto que estamos preparando um levantamento sobre o assunto”, diz a professora Beatriz Lugão, diretora do Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ).
De acordo com ela, o clima de violência nas escolas públicas é desencadeado por diversos motivos.
“Sobretudo pela quantidade insuficiente de professores, falta de inspetores, espaços físicos sucateados e insegurança no entorno. No meio disso tudo, como um para-raio, está o professor”, diz ela.
Os índices referentes ao Brasil são os mais altos entre os 34 países pesquisados, onde a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%. Na Coreia do Sul, Malásia e Romênia, o índice é zero.
Além de ataques, professores convivem com ameaças de morte. É o caso de R., 45 anos, que há dois anos teve que sair do Ciep Estadual Raul Seixas, em Costa Barros, depois de retirar um aluno que fazia bagunça na sala de aula e apanhou dele, da mãe e do irmão do estudante. O caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna).
No país, só 12,6% consideram que são valorizados
Para Dirk Van Damme, chefe da divisão de inovação e medição de progressos em educação da OCDE, pela escola estar mais aberta à sociedade, os alunos levam para a aula seus problemas cotidianos. “Essa é uma das possíveis razões pelo quadro revelado pela pesquisa”, argumenta Van Damme.
De acordo com ele, o Estudo Internacional sobre Professores, Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), também expôs que somente um em cada dez professores (12,6%) no Brasil acredita que a profissão é valorizada pela sociedade. Nesse quesito, a média global alcançou 31%.

Pela enquete, o Brasil está entre os dez últimos da lista em relação ao assunto. No último lugar aparece a Eslováquia, com 3,9%, seguida de França e Suécia, onde só 4,9% dos professores acham que têm o devido valor perante a sociedade.

A surpresa ficou por conta da Malásia, onde 83,8% dos professores acham que a profissão é valorizada. Cingapura, com 67,6%, e a Coreia do Sul, com 66,5%, também tiveram boas avaliações nesse item. A pesquisa indicou ainda que, apesar dos problemas, a maioria dos professores no mundo se diz satisfeita com a função.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Brincando de dizer o que os outros devem fazer...em educação!!!


Sou um leitor assíduo da Revista Veja. Toda vez que vou ao dentista eu leio todas as revistas, a Veja uma delas. Nessas oportunidades leio todas de fotos, de fofocas, os livrinhos da Avon. Em 15 minutos eu já folheei todo o lixo e o comi vorazmente.

Sou compulsivo leitor de bobagens. Na última feita encontrei um texto do Claudio de Moura de Castro que para mim é especialista em dizer o que os outros devem fazer em educação.

Um autor que é mestre em dizer o que os outros devem fazer é admirável. Mas no texto intitulado Mexíveis e imexíveis (neologismo criado pele ex-ministro Magri, Cf Google). Este texto pode ser encontrado em: http://cemanosdeitabuna.ning.com/profiles/blogs/mexiveis-e-imexiveis-por-claudio-de-moura-castro.

Que destaco o seguinte trecho: 
Maurício M. Fernandes e Cláudio Ferraz (da USP e PUC-RJ) realizaram uma pesquisa econométrica muito cuidadosa, usando funções de produção para testar o impacto de várias características dos professores (http://www.econ.puc-rio. br/uploads/adm/trabalhos/files/td620.pdf). Com dados do Estado de São Paulo, buscaram testar o impacto de duas variáveis críticas sobre o ensino na 8- série: 1) o domínio da matéria ensinada (usando as provas da Secretaria de Educação, aplicadas aos professores) e 2) as práticas adotadas em sala de aula. Ambas são "mexíveis", pois é possível aperfeiçoar o conhecimento dos mestres e, ainda mais factível, melhorar suas técnicas de ensino.”

E tem uma conclusão sintética e superficial assim destacada no texto “Qualquer professor que adotar práticas hoje recomendadas terá alunos que vão aprender mais”.  

Uma frase do tipo: Se você, professor, fizer o que dizem que você deve fazer, teus alunos terão benefícios! Mágico não é??

Assim, na interpretação desse mestre de obras prontas, ele acredita que o professor não faz o que acha que tem que fazer por que o professor é indolente às inovações e sugestões didáticas e teóricas?!?!?

Eu seguirei com uma retórica nos seguintes termos: Toda vez que eu vi um professore tentar seguir a LDB, novas práticas, o plano pedagógico da escola, a vida dele virou um inferno na escola ou foi denunciado na Secretaria de Educação Municipal ou Estadual. E os que escaparam dessa casa de horrores foi graças à sua politização.

Em geral, os professores que fazem bem seu trabalho são perseguidos, destruídos, isolados e esse autor da Revista Veja é igual ao cara que quer se embriagar com cerveja sem álcool, beber café descafeinado e acredita em pesquisa sem política, medindo com varetas os professores extraídos de suas almas, personalidades e vidas.

Despolitizem-se, tudo é questão das varetas que te medimos!

Em breve volto ao consultório de dentista. Adoro ler texto de terror

domingo, 27 de julho de 2014

Professor bom é professor frito! me traga um bem passado!?


Os dados jornalísticos e estatísticos oficiais no Brasil sempre tem defasagens em relação à realidade. No caso dos dados sobre o ensino isso é também verdade.

Em se adotando essas informações como próximas da realidade, ainda assim, são importantes.

A mídia (1) reproduz informações que 20 % das licenças médicas foram concedidas aos profissionais da educação em decorrência de stress ou estafa em 2012 .

Em outra mídia (2) de 2010 reproduz a informação de que a Síndrome de “burn out” (Síndrome de Professores Fritados) que é mais grave do que estafa foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009, segundo dados da Previdência Social.

Em uma reprodução sobre dados (3) da Associação de Professores do Estado São Paulo – APEOESP: 41% dos entrevistados afirmaram terem sofrido, no ano anterior à pesquisa, com problemas relacionados a sua saúde mental, deste, 29% foram diagnosticados com depressão e 23% com transtornos de ansiedade. […] Dos profissionais que declararam sofrer de ansiedade ou pânico, 62% não fazem acompanhamento médico regularmente. Entre os que afirmaram sofrer de depressão, 59% não tem acompanhamento médico regular. Para Fábio Santos de Moraes, secretário geral da Apeoesp, a política do governo estadual colabora para este quadro.

Então, a questão de saúde mental dos professores pode ser de aproximadamente 20% declarada e encaminhada e de 60% sem qualquer encaminhamento.

Noutro artigo (4) reproduz se que: As licenças médicas em 2006 no Estado de São Paulo foram cerca de 140 mil, com longo tempo de afastamento, seguindo uma média de 33 dias. Esses afastamentos geraram prejuízo financeiro para o país em torno de 235 milhões de reais.

Se vamos para estudos de caso científicos (5)  o percentual de transtornos mentais e comportamentais 18,99% em outro artigo afirma-se que 67,1% dos professores pesquisados apresentaram stress apenas  e 32,9% não apresentaram sintomas significativos do stress (6).

Então, que tipo de educação, ambiente escolar e sistema de ensino se pode dizer que há qualidade se parte dos afastamentos é por transtornos mentais e que a profissão é o principal desencadeador e agravante desses casos?

Insisto muito com meus amigos professores....mintam...trapaceiem a escola, sejam cúmplices dos estudantes, tentem se divertir e descobrir modos de burlar a loucura a que são submetidos...o sistema não pode ter compromisso com o professor e prefere pagar licenças, aposentadorias precoces do que  criar ambientes saudáveis.

  1. http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/01/cresce-numero-de-professores-afastados-por-problemas-psicologicos.html
  2. http://www.cnte.org.br/index.php/comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/5293-sindrome-de-burn-out-e-a-terceira-maior-causa-de-afastamento-do-trabalho 
  3. http://www.apeoesp.org.br/noticias/noticias/estresse-depressao-e-ansiedade-os-inimigos-do-professor-da-rede-publica-de-sp/
  4. http://www.mundoeducacao.com/educacao/a-consequencia-estresse-nos-professores.htm 
  5. http://bibliotecadigital.unec.edu.br/ojs/index.php/unec03/article/viewFile/289/365
  6. http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n10/n10a09

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Vagina e poder por A Teteia foi a Feira


OBS: A libertação da mulher é fundamental para todas a mudanças humanistas e socialistas...quem vai reeducar esse médicos???

original: http://ateteiafoiafeira.blogspot.com.br/2014/07/vagina-e-poder.html?showComment=1406244590104#c8188201853220185963

Vagina e poder

 
Depois que eu e meu parceiro de vida começamos a pensar em gravidez, passamos a buscar informações e nos surpreendemos ao perceber que aquilo que é mais desejado pelo casal, tem grandes chances de se tornar um caminho de dor e violências.

Descobrimos uma rede de mulheres organizadas pelo parto ativo, engajadas na missão de mostrar que a mulher é (e assim deve ser reconhecida) como a protagonista da gestação e do nascimento.

Há um conjunto de textos, entrevistas e até filme sobre a 'violência obstétrica', uma expressão que parece estar sendo ainda desvendada em sua significância - como definir o que é ou não violência obstétrica, na psicologia, na área médica ou na juridica, e depois, como implantar um sistema de proteção contra a violência obstétrica, alterando um conjunto de práticas nefastas repetidas ao longo de anos?

Num debate sobre violência obstétrica, veiculado pela TV Cultura, em seu canal Web (http://tvcultura.cmais.com.br/jcdebate/videos/jc-debate-sobre-violencia-obstetrica-06-03-2014), a médica obstetra afirma que os médicos chegam a inventar argumentos para levar uma mulher à cesárea, ou seja, eles mentem para não ter que esperar o tempo natural do parto. O motivo é financeiro, os planos de saúde pagam o mesmo valor por um parto, tenha sido uma cesárea de uma 1 hora ou um parto vaginal de 12 horas. No debate ela apresenta uma série de dados assustadores sobre o número de cesáreas no Brasil (muito acima do recomendado pela OMS) e o uso excessivo de fórceps, entre outros procedimentos desnecessários e agressivos cometidos por profissionais da saúde formados numa cultura médica moldada por interesses comerciais. No mesmo debate, a defensora pública explica que a luta é criar a legislação, pois não existe violência obstétrica juridicamente falando! Ela disse que o que a justiça faz, por enquanto, é enquadrar em outros crimes como lesão corporal e danos morais.

A medicina exercida atualmente no Brasil é mesmo comercial, e mulher é carne no açougue. Nossos médicos podem mutilar as vaginas e barrigas das mulheres, puxar a fórceps seus filhos, causar dores terríveis e privar mulheres da experiência que pode ser a mais significativa, natural (animal) e humana, na vida de uma mulher, homem, e filh@.

A criança nasce com horário marcado, diferente do horário que os corpos desejam e para o qual se preparam. O hormônio natural (ocitocina) que existe no nosso corpo especialmente para o momento do parto, que regula todos os tempos entre mãe e filh@, é substituído pela ocitocina sintética, criada artificialmente e injetada a doses cavalares para acelerar o parto.

Além do aspecto econômico que subjuga mulher e família a práticas cruéis, há ainda o contexto cultural, ou seja, o machismo com seu horror a vagina. O artigo de Ligia Moreiras Sena, bióloga e doutoranda em Saúde Coletiva, disponível no link http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2014/04/gata-eu-quero-ver-voce-parindo.html, fala sobre a rejeição ao parto vaginal e ao próprio uso da palavra vagina.

Eliane Brun, em seu artigo Por que a imagem da vagina provoca horror?, publicado na revista Época (http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/06/por-que-imagem-da-vagina-provoca-horror.html) conta o espanto da mulher que trabalha em sua casa como empregada doméstica quando se deparou com um quadro novo que ela havia comprado. E segue revelando outras histórias de horror à obra (replicada no quadro comprado) A origem do mundo, de Gustav Coubert, que retrata a vagina de uma mulher deitada com as pernas abertas, como se tivesse acabado de gozar. Por fim ela se pergunta se é ela a maluca da história por ter gostado tanto de ver aquela vagina escancarada, quando a reação da maioria das pessoas é de rejeição. Na história dessa e de outras obras que trazem a vagina na tela, assim como a experiência que teve a trabalhadora doméstica, eram de horror.

Contraditório se pensarmos na quantidade de revistas pornográficas que estampam mulheres nuas nas bancas, ou nos programas de TV com suas panicats e xuxas... Ou seja, mulher pelada pode, desde que seja sempre numa condição de objeto sexual, e não de protagonista do desejo ou de qualquer coisa que seja.

O mesmo acontece na hora do parto, em que no lugar da mulher ativa e protagonista, só há espaço para a mulher objeto de intervenções cirúrgicas, que por vezes têm suas vaginas mutiladas pela episiotomia – procedimento desnecessário e contra-indicado, mas amplamente utilizado. Nesse sentido, vale a pena conferir o trabalho da fotógrafa Carla Raiter e da produtora Caroline Ferreira no site: http://carlaraiter.com/1em4/.

Fico pensando que a opressão está presente, muito presente, presente em tantos atos cotidianos e tão carregada de medo, nojo ou ódio... às vezes tenho a impressão que com toda a recusa que a sociedade tem em aceitar seus preconceitos diversos, o machismo ainda resiste a 'sair do armário'. Me indigna aquela história de que a mulher tem inveja do pênis do homem. É quase como dizer que nascemos já como opositores, e que o torturado tem inveja do cassetete que seu torturador possui. Talvez se fosse o inverso, ele é que poderia estar torturando. É como dizer que ao oprimido só cabe querer ser opressor. E nessa história de oprimidos e opressores, a guerra nunca acaba. Também poderíamos dizer que o homem tem medo da vagina da mulher, medo de seu poder. Mas não vejo solução ao enfatizar essa relação de opostos....

Mas tem essa coisa do ‘poder’: o ‘poder sobre’ – o poder para dominar, agredir, estar nos melhores cargos, ter mais dinheiro; e o ‘poder ser’, o ‘poder fazer’ - que vem antes disso e legitima isso. Ou seja, se o homem pode ter seu falo representado das mais diversas formas, se pode andar sem camisa, ser papa ou não ser criminalizado pelo aborto de seu filho, o que a mulher pode? E se ela não pode ter filhos como protagonista, não pode exercer a maternidade porque o mercado não deixa, não pode mostrar o peito, então, novamente, o que ela pode?

É esse entendimento libertário do parto ativo que me fez gostar tanto disso, porque é sim uma questão de empoderamento, e isso é fundamental discutir em feminismo. E o mais interessante: é empoderamento para uma experiência essencialmente feminina. Poder ser mulher, poder ser mãe, poder participar ativamente daquilo que ninguém sabe fazer melhor do que uma mãe.

Quem sabe no dia que a sociedade aprender a respeitar o ‘poder ser’ mulher, a gente consiga viver com mais igualdade e paz.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Carta Escola...texto incrível para dizer que pedagogia anarquista funciona a despeito de tudo!


Novamente os princípios anarquistas estão ditos, escritos, teorizados, mas não referenciandos que esse tipo de pensamento já estava presente com os pedagogos anarquistas da virada do século XIX e XX. 

O interessante é que a própria experiência de uma mãe viu o que é óbvio, mas pais e mães neuróticos insistem acreditar em escolas, supervalorizar e achar que eles tem papel menos importantes.....e haja cartas escritas para mudarem esse condicionamento.

http://www.cartanaescola.com.br/single/show/370

Carta ao professor

LAURABEATRIZ
Novos tempos, novos modelos

Novos tempos, novos modelos

Foi uma tarefa árdua para a minha filha terminar o Ensino Médio, mas aprendi com ela que esse modelo de escola não serve mais

Por Anna Claudia Ramos
No alto dos seus 6 anos, minha filha me disse muito segura de si: “Eu odeio a escola, eu odeio as regras da escola e nunca vou obedecer às regras da escola”. Passei todo o período escolar de minha filha reinventando a vida, porque ela brigava veementemente com tudo o que fosse imposto e com a forma rígida das tarefas. E me perguntava por que não poderia ser diferente.
Este mês ela completa 20 anos. É leitora de filosofia e literatura. Aprendeu francês e hebraico por conta própria e fala inglês fluentemente. Mas gostar de estudar seguindo um modelo único, nem pensar! Fazê-la chegar ao final do Ensino Médio foi uma árdua tarefa. Ela formou-se em um supletivo estadual a distância. Desses em que os alunos estudam e vão ao colégio apenas para fazer provas. Estudam no seu tempo e no seu ritmo. 
Longe de ser o que queria, mas o possível para uma aluna que não se encaixava no modelo da escola. E olha que ela passou por escolas com propostas abertas.Minha filha veio para me ajudar a refletir que esse modelo já não cabe mais. Não cabe mais querer que todos aprendam por igual quando sabemos que cada um tem ritmos e desejos diferentes. Nem desassociar escola e vida, nem hipocrisias, nem conhecimentos estanques e educadores que não querem acompanhar as novas gerações. 
Estamos vivendo a era do conhecimento, com novos comportamentos, trabalhos, empregos e formas de viver. Não podemos mais querer continuar mantendo o modelo do século retrasado. Somos privilegiados de estar vivendo esses novos tempos, onde vamos aprender a conviver de forma fraterna com as diferenças, onde a literatura poderá ser lida sem a censura do politicamente correto, onde seremos partícipes e coautores de uma escola menos rígida em sua estrutura, que incentive a busca do conhecimento e não valorize as ciências exatas em detrimento das humanas.
Hoje, entendo que crianças e jovens como minha filha conseguem ler, ouvir música, estudar, ver tevê e falar com dez amigos ao mesmo tempo num chat. Sim, essa moçada faz tudo isso ao mesmo tempo. E dá conta! É a geração nativa digital, com outros saberes e aprendizados.
Somos protagonistas desses novos tempos, onde a leitura não é mais linear, muito menos o conhecimento. O mundo digital veio para somar e não subtrair e a internet para nos aproximar muito mais do que nos separar. Educadores não detêm mais o saber, porque o mundo passa por transformações constantes. Os professores serão tutores de seus alunos, fazendo-os buscar a construção do conhecimento de forma intensa e profunda. Salas de aula serão abertas para novas formas de aprendizado mais interessantes e instigantes.
Mas, para vivermos esses novos tempos, temos de sair da zona de conforto, arregaçar as mangas e trabalhar. Vamos nessa?

Publicado na edição 88, de julho de 2014

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Recife: 2ª Jornada de Pedagogia Libertária


Este evento não é organizado por mim. Mas divulgo aqui para os interessados!
Recife: 2ª Jornada de Pedagogia Libertária
C o m u n i c a d o:
As Jornadas de Pedagogia Libertária em Recife representam o resultado de um esforço que há muito vem sendo gestado pelo Difusão Libertária até sua concretização na experiência vivida na primeira edição deste encontro. O seu principal objetivo reside na colaboração para “abrir caminhos” a uma abordagem libertária da discussão e prática da educação, já que constatamos um desconhecimento das reflexões teóricas, dos processos formativos e das várias formas de escolarização realizadas nas práticas e de sua influência histórica no Brasil e no mundo.
Por sua vez, as Jornadas surgem como proposta de criar um espaço para facilitar o contato com experiências já realizadas, extintas ou em andamento, bem como engajar-se em iniciativas de educação fora de todo condicionamento dominador das pessoas e grupos sociais; alimentando possíveis condições diretas de desenvolvimento de práticas de educação libertária.
Eixos temáticos desta edição:
1. Educação anarquista;
2. Auto-formação e educação cooperativa;
3. Pedagogia libertária.
Em breve, divulgação do edital para inscrição de trabalhos.
Notícia relacionada:
agência de notícias anarquistas-ana
No jardim dos sonhos
Penso que sou borboleta
Tudo é tão real!

Selma Fernanda Ribeiro – 11 anos



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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Rede Globo defende o anarquismo......desde que acorrentado!



Hoje dia 7 de julho de 2014 no Jornal Bom dia Brasil saiu uma matéria intitulada "Brasileiros se mobilizam para melhorar o lugar onde vivem.


http://www.journalnoticias.com.br/index.php/127401/brasileiros-se-mobilizam-para-melhorar-o-lugar-onde-vivem/

O que eu achei importante nessa metáfora de cidadania é a particularidade da ação direta ou o "faça você mesmo" de muitos movimentos libertários, entre eles os anarquistas.

O princípio ou cerne dessa matéria parece ser isso!?! Questiona a ausência do Estado e a urgência das pessoas. Exemplos como a Patrulhinha da Limpeza, Jardins em terrenos abandonados, vaquinha de bombeiros para colocar placas de sinalização de perigo à vida....e a construção de uma cadeia.

Se o Estado é ausente...a população pode partir para a ação voluntária e tanto fazer a obra pública que o governante não faz ou por que o Estado é lerdo.

Em João Pessoa 14 anos passados foi permitido que se  seus cidadãos quisessem pagar pelo calçamento de suas ruas, eles teriam isenção do IPTU naquele lugar onde a obra fosse feita. Obviamente só pessoas de bairros de alta renda podiam fazer isso, crendo ou fazendo crer que o IPTU pode ser reapropriando por quem paga e não um fundo de bem comum em prioridades definidas tecnicamente.

Três coisas são importantes destacar na qualidade de ação mostrada:

  • são indivíduos e não coletivos que as fazem
  • o Estado é ineficiente para as questões urgentes
  •  experiências coletivas que fazem mais do que isso inexistem.
Esse legado de espontaneidade cidadã já era o mote da Comunidade Solidária. Despolitizam os mecanismos e colocam sob indivíduos as questões que são de pertinência social.

E o que uma pessoa passa a acreditar? Que a ação coletiva é lerda, burra e desanimadora.

Por isso não gostam de greves, ocupações, associações e qualquer revindicação social organizada.

Justiça pelas próprias mãos, cidadania pelas próprias mãos e a ineficiência política deve ser intocada.

Por outro lado, mostra que se uma comunidade quiser assumir toda a gestão de seu espaço e se desligar dessa falsa democracia que vivemos, podemos fazer federações de federações urbanas e rurais politizando o bem público que é prioritário ao bem privado.






domingo, 29 de junho de 2014

Linguagem anti-sexista e espaço na pedagogia anarquista.



Sempre parto do pressuposto que a principal conquista e ponto de partida para os anarquistas em seus pressupostos é erradicar a opressão contra a mulher, mesmo antes de qualquer outra questão de gênero. Talvez eu seja exageradamente foucaultiano sobre a sua tese de micro poderes, da qual li trechos de modo superficial. Pirateei confesso! (não siga meu exemplo).
Em alguns meios feministas, anarquistas, libertários de países de língua latina afirma-se que a linguagem é dominada pelo gênero masculino o que produz um discurso sexista em permanência. Assim, alguns pedagogxs sugerem para essas línguas que ao mudar a ênfase com palavras neutras substituindo por @, X e etc. seria possível corrigir ou reduzir a dominação masculina explícita e dissimulada pela expressão falada e escrita.
A tese é interessante, mas em países de língua inglesa ou que o gênero não determina a linguagem o machismo não se mostra particularmente menor do que nos países em que o gênero masculino domina a linguagem.
Então, se o machismo e sexismo não são reforçados apenas pela definição de gênero na linguagem, onde a educação antissexista ganha num país mudando a escrita e a fala? E num pais que isso não se define, como a educação antissexista pode ser legitima? Uma pessoa machista que muda para um país de língua inglesa, não deixa de ser sexista por isso, tal como uma pessoa ciente do problema não se torna sexista ao falar português ou espanhol.
Talvez a linguagem definida pelo gênero mereça em alguma fase da educação ser questionada e re-praticada. Nesses casos todos ainda é prioritário construir uma educação em que as mulheres sejam capazes de achar que o discursos e práticas com seus princípios e humanistas ocorram, vivam e nos movam.
Adotando-se uma grafia e fala antissexista não fará uma sociedade menos machista. O comportamento sexista e machista parece ser mais eficiente do que as formas discursivas! Talvez, em outros campos do concreto e do conteúdo comportamental e discursivo, urgentemente, se precise preocupar os pedagogos libertários.
Nisso eu percebi na Escola Paideia (Espanha) uma primeira fagulha que me parece uma linha interessante e exploratória rica para nós. A questão de gênero se faz também pela maneira como as mulheres e homens dividem a ocupação do espaço. Espaços reclusos, finitos e horizontais são os femininos e espaços amplos e tridimensionais e infinitos masculinos.
A educação espacial e forma de ambos, meninos e meninas experimentarem e se apropriarem do espaço é mais desafiadora e promissora do que a oferta de brinquedos sem gênero!
Tenho a impressão que a subjetividade e objetividade da percepção e uso do espaço, se não é a mais transformadora, no mínimo é inescapável em alguma fase evoluída da educação social que um dia vier! Como fortalecer uma pedagogia antissexista sem criar ilusões e agravar preconceitos!? Eis um desafio que a escola formal está incapacitada de usufruir!




quarta-feira, 25 de junho de 2014

Professor brasileiro perde 20% dando varada moral nos estudantes

A matéria que segue diz respeito ao fato de que os professores brasileiros destinam em média 20% de seu tempo para "disciplinar" suas turmas. 

No mundo a média é 13%. Engraçado disso tudo é que fica patente que a educação liberal é feita a força.

Num lugar que você vai obrigatoriamente até que essas escolas estão indo bem. 

O que temos que ficar alertas é para essas  escolas base dessas pesquisas que acreditam na educação em massa, feita de um modo só e neurotizante.

Isso prova que esses professores tem mais serviço como pré-carcereiros do que como educadores.

Se eles só perdessem tempo com isso! Perdem saúde, esperança e desejos...mas não é por causa dos estudantes....mas por conta da estrutura bestificante que é a educação autoritária de massa no mundo!


Professor brasileiro gasta 20% do tempo de aula com indisciplina

Do UOL, em São Paulo
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Os professores brasileiros gastam, em média, 20% do tempo de aula mantendo a disciplina na classe, segundo levantamento internacional. Ou seja, o docente gasta um em cada cinco minutos pedindo silêncio ou chamando a atenção por bagunça.
O desempenho brasileiro é o pior entre os 32 países que responderam à essa parte da pesquisa. A média entre os países é de 13%. Na Finlândia, país tido como exemplar no quesito educação, o percentual de tempo dedicado a essa atividade chega a 13%.
As informações são da edição 2013 da Talis, Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem coordenada mundialmente pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O levantamento foi divulgado na manhã desta quarta (25).
De aula mesmo, ensinando os alunos, o percentual de tempo gasto em aula é 67% enquanto a média internacional é de 79% e a da Finlândia é 81%.
Em 12% do período de cada aula, o professor lida com questões administrativas, como o controle de presença (chamada) -- contra a média de 8% dos países que participaram da pesquisa e 6% da Finlândia.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Escolas livres na Suécia e neo-liberalismo



Recentemente recebi um texto sob o título “Educação Proibida” indicando ser de Maurício Hojas (*) discorrendo sobre do ataque do governo sueco contra as escolas livres. Antes de adentrar no mérito da questão é necessário fazer alguns esclarecimentos.
As escolas, livres, democráticas e de felicidade não são sinônimo de libertárias (leia-se políticas sociais e revolucionárias). Os mais radicais diriam que a palavra escola e libertarismo nunca devem andar juntas. Esses propõem o fim da escola e estabelecimento de comunidades educativas.
As escolas livres tem seu fundamento pedagógico em Summerhill (Inglaterra). Assim, Escola da Ponte (Portugal) e outras no mundo vivem nesse ambiente que lutam por uma educação antiautoritária, autodidatismo, liberdade dos planos nacionais de educação e estatal e que lutam pela descoberta de saber ser, se autoconhecer primeiro para depois pensar em ter conhecimentos. Buscam primeiro a felicidade, bom convívio, tolerância, compaixão e liberdade.
Nesse eixo entraram escolas de fundo filosófico ou religioso ou espiritualista ou terapêutica ou de alguma corrente pedagógica liberal, mas sem pode dizer que são engajadas politicamente, algumas são até contra ter formação política. Assim, escolas livres são liberais, mas não são libertárias. Toda educação libertária é política, pelo simples entendimento filosófico de que se uma pessoa é livre, não se pode aceitar a escravidão dos outros em nenhum lugar do mundo e da história.
Na Suécia e em outros países nórdicos, mas também Israel, Japão, Brasil e espalhados pelo mundo há o movimento de escolas livres, mas no texto de Rojas e das críticas que a ele fizeram o problema é que essas escolas livres fazem parte do cardápio das políticas liberais na Suécia. Por possuírem métodos não Estatais e de felicidade, alguns dos pais e mães tenderam colocar seus filhos nessas escolas privadas. Criaram assim um tipo de escola privada, anti-estatal, mas não revolucionárias.
A escola estatal socialista sueca sempre elogiada no mundo passou a conviver com a escola privada, assim, as avaliações nacionais e a queda da qualidade educacional comparativamente às escolas livres na Suécia começaram entrar na conta de uma disputa ideológica.
As escolas todas e as estatais, para o libertarismos mais radical são detestáveis por princípio, mesmos as ditas socialistas. Mas a solução por uma educação privada como parece ocorrer na Suécia cria ou começa a criar distorções que não existiam ou eram menores, fazendo um pouco do que foi feito no Brasil, onde a educação é primeiro um mercado a se disputar ou feito para aceitar as relações de mercadoria.
Então, as escolas de liberdade e antiautoritárias em alguns lugares tem sido apenas uma brecha e oportunidade de mercado, mesmo contendo princípios da educação não diretiva e afáveis.
(*) Suécia: as escolas livres derrubarão o projeto socialista. http://reevo.org/externo/suecia-las-escuelas-libres-y-la-politica/




segunda-feira, 16 de junho de 2014

Gato por lebre Carta Escola e observações

O texto Gato por Lebre da Carta Escola escrito por Cinthia Ramalho traz algo conhecido de muitos professores. 

Tal como a saúde privada não viveria sem os leitos do SUS, as escolas privadas não vivem sem estudantes de bons de escolas públicas e assim, conseguiram vender uma imagem falsa de que escola pública era uma maravilha no passado.

Para quem cara pálida? Essa é a pergunta que desmonta esse sofisma.

Há muitos anos escrevi um texto "Colheita Maldita" sobre a coleta que as escolas privadas fazem dos melhores estudantes de uma cidade, como quem compra bons jogadores de futebol de países pobres para montarem suas seleções.

A escola privada, tal e qual a saúde privada desfrutam de um status que não é pleno e verdadeiro. Essa herança neo-liberal, mas que tem genese anterior, contrário de ajudar países pobres, cria muitas distorções bem aceitas por pais neuróticos com o destino dos filhos.

Mas os dados no texto abaixo, concretizam o que os professores já sabem. A mídia criou um medo tão grande da escola pública, mentiu tanto sobre a escola para poucos e boa do passado, que herdamos um porcaria de educação dicotômica no Brasil...escola privada boa para ricos e ruim públicas para pobres!

Finalmente, o que é escola boa para o mundo capitalista estou me fodendo para isso. Mas as pistas estão bem indicadas no texto que segue. Uma delas é que a classe média que alimenta esse mercado educativo privado estão sendo enganados. Acredite se quiserem!

Metade das escolas particulares têm desempenho igual ao das públicas no Enem, segundo estudo feito pela USP

Por Cinthia Rodrigues
Por que fazer o Ensino Médio em uma escola particular? Se a resposta for obter aprendizagem suficiente para passar em vestibulares, grande parte das famílias pagantes  desperdiçou o alto investimento financeiro. A conclusão é de um estudo das notas médias das instituições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012, feito pelo pesquisador Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da USP. A análise revela que metade dos alunos da rede privada têm desempenho equivalente àqueles que vêm da rede estadual de ensino.
Segundo o levantamento, 98% dos alunos da rede pública de todo o Brasil alcançaram até 560 pontos – a média foi de 479,4. Já entre as instituições particulares, 52% dos alunos atingiram até 560 pontos, e a média foi um pouco maior, de 558,1 pontos.  “Famílias que fazem sacrifícios e pagam mensalidades com o propósito de ver os filhos na faculdade estão sendo enganadas, ao menos nesse ponto”, afirma o autor da pesquisa. A constatação fica mais alarmante quando comparada ao movimento de saída da classe média do ensino público para o privado. Nos últimos cinco anos, com a melhora geral no nível de renda das classes mais baixas, o total de matrículas na Educação Básica da rede pública caiu 3,8 milhões, enquanto cresceu 1,3 milhão na particular. “Muitos vão em busca de base para o Ensino Superior, mas é uma ingenuidade”, conclui Alavarse.
O próprio recorte feito para chegar às notas médias é um claro indicativo de como o propósito dos estudantes de instituições privadas é a faculdade. Foram contabilizadas as escolas brasileiras que tinham mais de 50 alunos no último ano do Ensino Médio e, entre esses, mais da metade tenha prestado o exame. Instituições federais e municipais foram desconsideradas pela participação reduzida. Das 18,5 mil escolas estaduais do Brasil, sobraram apenas 5,9 mil que preenchiam as características buscadas, ou seja, em mais de dois terços a maioria dos alunos sequer faz o Enem. Já entre as 7,8 mil particulares do País, 5 mil tinham o perfil, mostrando que o Ensino Superior – a que o exame é principal canal de acesso – constitui alvo de seus alunos. 
Não se trata de igualdade entre as médias das unidades nos dois sistemas. As tabelas construídas pelo pesquisador mostram que há diferenças entre escolas públicas e particulares. Os pontos a mais das instituições pagas, no entanto, não são suficientes para levar seus estudantes à aprovação direta, por exemplo, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que distribui vagas nas universidades federais por meio das notas do Enem. Equivale a dizer que, embora com notas diferentes, 98% das estaduais e 52% das privadas ficariam com vermelho na avaliação e seriam reprovadas. 
“O caso das públicas é dramático, mas não é novidade”, afirma Alavarse. Na curva de distribuição das médias das escolas, o que chama mais a atenção é que 16% teriam 449 pontos, se a média de seus alunos fosse a nota da escola. Com isso, não conseguiriam sequer uma certificação de conclusão do Ensino Médio, documento dado a quem não cursou a etapa de ensino, mas faz a prova e obtém acima de 450 pontos. “Se o exame fosse aplicado à escola, esse porcentual não teria direito a diploma”, lamenta. 
As escolas estaduais que ultrapassam essa pontuação não vão longe. Se for considerado o estágio de 460 pontos, o total acumulado de escolas vai a 27,9%. “Com uma margem de erro mínima, cerca de um quarto oferece ensino abaixo do que o País estabelece como exigência para se considerar que a pessoa tem o Ensino Médio”, afirma Alavarse. Raras particulares têm essa média. As instituições privadas com notas de até 460 pontos são apenas 0,8% do total. 
Chance no vestibular
O patamar em que as duas redes se veem juntas é o que seria exigido nos processos seletivos para curso superior. No Sisu, os cursos mais concorridos exigem acima de 700 pontos no Enem. O pesquisador usou como pontuação mínima para ter chances em carreiras menos disputadas o recorte de 560 pontos. É esse o recorte que deixa de fora 98% das públicas e 52% das particulares pesquisadas. “Estamos falando de uma média para tentar vagas menos concorridas. Se formos falar em carreiras e universidades muito seletivas, apenas aqueles colégios top, inacessíveis para a classe média, dão chance”, avalia.
O estudo de Alavarse foi elaborado para uma apresentação no Conselho Municipal de Educação de São Paulo e ainda não está disponível para consulta na internet. Diante das conclusões, ele e outros colegas do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliações Educacionais, do qual é coordenador na USP, estão debruçados sobre os dados por alunos, para refinar a média por escola. “Isso aprofunda a análise, mas posso adiantar que os resultados seguem na mesma direção.”
Rodrigo Travitzki, integrante do grupo, desenvolveu tese de doutorado sobre os limites do Enem como indicador de qualidade escolar. Uma das constatações é de que pelo menos 75% da média da escola explica-se pela renda familiar e escolaridade dos pais. De acordo com ele, sem levar em consideração o contexto socioeconômico, há uma diferença relativamente grande entre as médias das notas de instituições estaduais e privadas no exame, de 91 pontos. Porém, quando se retira a influência do fator socioeconômico, apenas 26 pontos as separam. “Isso significa que a diferença entre os dois tipos de escola é pelo menos três vezes menor do que se imagina”, afirma. 
Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a consciência de que boa parte da rede particular não garante ensino de qualidade poderia fazer com que mais pais participassem da busca por melhor educação. “O nosso problema é estrutural, muitos professores são os mesmos nos dois sistemas. Mostrar as carências só na escola pública reduz o debate e fortalece a privatização”, afirma.
O professor Alavarse reconhece, no entanto, que o vestibular não é o único motivo pelo qual famílias escolhem comprar um serviço que está disponível a todos por financiamento público. “Muitos o fazem pelas relações que seus filhos vão ter para a vida ou em busca de segurança e, provavelmente, eles têm alguma razão”, diz.
Uma pesquisa do Ibope Inteligência realizada com pais que tinham filhos em instituições particulares em São Paulo, Distrito Federal, Aracaju, Salvador, Curitiba e Porto Alegre, em 2010, apontou quais são as principais preocupações das famílias com crianças e adolescentes em instituições particulares. Quando perguntados sobre o que levavam em conta, o item mais lembrado, por 84% dos entrevistados, foi “segurança”. “Qualidade de ensino” veio depois, com 81%. Na sequência do que mais importa apareceram “disciplina”, com 74%, e “amizades”, citadas por 56% dos pesquisados. 
A advogada Tatiana Panno Lombardi, moradora de Cajamar, na Grande São Paulo, tem um filho de 15 anos matriculado no Ensino Médio em escola particular do município. O resultado do estudo  não a surpreendeu. “Sei que não vai dar para entrar em uma boa universidade só com o Ensino Médio que ele faz, e a gente já imagina que vai pagar cursinho. Mesmo assim, jamais colocaria meus filhos em escola pública”, afirma.
Ela admite que não conhece as instituições da cidade, mas julga que “são péssimas” pelo o  que acompanha na mídia. “É um preconceito, sim,  mas, pelo que observamos em termos de notas baixas, greve, falta de professores, violência e drogas, eu não arriscaria.” Atualmente, Tatiana gasta cerca de 750 reais por mês entre mensalidade e lanche com o filho adolescente. A caçula, de 2 anos, também estuda em instituição particular. “Parte importante do nosso orçamento vai para Educação.” 
Pais que investem na educação dos filhos fazem falta no ensino público – não só porque poderiam contribuir financeiramente com as escolas. Um estudo do cientista político norte-americano Robert Dahl, morto este ano, mostrou que a saída de famílias mais educadas da rede pública piora as perspectivas das crianças que ficam. A partir de um exemplo de New Haven, em Connecticut, ele explica que essas pessoas  teriam mais condições de exigir padrões de qualidade, mas se preocupam menos com a educação pública e mais com as unidades que frequentam. Pior: podem se opor a maiores investimentos em Educação já que são taxadas duplamente pelo serviço. 
Alavarse é contrário a campanhas contra a saída da classe média da escola pública: “Não tem de ser boa porque é frequentada por um dado segmento, tem de ser boa e pronto”. Ainda assim, diz, poderia haver equilíbrio entre os resultados, se o contexto socioeconômico fosse equivalente. “A particular se sai melhor porque recebe alunos melhores.” 
Para Travitzki, um dos pontos importantes do estudo é mostrar essa proximidade. “Apesar das dificuldades conhecidas na escola pública, bons trabalhos são feitos. Se não reconhecermos isso, podemos entrar num caminho perigoso, promovendo o sucateamento da rede e estimulando a privatização gradual da educação, travestida de busca por qualidade”, afirma. Ilusão que, em 52% dos casos, não resiste ao Enem.